Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
'TEATRO LEGISLATIVO'
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Liberdade no coração
O dragão de João e Aldir
A Cidade em louvação
Desce o Morro do Tuiuti
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CARNAVAL 2024
SAMBA-ENREDO
Navegue aqui
G.R.E.S PARAÍSO DO TUIUTI
FICHA TÉCNICA ENREDO SAMBA-ENREDO
“Glória ao Almirante Negro”
Autores: Claudio Russo, Moacyr Luz, Gustavo Clarão, Júlio Alves, Alessandro Falcão, Pier Ubertini e W Correia
Intérprete: Pixulé
Nas águas da Guanabara
Ainda o azul de Araras
Nascia um herói libertador
O mar com as ondas de prata
Escondia no escuro a chibata
Desde o tempo do cruel contratador
Eram navios de guerra, sem paz
As costas marcadas por tantas marés
O vento soprou à negrura
Castigo e tortura no porão e no convés
Ôôô A Casa Grande não sustenta temporais
Ôôô Veio dos Pampas pra salvar Minas Gerais
Lerê lerê mais um preto lutando pelo irmão
Lerê lerê e dizer nunca mais escravidão
Meu nego... A esquadra foi rendida
E toda gente comovida
Veio ao porto em saudação
Ah! nego... A anistia fez o flerte
Mas o Palácio do Catete
Preferiu a traição
O luto dos tumbeiros
A dor de antigas naus
Um novo cativeiro
Mais uma pá de cal
Glória aos humildes pescadores
Yemanjá com suas flores
E o Cais da luta ancestral
Salve o Almirante Negro
Que faz de um samba enredo
Imortal!
Liberdade no coração
O dragão de João e Aldir
A Cidade em louvação
Desce o Morro do Tuiuti
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Essa citação convida à reflexão sobre a complexidade da experiência humana e a maneira como lidamos com a realidade através da imaginação e das diferentes máscaras que usamos ao longo da vida.
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Em resumo, "Fantasia" é uma música que explora as complexidades da identidade, da ilusão social e do desejo de autenticidade, utilizando metáforas carnavalescas e uma melodia melancólica para transmitir sua mensagem.
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Fantasia
Aldir Blanc
Olhando na quarta-feira as ruas vazias
Com os garis dando um jeito em nossa moral
Custei a compreender que fantasia
É um troço que o cara tira no carnaval
E usa nos outros dias por toda a vida
Dizendo: "Olá! Como vai?" e coisas assim
O nó da gravata apertando o pescoço
Olhando o fundo do poço e rindo de mim
Ria, rasguei a fantasia, ria
Queimei a garantia, ria
Tô solto por aí
Doido, eu danço de Pierrot, triste
Morrendo em meu amor, ria
Vendo você morrer de rir
Composição: João Bosco / Aldair Blanc.
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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Roberto DaMatta - E ao pó retornamos...
O Globo
Sei apenas que estou pautado e aprisionado pelas cinzas-pó desta Quarta-Feira de Cinzas
Só quem experimenta uma boa velhice medita sobre o pó. A poeira — na juventude feita de estrelas e, na idade ou temporada final, uma espécie de segundo tempo ou parágrafo derradeiro de um belo livro — é puro e seco pó.
Esse tal “sujo” que na nossa cultura tanto preocupa mães e esposas dispostas a manter suas casas imaculadamente limpas, sem um “pingo de sujeira” ou “um traço de pó”. Pó que embaça móveis e louças e revela ao visitante uma “dona de casa” incompetente ou preguiçosa, o equivalente moral antiquado do marido que, mesmo vagabundo, teria de bancar o “trabalhador”. Traço importante até hoje no simbolismo pouco estudado do nosso congênito populismo.
Exceto na cabeça duvidosa de alguns jurisconsultos, não pode haver convivência entre o sujo e o limpo, assim como o pó impede que alguma coisa brilhe ou fique de pé. O pó é aquela parte menor de tudo o que foi alguma coisa.
Ele tem uma solidez enganadora, porque não se pode botar o pó em pé, do mesmo modo que não se podem cortar a água ou o ar. O pó é a divisão da divisão, é o átomo do “sujo”. Livros sagrados, que a IA certamente desmontará, dizem que viramos pó. Mas um lado meu resiste — ou, melhor e mais honestamente, duvida...
Sei apenas que estou pautado e aprisionado pelas cinzas-pó desta Quarta-Feira de Cinzas, que são o resultado do vale-tudo programado do carnavalesco que passou.
A cinza é o símbolo dominante ou central — como diria o saudoso Victor Turner (que viu um carnaval carioca e niteroiense comigo) — de arrependimento e expiação de culpas. Nestes nossos tempos enigmáticos e inseguros, esquecemos que, quando havia profetas, e não salvadores da pátria, as cinzas dos mortos eram postas num saco e espalhadas na cabeça do arrependido culposo que, desse modo dramático, incluindo rasgar suas próprias vestes, clamava publicamente por comiseração a Deus.
Hoje dizem que Deus acabou ou não tem importância, porque sua onipotência, onipresença e onisciência será superada pela IA. Mas o pó e as cinzas nos esperam, como decretam sem nenhum pudor esses antiquados, reacionários, os velhos rituais. Solenidades feitas de gestos lentos, realizados obrigatoriamente com a mão direita, elas mostravam sua força precisamente pela entrega absoluta, como determinam tanto a fé quanto o amor, no sofrido rito expiatório de reentrada na rotina, depois de um tempo vivido em pecado...
Confesso que recebi cinzas na testa depois de alguns carnavais antigos. Pior. Confesso que não estava arrependido nem um pouco porque havia ficado abraçado à minha linda e doce namorada, tão trêmula quanto eu naquela brecha licenciosa que — puxa vida! — o carnaval abria e encorajava. Eu não era bem eu. Era um marinheiro de um filme colorido, e ela não era bem ela. Era uma ciganinha de lábios pintados que lambuzavam o branco do meu falso uniforme, dando-lhe realidade. Aquele real inescapável que só acontece nas dores mais pungentes e nos mais belos sonhos.
A carne existe com a dura realidade do mundo. Mas o pecado ou o abuso da carne têm seu começo depois da descoberta e manejo do fogo. Junte carne e fogo, e você tem muito mais que um churrasco. Você tem o gosto, o sabor, a gula, a fome, o deleite do comer e do englobar. O gozo de ser canibalizado pela carne cozida que nos torna humanos e, eventualmente, humanos com o direito ao deleite de gozar com nossa carne.
Não seria exagero dizer que ainda estamos no campo delimitado pelas regras que separam a necessidade do exagero.
Mas o fato permanente — sem o qual não seríamos capazes de conhecer as cinzas do dia de hoje — tem tudo a ver com a lembrança do pó, como admoestava o Senhor Deus a Adão, depois do pecado:
— Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás!
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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
Wilson Gomes* - Um golpe pela democracia?
Folha de S. Paulo
Ideias como 'ditadura do Judiciário' são apenas quimeras utilizadas para sustentar um ímpeto autoritário das massas
O Brasil é um país tão apaixonado pela democracia que boa parte da população e da sua elite política considera aceitável que seja dado um golpe de Estado para salvá-la. Tem tanto horror e ódio à ditadura que considera razoável abolir violentamente o Estado de Direito para evitar a ditadura do Poder Judiciário.
A proposta de "acabar com a democracia para salvar a democracia" não é uma pilhéria de Carnaval, infelizmente. É apenas mais uma evidência de nossa capacidade de acolher e alimentar crenças contraditórias.
Quem disse que 42,2% dos brasileiros acham que as investigações judiciais contra Bolsonaro são uma perseguição política injusta foi uma pesquisa Atlas Intel da semana passada, feita no rescaldo da operação Tempus Veritatis; 40,5% divergem.
Curiosamente, a mesma pesquisa indicou que 46,5% acreditam que Bolsonaro planejou um golpe de Estado. E que, se o presidente tivesse declarado um estado de sítio para limitar os poderes do STF e convocar novas eleições, 36,3% da população o apoiariam, enquanto 41,3% não o fariam.
Essa dinâmica sugere que, embora as pessoas estejam convencidas de que Bolsonaro planejou um golpe de Estado, essa percepção não é considerada tão grave a ponto de justificar investigações e processos. É pura perseguição política.
No cerne da questão, está o fato de termos uma profunda devoção pela democracia enquanto ela é em nossa cabeça uma nebulosa de ideias e valores. Como conceito, a democracia é como amor de mãe, crianças meigas, crepúsculos e veleiros ao poente —objetos de encantamento e reverência.
Assim, nada é mais mobilizador do que os apelos para proteger a democracia ou os lamentos que proclamam sua perda iminente. Nesse sentido, quimeras como "a ditadura do Judiciário" ou "o fascismo que está aí", bem como teorias da conspiração, como "a fraude eleitoral", cumprem as mesmas funções: emocionar as massas, provocar um sentimento de ultraje e justificar qualquer ação a partir desse ponto.
Eu aprendi ainda criança na escola que a Revolução havia salvado a pátria do comunismo. Se o golpe bolsonarista não tivesse fracassado, uma nova geração teria aprendido como o mito salvou a democracia dos "ditadores de toga" e dos "ladrões" que teriam vencido uma eleição fraudulenta. A democracia precisou, novamente, ser resgatada dos seus inimigos.
Os conspiradores que se reuniram com Bolsonaro para construir "um plano B" ao processo eleitoral democrático falavam de uma suposta fraude em andamento como se estivessem mencionando a parede ou a mesa sob seus braços. Tratavam-na como algo concreto, palpável, indiscutível, mesmo que, como admitiram, não tivessem meios de comprová-la. Era uma questão de fé.
A sinceridade da crença ou a conveniência da convicção não importam, contudo, pois todos os "considerandos" da minuta do golpe apontavam para o dogma compartilhado: a democracia precisava ser protegida das urnas do TSE.
No bolsonarismo, democracia está vagamente relacionada à vontade do povo depositada no líder carismático, autorizando-o a governar como queira em seu nome.
E pelo tempo que for necessário enquanto o vínculo orgânico entre o povo e o seu líder perdurar. Métodos para aferir e medir a real vontade popular, expressa em votos, são considerados problemáticos, pois é sabido que as elites do poder trabalharão para não perder o poder e irão certamente trapacear.
Em teoria política, acabei de descrever não uma democracia, mas uma autocracia de base populista. Mas uma vez que muitos estiverem convencidos de que democracia é isso, e de que tudo mais é abuso e usurpação do poder do povo, começa-se a entender por que golpes de Estado para salvar a democracia se tornam uma proposta aceitável.
Da mesma forma, compreende-se por que, no universo mental do bolsonarismo, a democracia liberal é uma inconveniência. Os três poderes (para que três se o líder escolhido poderia governar melhor sozinho?), as obrigações de que o Executivo preste contas e responda por suas decisões (deixem o homem trabalhar), a divisão de prerrogativas, os constrangimentos dos princípios e direitos fundamentais (como assim não se pode prender quem chama o líder de pequi roído?), nada disso faz sentido para eles.
Da democracia, gostam muito, mas não dos constrangimentos que ela impõe, das obrigações de transparência e prestação de contas, do rito de eleições regulares e livres, da liberdade de se divergir de quem governa. Tudo na democracia lhes é um estorvo, exceto a ideia de democracia, pela qual são capazes de tudo, até de um golpe de Estado.
*Professor titular da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e autor de "Crônica de uma Tragédia Anunciada"
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"Pobres Criaturas": como descrever? Assim: é bárbaro
Isabela Boscov
219.021 visualizações 1 de fev. de 2024 BRAZIL
Crítica do filme "Pobres Criaturas (Poor Things)", dirigido por Yorgos Lanthimos com Emma Stone, Mark Ruffalo, Willem Dafoe, Ramy Youssef, Kathryn Hunter, Vicki Pepperdine, Jerrod Carmichael, Suzy Bemba, Hanna Schygulla
Em exibição nos cinemas
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"Sou fascinada pela técnica do Teatro do Oprimido, criado pelo dramaturgo Augusto Boal. Ele mudou minha percepção sobre o que era possível fazer como atriz." LILY GLADSTONE
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É verdade que usava a técnica de Teatro do Oprimido, criada pelo dramaturgo brasileiro Augusto Boal (1931-2009), ao ministrar workshops para jovens?
Sim sou fascinada pelo trabalho do Augusto Boal, pela forma como ele usou técnicas teatrais na época em que atuou como vereador no Rio de Janeiro (em seu mandato pelo PT na Câmara carioca, nos anos 1990, Boal criou o conceito de "teatro legislativo", em que se apresentava artisticamente leis ao público). Isso mudou minha percepção sobre o que era possível fazer nessa profissão, sobre esse chamado para ser atriz. Cheguei a usar a metodologia do Teatro do Oprimido em workshops em universidades ou escolas onde havia uma população nativa para preencher algumas lacunas de comunicação e funcionava perfeitamente. Todas essas experiências e conhecimentos moldaram a forma como interpreto personagens, especialmente quando preciso contar histórias realmente difíceis.
PÁGINAS AMARELAS VEJA
9 DE FEVEREIRO, 2024
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Augusto Boal 4ª - PT
Jair Bolsonaro 3ª - PDC
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Augusto Boal
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FICHA TÉCNICA DO FILME ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES
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História Palácio Pedro Ernesto (Câmara dos Vereadores do Rio)
Por Felipe Lucena
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Folha de S.Paulo
https://www1.folha.uol.com.br › poder › 2020/11 › livro...
13 de nov. de 2020 — 'Teatro Legislativo', agora reeditado, narra improvável vitória do dramaturgo na eleição de 1992 e ações que aproximaram cidadão e política.
https://f.i.uol.com.br/fotografia/2020/11/12/16052215715fadbcc39dcea_1605221571_3x2_md.jpg
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História Palácio Pedro Ernesto (Câmara dos Vereadores do Rio) - Diário do Rio de
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Vereadores Anteriores
Laura Carneiro 3ª - PSDB, PMDB
4ª - PMDB, PP
9ª - PTB, PMDB
11ª - DEM, Sem Partido, PSD
Chico Alencar 3ª - PT
4ª - PT
11ª - PSOL
Vereadores Após
Rogéria Bolsonaro 4ª - PPR, PDC, PSC, PPB
5ª - PPB, PMDB
Carlos Bolsonaro 6ª - PPB, PTB, PFL
7ª - PTB, PFL, Sem Partido, PP
8ª - PP
9ª - PP, PSC
10ª - PSC, REPUBLICANOS
11ª - REPUBLICANOS
Vereadores Anteriores
VEREADOR LEGISLATURA E PARTIDO(S)
https://www.camara.rio/vereadores/anteriores
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ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES
EM CARTAZ EM JUIZ DE FORA
14
206 MIN # DRAMA # SUSPENSE
FICHA TÉCNICA DO FILME ASSASSINOS DA LUA DAS FLORES
Direção: Martin Scorsese
Elenco: Leonardo DiCaprio, Robert De Niro , Lily Gladstone, Jesse Plemons, John Lithgow, Brendan Fraser, Tantoo Cardinal, Cara Jade Myers
Duração: 206 min
País: Estados Unidos
Sinopse: Na virada do século XX, o petróleo tornou a nação Osage a mais rica do mundo do dia para a noite. Tanta riqueza atraiu intrusos brancos, que manipularam, extorquiram e roubaram ao máximo o dinheiro do povo nativo Osage antes de assassinar a população. Baseado em uma história verídica e contado no romance improvável entre Ernest Burkhart (Leonardo DiCaprio) e Mollie Kyle (Lily Gladstone), “Killers of the Flower Moon” é uma saga épica do crime ocidental, em que amor verdadeiro e traição indescritível se cruzam. Estrelado também por Robert De Niro e Jesse Plemons, “Killers of the Flower Moon” é dirigido pelo vencedor do Oscar, Martin Scorsese, a partir do roteiro escrito por Eric Roth e Martin Scorsese com base no livro best-seller de David Grann.
https://www.hojenocinema.com/juiz-de-fora/filmes/assassinos-da-lua-das-flores#google_vignette
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