domingo, 11 de fevereiro de 2024

ECONOMIA NO CARNAVAL

"Chegou o general da banda." ------ ------------ 1959 - Pot-Pourri de Carnaval ---------- ------------ Carnaval de 1920 - NA MINHA CASA NÃO SE RACHA LENHA - Coisas que o tempo levou - letra original luciano hortencio 16.977 visualizações 23 de jan. de 2020 Carnaval de 1920 - NA MINHA CASA NÃO SE RACHA LENHA. Letra original. No carnaval de 1970, fantasiado de bebê chorão, entoava eu essa marchinha no Corso de carros que acontecia à avenida Dom Manuel, em Fortaleza. Obviamente não posso garantir ser a melodia a mesma entoada no carnaval de 1920, porém a letra era tal e qual. Nesse carnaval que se avizinha, a marchinha será centenária e o maravilhoso carnaval da Dom Manuel, cinquentenário. Coisas que o tempo levou. luciano hortencio. _________________________________________________________________________________________________________________ -----------
---------- #EspaçoAberto | Pedro Malan: 'Os primeiros 400 dias de Lula 3 - A julgar pelos primeiros 400 dias do terceiro governo Lula, o pensamento de 15 anos atrás perdura' http://estadao.com.br/opiniao/pedro-s-malan/os-primeiros-400-dias-de-lula-iii/ --------- domingo, 11 de fevereiro de 2024 Pedro Malan* - Os primeiros 400 dias de Lula III O Estado de S. Paulo Neste domingo de carnaval, vale lembrar a marchinha ‘Recordar é viver’ (1955), a propósito do programa Nova Indústria Brasil O Brasil foi descoberto no dia 21 de abril, “dois meses depois do carnaval”, dizia a marchinha que encantou foliões no carnaval de 1934. Tudo, metaforicamente, ficaria para depois da grande festa nacional. Mas não foi assim este ano, em que ações da Polícia Federal ocuparam as primeiras páginas dos jornais, iluminando a importância de elucidar os eventos que levaram ao surreal 8 de janeiro de 2023. As rodas da economia e da política tampouco deixaram de girar com Executivo e Congresso em estado de alta tensão por causa da disputa sobre fatias do Orçamento. Foi numa virada de fevereiro para março, logo após o carnaval de exatos 30 anos atrás, que o governo de então lançou a Unidade Real de Valor (URV). Essa unidade de conta era o embrião da nova moeda, que chegaria quatro meses mais tarde sob o nome de real e que viria a consolidar-se – esperemos – como a definitiva moeda nacional. Neste início de fevereiro, o governo Lula completou seus primeiros 400 dias. Pode parecer pouco, mas o tempo da política não é igual ao tempo cronológico. Na política, como na guerra, dias podem valer semanas; semanas, meses; meses, anos. Foi também de 400 dias, por exemplo, o período decorrido entre o momento em que o presidente Itamar Franco nomeou FHC seu (quarto) ministro da Fazenda e o lançamento do Real. Aqueles 400 dias valeram por anos. O governo Lula parece apostar que os efeitos dos seus primeiros 400 dias também se projetarão por anos à frente e contribuirão para seu (legítimo) projeto de permanecer no poder, vencendo as eleições de 2026. Como estamos em pleno domingo de carnaval, vale lembrar outra marchinha dos carnavais de outrora, Recordar é viver (1955), a propósito do programa Nova Indústria Brasil, anunciado ao final de janeiro. O programa evoca três lembranças. A primeira é uma declaração da então presidente Dilma Rousseff, dez anos atrás, a poucos meses das eleições. “Só em 2014 estão em construção ou contratados para serem construídos aqui, no Brasil, 18 plataformas, 28 sondas de perfuração e 43 navios tanque (...) Graças à política de compras da Petrobras (...), renasceu uma indústria naval dinâmica e competitiva, que irá disputar o mercado com as maiores indústrias navais do mundo.” Quem é minimamente informado sabe no que deu. A segunda lembrança é uma imperdível entrevista concedida a este jornal (2/1/2013) por Bernardo Figueiredo, por muitos anos braço direito de Dilma Rousseff para assuntos de infraestrutura. “Se a gente pegar os planos nacionais de logística de transporte e de logística portuária e outros estudos do governo, teremos de investir perto de R$ 400 bilhões em cinco anos. Vamos dizer que tenho de investir outros R$ 20 bilhões por ano para não gerar novo passivo e ser preventivo. Então, a necessidade de investimento seria de R$ 100 bilhões por ano. Resolvendo isso, posso dizer que em cinco anos não teríamos mais problemas de infraestrutura.” A terceira lembrança é também de uma entrevista – ainda mais imperdível, porque reveladora do pensamento de Lula sobre a arte de governar (Valor Econômico, 17/9/2009). “Tenho cobrado sistematicamente da Vale a construção de siderúrgicas no País. A Vale não pode se dar ao luxo de exportar apenas minério de ferro.” “Convoquei o Conselho da Petrobras para dizer: olha, este é um momento em que não se pode recuar. Que a Petrobras construa refinarias, estimule a construção de estaleiros (...). Este é o papel do governo.” “Não conheço ninguém que tenha a capacidade gerencial da Dilma.” A julgar pelos primeiros 400 dias de Lula III, o pensamento de 15 anos atrás perdura. “Se der superávit zero, ótimo, se não der, ótimo também” (8/2/2024). O País está sendo informado de que haverá simultaneamente um plano trienal de ação (2024-2026) e um Plano de Aceleração do Crescimento (novo PAC). Em ambos há referências a metas aspiracionais cujo horizonte estende-se até um ponto não especificado nos anos 30. Quando, como é nosso caso, o Estado já se sobrecarregou de obrigações que testam os limites de sua capacidade – de tributar, de gastar, de se endividar, de reformar, de gerir e de investir –, a realidade impõe, pelo lado da oferta doméstica, restrições a ambiciosos processos de expansão. E exige claras definições de prioridades. Porque, ao dispersar demais suas atividades, o Estado fica mais suscetível a ceder a interesses isolados, a persistir em promessas que não pode cumprir. A assumir metas e objetivos inalcançáveis, que redundam em dívidas por equacionar. Principalmente quando receitas não recorrentes são utilizadas para financiar gastos que se tornam permanentes – e crescentes –, como vimos em experiências recentes. Ao longo dos próximos três anos será fundamental, de maneira clara e crível, sinalizar para agentes econômicos que existe um sistema de regras de responsabilidade fiscal que represente compromisso firme em assegurar a sustentabilidade da trajetória de finanças públicas do País. Como temos nos regimes monetário e cambial e como ainda nos falta na área fiscal, a despeito dos esforços do ministro Fernando Haddad, contra intenso fogo amigo. Porque uma política fiscal insustentável pode impedir o desenvolvimento econômico e social sustentado no longo prazo. *Economista, foi ministro da Fazenda no governo FHC ______________________________________________________________________________________ ----------- ---------- Recordar é Viver - Aldacir Marins e Macedo (Carnaval de 1955) Estúdio Térreo 49.743 visualizações 25 de mar. de 2011 Composição: Aldacir Louro A. Marins e Macedo, Infelizmente Não achei o interprete mas, espero que curtam. Imagens de Antigos Carnavais. Recordar é Viver Eu Ontem Sonhei Com Você Recordar é Viver Eu Ontem Sonhei Com Você Eu Sonhei Meu Grande Amor Que Você Foi Embora, Logo Voltou _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- domingo, 11 de fevereiro de 2024 Ruy Castro - Economia da folia Folha de S. Paulo O Carnaval mobiliza milhões de pessoas e custa ou produz outros tantos em reais; nada é de graça Um dia, alguém calculará o quanto o Carnaval movimenta de recursos e de pessoal para acontecer. Se puder. Tudo o que se vê, por exemplo, num desfile de escola de samba teve de ser fabricado por alguém. E esse alguém significa muita gente. As fantasias, envolvendo trajes, luvas, meias, sapatos, chapéus e perucas, saem dos croquis dos figurinistas, passam pelos desenhistas e chegam aos chapeleiros, cortadeiras, costureiras, bordadeiras e aderecistas. Sabe por que alguns trajes parecem espelhar a avenida? Porque são feitos de espelhinhos grudados ao tecido, cortados pelos espelhadores. Criado o protótipo de cada fantasia, ela é reproduzida às centenas, um modelo para cada ala, por um exército de artistas e artesãos. E as esculturas nos carros alegóricos? Partem também de desenhos, que os escultores transformam em moldes de isopor, a golpes de faca, estilete e gilete, ralam (sim, como se fosse queijo), lixam, "empastelam" —aplicando-lhes uma espécie de mingau de farinha de trigo— e empapelam para que, finalmente, os pintores "de liso" e "de arte" lhes dêem as cores com que você as verá na avenida. Os carros, seis ou sete por escola, com seus 10 m de comprimento, 10 de largura, 9 de altura, três toneladas de peso e andares, vigas, colunas, telhados e mobiliário, nascem de plantas como as exigidas para se construir uma casa. Daí serem montados com estruturas de ferro cobertas de madeira, para suportar o peso daquela multidão em cima. Não admira que cada carro exija 30 homens para empurrar. E por aí vai. É muito trabalho. Multiplique o número de escolas pelo de componentes, some-o aos milhares de abnegados que organizam os blocos do Carnaval de rua, os músicos que animam os bailes, os ambulantes da cerveja, os milhões de litros de essência de eucalipto despejados para combater o cheiro de xixi nas ruas e veja o que a folia faz pela economia. _______________________________________________________________________________________________________________ § 1º A função de ajudante de ordens do Presidente da República é exercida, indiferentemente por capitães ou majores, e a desempenhada junto às demais altas autoridades militares por capitães. O militar da reserva, seja qual for a função que ocupa, não representa a instituição militar. O desempenho de qualquer função, quando o militar está na reserva, é de responsabilidade pessoal. As instituições militares são representadas pelos seus comandantes, que são pessoas de longa vida militar e passaram por inúmeras avaliações durante a vida profissional, seguramente escolhidos entre os melhores do seu universo de escolha. ---------
----------- Santos Cruz: Difícil imaginar que Cid tomou iniciativas sem conhecimento de Bolsonaro - YouTube ----------- ------------- Santos Cruz: Difícil imaginar que Cid tomou iniciativas sem conhecimento de Bolsonaro UOL 95.923 visualizações 21 de ago. de 2023 UOL ENTREVISTA O General Santos Cruz falou durante participação no UOL Entrevista sobre atuação de Mauro Cid no caso relacionado as joias de Bolsonaro. ----------
------------ O ex-presidente Jair Bolsonaro e Mauro Cesar Barbosa Cid, o "coronel Cid" — Foto: Reprodução/Redes Sociais Resistência em relação a ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pesou na decisão de Lula em mudar comando do Exército | Política | G1 ---------- Resistência em relação a ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pesou na decisão de Lula em mudar comando do Exército Neste sábado, Lula demitiu o general Júlio César de Arruda do comando do Exército. Substituto é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, anunciou o ministro da Defesa. Por Heloísa Torres e Gabriel Palma, TV Globo — Brasília 21/01/2023 21h20 Atualizado há um ano A resistência do general Júlio César de Arruda em retirar a designação do tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid ao cargo de comandante do Primeiro Batalhão de Ações de Comandos pesou na decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em trocar o comando do Exército, apurou a TV Globo. Neste sábado (21), Lula demitiu o general Júlio César de Arruda do cargo. O substituto será o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, conforme anunciou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Exército: Critério da antiguidade foi usado na escolha do novo comandante, Gen Tomás Miguel Ribeiro Paiva Segundo auxiliares do Planalto ouvidos pela TV Globo, Arruda resistiu em retirar a designação do tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid para comandar o Primeiro Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia (GO). A designação foi feita em maio do ano passado, ainda durante o governo Bolsonaro. O militar conhecido como coronel Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. O coronel Cid é alvo de investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) pela divulgação de dados sigilosos de um inquério da Polícia Federal sobre um possível ataque hacker no sistema do Tribunal Superior Eleirotal (TSE). Ele foi indiciado pelo crime de divulgação de documento sigiloso. No andamento dessas investigações, o ministro Alexandre de Moraes determinou a quebra dos sigilos telemáticos e bancário dele. O inquérito passou, então, a ser sigiloso. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Comentários (7) Militar que estava nos EUA retorna a Brasília e é preso pela PF Sugerida para você Militar que estava nos EUA retorna a Brasília e é preso pela PF Veja também _________________________________________________________________________________________________________________ ------------ Pescador Marchinhas de Carnaval Domingo é dia, de pescaria, oi, Lá vou eu, de caniço e samburá, Maré tá cheia, Fico na areia, Porque na areia dá mais peixe, que no mar. (bis) Todo bom pescador, ama o sol, Todo bom pescador, pesca em pé, Não precisa pescar de anzol, É só com os olhos, feito, jacaré... é . Composição: Haroldo Lobo / Milton de Oliveira. _________________________________________________________________________________________________________ -------------- Carnaval de 1920 - NA MINHA CASA NÃO SE RACHA LENHA - Coisas que o tempo levou - letra original luciano hortencio 16.977 visualizações 23 de jan. de 2020 Carnaval de 1920 - NA MINHA CASA NÃO SE RACHA LENHA. Letra original. No carnaval de 1970, fantasiado de bebê chorão, entoava eu essa marchinha no Corso de carros que acontecia à avenida Dom Manuel, em Fortaleza. Obviamente não posso garantir ser a melodia a mesma entoada no carnaval de 1920, porém a letra era tal e qual. Nesse carnaval que se avizinha, a marchinha será centenária e o maravilhoso carnaval da Dom Manuel, cinquentenário. Coisas que o tempo levou. luciano hortencio. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- FILMES RAROS: de 1910 a 1955 – como era o CARNAVAL do Brasil ANTIGAMENTE UMA HISTÓRIA A MAIS 269.350 visualizações 18 de fev. de 2023 #amigosdahistória #folia #carnaval Corso, bloco de rua, cordões, marchinhas, fantasias, pierrôs, colombinas, lança-perfume, bailes nos clubes, escolas de samba, passistas, alas das baianas. Uma história de alegria, confete e serpentina em imagens raras por quatro décadas de folia no Brasil. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------- Beth Carvalho - Marchinhas de Carnaval (Pout Pourri) - Teatro Bradesco - 30/04/2014 (By Alan) alannoorkut 24.454 visualizações 1 de mai. de 2014 Beth Carvalho apresenta o show "Nosso Samba Tá Na Rua" em São Paulo. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
------------- INVESTIGAÇÃO Vídeo: Bolsonaro chama militares de 'traíras' e ataca a empresária Luiza Trajano O então presidente fez as declarações na mesma reunião ministerial em cobrou aliados a "agir" antes das eleições para evitar vitória de Lula, que ele dava como certa Por RENATO ALVES | O TEMPO BRASÍLIA 09/02/24 - 11h47 Bolsonaro reunido com ministros: para a PF, as imagens, que têm mais de uma hora de duração, revelam “o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo” Bolsonaro reunido com ministros: para a PF, as imagens, que têm mais de uma hora de duração, revelam “o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo” Foto Foto: Reprodução/Vídeo Na reunião ministerial de 5 de julho de 2022, em que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou os subordinados que usassem os cargos para disseminar informações falsas sobre supostas fraudes nas eleições, ele também atacou desafetos. Chamou militares que integraram o seu governo de “traíras” e fez insultos contra os irmãos Abraham e Arthur Weintraub (ex-ministro da Educação e ex-assessor da Presidência, respectivamente) e a empresária Luiza Trajano, dona e fundadora do Magazine Luiza, uma das maiores redes de varejo do país. No caso dos “traíras”, Bolsonaro não citou nomes, mas deixou claro que se referia aos militares que haviam deixado seu governo. Ele fez referência ao general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz, que foi um dos primeiros a sair. O filho dele, Caio Cesar dos Santos Cruz, é representante de uma empresa israelense. Em 2023, depôs à Polícia Federal na investigação da Abin Paralela, por ter vendido o sistema de monitoramento para o governo. “Olha os traíras que já passaram pelo nosso governo, inclusive, militares. Tem um militar aí, general, que tinha interesse em compra de armamento em Israel através do respectivo filho, vira inimigo mortal da gente. Olha o outro que foi, aqui, porta-voz. Ficou um ano sem fazer porra nenhuma aqui, porque eu acabei com a figura do porta-voz, mas quando ele foi embora, não interessa o motivo, virou grande escritor de jornal para sacanear a gente”, afirmou Bolsonaro. Jair Bolsonaro se referiu ao general Rêgo Barros, que foi porta-voz no seu primeiro ano de governo. “Olha o outro traíra que eu mandei para os Estados Unidos. Dei emprego pra ele de 22 mil dólares por mês, né, Paulo Guedes (ministro da Economia)? O outro irmão dele, 10 mil dólares por mês. E o cara vira inimigo. E alguns preocupados dele ser preso. Não vai ser preso. Ele está pronto pra fazer uma delação premiada no Supremo. O que ele vai falar? O que der na cabeça dele”. “Esses caras têm que viver à custa do Estado, é igual verme e carrapato” Em seguida, Bolsonaro disparou contra os irmãos Abraham e Arthur Weintraub e a empresária Luiza Trajano. Disse que todos vivem apenas às custas do Estado. “A única empresária de esquerda aí, a Magazine Luiza [sic], tá se ferrando, tá se ferrando, tá afundando. Esses caras têm que viver à custa do Estado, é igual verme e carrapato, não adianta falar pra sair da vaca, vai comer capim, que ele morre”, afirmou Bolsonaro. Contrariando a fala de Bolsonaro, no terceiro trimestre de 2022 (período da reunião ministerial), o Magazine Luiza registrou lucro de R$ 331 milhões e reverteu o prejuízo de R$ 190 milhões que havia sido verificado em igual trimestre do ano anterior. Em 2021, Trajano foi apontada como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista americana “Time”. Vídeo de reunião ministerial é apresentado como uma das maiores provas Um vídeo com a gravação da reunião ministerial foi encontrado em um dos computadores de Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro à época. Ele mostra Bolsonaro dizendo aos ministros que era necessário agir antes das eleições para que o Brasil não virasse “uma grande guerrilha”. As imagens foram divulgadas primeiro no site do jornal O Globo nesta sexta-feira (9) pela colunista Bela Megale. Ainda na manhã desta sexta-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou pública a íntegra do vídeo. ------------- ------------ O vídeo da reunião presidencial de 5 de julho de 2022 é tido pela PF como uma das principais provas da investigação que levou à operação Tempus Veritatus, deflagrada na quinta-feira. Para a corporação, as imagens, que têm mais de uma hora de duração, revelam “o arranjo de dinâmica golpista, no âmbito da alta cúpula do governo”. A partir dessa reunião, a PF aponta que houve uma sequência de eventos para o planejamento do suposto golpe de Estado. Na reunião ministerial, Bolsonaro ordenou a disseminação de fake news para tentar reverter o quadro eleitoral. Nervoso, o presidente disparou ofensas e palavrões. E exigiu o envolvimento de todos numa campanha para desmoralizar o sistema eleitoral, admitindo uma derrota nas urnas, mesmo a quatro meses da votação. “Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições”, disse Bolsonaro. Para impedir a, segundo ele, iminente vitória e posse de Lula, Bolsonaro propôs a redação de um documento afirmando ser impossível “definir a lisura das eleições”. Ele cobra inclusive a inclusão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) na tentativa de impedir a realização da eleição. “Nós não podemos, pessoal, deixar chegar as eleições e acontecer o que está pintado, está pintado. Eu parei de falar em voto imp... e eleições há umas três semanas. Vocês estão vendo agora que... eu acho que chegaram à conclusão. A gente vai ter que fazer alguma coisa antes”, afirmou o presidente. Bolsonaro diz que TSE cometeu um erro ao convidar Forças Armadas Em outro trecho do vídeo, Bolsonaro diz que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cometeu um erro ao convidar as Forças Armadas para integrar a Comissão de Transparência das Eleições. A medida visava justamente afastar qualquer dúvida sobre a regularidade do sistema eleitoral brasileiro. “Eles erraram [ao incluir as Forças Armadas]. Para nós, foi excelente. Eles se esqueceram que sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, afirmou o presidente, em meio aos ministros, que ouvem tudo calados. Bolsonaro citou os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do STF. Disse, sem mostrar provas, que eles estavam “preparando tudo para o Lula ganhar no primeiro turno” – o petista venceu Bolsonaro no segundo turno. “Alguém acredita em Fachin, Barroso e Alexandre de Moraes? Se acreditar levanta o braço. Acredita que são pessoas isentas, que tão preocupadas em fazer justiça, seguir a Constituição?”, disse. Ninguém se manifestou. Heleno discursou e defendeu “virada de mesa” antes das eleições Outro que falou em tom exaltado na mesma reunião foi o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Assim como Bolsonaro, ele disse que todos deveriam se envolver para evitar a realização da eleição presidencial. Falou em “virar a mesa”. “Não vai ter revisão do VAR. Então, o que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”, afirmou Heleno. VAR é o sistema de vídeo usado em jogos de futebol para revisar lances polêmicos, como pênaltis. Heleno chegou a propor que servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fossem infiltrados em campanhas eleitorais. Bolsonaro interrompeu a fala do general e orientou que conversassem sobre o tema posteriormente, em particular. Também discursaram no mesmo encontro os então ministros da Justiça, Anderson Torres, e da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Nogueira afirmou que o TSE era “inimigo” do governo. Assim como Bolsonaro e Heleno, Torres e Nogueira foram alvos da operação de quinta-feira. O que diz a PF sobre o vídeo e a suposta ‘organização criminosa’ Para conseguir os mandados de busca e apreensão, além das ordens de prisão, para a operação de quinta-feira, a PF apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um relatório. O documento tem análises de investigadores, com material anexado e apresentado como prova. O conteúdo inclui mensagens de textos e áudios, além de vídeos dos investigados. A representação da PF disse haver indícios de tentativa de que uma “organização criminosa” visava golpe de Estado e planejou a abolição violenta do Estado Democrático de Direito. A tentativa de golpe de Estado é considerada crime, com pena que varia de 4 a 12 anos de prisão , além da punição correspondente à violência empregada para a busca de tomada do poder – ou permanência no poder, caso a intenção seja beneficiar quem está nele. Já a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito ocorre quando alguém atua com violência ou grave ameaça para impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais, como o STF. A punição vai de 4 a 8 anos de prisão, além da pena relativa à violência usada. Para a suposta trama criminosa, a PF apontou seis núcleos que disseminavam “a narrativa de ocorrência de fraude nas eleições presidenciais, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e, eventualmente, legitimar uma intervenção das Forças Armadas, com abolição violenta do Estado Democrático de Direito, em dinâmica de verdadeira milícia digital”. 1. Núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral Forma de atuação: produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado. 2. Núcleo responsável por incitar militares à aderirem ao golpe de Estado Forma de atuação: eleição de alvos para amplificação de ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas. Os ataques eram realizados a partir da difusão em múltiplos canais e através de influenciadores em posição de autoridade perante a “audiência” militar. 3. Núcleo jurídico Forma de atuação: assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado. 4. Núcleo operacional de apoio às ações golpistas Forma de atuação: a partir da coordenação e interlocução com o então ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, atuavam em reuniões de planejamento e execução de medidas no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis militares, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais em Brasília. 5. Núcleo de inteligência paralela Forma de atuação: coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do então presidente na consumação do golpe de Estado. Monitoramento do itinerário, deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e de possíveis outras autoridades da República com objetivo de captura e detenção quando da assinatura do decreto de golpe de Estado. 6. Núcleo de oficiais de alta patente com influência e apoio a outros núcleos Forma de atuação: utilizando-se da alta patente militar que detinham, agiram para influenciar e incitar apoio aos demais núcleos de atuação por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas para consumação do Golpe de Estado. Todas as alegações da PF foram referendadas pela PGR, que enviou um parecer ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. Ele decretou 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Entre elas, estão a proibição de manter contato com os demais investigados, suspensão do exercício de funções públicas e proibição de deixar o País. Estes são os principais argumentos apresentados pela PF: Bolsonaro efetivamente participou e não apenas ouviu falar sobre um plano de tentativa de golpe. Ele sabia de uma minuta de decreto com medidas para impedir a posse de Lula e mantê-lo no poder. O então presidente da República discutiu o teor da chamada “minuta do golpe” e pediu ajustes. A versão inicial previa a prisão dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mas Bolsonaro pediu que os nomes de Pacheco e Gilmar fossem retirados, mas exigiu a manutenção do trecho que previa a realização de novas eleições. Com as mudanças no texto original da minuta, Bolsonaro convocou generais e comandantes das Forças Armadas. Ele apresentou a minuta e pressionou os oficiais para aderir ao golpe. Apenas o comandante da Marinha colocou a tropa à disposição, segundo a PF. Militares da ativa pressionaram colegas contrários ao golpe para tentar convencê-los a aderir ao movimento. Em uma das conversas recuperadas pela PF, o general Braga Netto, então ministro da Defesa, chamou o comandante do Exército, general Freire Gomes, de “cagão”. Oficiais do Exército organizaram manifestações contra o resultado das eleições e atuaram para garantir que os manifestantes tivessem segurança. O movimento incluiu o acampamento em frente aos quartéis, onde, de acordo com a PF, militares ensinaram táticas de guerrilhas a civis. O grupo mais próximo de Bolsonaro, incluindo ministros civis e militares, monitorou os passos de Alexandre de Moraes, tocando informações sobre a agenda do ministro do STF. Esse núcleo da “organização criminosa” era comandado pelo ex-assessor especial de Bolsonaro Marcelo Câmara. A intenção do monitoramento era garantir a prisão de Moraes, caso o golpe militar fosse concluído. Segundo as investigações, Marcelo Câmara tinha o “itinerário exato de deslocamento do ministro” nas semanas finais de dezembro de 2022. Em dezembro de 2022, o então chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, general Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, se reuniu com Bolsonaro no Palácio da Alvorada e disse que colocaria as tropas especiais nas ruas se ele publicasse a minuta do golpe. Os mais fiéis aliados de Bolsonaro, como Mauro Cid, seu ajudante de ordens, ajudaram a articular e financiar os atos que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro. Mensagens recuperadas pela PF mostram Cid dando orientações e oferecendo R$ 100 mil a uma major do Exército para ajudar na organização dos atos em Brasília. O PL, partido de Bolsonaro, foi usado para financiar narrativas que atacavam as urnas eletrônicas. O partido contratou um instituto para elaborar um estudo questionando o resultado da eleição. Na sede da legenda, os policiais encontraram um documento para decretação do estado de sítio. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
---------- Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro diz que não participava de decisões Tenente-coronel depõe na CPMI dos atos golpistas de 8 de janeiro Publicado em 11/07/2023 - 12:18 Por Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília ouvir: O ex-ajudante de ordens do então presidente da República Jair Bolsonaro tenente-coronel Mauro Cid disse nesta terça-feira (11) que, apesar da proximidade com o ex-mandatário, não participava das atividades relacionadas à administração pública, nem questionava Bolsonaro sobre o que era discutido em reuniões e encontros com autoridades dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo. “Na prática, a função do ajudante de ordem consistia, basicamente, em um serviço de secretariado executivo do ex-presidente”, explicou Cid no início de seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques golpistas do dia 8 de janeiro, quando vândalos invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF). “No dia a dia das reuniões e agendas do ex-presidente, recepcionávamos os participantes e os direcionávamos ao local desejado, ficando do lado de fora das salas de reunião, sempre à disposição. Não questionávamos o que era tratado nas respectivas agendas e reuniões”, disse o militar. Após garantir que, em 2019, assumiu a chefia da Ajudância de Ordem da Presidência da República por indicação do Comando do Exército e que sua nomeação não teve nenhuma ingerência política, o tenente-coronel destacou o fato de, ao longo de 27 anos de serviço militar, ter se destacado. Em seguida, Cid elencou algumas das tarefas de que foi incumbido durante os quatro anos em que serviu ao ex-presidente Bolsonaro. “Execução da agenda; recepção e encaminhamento de pessoas para reuniões; atendimento de ligações e recebimento de correspondências; impressão de documentos; recebimento e entrega de presentes e auxiliar nas atividades particulares e privadas do ex-presidente – almoços, viagens, finanças pessoais etc”, relacionou o militar. O ex-ajudante de ordens está detido desde o dia 3 de maio, acusado de ter fraudado cartões de vacinação contra a covid-19, incluindo o de Bolsonaro e parentes do ex-presidente. Ele também é apontado como um dos articuladores de uma conspiração para reverter o resultado eleitoral do ano passado, inclusive com planos de uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com investigações da Polícia Federal, mensagens capturadas com autorização judicial após apreensão do celular de Cid evidenciam que ele reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. Em seu telefone celular, peritos da Polícia Federal (PF) encontraram mensagens que ele trocou com outros militares e que, segundo deputados federais e senadores que integram a CPMI do 8 de Janeiro, reforçam a tese de que o grupo tramava um golpe. Relatório de investigação produzido pela Polícia Federal registra que as mensagens mostram Cid reunindo documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe de Estado. Nelas, o militar teria compartilhado um documento com instruções para declaração de Estado de Sítio diante de "decisões inconstitucionais do STF". Por decisão da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em pedido de habeas corpus da defesa do investigado, Cid foi obrigado a comparecer à comissão, mas tem o direito de ficar em silêncio diante de perguntas que possam incriminá-lo. Direito do qual, logo no início de seu depoimento, ele disse que se valeria. “Até onde tenho conhecimento, sou investigado pelo Poder Judiciário, especialmente pelo STF, em ao menos oito ações criminais. Entre elas, a suposta falsificação de cartões de vacina; a suposta participação e incitação dos atos de 8 de janeiro e a suposta fraude na [tentativa de] retirada de presentes recebidos pelo ex-presidente. Por este motivo, não poderei esclarecer diversos outros questionamentos que poderiam ser feitos para além do contexto fático [relacionado aos atos golpistas de 8 de janeiro] e, por orientação da minha defesa e com base na ordem do habeas corpus concedida pelo STF, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio”, explicou o tenente-coronel. Edição: Fernando Fraga CPMI dos Atos Golpistas Atos Golpistas atos antidemocráticos Mauro Cid ajudante de ordens ________________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- Revista Forense 142: Legislação | Blog GEN Jurídico ---------- Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI No 1.608, DE 22 DE MAIO DE 1952. Altera o art. 59, do Decreto-lei número 9.120, de 2 de abril de 1946, referente à organização dos quadros efetivos do Exército. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O Presidente da República, o Ministro da Guerra, o chefe do Estado Maior das Fôrças Armadas, o chefe do Estado Maior do Exército, os comandantes das zonas militares e o chefe do Departamento Geral de Administração do Ministério da Guerra, cada um dispõe de dois ajudantes de ordens. Cada um dos demais generais da ativa, quando em função de caráter essencialmente militar, ou enquanto aguarda comissão, terá um ajudante de ordens. § 1º A função de ajudante de ordens do Presidente da República é exercida, indiferentemente por capitães ou majores, e a desempenhada junto às demais altas autoridades militares por capitães. § 2º Não terá ajudante de ordens o general em comissão de caráter permanente no estrangeiro. § 3º O coronel, no exercício de função de comando correspondente ao pôsto de general, dispõe de um oficial adjunto, em vez de um ajudante de ordens. § 4º Cada oficial pode permanecer como ajudante de ordens ou adjunto sòmente até o prazo de três anos, consecutivos ou não, excetuados os que servirem junto ao Presidente da República, para os quais o tempo de permanência na função poderá corresponder ao período presidencial. Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário. Rio de Janeiro, 22 de maio de 1952; 131º da Independência e 64º da República. GETÚLIO VARGAS Cyro Espírito Santo Cardoso Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.5.1952 _________________________________________________________________________________________________________________
--------- CARDOSO, CIRO DO ESPÍRITO SANTO *militar; rev. 1922; ch. Gab. Mil. Pres. Rep. 1951-1952; min. Guerra 1952-1954; comte. IV Ex. 1957-1959; ch. Depto. Ger. Pess. Ex. 1959. Ciro do Espírito Santo Cardoso nasceu em Lapa (PR) no dia 24 de agosto de 1898, filho do então tenente Augusto Inácio do Espírito Santo Cardoso e de Ana Fernandes Cardoso. Seu pai veio a ser ministro da Guerra de Getúlio Vargas de junho de 1932 a dezembro de 1933. Seu irmão, Dulcídio do Espírito Santo Cardoso, foi revolucionário de 1924 e prefeito do Distrito Federal de 1952 a 1954. Em 1915 Ciro Cardoso ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, saindo aspirante a oficial em 1918. Promovido a segundo-tenente em 1919, serviu no 7º Regimento de Infantaria em Santa Maria (RS), e no 54º Batalhão de Caçadores em São Gonçalo (RJ). Em 1921, foi promovido a primeiro-tenente. Em julho de 1922, era instrutor da Escola Militar do Realengo quando se preparou e desencadeou uma insurreição contra o governo federal. No dia 4, o líder dos revolucionários, coronel João Maria Xavier de Brito Júnior, encarregou-o de impedir a chegada à escola do general Eduardo Monteiro de Barros, que viria assumir o comando da unidade em nome das forças legalistas. Debelado o movimento no dia 5, Ciro Cardoso foi preso e condenado a um ano e quatro meses de reclusão. Devido à atividade sua e de vários membros de sua família nos movimentos revolucionários da década de 1920, o tenente Ciro Cardoso, considerado figura suspeita pelas autoridades, teve sua carreira militar praticamente paralisada. Somente após a vitória da Revolução de 1930 e a anistia concedida no dia 8 de novembro de 1930, foi promovido a capitão (15/11/1930). Entre 1931 e 1932, serviu no 11º Regimento de Infantaria, em São João del Rei (MG), e entre 1932 e 1933 serviu como ajudante de ordens, sem remuneração, no gabinete do ministro da Guerra, o general Augusto Inácio Cardoso, seu pai. Em outubro de 1934 foi promovido a major, enquanto fazia o curso de aperfeiçoamento. Em 1935, voltou a servir no 11º RI em São João del Rei, e de 1935 a 1936 cursou a Escola de Estado-Maior, terminando o curso em segundo lugar. Em 1937, foi durante algum tempo instrutor-chefe de infantaria na Escola Militar do Realengo. Ainda em 1937, foi servir no estado-maior da 2ª Região Militar, em São Paulo, trabalhando ao mesmo tempo na Secretaria Estadual de Segurança Pública, de que era titular na época seu irmão, o major Dulcídio do Espírito Santo Cardoso. Em 1938 passou a servir no Estado-Maior do Exército e de 1939 a 1940 foi chefe do estado-maior da 7ª Região Militar, em Recife. Promovido a tenente-coronel em 1940, foi nomeado comandante do Batalhão de Guardas, no Rio. Em 1942 foi promovido a coronel e, a partir de março, esteve à disposição do Segundo Grupo de Regiões Militares. Entre julho de 1943 e fevereiro de 1946, foi chefe do gabinete da secretaria geral do Conselho de Segurança Nacional, no Rio de Janeiro. Em 1946 foi promovido a general de brigada e, após servir no Estado-Maior do Exército, assumiu o comando do Núcleo de Recomplemento das Unidades-Escola, no Rio. De 1947 a 1948, foi subcomandante da 3ª Divisão de Infantaria, em Santa Maria, e entre 1948 e março de 1950 comandou a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ). Em maio, foi transferido para Fortaleza, onde permaneceu até 20 de janeiro de 1951 como comandante da 10ª Região Militar. A vitória de Getúlio Vargas nas eleições de 1950 desencadeou, em parte da grande imprensa, uma campanha contra a posse do candidato eleito. O general Ciro Cardoso, entretanto, pronunciou-se em Fortaleza a favor da posse de Vargas. Graças a essa atitude, foi convidado pelo presidente para assumir a chefia do Gabinete Militar da Presidência da República, cargo em que permaneceu de 31 de janeiro de 1951 a 10 de abril de 1952. Ao mesmo tempo, como atribuição do cargo, ocupava a função de secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, presidindo ainda a Comissão Especial de Faixa de Fronteiras. Ainda no início da década de 1950, convidado a paraninfar uma turma da Escola Superior de Guerra (ESG), pronunciou um grave discurso de conteúdo anticomunista que alcançou grande repercussão. Na época, o Brasil negociava um acordo de defesa do hemisfério ocidental com os EUA, e o ministro da Guerra, general Newton Estillac Leal, colocou-se radicalmente contra os termos deste compromisso. Com a assinatura do acordo, o ministro da Guerra demitiu-se, e o general Ciro Cardoso foi chamado para ocupar seu cargo no dia 26 de março de 1952, passando a ter uma atuação efetiva de combate ao comunismo. Em agosto, foi promovido a general de divisão, e entre setembro e novembro foi ministro interino da Marinha. Em fevereiro de 1954, ocupava ainda a pasta da Guerra quando ocorreu a divulgação do Manifesto, ou Memorial dos coronéis. No dia 8, 82 coronéis e tenentes-coronéis lançaram um manifesto dirigido à alta hierarquia militar. Entre outros protestos, os oficiais enfatizavam o inconformismo quanto ao fato de a dotação orçamentária destinada ao Exército ser inferior à das outras forças armadas, o que gerava sério descontentamento profissional, principalmente entre os oficiais menos graduados. Criticavam ainda o aumento do salário mínimo, que sofrera um reajuste de 100%, considerando-o uma “aberrante subversão de todos os valores profissionais”. Apelavam em favor do reaparelhamento do Exército, alegando que os quadros institucionais estavam ameaçados pelos comunistas, apontados como aproveitadores da desordem reinante. O ministro Ciro Cardoso não havia transmitido ao presidente da República uma visão suficientemente clara do ponto a que chegara o descontentamento no Exército, e este fato custou-lhe o cargo. No dia 23 de fevereiro, foi exonerado e substituído pelo general Euclides Zenóbio da Costa. Voltando à caserna, Ciro Cardoso ocupou até o final de 1954 o cargo de diretor de Ensino do Exército, no Rio de Janeiro. Entre janeiro de 1955 e fevereiro de 1956, comandou a 4ª Região Militar, em Juiz de Fora (MG). Retornando ao Rio de Janeiro, assumiu o cargo de diretor-geral do Serviço Militar em março de 1956. Em novembro, determinou a prisão do coronel Nemo Canabarro Lucas, acusando-o de ter infringido os dispositivos que vedam a manifestação política de militares da ativa. O coronel Canabarro era considerado líder da Frente de Novembro, que em 1955 defendera a legalidade constitucional sob o comando do marechal Henrique Teixeira Lott. Em dezembro de 1956 passou a diretor-geral de Material Bélico, cargo em que permaneceu até maio de 1957. Entre março e maio desse ano fez o estágio do curso superior de guerra, e entre junho de 1957 e março de 1959 comandou o IV Exército, sediado em Recife. Em agosto de 1958, foi promovido a general de exército. De volta ao Rio em abril de 1959, assumiu a chefia do Departamento Geral de Pessoal do Exército, permanecendo no cargo até passar para a reserva, no dia 27 de julho, no posto de marechal. A partir de então, retirou-se para São João del Rei, onde passou a dirigir a universidade local. Faleceu em Belo Horizonte no dia 31 de agosto de 1979. Seu primo-irmão Leônidas Fernandes Cardoso, também militar, era pai de Fernando Henrique Cardoso, presidente da República de 1995 a 2003. Amélia Coutinho FONTES: ARQ. GETÚLIO VARGAS; COHN, G. Petróleo; CONSULT. MAGALHÃES, B.; CORRESP. GAB. MIL. PRES. REP.; CORRESP. SECRET. GER. EXÉRC.; CORRESP. SERV. DOC. GER. MAR.; COSTA, M. Cronologia; DULLES, J. Getúlio; Encic. Mirador; ENTREV. ANDRADE, H.; FICHÁRIO PESQ. M. AMORIM; Grande encic. Delta; KUBITSCHEK, J. Meu (3); MIN. GUERRA. Almanaque (1953); Ministros da Justiça; PEIXOTO, A. Getúlio; SILVA, H. 1922. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
----------- Santos Cruz O general Carlos Alberto dos Santos Cruz durante cerimônia de diplomação de Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Foto: REUTERS/Adriano Machado (10/12/18) QUINTA-FEIRA, 28 DE MAIO DE 2020 Militar e a Política As Forças Armadas, por serem instituições de Estado, não devem fazer parte da dinâmica de assuntos de rotina política, afirma o General Carlos Alberto Santos Cruz em artigo para o jornal O Estado de São Paulo Todos os militares são eleitores, do soldado/marinheiro ao general-de-exército/brigadeiro/almirante. E todos votam com total liberdade de escolha nos seus candidatos e partidos de preferência. É o exercício da cidadania, na mais absoluta liberdade. É um dos pontos altos da democracia. É quando cada cidadão, em seu voto e por seu voto, vale o mesmo, independente de qualquer consideração de classe social, credo, etnia, etc. Mas a democracia é mais que isso. É também o funcionamento harmônico das instituições. É também a liberdade de imprensa e de associação. É também um processo coletivo de construção, a partir da diversidade da nossa sociedade, de um País mais justo, próspero e tolerante. Na cultura militar, não existe propaganda nem discussão política sobre preferência de candidatos e partidos dentro dos quartéis. Quando o cidadão coloca a farda e representa a instituição, ele tem compromisso institucional e constitucional. Seu compromisso é com a Nação. As Forças Armadas são instituições permanentes do Estado brasileiro e não participam nem se confundem com governos, que são passageiros, com projetos de poder, com disputas partidárias, com discussões e disputas entre Poderes ou autoridades, que naturalmente buscam definir seus espaços e limites. No jogo político, muitas vezes os atores são levados por interesses de curto prazo, influenciados por emoções, limitados por suas convicções. Isso é normal no ambiente democrático. O militar da reserva, seja qual for a função que ocupa, não representa a instituição militar. O desempenho de qualquer função, quando o militar está na reserva, é de responsabilidade pessoal. As instituições militares são representadas pelos seus comandantes, que são pessoas de longa vida militar e passaram por inúmeras avaliações durante a vida profissional, seguramente escolhidos entre os melhores do seu universo de escolha. O processo seletivo acontece em todos os níveis, desde a escolha de soldados para o Curso de Formação de Cabo até a promoção para general-de-exército. A estrutura hierárquica e a conduta disciplinar são baseadas no exemplo, no respeito, na liberdade de expressão e na união de todos. A união é que realmente faz a força. Mesmo com orçamento reduzido, basta entrar em qualquer instalação para ver a educação, a dedicação e o zelo com que o patrimônio público é mantido e administrado. As Forças Armadas estão presentes na história do Brasil, na defesa da pátria, na pacificação do país, na educação, na ciência, na construção, no desenvolvimento, etc, e até mesmo na política, em tempos passados, com todos os riscos, responsabilidades e desgastes inerentes a isso. Não por acaso, foi justamente no regime militar que as FA decidiram, acertadamente, sair da política e ater-se ao profissionalismo de suas funções constitucionais. As FA também são responsáveis por terem contribuído para o Brasil, com todos os problemas que temos, ser um dos dez maiores países do mundo. O país evoluiu e as Forças Armadas continuam presentes na defesa da pátria, nas diversas situações em que são chamadas para auxiliar a população em emergências e em apoio a algumas políticas de governo. Suas tarefas estão estabelecidas na Constituição – defender a pátria e garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem. O prestígio e a admiração que a sociedade lhes dedica foram construídos com sacrifício, trabalho e profissionalismo. Nesse período, a democracia brasileira evoluiu e se consolidou. Temos um governo e um Congresso legitimamente eleitos, e as instituições funcionando. Os Poderes não são perfeitos, como é normal. Nunca serão, já que são feitos de homens, não de anjos. Democracia se faz com instituições fortes, buscando permanentemente o seu aperfeiçoamento. No Brasil, existe legislação que permite o aperfeiçoamento das instituições e práticas políticas. As discordâncias e conflitos não estão impedindo o funcionamento das instituições. A busca da harmonia é obrigatória aos três Poderes. É uma obrigação constitucional. As diferenças, o jogo de pressões e as tensões são normais na democracia e as disputas precisam ocorrer em regime de liberdade, de respeito e dentro da lei. Por isso mesmo, a Constituição Federal se sobrepõe aos três Poderes da República para limitar seu emprego, para disciplinar seu exercício. É nesse processo que os três Poderes moderam sua atuação, encontram seus limites e definem as condições de emprego dos demais instrumentos do Estado, inclusive as Forças Armadas, na implementação de políticas públicas. As Forças Armadas, por serem instituições de Estado, não devem fazer parte da dinâmica de assuntos de rotina política. A dinâmica de governo não é compatível com as características da vida militar. Os militares são unidos, os comandantes são preparados, esclarecidos e mantêm o foco na sua missão constitucional. As FA são instituições que não participam de disputas partidárias, de assuntos de rotina de governo, de assuntos do “varejo”. Nas últimas décadas, as FA cruzaram momentos de hiperinflação, impeachment de presidentes, escândalos de corrupção, revezamento de governos com características diversas, sempre com posicionamento profissional, auxiliando a população, atentas à sua destinação constitucional, contribuindo para o prestígio internacional do País. É um histórico de orgulho do povo brasileiro e das próprias instituições. Por isso mesmo, creio que não se deixarão tragar e atrair por disputas políticas nem por objetivos pessoais, de grupos ou partidários. Acenos políticos não arranham esse bloco monolítico que é formado por pessoas esclarecidas e idealistas, comprometidas com o Estado e com a Nação, que integram uma das instituições mais admiradas pelo povo brasileiro. O General Santos Cruz, autor deste artigo, foi ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República. _________________________________________________________________________________________________________ -----------
---------- Carnaval deve movimentar R$ 9 bilhões no turismo em 2024, diz CNC Confederação estima que será a maior cifra depois da pandemia; Minas Gerais têm alta esperada de 20% no faturamento CNC projeta crescimento nos gastos de turistas que virão ao Brasil; na imagem, uma mulher com máscara de Carnaval Sérgio Lima/Poder360 16.02.2023 Gabriel Benevides 29.jan.2024 (segunda-feira) - 10h30 O Carnaval deve movimentar R$ 9 bilhões no setor de turismo no Brasil em 2024. A cifra é cerca de 10% superior aos R$ 8,2 bilhões movimentados durante o feriado em 2023 e o maior resultado para o período pós-pandem... Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/economia/carnaval-deve-movimentar-r-9-bilhoes-no-turismo-em-2024-diz-cnc/) © 2024 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei nº 9.610/98. A publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas. _________________________________________________________________________________________________________ ------------
----------- Golpe Chegou o general da banda Um ano e um mês depois do famigerado 8 de janeiro, dia em que os adeptos de Bolsonaro tinham tentado um malogrado golpe de estado — vieram à tona várias trapalhadas que os militares de extrema-direita cometeram. Trapalhadas, aliás, mais condizentes com generais da banda do que com militares sérios Em 09/02/24 21:08 por Conversas com Cid ----------- Cid de Queiroz Benjamin é um jornalista e político brasileiro. Nos anos 1960 e 1970, militou na luta armada, tendo sido dirigente do movimento estudantil em 1968 e integrante da resistência à ditadura militar, responsável pelo setor armado do Movimento Revolucionário Oito de Outubro. ---------- ------------- “Chegou o general da banda / Mourão, mourão / Catuca por baixo que ele cai”. Esses versos, que me vieram à cabeça nos últimos dias com a preciosa colaboração do general Hamilton Mourão, são da música “general da banda” — o grande sucesso do carnaval de 1950. De autoria de Satyro de Melo, Tancredo de Silva Pinto e José Alcides, a canção teve em Blecaute seu mais conhecido intérprete. Ela caiu tanto no gosto do público, que, a partir daí, o simpático cantor passou a se apresentar sempre fantasiado de “general da banda”, com um arremedo de farda e ornamentado com medalhas e dragonas. Pois bem, nesta semana — exatamente um ano e um mês depois do famigerado 8 de janeiro, dia em que os adeptos de Bolsonaro tinham tentado um malogrado golpe de estado — vieram à tona várias trapalhadas que os militares de extrema-direita cometeram. Trapalhadas, aliás, mais condizentes com generais da banda do que com militares sérios. Teve de tudo. Para começar, um coronel que era o queridinho de Bolsonaro e de generais do seu entorno, depois de preso fez um acordo de delação premiada e entregou todos os elementos para as investigações da Polícia Federal. Essa delação comprometeu dezenas de superiores, a começar pelo antigo presidente, de quem o coronel era ajudante de ordens. Em seguida veio mais coisa à tona. Além de minutas de decretos que anulariam as eleições e imporiam estado de sítio no país, foram descobertas gravações de reuniões em que se discutia o golpe de estado. Foi, talvez, um caso único na história em que conspiradores documentaram cada passo da conspiração. Piada pronta. Depois, teve um caso ainda mais constrangedor: um coronel da ativa, ao ver os agentes da PF chegando à sua porta, teve um piripaque, passou mal, desmaiou e precisou receber atendimento médico. Feliz do país que não depende de militares desse quilate para garantir a sua defesa diante de eventuais inimigos. Depois disso tudo, impossível não relacionar esses episódios à gozação que Blecaute fez dos militares há mais de 70 anos, com a sua fantasia de “general de banda”. Mas as coisas não pararam por aí. Talvez querendo levantar o moral das tropas golpistas, que andam meio em baixa, o general Hamilton Mourão, resolveu fazer um discurso ameaçador no Senado, onde ocupa uma cadeira pelo Rio Grande do Sul. Foi patético. Como se os militares estivessem acima das leis, Mourão considerou uma afronta que as investigações os atingissem e falou na existência de uma “devassa persecutória”. Não satisfeito, foi além: “Existem oficiais da ativa sendo atingidos por supostos delitos, inclusive oficiais generais. Não há o que justifica a omissão da Justiça Militar.” Pelo visto, Mourão não sabe muito bem o que diz a Constituição e como funciona o Judiciário no Brasil. Pensa que seus colegas de caserna só podem ser julgados pela Justiça Militar, seja qual for o crime cometido. Chega a ameaçar com a “possibilidade lamentável de um confronto de gravíssimas consequências”, pregando uma sublevação contra as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF). Ou seja, acusa quem ousa investigar uma tentativa de golpe de estado em que militares estejam envolvidos de estar fomentando um confronto “com gravíssimas consequências”. Diante dessas declarações, enquanto o ministro da Defesa, José Múcio, continua num silêncio ensurdecedor, já há parlamentares pedindo a cassação do mandato de Mourão. É compreensível. Se fosse o caso de dar-lhe um conselho, general, eu diria: No Chile há um dito popular interessante: “Del ridículo no hay vuelta”. Por isso, cuidado. Desse jeito o senhor vai fazer mais e mais gente compará-lo ao “general da banda” do Blecaute. Com todo o respeito a este último. Chegou o general da banda. BANDA , BOLSONARO , EXÉRCITO , GENERAL , GOLPE , MOURÃO ________________________________________________________________________________________________________
-------------- Reunião ministerial de Bolsonaro antes das eleições de 2022 — Foto: Reprodução Em 5 de julho de 2022 ------------ Em reunião, ministro de Bolsonaro defendeu 'alternativas' antes das eleições e admitiu 'risco de conturbar país' Vídeo do encontro mostra Mário Fernandes, ministro-substituto da Secretaria-Geral da Presidência, defendendo 'ação' antes do primeiro turno. Sigilo das imagens foi retirado nesta sexta-feira (9). Por Pedro Alves Neto, Kevin Lima, Márcio Falcão, Mateus Ferreira, g1 e TV Globo — Brasília 09/02/2024 13h36 Atualizado há 2 dias Em reunião com Jair Bolsonaro (PL) em julho de 2022, o então ministro-substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, Mário Fernandes, defendeu "alternativas" antes das eleições daquele ano, e admitiu o risco de "conturbar o país". As declarações constam em vídeo do encontro, realizado entre o então presidente Bolsonaro e seus ministros para discutir o pleito de 2022. A gravação foi apreendida pela Polícia Federal em um computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que fez acordo de colaboração premiada. O sigilo sobre o vídeo foi retirado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta sexta-feira (9). Na reunião, Fernandes citou países da América do Sul, que indicam "o que vão fazer". "Eu tenho visto vários governos no entorno do Brasil, na nossa América Latina, que sem papas na língua, indicam, com plena liberdade, sem medo algum, o que precisam fazer, o que desejam, o que vão fazer", disse. Em seguida, defendeu que o governo desse um prazo para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo a PF, ele cobrava que a Corte permitisse o acompanhamento das eleições pelos três poderes. "Nós temos que...um prazo para isso acontecer, por parte do Judiciário, do TSE, e uma previsão de uma próxima reunião pra alternativas se isso não acontecer nesse prazo", afirmou. Em seguida, passou a defender uma ação do governo antes das eleições, e citou "medida mais radical". No entanto, não chegou a explicitar a intenção. "Daqui a pouco nós estamos nas vésperas do primeiro turno. E aí, com a própria pressa internacional, a liberdade de ação do senhor e do governo vai ser bem menor. A população vai começar a acreditar: 'Não, tá tranquilo, o governo não tomou a medida mais radical, tá tranquilo'. Então, eu acho que realmente nós temos que ter um prazo para que isso aconteça, e não... para que eles raciocinem que é importante avaliar essa possibilidade. Mas principalmente, pra que uma alternativa seja tomada, como o senhor bem disse, antes que aconteça", disse. Fernandes também chegou a cogitar as consequências de uma possível ação pela força. "Porque no momento que acontecer, o que vai acon... É 64 de novo? É uma junta de governo? É um governo militar? É um atraso de tudo que se avançou no país? Porque isso vai acontecer. O país vai ser todo desarticulado. Eu não tô falando dos nossos postos não. Eu tô falando do país como um todo, todo o planejamento estratégico vai ser desarticulado", afirmou. "Então, tem que ser antes. Tem que acontecer antes, como nós queremos, dentro de um estado de normalidade. Mas é muito melhor assumir um pequeno risco de conturbar o país, pensando assim para que aconteça antes, do que assumir um risco muito maior da conturbação quando a fotografia lá for de quem a fraude determinar." Atuação de Bolsonaro Bolsonaro convocou ministros a agirem antes das eleições O vídeo da reunião também mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) dizendo a ministros que era necessário agir antes das eleições para que o Brasil não virasse "uma grande guerrilha". Segundo a PF, na reunião, o então presidente ordenou a disseminação de informações fraudulentas para tentar reverter a situação na disputa eleitoral. "Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições", disse. As supostas fraudes eleitorais alegadas por Bolsonaro ao longo de quatro anos de mandato nunca existiram. A lisura do processo e a confiança no resultado foram reafirmadas por autoridades nacionais e internacionais, diversas vezes. Operação da PF Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado A gravação da reunião é uma das peças que embasaram a operação da PF contra militares e ex-ministros suspeitos de participarem de uma tentativa de golpe de Estado. Entenda a operação: Havia 33 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva para serem cumpridos na operação Tempus Veritatis (que significa "hora da verdade", em latim), que foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes. Veja aqui todos os alvos da operação. O passaporte de Jair Bolsonaro foi apreendido e ele está proibido de falar com os investigados. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi alvo de um mandado de busca, mas acabou preso em flagrante por posse irregular de arma de fogo. Uma pepita de ouro foi apreendida com ele. Na sede do PL, foi encontrado na sala de Bolsonaro um documento que defende e anuncia a decretação de um estado de sítio e da garantia da lei e da ordem no país. O relatório da PF afirma que o grupo agia em seis núcleos para organizar uma tentativa de golpe de Estado. Veja detalhes aqui. Nomes próximos ao ex-presidente, como Braga Netto e Augusto Heleno, também foram alvos de busca e apreensão. O ex-assessor especial de Bolsonaro Filipe Martins, que, segundo a PF, foi quem entregou a minuta do golpe a Bolsonaro, e mais dois militares foram presos. Um quarto mandado de prisão foi expedido contra um coronel, mas ele não foi detido porque estava nos Estados Unidos, mas já será trazido ao Brasil. Veja aqui os motivos da Procuradoria-Geral da República para pedir as quatro prisões. A operação mirou ainda o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, com quem já havia sido encontrada uma minuta do golpe, e o ex-assessor de Bolsonaro Tércio Arnaud, apontado como integrante do chamado "gabinete do ódio". Eles são acusados de integrar um núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral. O advogado Amauri Feres Saad, que teria prestado assessoria jurídica para a elaboração da minuta, também foi alvo da PF. Outro alvo foi um padre católico conservador de Osasco (SP) que, segundo a PF, assessorava na elaboração de minutas de decretos golpistas. ANDERSON TORRES JAIR BOLSONARO POLÍCIA FEDERAL ________________________________________________________________________________________________________
---------- LAI Bolsonaro nomeia general como autoridade para monitorar Lei de Acesso à Informação Escolha de número 2 do general Ramos foi publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira Paulo Motoryn Brasil de Fato | Brasília (DF) | 07 de outubro de 2022 às 12:16 Jair Bolsonaro e o então comandante de Operações Especiais, general Mário Fernandes. - Isac Nóbrega/PR O presidente Jair Bolsonaro (PL) escolheu um general da reserva do Exército para exercer o cargo de Autoridade de Monitoramento da Lei de Acesso à Informação, função ligada à Secretaria-Geral da Presidência da República. O militar escolhido é Mário Fernandes, que também ocupa o posto de secretário-executivo na Secretaria-Geral. Ele é chefiado pelo ministro Luiz Eduardo Ramos, que também é general do Exército. Fernandes é um dos homens de confiança de Bolsonaro no Palácio do Planalto e foi alçado ao cargo na Secretaria-Geral menos de dois meses depois de ter passado à reserva do Exército. Seu último posto na Força foi como comandante de Operações Especiais. Antes da nomeação do general para monitorar a aplicação da LAI, publicada no Diário Oficial da União na manhã desta sexta-feira (7), o posto era ocupado pelo servidor Edson Leonardo Daléscio Teles. A atribuição da função é garantir a correta aplicação da LAI no órgão – ou, como tem sido característico no governo Bolsonaro, decretar o sigilo de informações públicas. Sancionada durante o governo Dilma Rousseff (PT), em 2012, a LAI tem 10 anos de existência. A medida regulamentou trechos da Constituição sobre o direito à informação pública. Um relatório da Transparência Brasil sobre o tema, com base nos dados do próprio Executivo Federal, identificou quase 1.500 pedidos de informação que foram negados utilizando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de forma equivocada, como justificativa. :: Homem é preso e escuta “vai gritar Lula lá na África”, general faz campanha a Bolsonaro, e mais :: Um caso sintomático da aposta do Palácio no sigilo para "esconder" desvios aconteceu no final de julho de 2019, quando a Presidência decretou o sigilo centenário sobre dados relativos aos crachás de acesso às dependências do Palácio do Planalto concedidos para o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O Brasil de Fato entrou em contato com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República para obter um posicionamento sobre a escolha de Mário Fernandes. Até o momento da publicação, não houve resposta do governo federal. No fim da tarde da sexta-feira (7), contudo, o órgão enviou uma nota. Leia a íntegra: Ao cumprimenta-lo cordialmente, destacamos, em resposta à demanda apresentada, que o Servidor anteriormente designado como Autoridade de Monitoramento da Lei de Acesso à Informação (LAI - Art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011), no âmbito desta Secretaria-Geral da Presidência da República (SG/PR), foi recentemente eleito para presidir a Comissão de Ética Pública (CEP/PR), Órgão responsável pela fiscalização da divulgação das Agendas / Compromissos Públicos no âmbito da PR, conforme determina o Art. 8º, Inciso VIII, da Lei nº 12.813, de 2013, aspecto este que poderia gerar uma incompatibilidade funcional entre as atribuições supracitadas. Neste sentido, a decisão deste Ministério foi de substituir a antiga Autoridade de Monitoramento da LAI, buscando atender às demandas de Governança, com o máximo de conformidade e probidade nos atos relativos à Lei de Acesso à Informação na SG/PR. Já quanto à escolha do Servidor atualmente designado, procurou-se cumprir o previsto no próprio Art. 40 da LAI, que determina que suas Autoridades de Monitoramento junto aos Órgãos sejam designadas entre os Servidores diretamente subordinados ao Titular (Ministro) do Ministério e/ou Órgão em questão, neste caso, o Secretário-Executivo da SG/PR. Ataques à LAI Em 2019, um decreto do governo federal ampliou o rol de autoridades que teriam competência para classificar de informações públicas nos graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. Após forte repercussão negativa, o Congresso Nacional derrubou o decreto. Já em 2020, uma Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), no contexto da pandemia, previa a suspensão dos prazos de resposta enquanto durasse a emergência em saúde pública. Esse trecho da MP acabou sendo invalidado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), após ação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Edição: Glauco Faria ________________________________________________________________________________________________________ ------------
-------- Militares brasileiros não pediram apoio para golpe, diz general dos EUA General Laura Richardson é CRÉDITO,FÉLIX MARIANO / BBC NEWS BRASIL Legenda da foto, General Laura Richardson é a primeira mulher a comandar o Southcom Article information Author,Leandro Prazeres Role,Da BBC News Brasil em Brasília Twitter,@PrazeresLeandro 26 maio 2023 A comandante do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom), general Laura Richardson, disse, em entrevista exclusiva à BBC News Brasil, que militares brasileiros não procuraram suporte para um suposto golpe militar durante a corrida eleitoral que acabou na derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2022. "Absolutamente, não. Eles não pediram nenhum tipo de suporte. Nós não discutimos nada político", disse a militar na quinta-feira (25/5). O Southcom é o comando militar norte-americano responsável por atuar na América do Sul, Central e no Caribe. O suposto envolvimento de militares brasileiros em planos para resistir aos resultados das eleições de 2022 e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem sendo investigado pela Polícia Federal com base em mensagens de texto trocadas por oficiais próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Entre eles está o coronel Élcio Franco, que atuou como secretário-executivo do Ministério da Saúde e como assessor especial do Ministério da Casa Civil, subordinado ao general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro à reeleição. O caso tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). Pule Matérias recomendadas e continue lendo Matérias recomendadas Lula na terra yanomami Yanomami: por que governo Lula não cumpriu promessa de resolver crise e o que planeja fazer agora US host Tucker Carlson and President Putin Por que Putin escolheu apresentador americano para polêmica entrevista Filipe Martins Quem é Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro preso pela PF, e do que é acusado Jair Bolsonaro 'Se tiver que virar a mesa, tem que ser antes das eleições': 6 momentos-chave da reunião de Bolsonaro e ministros em 2022 Fim do Matérias recomendadas Ao longo da corrida eleitoral, surgiram rumores de que os militares brasileiros pudessem ter sondado os norte-americanos para saber se os Estados Unidos dariam algum tipo de suporte em caso de desrespeito ao resultado das eleições - embora nunca tenha havido qualquer sinalização do governo e autoridades norte-americanas neste sentido. Os rumores se fundamentavam na percepção de proximidade entre os militares brasileiros e norte-americanos e por conta do histórico de apoio que o governo norte-americano deu ao golpe de estado ocorrido no Brasil em 1964, quando os militares brasileiros depuseram o então presidente João Goulart, visto como um político de esquerda que simpatizava com o então bloco comunista. Cinquenta e nove anos depois daquele episódio, a general norte-americana veio ao Brasil nesta semana para estreitar suas relações, justamente, com os atuais comandantes das Forças Armadas brasileiras sob um governo de centro-esquerda. Na quinta-feira, por exemplo, ela se reuniu com o ministro da Defesa, José Múcio. Laura Richardson é a primeira mulher a liderar o Southcom. Antes disso, ela também foi a primeira mulher a comandar o Northerncom, responsável pela área que abrange Estados Unidos, Canadá, México e parte da Groenlândia. Na entrevista à BBC News Brasil, a general também falou sobre o que ela classifica como ação "maligna" daqueles que são considerados os dois principais competidores dos Estados Unidos por influência na América Latina e no Caribe: China e Rússia. ----------
------------ Laura Richardson e o ministro da Defesa, José MúcioCRÉDITO,SOUTHCOM Legenda da foto, Laura Richardson se encontrou, nesta semana, com o ministro da Defesa, José Múcio, durante visita ao Brasil ---------- Pule Podcast e continue lendo Logo: BBC Lê BBC Lê Podcast traz áudios com reportagens selecionadas. Episódios Fim do Podcast "Eles (China e Rússia) são nossos principais concorrentes. Os chineses são nossos principais concorrentes na região. Nossa estratégia de defesa nacional coloca a República Popular da China como o desafio número um", afirmou a oficial. Segundo ela, a política de financiamento de obras de infraestrutura como portos e redes de telecomunicações adotada pela China seria preocupante por conta da suposta possibilidade de que, no futuro, poderiam ter algum tipo de uso militar por parte do regime de Pequim. Especialista em guerras (ela lutou no Iraque e no Afeganistão), Laura Richardson se esquivou ao responder se o presidente Lula estava atuando como um ator neutro em relação ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. "O presidente Lula é um líder global. E ele tomará suas próprias decisões. O que a Rússia fez com a Ucrânia é uma invasão injustificada e não provocada da Ucrânia. Ponto final", disse. Confira os principais trechos da entrevista: Estados Unidos e competição por influência na região BBC News Brasil - A senhora frequentemente menciona o fato de que atualmente China e Rússia são os principais concorrentes em relação à influência na região. O Comando do Sul está planejando expandir sua presença militar na região para enfrentar essa competição? Laura Richardson - Trabalhamos com todas as nossas nações parceiras na região, e acredito que o que realmente trazemos para a mesa com as 28 democracias de mentalidade semelhante à nossa é sobre democracia [...] O que está acontecendo na região é um chamado à ação, como eu gosto de chamar, entre democracia e autoritarismo. E acredito que, quando mostramos nações com valores semelhantes, compartilhamos os valores democráticos. BBC News Brasil - Em termos objetivos, o Comando do Sul planeja expandir sua presença militar na região ou não? Richardson - Vamos continuar fazendo o que fazemos há muitas décadas. Se precisarmos aumentar as forças porque temos uma assistência humanitária ou resposta a desastres que precisamos realizar, então provavelmente aumentaremos as forças e isso incluirá outras nações que estarão lá para ajudar a responder a um desastre ou uma crise. BBC News Brasil - Por que você diz que China e Rússia são os principais concorrentes em termos de influência na região? Richardson - Eles são nossos principais concorrentes. Os chineses são nossos principais concorrentes na região. Nossa estratégia de defesa nacional coloca a República Popular da China como o desafio número um. E, portanto, na região, as preocupações que tenho são de que, dos 31 países desta região, 21 assinaram a "Iniciativa Um Cinturão, uma Rota" (também conhecida como Nova Rota da Seda). Não há nada de errado com isso, se não houvesse coisas como empréstimos-armadilha de US$ 150 bilhões para países e projetos que não são feitos corretamente, com estouros de custos, trabalho mal-feito. Às vezes, esses projetos criam mais problemas do que resolvem. BBC News Brasil - A senhora tem descrito as ações da Rússia e da China na América Latina e no Caribe como malignas. A China e a Rússia representam uma ameaça para esta região ou apenas para os interesses dos EUA na região? Richardson - Eu acho que (é uma ameaça) aos interesses de todo mundo, das democracias da região e não apenas aos interesses americanos na região. Quero dizer…essa é a nossa região. É a nossa vizinhança. Quando você olha para as atividades malignas deles (China, Rússia) na região... Não se trata apenas da Nova Rota da Seda e de projetos que deram errado. Por que há tanto investimento? Por que há tanto foco em portos oceânicos? Por que há foco em telecomunicações, 4G e 5G? Houve um grande acúmulo de capacidade militar de arsenais convencionais e nucleares na China continental [...] Já vimos isso em outras regiões do mundo e na África e em todo o globo. Preocupo-me com o uso duplo (civil e militar) dessas estruturas. BBC News Brasil - Por outro lado, a senhora acredita que os Estados Unidos têm dado alguma opção para os países da região quando se trata desses investimentos? A senhora já disse que alguns desses países estariam desesperados por investimento… Richardson - E eu acho que todos nós podemos fazer mais como países democráticos e com mentalidades semelhantes. Será que as empresas chinesas estão fazendo lances menores e reduzindo os preços durante as licitações (em países da América Latina)? Será que eles oferecem o que realmente o projeto custa ou será que existem gastos excessivos associados a esses projetos? A resposta é: sim. Temos que olhar atentamente para o que está acontecendo na região e enfrentar essa situação. BBC News Brasil - A senhora acredita que o governo chinês tem competido de forma justa com os Estados Unidos pela influência na região? Richardson - Eu diria que, em termos de investimento e infraestrutura crítica, eu apenas apresento os fatos quando os vejo e começo a juntar todas as peças. Deixo que outras pessoas determinem se é justo ou não. Eu aponto atividades malignas quando as vejo. Se vemos isso no Comando do Sul, vamos expor e perguntar: "Para que isso serve? O que vocês estão fazendo?" Tem muitas coisas acontecendo. BBC News Brasil - A senhora tem levantado muitas perguntas, mas eu gostaria de lhe perguntar, então: que tipo de ameaças específicas a China e a Rússia representariam para o Brasil, por exemplo? Richardson - Então, o que tenho falado é principalmente em relação à China. E mais uma vez, volto ao fato de que a China tem um grande crescimento militar. Então: por que há tanto investimento dessas empresas estatais chinesas em infraestrutura crítica na região? E, em relação à informação, existe o Russia Today (veículo de informação russo), a Sputnik Mundo (veículo de informação russo em espanhol) e há um aumento na disseminação de desinformação na região. Eles têm mais de 31 milhões de seguidores. Não há verificação jornalística acontecendo nessas organizações. A desinformação, as notícias falsas e a intenção deliberada de enganar as populações não estão corretas. BBC News Brasil - Algumas semanas atrás, a senhora disse que a China vem manipulando governos na América Latina e no Caribe. Que evidências a senhora tem de que esse tipo de manipulação vem ocorrendo? A senhora acha que o Brasil poderia ser manipulado pelo governo chinês em algum momento? Richardson - Eu menciono algumas coisas nas quais a China parece estar investindo. Eu vejo como se fosse uma extração. Quando você chega numa nação anfitriã e você não contrata trabalhadores desse país para esses projetos bilionários, isso é o primeiro exemplo de que você não está investindo nos países em que esses projetos estão sendo executados. BBC News Brasil - Mas a senhora vê o Brasil como um país que pode ser de alguma forma manipulado pelo governo chinês? Richardson - Temos que estar de olhos bem abertos em relação ao que está acontecendo e estar muito cientes da situação ao lidar com a China neste momento. BBC News Brasil - A China construiu uma base espacial na Argentina e está negociando um acordo nuclear com o país. Em que medida isso lhe preocupa? Richardson - Estou preocupada com a infraestrutura espacial na região. E novamente, volto à infraestrutura crítica, os portos oceânicos, as telecomunicações [...] Sim, é preocupante. BBC News Brasil - Os Estados Unidos têm bases espaciais em diferentes países. Por que a China não poderia ter? Richardson - Bem… novamente, eu pergunto: por que há tanto investimento em infraestrutura crítica na América Latina e nesta região no hemisfério ocidental? BBC News Brasil - Mas essa é uma pergunta: o que a senhora acha que está por trás dessa decisão? Richardson- Bem, isso é para o público decidir o que pensa. Eu apresento os fatos como os vejo e deixo a audiência decidir. E não estou tentando levar ninguém a uma decisão. Como disse há alguns minutos, me preocupo com a natureza de uso duplo (dessas estruturas). Há um governo comunista que não respeita os direitos humanos de seu próprio povo investindo muito nesta região e vemos o que acontece quando uma nação tem a preponderância da influência e acesso a certas coisas [...] estou preocupada com isso. BBC News Brasil - No mês passado, o presidente Lula esteve na China e disse que quer fortalecer os laços com a China. A senhora está preocupada com o fortalecimento dos laços entre o Brasil e a China? Richardson - Bem, o Brasil toma suas próprias decisões [...] se isso me preocupa? Não me preocupa, porque temos nossa relação com o Brasil e continuaremos a trabalhar muito de perto com o país. -----------
------------ Bolsonaro, militares e eleições de 2022 Laura Richardson caminhando com o o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, e outras pessoas em 2021CRÉDITO,EMBAIXADA DOS ESTADOS UNIDOS Legenda da foto, ---------- Em 2021, Laura Richardson (à direita) veio ao Brasil e se reuniu com militares brasileiros pouco depois de assumir a chefia do Southcom. Entre as pessoas que encontrou estava o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto (de terno cinza, à esquerda), que, em 2022, foi candidato a vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro BBC News Brasil - Gostaria de voltar um pouco ao passado porque, no ano passado, havia o temor de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e alguns membros do alto escalão militar não aceitassem os resultados eleitorais. A senhora teve algumas conversas com militares brasileiros naquela época. A senhora ficou preocupada com a possibilidade de que membros das Forças Armadas brasileiras não aceitassem o resultado das eleições e estivessem dispostos a dar um golpe de estado? Richardson - Nossas Forças Armadas militares são muito profissionais e é isso que devemos fazer como militares. Nós temos uma longa relação com os militares brasileiros baseada no estado de direito, nos direitos humanos, no cumprimento da Constituição, assim como fazemos também. Nós falamos falando sobre cooperação de segurança militar e profissionalização da Força. E eu não tive dúvidas quanto à profissionalização das Forças Armadas do Brasil. Eles são extremamente profissionais e conhecem seu papel. BBC News Brasil - Eles pediram algum tipo de apoio no caso de não aceitarem os resultados das eleições naquele momento? Richardson - Absolutamente, não. Eles não pediram nenhum tipo de suporte. Nós não discutimos nada político. BBC News Brasil - Na sua opinião, houve alguma indicação de que o ex-presidente Bolsonaro ou os militares estariam dispostos a realizar um golpe naquele momento? Richardson - Não discutimos assuntos políticos. Falamos sobre cooperação de segurança militar, profissionalização de nossas forças, exercícios (militares), desafios de segurança na região [...] O que discutimos foi isso. Não falamos de coisas políticas. Brasil e Guerra na Ucrânia Lula em visita à ChinaCRÉDITO,RICARDO STUCKERT/ PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Legenda da foto, Em visita à China, em abril deste ano, Lula disse que os Estados Unidos deveriam parar de 'incentivar' a guerra na Ucrânia BBC News Brasil - Vamos falar, então, sobre um assunto militar: a guerra na Ucrânia. Tem havido algumas dúvidas na comunidade internacional sobre se o presidente Lula tem sido neutro em suas declarações sobre a guerra na Ucrânia. A senhora o vê como um ator neutro ou o vê atualmente mais como um aliado da Rússia? Richardson - O presidente Lula é um líder global e ele tomará suas próprias decisões. O que a Rússia fez com a Ucrânia é uma invasão injustificada e não provocada da Ucrânia. Ponto final. BBC News Brasil - Mas o presidente Lula disse que os Estados Unidos têm que parar de incentivar a guerra. A senhora concorda com essa declaração? Richardson - Não importa se concordo ou não. Volto ao que eu disse antes: o que a Rússia fez está errado. BBC News Brasil - A senhora acredita que o Brasil está de alguma forma em posição de desempenhar o papel de mediador de paz em relação ao conflito na Ucrânia? Richardson - Eu acredito que se algum líder estiver disposto a assumir esse papel para tentar trazer a paz, acho que todos gostariam que isso acontecesse. BBC News Brasil - O Brasil, na sua opinião, está em posição de desempenhar esse papel, considerando seu peso militar, político e econômico? Richardson - Eu diria que se algum país for capaz de mediar a paz, isso será bem-vindo. Suposta espionagem russa BBC News Brasil - Desde o ano passado, autoridades vêm investigando a existência de pelo menos três supostos espiões russos operando com identidades falsas brasileiras. A senhora tem alguma evidência ou teme que a Rússia possa ter transformado o Brasil em uma espécie de berçário para espiões? Richardson - Precisamos estar conscientes do nosso entorno o tempo todo e do que parecem ser os nossos desafios, os nossos adversários, como eu os chamo. Porque eles não são confiáveis. E precisamos ter os olhos bem abertos em relação ao que nossos adversários são capazes de fazer. BBC News Brasil - Existem pelo menos dois pedidos de extradição para um desses supostos espiões (Sergey Vladimirovich Cherkasov). Um é da Rússia e o outro é dos Estados Unidos. A senhora ficaria decepcionada se o governo brasileiro decidisse extraditá-lo para a Rússia e não para os Estados Unidos? Richardson - Deixo nossos líderes políticos lidarem com todas essas negociações. Novamente, estamos focados nas coisas que fazemos com o Brasil, na cooperação de segurança para combater os desafios de segurança na região. É nisso que nos concentramos. Tópicos relacionados Militares Estados Unidos Política Brasil ________________________________________________________________________________________________________ ---------- ------------- Brasil Pandeiro .- Linus Roth, violin - Johann Sebastian Rio ----------
------------ Militar que estava nos EUA retorna a Brasília e é preso pela PF Coronel Bernardo Romão Correa Neto desembarcou na capital federal no início da madrugada deste domingo (11) e foi levado pela Polícia do Exército; ele é suspeito de participar de articulações para um golpe de Estado. Por Reynaldo Turollo Jr, g1 — Brasília 11/02/2024 10h43 Atualizado há 6 horas Alvo de um mandado de prisão preventiva decretado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o coronel Bernardo Romão Correa Neto desembarcou em Brasília no início da madrugada deste domingo (11), vindo dos Estados Unidos. Correa Neto foi recebido no aeroporto pela Polícia Federal, que realizou os procedimentos para cumprimento da prisão e de busca pessoal. Ele teve três passaportes (um deles diplomático) e um celular apreendidos. Em seguida, o militar foi entregue à Polícia do Exército para ficar sob custódia da instituição no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília. A audiência de custódia foi realizada no final desta manhã, informou o Supremo. Correa Neto é investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento nos crimes de tentativa de golpe de Estado e de abolição do Estado democrático de direito. Alvo da PF por plano golpista, militar que estava nos EUA é preso Investigação da PF Na última quinta-feira (8), o coronel e outros três investigados na Operação Tempus Veritatis ("hora da verdade", em tradução do latim) tiveram a prisão preventiva decretada. Correa Neto não foi preso na ocasião porque estava a trabalho nos EUA. A PF havia comunicado ao comando do Exército para que o oficial se apresentasse no Brasil. Correa Neto foi instrutor de cavalaria durante três anos na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e é considerado um oficial bem-quisto pela tropa. O pedido de prisão, formulado pela PF, teve concordância da Procuradoria-Geral da República (PGR). A investigação encontrou diálogos de Mauro Cid com Correa Neto, à época no Comando Militar do Sul, que indicam que o coronel intermediou o convite para uma reunião no dia 28 de novembro de 2022, em Brasília. Na ocasião, ele "selecionou apenas oficiais formados no curso de forças especiais (kids pretos), providos, pois, de técnicas militares úteis para a consumação do golpe de Estado, e assistentes dos generais supostamente aliados", segundo as apurações. A PGR afirmou que "a investigação identificou que Correa Neto agia como homem de confiança de Mauro Cid, executando tarefas fora do Palácio da Alvorada que o então Ajudante de Ordens da Presidência da República não conseguiria desempenhar". A prisão dele foi justificada pela possibilidade de interferência nas investigações e pelo fato de que ele estava em missão nos Estados Unidos prevista para durar até 2025. Os outros três presos na operação de quinta-feira foram: Filipe Martins, ex-assessor especial de Jair Bolsonaro; Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército e assessor do ex-presidente; Rafael Martins, tenente-coronel do Exército. Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga tentativa de golpe de Estado ALEXANDRE DE MORAES MAURO CID STF - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ________________________________________________________________________________________________________ --------------- ----------------- Os Novos Baianos - Brasil Pandeiro - Heineken Concerts 97 chicooceano 164.174 visualizações 27 de mai. de 2011 Heineken Concerts - Palace - São Paulo - abril/1997 Moraes Moreira 50 anos convida Paulinho Boca de Cantor Armandinho Pepeu Gomes Marisa Monte Baby do Brasil Jorginho Gomes Davi Moraes Dadi "Brasil Pandeiro" - Assis Valente Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor Eu fui na Penha, fui pedir ao Padroeiro para me ajudar Salve o Morro do Vintém, pendura a saia eu quero ver Eu quero ver o tio Sam tocar pandeiro para o mundo sambar O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada Anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato Vai entrar no cuzcuz, acarajé e abará Na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô, iaiá Brasil, esquentai vossos pandeiros Iluminai os terreiros que nós queremos sambar Há quem sambe diferente noutras terras, noutra gente Num batuque de matar Batucada, batucada, reunir nossos valores Pastorinhas e cantores Expressão que não tem par, ó meu Brasil Brasil, esquentai vossos pandeiros Iluminai os terreiros que nós queremos sambar Ô, ô, sambar, iêiê, sambar... HEINEKEN CONCERTS Projeto & Produção - LPC Projetos Culturais Direção Artística -Toy Lima Gravação - TV Cultura de São Paulo _______________________________________________________________________________________________________

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