Quem sai aos seus...
O ditado
popular "Quem sai aos seus não degenera" é um dito antigo passado de geração para
geração e significa que aqueles que
seguem os passos e ensinamentos dos seus pais, não se perdem, isto é, possuem
uma boa vida longe de problemas.
Apesar de ser um ditado famoso,
podemos encontrar algumas incoerências nele, visto que nem todas as famílias possuem pais amorosos que zelam por seus
filhos.
O mais correto seria dizer que as pessoas que
possuem uma boa base durante a infância possuem mais chances de terem uma vida
tranquila quando adultas. tamyresdejesus
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Os filhos de minha filha meus netos são, os de
meu filho sê-lo-ão ou não. Provérbio
Português
CIÊNCIA
As brasileiras que lideraram o
sequenciamento do novo coronavírus
Equipe
conseguiu divulgar sequência completa do genoma viral apenas 48 horas após a
confirmação do primeiro caso da doença no Brasil; estudo ajudará no desenvolvimento
de vacinas
2 min de
leitura
REDAÇÃO GALILEU
01 MAR 2020
- 11H10 ATUALIZADO EM 01 MAR 2020 - 17H38
Ester Cerdeira Sabino (à esq.) e
Jaqueline Goes de Jesus fazem parte da equipe que fez o sequenciamento do
sequenciamento do genoma do novo coronavírus, que teve casos confirmados no
Brasil em fevereiro (Foto: USP Imagens; Currículo Lattes)
Duas
cientistas brasileiras tiveram papel essencial no sequenciamento do novo coronavírus, que teve primeiro caso na
América Latina confirmado em 26 de fevereiro. Publicado em uma rapidez
surpreendente – apenas dois dias após a verificação do primeiro paciente com a
doença no Brasil –, o estudo que elas conduziram ao lado de outros
pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz (IAL), da Universidade de Oxford e do
Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-USP) ajudará
epidemiologistas, virologistas e especialistas em saúde pública a
desenvolverem vacinas e testes diagnósticos.
Uma das
pesquisadoras envolvidas no estudo é Ester Sabino, diretora do Instituto de
Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino
Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus
(CADDE), que é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo
(Fapesp) e pelos britânicos Medical Research Council e Fundo Newton. A intenção
do CADDE é reunir cientistas para realizar estudos em tempo real de epidemias
de arboviroses, como é o caso da zika e da dengue. "A proposta é realmente
ajudar os serviços de saúde e não apenas publicar as informações meses depois
que o problema ocorreu”, explicou Sabino à Agência FAPESP.
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Estudo
esclarece pela primeira vez como o coronavírus afeta os pulmões
Jaqueline
Goes de Jesus, pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da
FAPESP, por sua vez, liderou a equipe que fez o sequenciamento do genoma viral
ao lado de Claudio Tavares Sacchi, responsável pelo Laboratório Estratégico do
Instituto Adolfo Lutz. A cientista desenvolve pesquisas na área de arboviroses
emergentes e faz parte do ZiBRA Project - Zika in Brazil Real Time Analysis, um
projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil. Durante seu
doutorado, ela contribuiu para o aprimoramento de protocolos de sequenciamento
de genomas completos pela tecnologia de nanoporos dos vírus Zika e HIV.
A pesquisa
sobre o novo coronavírus de que Sabino e Goes de Jesus participaram determinou
a sequência completa do genoma viral encontrado no Brasil, que foi chamado de
SARS-CoV-2. Ela foi divulgada no fórum de discussão Virological.org. “Ao
sequenciar o genoma do vírus, ficamos mais perto de saber a origem da
epidemia", aponta Sabino.
Embora
outros países tenham levado cerca de duas semanas para fazer o sequenciamento
do coronavírus, a pesquisa brasileira foi concluída em dois dias; os cientistas
já previam que, cedo ou tarde, a doença chegaria aqui.
coronavirus
(Foto: reprodução)
A sequência
analisada no Brasil apresenta diferenças em relação ao genoma identificado em
Wuhan, o epicentro da epidemia na China. Porém, ela se aproxima das amostras do
coronavírus observadas na Alemanha no final de janeiro deste ano. “Esse é um
vírus que sofre poucas mutações: em média uma por mês. Por esse motivo, não
adianta sequenciar trecho pequenos do genoma. Para entender como está ocorrendo
a disseminação e como o vírus está evoluindo, é preciso mapear o genoma
completo”, explicou Sabino à Agência Fapesp.
Em
entrevista ao site G1, Goes de Jesus também observou: "Alguns vírus
são mais estáveis e outros, como os respiratórios, acabam mutando muito. É o
que acontece com o vírus da gripe: todo ano a gente tem uma vacina nova, porque
há muitas mutações".
Foice e martelo são do século 19, diz Flávio
Dino do PC do B
Sigla passará por reformulação
Deve tirar ‘comunista’ do nome
Bolsonaro: ‘Belicista e extremista’
Governador foi ao Poder em Foco
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do
B), concedeu entrevista ao programa Poder em Foco, parceria editorial entre o
Poder360 e o SBT. O comunista rebateu críticas às possibilidades de mudanças no
partidoSérgio Lima/Poder360 - 13.fev.2020
PODER360
02.mar.2020 (segunda-feira) - 0h00
atualizado: 02.mar.2020 (segunda-feira) - 6h59
02.mar.2020 (segunda-feira) - 0h00
atualizado: 02.mar.2020 (segunda-feira) - 6h59
O governador do Maranhão, Flávio Dino,
51 anos, confirmou que o PC do B (Partido Comunista do Brasil), ao qual é
filiado desde 2006, passará por reformulações em sua identidade visual, com
alterações no nome e no símbolo da legenda. Para ele, os atuais símbolos, a
foice e o martelo, são “do século 19”.
“Temos outras formas do trabalho que
têm de estar representadas. Então é 1 processo em curso. Muito provavelmente
haverá algum desfecho como outros países já fizeram no planeta, inclusive, no
Brasil”, disse em entrevista ao jornalista Fernando Rodrigues,
apresentador do programa Poder em Foco, uma parceria editorial do SBT com
o jornal digital Poder360.
Assista à entrevista, gravada em 13 de
fevereiro de 2020 (47min17seg):
Flávio Dino afirma que a palavra “comunista” deve
ser retirada do nome da sigla por causa do preconceito que se tem quanto ao seu
significado ideológico político-social.
“Infelizmente, por conta dos ecos das
ditaduras, difundiram-se muitos preconceitos contra a palavra ‘comunista’. É
uma coisa meio curiosa, porque não há inclusive base etimológica. Comunista é
comunhão, comum, comunidade. Então, a origem etimológica da palavra remete só a
coisas boas: comunhão, partilha, comunidade”, afirmou.
“Mas, infelizmente, isso foi
satanizado por certas atitudes ao longo da história, da ditadura militar e
outras. E, infelizmente, atualizadas agora por esse extremismo. Então, temos
que adotar uma tática que leve em conta a tática política, marcas etc., porém,
sem alterar o conteúdo. Nós somos 1 partido de defesa do Brasil, que defende a
nação, que tem 1 projeto nacional e que defende os mais pobres. Isso é o
fundamental”, declarou.
O governador ainda rebateu críticas à
possibilidade de mudanças no partido. Para ele, “é curioso que haja 1
patrulhamento” em relação ao PC do B, considerando que muitos partidos no
mundo já fizeram modificações em suas identidades.
“Todos podem, menos o PC do B. Ou
seja, cobram que nós sejamos dogmáticos. Às vezes nos criticam dizendo: ‘O PC
do B está traindo o seu ideário’. Mas por quê? Uma atualização não é
necessária? Claro que é necessária”, afirma.
O governador do Maranhão falou na
entrevista sobre sua atuação em busca de uma conciliação entre os partidos de
esquerda, na tentativa de formar o que chama de “frente ampla” para
disputar contra agremiações de direita ligadas ao presidente Jair Bolsonaro nas
eleições de 2022.
Dino falou sobre a atuação do STF
(Supremo Tribunal Federal) durante o processo de impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff (“[O Supremo] permitiu [o golpe]. (…) Resolveu
não intervir. Atuou como guardião das regras do jogo”).
Também fez comentários sobre o governo
Bolsonaro, reforma tributária e privatizações. Em relação ao Maranhão, explicou
o aumento de salário dos professores (piso de R$ 2.800 para quem trabalha 40
horas semanais, que pode chegar a R$ 6.500 com as gratificações), modelo de
escolas bilíngues e incentivo ao turismo.
Indagado sobre sua ideologia política,
Dino disse ser “comunista, graças a Deus”. A frase é uma alusão ao
livro “Anarquistas, graças a Deus”, de Zélia Gattai (1916-2008). Mas Dino
faz uma ressalva: “Anarquista eu não sou”. Durante a entrevista,
houve uma pequena confusão a respeito da frase, que foi atribuída pelo
entrevistador ao dramaturgo italiano Dario Fo (1926-2016). Na realidade, Fo foi
autor de várias obras com conteúdo satírico sobre socialismo e escreveu, entre
outras, a peça “Morte Acidental de 1 Anarquista”.
Poder em Foco: Flávio Dino, governador
...
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2022: ‘CANDIDATURA NÃO PRESIDE MINHA
VIDA’
Flávio Dino é 1 dos nomes cogitados
para a disputa presidencial em 2022. Levantamento da consultoria
Atlas Político, divulgado em 13 de fevereiro, apontou o comunista com 13% das
intenções de voto em 1 cenário sem o ex-presidente Lula e o ministro Sergio
Moro (Justiça e Segurança Pública). O governador ficou 28 pontos percentuais
atrás de Bolsonaro, que apareceu liderando a disputa.
Indagado sobre a possibilidade de vir
a ser candidato, Dino disse que, hoje, a candidatura ao Planalto “não é
algo que presida” a sua vida.
“Nós estamos ainda no alvorecer de
2020, portanto, é muito precoce. Seria 1 enorme equívoco político colocar o
carro adiante dos bois. De modo que não existe esse diálogo hoje sobre
candidatura A ou B. Seria 1 atropelo do principal, que é o diálogo, abertura,
programa, conectar a esquerda com população, mostrar que nós temos a oferecer
ao país 1 mundo melhor. Aí vamos discutir mais adiante. É claro que surgem especulações,
cenários, que bom. Mas não é algo que presida a minha vida hoje porque eu tenho
o pé no chão e sei que há o momento para que esse debate se coloque”, declarou.
Entretanto, o governador, que está em
seu 2º mandato consecutivo –não podendo disputar a reeleição–, disse que em
abril de 2022 deve deixar o comando do Executivo para concorrer a “alguma
eleição”.
“O meu desejo é esse. Seria incoerente
com a minha renúncia à magistratura. Eu era juiz federal, poderia ser até hoje,
seria até os 75 anos. Ingressei aos 25, portanto, eu seria magistrado por 50
anos, 1 cargo vitalício e muito importante no país. Renunciei a isso e,
obviamente, fiz uma opção de vida. Uma opção consciente e consistente, de modo
que desejo continuar na política eleitoral enquanto tiver apoio popular e apoio
das forças políticas que têm sustentado a minha atuação no nosso Estado do
Maranhão”, afirmou.
FILIAÇÃO AO PT: ‘NÃO EXISTE ESSE DIÁLOGO’
Em 18 de janeiro, Flávio Dino
reuniu-se com o ex-presidente Lula na sede da CUT (Central Única dos
Trabalhadores). Indagado a respeito do que foi discutido no encontro, o
governador negou que tenha tratado sobre a possibilidade de se filiar ao PT.
“Esse diálogo não ocorreu, como já foi
esclarecido, porque eu componho inclusive a Executiva Nacional, a direção
nacional do meu partido. Seria uma atitude estranha se houvesse esse tipo de
diálogo”, disse.
Lula publicou foto com Flávio Dino nas redes
sociais. “Orgulho em contar com o apoio e solidariedade de 1 homem do Direito
que, de quebra, teve a coragem de abandonar a toga para fazer política”, disseRicardo
Stuckert – 18.jan.2020
Segundo o governador, ao se encontrar
com o petista, argumentou sobre o que tem chamado de “frente ampla”, uma
união dos partidos de esquerda para enfrentar a direita de Bolsonaro.
“Eu argumentei muito fortemente nessa
direção do que tenho chamado de frente ampla, ou seja, essa compreensão de que
a esquerda sozinha não dá conta da resistência ao bolsonarismo e à reconquista
do comando central do país”, afirmou.
ESQUERDA E CENTRO: ‘LULA NÃO É OBSTÁCULO’
O comunista afirmou ainda que sua
intenção é buscar conciliação com “várias correntes políticas”, inclusive,
as liberais. E, para ele, Lula não será resistente a essa iniciativa.
“Tive muita acolhida de modo que
ele [Lula] me estimulou, me impulsionou a continuar com esse trabalho
de diálogo com várias correntes políticas. E fiz questão de frisar,
inclusive publicamente, que é para além da esquerda, uma vez que, por exemplo,
a vitória eleitoral do ex-presidente Lula em 2002 só foi possível com a aliança
com 1 liberal, 1 empresário, de centro, que foi o saudoso vice-presidente José
de Alencar. De modo que tenho certeza que ele [Lula] não é obstáculo
à continuidade desse processo”, afirmou.
2022: ‘PT SEM CABEÇA DE CHAPA SERIA INÉDITO’
Indagado sobre a possibilidade de os
partidos de esquerda se unirem para lançar, em 2022, 1 único candidato à
Presidência, Flávio Dino disse que fazer essa conciliação é 1 “enorme
desafio”e “uma necessidade objetiva”. Para ele, existe a possibilidade de
as siglas se unirem já em 2020.
“Temos muitas conversas entre as
lideranças dos partidos e eu acredito, sim, que é 1 processo em curso de
distensionamento, inclusive, de polêmicas pretéritas e de construção de 1 novo
programa, de uma nova identidade, de uma visão mais prospectiva, de uma visão
que dialogue para o futuro a partir, claro, dos problemas reais da população.
Acho que há uma alta possibilidade de isso ocorrer já em 2020 e também em
2022”, declarou.
Considerando a possibilidade de uma
aliança da esquerda, Flávio Dino afirmou que seria 1 fato “inédito” se o
PT, nas próximas eleições gerais, abrisse mão de lançar 1 candidato próprio e
apoiasse alguém de outro partido. Segundo ele, o ato faria parte da compreensão
de que, sozinha, a sigla não tem força “suficiente” para enfrentar a
atual conjuntura política do Brasil.
“Em 8 eleições presidenciais, o PT
esteve presente com grande destaque em todas as ocasiões e exerce, de fato, 1
papel dirigente em relação a esse segmento da política brasileira. Nós
reconhecemos essa preeminência, esse destaque do PT e do seu principal líder,
que é 1 dos maiores líderes populares da história brasileira, o ex-presidente
Lula. As coisas mudam, as dificuldades objetivas vão se colocando, há
obstáculos, e, por isso, eu acho sim possível que, em realidades locais,
municípios, Estados, e também no plano nacional, que haja uma abertura maior a
essa compreensão de que o PT e o PC do B, que são aliados históricos, têm 1
papel importante, porém não é suficiente na atual conjuntura, tendo em vista
que nós temos 1 enorme desafio”, defendeu.
Em entrevista concedida em 15 de
janeiro à TVT –emissora sindical–, Lula chegou a admitir que
apoiaria uma chapa tendo Flávio Dino como candidato a presidente. “Admito
que sim, como não? O PC do B já me apoiou 4 vezes. Eu tenho 1 apreço por ele”, disse
o petista.
Indagado sobre se o mais plausível
ainda seria somente uma união dos partidos no 2º turno, o comunista afirmou que
“está cedo” para essa afirmação.
“Vamos promover a maior convergência
possível no 1º turno e acho que nós estamos caminhando bem, muito bem, melhor
agora do que em 2018, na minha avaliação. E depois vamos ver quem é possível
atrair para uma perspectiva que não seja extremista, uma perspectiva que seja
de mediação nacional, 1 projeto nacional que albergue, inclusive, diferentes
visões e que faça também concessões. Nós da esquerda não podemos impor o nosso
ideário. Nós temos que, obviamente, construir o máximo, enquanto possível, de
condições para executar o nosso programa. Mas nós temos que respeitar a
legitimidade de outros setores sociais também”, disse.
LUCIANO HUCK: ‘TEM PAPEL IMPORTANTE’
Na tentativa de construir uma frente
ampla, Flávio Dino disse que tem conversado com o apresentador Luciano
Huck, possível candidato à Presidência em 2022. Segundo o governador, o
apresentador pode ajudar nessa construção, considerando sua defesa ao
fim da desigualdade social.
“Acho que ele ajuda. Hoje, a abordagem
que ele faz de temáticas como a desigualdade social, acho que isso é valioso
para o campo da esquerda. Significa dizer que Luciano Huck é da esquerda? Claro
que não. Nem ele pretende, mas nós podemos conversar com ele e eu tenho
conversado”, disse.
Indagado sobre se Luciano Huck seria 1
bom nome para a disputa presidencial, Dino defende que o fato de o apresentador
ter “se colocado no campo liberal não-bolsonarista” o faz ter 1 papel
importante no cenário político, mas destaca que “o leito natural da
esquerda passa por uma construção em torno do PT”.
“Ele é uma pessoa que tem se colocado
no campo liberal não-bolsonarista e eu acho que tem 1 papel importante em
relação a isto e tem polarizado, inclusive, setores do PSDB, setores da
academia, economistas importantes têm se posicionado ao lado dele e, portanto,
ele tem a sua representatividade. É claro que o leito natural da esquerda passa
por uma construção em torno do PT, que é o partido dirigente do nosso campo, e
as agremiações que tradicionalmente fazem parte do nosso campo”, disse.
Apesar das críticas do ex-presidente
Lula às associações de Luciano Huck à esquerda, o comunista afirma que é
possível apoiar o apresentador, ao menos num hipotético 2º turno. “Eu
tenho convicção de que isso é possível, ao menos em 2º turno, porque nós já
tivemos conjunturas parecidas.”
Em crítica a uma fala do ministro
Paulo Guedes (Economia), Dino afirmou que, para ele, é preferível buscar
diálogo com Luciano Huck, considerando que ele tenha uma postura progressista,
do que tê-lo “agredindo empregadas domésticas”. Em 12 de fevereiro, ao
defender a taxa de câmbio mais alta, Guedes afirmou que com o dólar baixo
empregadas domésticas estavam viajando para a Disney.
“A vida brasileira é muito mais
complexa do que caixinhas, preconceitos e rótulos e é isso que eu tenho
procurado colocar claramente. Eu prefiro que o Luciano Huck tenha, na prática,
adotado posturas progressistas, do que tê-lo como 1 reacionário a mais, por
exemplo, agredindo empregadas domésticas ou proferindo preconceitos e
violência”, disse.
‘CONTRA BOLSONARO, FARIA CAMPANHA PARA
ALCKMIN’
Dino disse considerar que o diálogo
com todos os setores da sociedade, incluindo os liberais, é necessário para
evitar que na próxima eleição presidencial não haja uma “frente ampla” atuando
contra a esquerda, como teria se dado em 2018, em sua percepção.
“Nós não podemos repetir em 2022 o que
tivemos em 2018, ou seja, no 2º turno a esquerda presente e uma frente ampla
contra a esquerda. Nós perdemos a eleição. Então, ou a frente ampla está ao
nosso lado ou ela está contra nós. Então, por isso, é importante dialogar com
setores liberais como eu tenho feito e outras lideranças, empresários, enfim,
porque eles têm 1 papel determinante para que a gente possa não só vencer as
eleições, vencer e governar. Ninguém governa sozinho”, defendeu.
O comunista afirmou que, em outro
cenário, sendo Geraldo Alckmin (PSDB) contra Bolsonaro, não só votaria no
tucano, como “teria feito campanha” para ele.
“Se o 2º turno em 2018 tivesse sido
Alckmin e Bolsonaro, eu teria não só votado em Alckmin, eu teria feito campanha
para Alckmin. E acho que, naquele momento, ele representava uma perspectiva
democrática melhor do que o Bolsonaro, mesmo que não fosse a minha. Meu
candidato foi Haddad, mas se esse hipotético 2º turno tivesse ocorrido, essa
teria sido minha atitude e acho que esse é o certo. O Governo do Maranhão
governa com 16 partidos. Não só venci a eleição com 16 partidos, eu governo meu
Estado com esses 16 partidos”, disse.
Para o governador, o maior desafio da
esquerda é, além de estar na disputa presidencial em 2º turno, ter “a
capacidade de em estando lá atrair apoios”.
O governador Flávio Dino defende a formação de
uma “frente ampla” contra a direita de BolsonaroSérgio Lima/Poder360 –
13.fev.2020
MEA CULPA: ERROU-SE NO GOVERNO DILMA
Flávio Dino fez críticas à forma como
o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016) conduziu a política
econômica do país. Citou as medidas adotadas pela gestão petista para estimular
o desenvolvimento econômico: desonerações tributárias; empréstimos do BNDES;
redução de tarifas, como da gasolina e da energia; além da promoção da redução
das taxas de juros de bancos, por meio da Caixa Econômica Federal e do Banco
Central.
O comunista afirma que o governo Dilma
teve responsabilidade pela crise fiscal, por causa dos “excessos fiscais”, que
resultou no aumento de desemprego e na redução do crescimento econômico a
partir de 2013. Porém, para ele, a culpa não “é exclusiva” da gestão
petista.
“Quem dirigiu o país naquele momento
éramos nós, então nós temos responsabilidade sobre isso, porém não exclusiva.
Isso que eu faço questão de dizer, por exemplo, as desonerações tributarias,
que todo mundo reconhece que foram excessivas e equivocadas, porque agonizaram
a crise fiscal. Todos que acompanham política sabem que grande parte das
desonerações foram feitas no Congresso Nacional, com emendas parlamentares de
vários partidos, havia as pautas bombas”, diz.
“Houve desacerto na condução da
política econômica, claro que houve, sobretudo, na forma como a então
presidenta Dilma quis executar a chamada agenda Fiesp. A agenda, por exemplo,
de redução de juros. A Fiesp, que é uma entidade do empresariado brasileiro,
apresentou a agente e ela, erradamente, naquele momento havia a visão segundo a
qual diminuindo energia, reduzindo juros, fazendo desoneração com o plano
Brasil maior, isso ia relançar a economia e ia gerar crescimento”, completa.
Para o governador, a crise econômica
criou 1 “ambiente equivocado” e, consequentemente, deu à esquerda a
responsabilidade sobre os problemas do país. Segundo ele, essa culpa, em
conjunto com 1 “isolamento político”, teria resultado no impeachment
de Dilma Rousseff, em 31 de agosto de 2016, impedindo que existissem condições
para que a petista revertesse o cenário econômico e corrigisse os erros.
“E é 1 aprendizado, todo mundo erra.
Aliás, isso é bíblico, Jesus Cristo que disse”, afirma. “Então isso
que chamam de autocrítica, às vezes com uma visão de autoflagelação, eu faço na
prática. Ao governar meu Estado, eu mostro o compromisso com a responsabilidade
fiscal. Naquele momento houve uma ideia de uma nova matriz econômica, que
infelizmente acabou sendo mal balanceada, mal graduada no tempo, e ela foi
atropelada pela crise política e pelo golpismo que levou ao impeachment
inconstitucional”, diz.
Apesar dos argumentos, Dino evita
fazer uma crítica individual a Dilma Rousseff por considerar que seria uma
atitude “injusta”. “Ela tinha boa fé, boa intenção, trabalhava muito.
Ela é uma mulher honesta, infelizmente, de fato, [houve] erro de
condução política, sobretudo, no momento, [ela teve] uma visão muito
estreita, muito exclusivista”, defende.
Ao voltar a fazer uma crítica oblíqua
ao ministro Paulo Guedes, o comunista afirmou que o PC do B chegou a alertar o
PT sobre a necessidade de construir uma aliança ampla em 2018 para evitar uma
derrota nas eleições gerais.
“Nós próprios, no caso do PC do B,
alertamos para a necessidade de uma aliança mais ampla porque sabíamos do
tamanho do desafio. Os adversários não são poucos de uma perspectiva nacional
popular, são esses que acham ruim empregadas domésticas viajando de avião”, diz.
STF ‘PERMITIU O GOLPE’ CONTRA
DILMA
Para Flávio Dino, o impeachment de
Dilma Rousseff foi 1 “golpe” que se deu como justificativa à crise
política e econômica na qual o país se encontrava. Ele afirma que “não havia
nenhuma base jurídica para o impeachment”.
O julgamento do impeachment foi feito
pelo Congresso, sob o comando do STF (Supremo Tribunal Federal). Para Dino,
durante a condução do processo, o Supremo, à época presidido pelo ministro
Ricardo Lewandowski, atuou de forma “inconstitucional”.
“Então o Supremo participou do
‘golpe’?”, questionou Fernando Rodrigues.
“Na verdade, permitiu. Porque havia
uma conjuntura naquele momento de isolamento político e uma crise econômica. E
o Supremo, naquele momento, adotou uma postura chamada de autocontenção, de
autorrestrição ou de autolimitação. Ou seja, Supremo resolveu não intervir.
Atuou como guardião das regras do jogo. Lembra-se que teve uma liminar do
ministro Barroso na ocasião e o ministro Lewandowski foi lá presidir 1 processo
posto no Senado e o Supremo optou por nunca julgar se havia ou não causa legítima”, defende.
O processo de impeachment de Dilma foi
aberto depois que o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ),
acolheu, em dezembro de 2015, o pedido apresentado pelos advogados Hélio Bicudo
-1 dos fundadores do PT-, Miguel Reale Júnior – ex-ministro de Fernando
Henrique Cardoso- e Janaína Paschoal.
No pedido dos advogados, havia a
denúncia dos seguintes crimes contra Dilma: improbidade administrativa; atos
contra a lei orçamentária; descumprimento das leis e de decisões judiciais;
crime contra a guarda e legal emprego do dinheiro público; negligência na
Petrobras; “promiscuidade” em relação a Lula e investigações da Lava
Jato; decretos sem autorização; e as chamadas “pedaladas fiscais”.
O último crime apontado no pedido foi
o principal item que culminaria no impeachment da petista. Em outubro de 2015,
o TCU (Tribunal de Contas da União) recomendou ao Congresso a rejeição das
contas do governo de 2014. As irregularidades apontadas somavam R$ 106 bilhões,
sendo R$ 40 bilhões referentes às “pedaladas fiscais”, que consistem no atraso
dos repasses para bancos públicos do dinheiro de benefícios sociais e
previdenciários. Essa prática obrigou instituições como Caixa Econômica Federal
e Banco do Brasil a usarem recursos próprios para honrar os compromissos, numa
espécie de empréstimo ao governo.
“Quando eu me refiro à inexistência de
base constitucional, isso eu tenho absoluta convicção. E não existe 1 único
jurista no país, não há 1 único jurista que discorde disso, de que não havia
base material para isso. Ou seja, pedaladas fiscais foi uma ficção que foi
inventada por uma parte da política brasileira para inventar 1 impeachment como
saída da crise. Lamento. Foi errado”, afirma.
Para Dino, “particularmente”, há “muitas
dúvidas” em relação à capacidade jurídica dos requerentes do impeachment.
Mas afirma que agora a agenda da esquerda está em direção ao futuro.
“Nossa agenda hoje tem que ser
desemprego, segurança pública, saúde, educação, que o governo atual não está
fazendo nada. Essa é a nossa agenda. Agora, até para acertar nela, nós temos
que olhar para o passado, para inclusive aprender com nossos erros. Agora, nós
temos também que socializar os erros porque senão fica essa narrativa
ficcional, mitológica e equivocada que só a esquerda errou. Houve corrupção nos
governos da esquerda? Sim. Infelizmente, 80% das sentenças da dita operação
Lava Jato eu teria assinado em baixo porque havia fatos graves que deveriam ser
apurados e punidos. Agora foi só a esquerda? Esses métodos de campanha,
financiamento, etc., nasceu quando a esquerda chegou ao poder? Não”, afirma.
‘SEM IMPEACHMENT NÃO HAVERIA BOLSONARO’
Para Flávio Dino, a sequência de fatos
políticos, a crise econômica e, principalmente, o impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff resultaram na ascensão da direita e na eleição de Jair
Bolsonaro, 1 capitão reformado do Exército, para a Presidência da República em
2018.
“Se não tivesse ocorrido o
impeachment, não existiria Bolsonaro. A vida é assim”, afirma.
Bolsonaro foi o 1º militar eleito para
comandar o país desde a redemocratização, em 1988. Também é o 1º da
categoria eleito por voto direto em mais de 7 décadas. O último foi Eurico
Gaspar Dutra, eleito em 1945.
“O arranjo da nova República teria
continuado de pé. O bolsonarismo é a corrente política da direita, que destrói
o pacto político que foi feito, quando da Constituinte, aliás, quando das
Diretas Já, antes, e ele rompe com esse pacto. Não teria ocorrido esta ruptura
se não tivesse ocorrido a ruptura do impeachment”, defende.
“Nós temos que ter verdade histórica
para o Brasil acertar. Meu ponto não é dizer que a esquerda é perfeita,
perfeição é 1 atributo divino, só no do reino dos céus. Claro que nós cometemos
erros, mas não fomos só nós. E nós temos que ter essa atitude por lealdade em
relação ao passado e para construir 1 futuro melhor para o Brasil”, completa.
Para o comunista, o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff foi 1 “golpe”Sérgio Lima/Poder360 – 13.fev.2020
GOVERNO BOLSONARO: ‘BELICISTA E
EXTREMISTA’
Ao avaliar o governo do presidente
Jair Bolsonaro, Dino afirma ser “muito difícil” visualizar acertos na
gestão do militar. Para ele, o Brasil hoje tem 1 comando “belicista e
extremista”, o que, segundo ele, “atrapalha” o desenvolvimento do
país.
“É muito difícil, porque eu sempre
olho para o vértice, para o líder. E o líder, infelizmente, não ajuda, porque
ele descontrói muito, ele desarruma muito, que é o presidente da República”, diz.
Entretanto, o comunista citou como
positiva a continuidade de políticas sociais criadas nos governos petistas, de
Lula e Dilma, o que o faz ter certo diálogo com a administração de Bolsonaro.
“É claro que há partes do governo com
as quais nós dialogamos”, diz. “Há políticas sociais que nós demos
continuidade, políticas que vieram do tempo da Dilma, passaram pelo Temer,
continuam no governo Bolsonaro. Programas que nós aplicamos, Casa da Mulher,
por exemplo, que nós implantamos desde o tempo da Dilma. Então, em relação a
essas questões assim do dia a dia, nós temos procurado manter uma relação institucional
com o governo federal.”
RESERVAS: ‘BC DEVE USAR PARA CONTER O
DÓLAR’
O governador do Maranhão avalia que a
redução da Selic (taxa básica de juros) é “altamente positiva” por
movimentar a economia. No entanto, para Dino, a medida resulta em uma “explosão
do câmbio” (preços das moedas internacionais em relação ao real). Também
criticou a influência ideológica dos Estados Unidos nas ações da equipe
econômica do governo.
“A explosão do câmbio que trás muitos
problemas para o Brasil, nós estamos vemos problema dos combustíveis que estão
indexados a essa temática do câmbio, há risco, inclusive, de inflação. O
crescimento, eu espero que se confirme em 2%, é muito pouco, mas é melhor do
que 0, óbvio. Mas ainda é 1 crescimento muito tênue e daí você teria que
retomar certas visões que a ideologia de Chicago não deixa. Então eu teria sim
reparos e eu acho que tinha que ser uma política menos ideológica e de mais
resultados para garantir que ela pudesse produzir 1 crescimento mais robusto”, diz.
Para segurar o câmbio, o governador
sugere intervenção do governo por meio do uso de reservas internacionais
brasileiras para conter a alta do dólar. Afirma, no entanto, ser contra
qualquer tipo de controle relacionado ao estabelecimento de tabelamento ou atos
normativos.
“Você tem instrumentos. O Banco
Central tem instrumentos para, sem haver intervencionismo normativo, manter o
dólar num patamar razoável. Havia uma supervalorização do real sobre o dólar, o
que é 1 erro, isso atrapalha as exportações, por exemplo. E agora nós fomos
para 1 outro extremo e nós temos que corrigir isso”, afirma.
“Pelos instrumentos de política
monetária que cabe ao Banco Central e o Ministério da Economia utilizar, por
exemplo, nós temos, neste momento, ainda, 1 estoque de reservas nacionais
bastante significativo, feito no período Lula e Dilma. E tem sido usado pela
equipe econômica. Nos últimos meses, a equipe econômica atual tem usado
reservas internacionais para tentar evitar que o câmbio vá para uma relação
ainda mais desfavorável a certas temáticas que eu abordei”, defende.
Dino defendeu ainda o uso das reservas
internacionais “para relançar o desenvolvimento” com investimentos em
fundos públicos.
“Nós precisamos, por exemplo, de
fundos, só o investimento privado não vai carregar o Brasil. Nunca carregou,
aliás, nunca carregou país nenhum do planeta, nem os de capitalismo
avançado. Então, o Estado não pode ter uma atitude tão absenteísta, tão
ausente, que acredite que apenas o livre jogo de força e mercado pode resolver
o problema do crescimento brasileiro. Você sabe que se não for acima de 3% não
é crescimento, na verdade, você está minimizando danos com o crescimento de 1%
ou 2%. Nós precisamos crescer acima de 3% e pra isso você precisa de fundos
públicos, que, inclusive, alavanque investimentos privados para a economia
crescer”, afirma.
Além disso, para o comunista, o
governo deveria adotar medidas Petrobras, de modo a reduzir o valor do gás de
cozinha, da gasolina e do diesel.
“O preço do gás de cozinha, da
gasolina e do diesel em larga medida deriva do câmbio, porque a Petrobras
decidiu, na minha visão, erradamente indexar os preços ao mercado
internacional. Quando o dólar dispara, é claro que o gás de cozinha vai a R$
100. É errado e tem que ser corrigido. Nós estamos falando de problemas reais
do Brasil”, diz.
“Eu acredito que seria necessário nós
retomarmos políticas no âmbito da Petrobras que levassem em conta a sua
responsabilidade social. Alguém vai dizer: ‘Subsídio, subversão?’. Mas claro,
pode ter subsídio para beneficiar empresários e os bancos e não pode beneficiar
a dona de casa? Que câmbio econômico é este? Nós temos que corrigir isso,
porque é obsceno que haja 1 gás de cozinha a R$ 100, a gasolina aumentou o
preço acima da inflação por conta dessa política. Então, deve ter algum tipo de
modelação na Petrobras , deve ter subsídio, subversão, controle. É
necessário porque temos pessoas e a economia que serve as pessoas de fato não
tem uma gestão correta”, afirma.
‘NÃO É PRIVATIZAÇÃO É DESNACIONALIZAÇÃO’
Flávio Dino critica o Programa
Nacional de Desestatização do governo Bolsonaro, o qual chamou de programa
de “desnacionalização”. Diz ser contra a venda total do setor de petróleo
e gás.
Para 2020, a equipe econômica
federal estima arrecadar R$ 150 bilhões em decorrência da
privatização e redução de participação acionária da União em empresas.
“Esses setores estratégicos não
estão sendo privatizados, é importante dizer isso aos brasileiros. Na verdade,
eles estão sendo vendidos para empresas estatais de outros países. Na verdade,
o que se chama de privatização no Brasil é desnacionalização. Você está tirando
do controle da Petrobras, que é uma estatal brasileira, e entregando para
estatal chinesa, para estatal norueguesa. Então, isso não é 1 programa de
privatização”, afirma.
O governador afirma que apoia
privatizações, no entanto, de estatais que “não cumprem nenhuma função
social”. Indagado sobre a privatização do Banco do Brasil e da Caixa
Econômica Federal, Dino foi taxativo: “Nem, pensar!”. Para ele, os
bancos estatais “têm 1 papel social gigantesco”.
“Nós temos que pensar o Brasil como
ele é. Eu acredito muito na nossa pátria, defendo a nossa soberania, soberania
científica e tecnológica, de energia, nenhum país no mundo abre mão disso. São
atributos de soberania, ativos estratégicos. Água, petróleo, energia… Nenhum
país no mundo abre mão disso, por que que o Brasil tem que ser condenado a
vender a sua soberania para estatais? Faço questão de frisar, estatais de
outros países. E isso está errado”, afirma.
“Agora tem uma pequena empresa, outro
dia vi o Paulo Guedes falando que tem uma empresa X que não cumpre nenhum
papel. É claro que ela deve ser fechada e vendida”, completa.
O governador do Maranhão anunciou que
vai vender ações da Gasmar (Companhia Maranhense de Gás), que já é uma empresa
público-privada, por considerar que não vai haver uma perda estratégica para o
Estado. Entretanto, afirma que não consegue estabelecer limites em relação à
compra das ações por estatais estrangeiras.
“Isso é defesa do Brasil, porque você
não pode praticar 1 patriotismo farisaico, que são aqueles que fingem chorar,
quando ouvem o Hino Nacional, fingem chorar quando veem a Bandeira Nacional e
depois vendem as riquezas nacionais para o controle de outros países do mundo”, diz.
REFORMA TRIBUTÁRIA
O comunista defende uma reforma
tributária que promova a extinção do ICMS (Imposto sobre Operações relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação) sobre combustíveis.
“Eu defendo a extinção do ICMS [sobre
combustíveis]. Espero que a reforma tributária faça isso. Cabe ao
presidente da República apresentar a proposta ao Congresso Nacional e o
Congresso Nacional liberar. Se houver a reforma tributária que eu defendo, é
claro que nós teremos uma carga tributária justa que é o nós objetivamos”, diz.
Indagado sobre a proposta do governo
de criar 2 tipos de Imposto sobre Valor Agregado dual (1 cobrado pelo governo
federal e outro pelos Estados), Dino diz ser contra a medida, uma vez que
defende a unificação e simplificação dos impostos.
“É 1 passo tímido e por isso que
defendo 1 IVA que unifique tudo, inclusive os Estados, sobre a arrecadação dos
Estados, que é a nossa proposta partilhando com o governo federal. Porque isso
simplifica o sistema tributário. Nós temos que perseguir 2 objetivos:
simplificar do sistema tributário, para isso aumentar a competitividade das
empresas brasileiras e, ao mesmo tempo, ter progressividade, grandes fortunas,
grandes dividendos, tem que pagar mais imposto”, declara.
Sobre o prazo da aprovação da reforma
tributária, Dino estima que o projeto seja aprovado ainda em 2020, desde que,
segundo ele, Bolsonaro “não atrapalhe”.
“Em relação aos governadores 10, em
relação ao Congresso, eu acho que tem 1 ambiente muito favorável. Eu espero que
o presidente da República não atrapalhe”, afirma.
Atualmente, há duas propostas de reformas
tributárias no Congresso, uma da Câmara e outra do Senado.
Em 6 de fevereiro, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou
a criação de uma comissão mista especial que deve produzir 1 texto único para a
reforma. O colegiado será formado por 20 deputados e 20 senadores. O governo
ainda não apresentou sua proposta.
IMPOSTO PARA MAIS RICOS
Flávio Dino defende o aumento de
tributação sobre grandes fortunas como uma medida para promover mais
desenvolvimento no Brasil. Para ele, a taxação deve ser nos moldes da OCDE
(Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
“Um bom exemplo que falta hoje para o
Brasil é aquele que tem iate, helicóptero, jet-ski, patrimônios milionários, os
bancos que têm lucros gigantescos, se submeterem ao regime tributário praticado
na OCDE”, defende.
“Já que a OCDE, o clube dos países
ricos, é o modelo para o atual governo, basta praticar a média dos tributos
sobre os ricos e o Brasil anda melhor”, afirma.
A OCDE é composta por 34 países, entre
eles os 20 mais ricos do mundo, e por 96 jurisdições. O Brasil não faz parte,
mas pleiteia uma posição no grupo com o apoio dos Estados Unidos. Um dos
principais desafios para o país se adequar à organização é a necessidade de uma
mudança no atual sistema tributário brasileiro.
Dino defende taxação das grandes fortunasSérgio
Lima/Poder360 – 13.fev.2020
BASE DE ALCÂNTARA
O governador do Maranhão falou sobre
o acordo promulgado pelo Congresso Nacional, em 20 de novembro de
2019, que permite uso do Centro Espacial de Alcântara para lançamentos
norte-americanos. Segundo ele, outros países que também fazem uso da tecnologia
poderão usar a base.
“O acordo não é para os Estados Unidos
usarem a base de Alcântara. É para qualquer empresa do planeta, sendo dos
Estados Unidos ou não, seja da Itália ou do Canadá, que use tecnologia
americana, poder lança foguete de Alcântara. Como 80% da tecnologia do mercado
aeroespacial é americana, é 1 acordo de propriedade intelectual, de proteção e
salvaguardas tecnológicas. Desde que não haja ampliação da base, eu sou a favor
de que ela seja usada”, defende.
“É 1 investimento do povo brasileiro e
acho que esse acordo pode permitir que nós tenhamos uma transição. Enquanto nós
não tenhamos o nosso próprio aeroespacial, nós permitimos que empresas de
outros países do mundo, inclusive os Estados Unidos, de qualquer país que
queira pagar, façam seus lançamentos no Maranhão”, afirma.
REDUÇÃO DE MUNICÍPIOS
Indagado sobre a proposta do governo
de extinguir 709 municípios na tentativa de reduzir gastos, Dino diz
ser contra a medida, considerando que a economia é “mínima” em
relação à “confusão” que pode resultar. Para ele, “falta foco” do
governo “naquilo que é principal”.
“Isso concentra renda nas mãos de
poucos. Eu não vejo necessidade ou sentido nisso, embora sejam atingidos mais
fortemente municípios do Sul do país. Muita gente pensa que é do Norte ou do
Nordeste e não, é basicamente do Sul do país, mas acho que é uma medida de
descentralização e acho que é 1 tema muito pequeno na agenda brasileira.
Realmente, eu não traria isso para o debate porque a economia é mínima e muita
confusão… É falta de foco naquilo que é principal”, diz.
A proposta do governo integra o pacote
de medidas econômicas que promete alterar a estrutura fiscal e
orçamentária da União e ainda mudar o pacto federativo. A intenção é extinguir
os municípios com até 5 mil moradores, que poderão ser incorporados a cidades
vizinhas caso arrecadem menos que 10% de suas receitas totais,
dependendo de transferências da União e dos Estados para arcar com suas
despesas. Saiba quais são os municípios.
REDUÇÃO DE CONGRESSISTAS
O governador do Maranhão diz ser
contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 106/2015 que
estabelece o enxugamento de 1/3 dos senadores e de aproximadamente 25% dos
deputados federais.
“Para que reduzir a política? O Brasil
precisa de mais democracia. Portanto, de uma atividade política melhor, não
interessa a quantidade, interessa a qualidade”, defende.
FUNDEB: 100% PARA SALÁRIO DOS PROFESSORES
Em 2018, o governo do Maranhão propôs
1 reajuste salarial para professores com aumento de 6 variações diferentes, de
5% a 17%. A medida foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Maranhão em 6 de
fevereiro.
Pelo texto, o piso para uma jornada de
trabalho de 20 horas semanais, que era de R$ 1.200,00, passou para R$ 1.400,00
e com as gratificações, subiu para R$ 2.700,00. Para a jornada de 40 horas
semanais, que era de R$ 2.400,00, aumentou para R$ 2.800 e pode chegar a R$
6.500,00 com as gratificações.
Indagado sobre como o governo vai
fazer os pagamentos, Dino disse que os recursos serão do Fundeb (Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e de outras fontes, como o
Tesouro.
“A Constituição diz que nós temos que
gastar 25% da nossa receita em educação e nós estamos gastando 30%. A lei do
Fundeb diz que você pode pagar 60% do Fundeb com salários e 40% com custeios e
investimentos. Assim, eu decidi que 100% do Fundeb é para salários dos
professores. Eu também retiro de outras fontes, do Tesouro, do Fundo Escola
Digna, de doações de empresas os recursos necessários para o custeio e o
investimento. É uma escolha, eu escolhi a educação e estou feliz com essa
escolha”, explica.
ESCOLAS BILÍNGUES
O comunista também falou sobre a
implementação de escolas bilíngues no Maranhão. Segundo ele, o ensino será
inserido nas escolas de sistema integral. A 1ª escola, o Centro de Ensino
Integral Bilíngue John Kennedy Jr, foi inaugurada em dezembro de 2019.
“Nós estamos começando agora o
programa bilíngue. Nós implantamos o sistema integral, saímos de 0 para 74
escolas em tempo integral e agora nós estamos agregando esse elemento. Nós
temos 1 programa de intercâmbio em que jovens de escolas públicas vão para
outros países do mundo. Centenas já foram para o Canadá, Estados Unidos, para a
França. Então, as escolas bilíngues se inserem nesse esforço de ampliarem as
habilidades da nossa juventude”, diz.
TURISMO NO MARANHÃO
Dino anunciou que o governo do
Maranhão tem pleiteado junto ao governo federal a transferência da gestão do
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Em dezembro de 2019, o parque
entrou para a lista dos 3 destinos turísticos do Brasil que estão no PND (Programa
Nacional de Desestatização).
O governador afirma que o turismo é
uma atividade crescente no Estado, sobretudo por causa dos Lençóis Maranhenses
“[O turismo] É uma atividade
crescente na nossa economia. Graças a Deus, tem investimentos amplos em
infraestrutura turística, do acesso inclusive a este parque, é 1 parque
nacional. Nós inclusive pleiteamos ao governo federal que nos transfira a
gestão do parque nacional. Cuidamos das estradas de acesso ao parque, temos
obras em andamento, outras já concluídas”, diz.
Segundo o comunista, o patrimônio
cultural do Maranhão, as festas populares, o carnaval e as festas juninas
também são polos que atraem turistas para o Estado. Dino afirma que a maior
parte dos turistas no Estado são de pessoas do Piauí, Pará, Tocantins, Brasília
e São Paulo.
“[Do exterior,]Nós temos 1 turismo
crescente em razão dos Lençóis. Temos já uma presença expressiva e o que é mais
importante nesse momento, ascendente, nós temos números da movimentação
hoteleira que mostraram que nós tivemos em 2019 o melhor ano da movimentação
hoteleira da nossa história, não só nos Lençóis, mas também em várias cidades
do Maranhão”, declara.
QUEM É FLÁVIO DINO
Flávio Dino, 51 anos, foi juiz federal
por 12 anos. Foi presidente da Ajufe (Associação Nacional de Juízes Federais)
de 2000 a 2002. Posteriormente, tornou-se secretário‐geral do CNJ (Conselho
Nacional de Justiça).
Em 2006, abandonou a magistratura para
dedicar-se à vida política, filiando-se ao PC do B. No mesmo ano, foi eleito
deputado federal.
Em 2011, foi nomeado pela presidente
Dilma Rousseff para presidência da Embratur (Instituto Brasileiro do Turismo),
cargo no qual ficou até 2014, quando disputou a eleição para o governo do
Maranhão.
Em sua 1ª disputa ao governo, foi
eleito com 1.877.064 votos (63,52% dos votos válidos). Foi reeleito em 2018 com
1.867.396 milhões de votos (59,29% dos votos válidos).
Governador do Estado do Maranhão, Flávio DinoSérgio
Lima/Poder360 – 13.fev.2020
PODER EM FOCO
O programa semanal, exibido aos
domingos, sempre no fim da noite, é uma parceria editorial entre SBT e Poder360.
O quadro reestreou em 6 de outubro, em novo cenário, produzido e exibido
diretamente dos estúdios do SBT em Brasília.
Além da transmissão nacional em TV
aberta, a atração pode ser vista nas plataformas digitais do SBT Online e
no canal
do YouTube do Poder360.
Eis os outros entrevistados pelo
programa até agora, por ordem cronológica:
Dias Toffoli, presidente do STF (Supremo
Tribunal Federal);
Rodrigo Maia(DEM-RJ), presidente da
Câmara;
Sergio Moro, ministro da Justiça;
Augusto Aras, procurador-geral da
República;
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente
do Senado Federal;
Simone Tebet (MDB-MS), presidente da
Comissão de Constituição e Justiça do Senado;
Ricardo Salles, ministro do Meio
Ambiente;
Alberto Balazeiro, procurador-geral do
Trabalho;
Tabata Amaral, deputada federal pelo
PDT de SP;
Randolfe Rodrigues, líder da Oposição
no Senado;
André Luiz de Almeida Mendonça,
ministro da Advocacia Geral da União;
Jair Bolsonaro, presidente da
República;
João Otávio de Noronha, presidente do
STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Gabriel Kanner, presidente do
Instituto Brasil 200;
Gilmar Mendes, ministro do Supremo
Tribunal Federal;
Paulo Guedes, ministro da Economia;
Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da
Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado;
Antônio Carlos de Almeida Castro, o
Kakay, advogado criminalista de centenas de figuras públicas;
Fabio Wajngarten, secretário especial
de Comunicação Social da Presidência da República.
João Doria, governador de São Paulo;
Marcelo Ramos (PL-AM), deputado
federal e presidente da comissão que analisa a PEC (Proposta de Emenda
Constitucional) 199 de 2019, que determina prisão depois de condenação em 2ª
Instância.
Autores
PODER360
Pensadores na Educação: Vygotsky
“O homem não nasce humano, ele se
humaniza. Essa máxima pode ser considerada uma das sínteses possíveis do
pensamento do russo Lev Vygotsky (1896-1934), destaca a coordenadora do curso
de pedagogia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Edna Martins. De
acordo com ela, Vygotsky foi um dos primeiros psicólogos a enfatizar o papel da
cultura, estimulada pela interação entre parceiros sociais e mediada pela
linguagem, no processo de cognição.”
Juiz aprovado em primeiro lugar no mesmo
concurso prestado por Moro diz sentença do Lula é frágil
“Um vídeo extremamente didático. Juiz
de direito aprovado em primeiro lugar no mesmo concurso prestado por Sergio
Moro, o governador do Maranhão, Flávio Dino, explicou por que a sentença contra
o ex-presidente Lula no caso triplex é frágil e deve ser anulada; segundo ele,
como o próprio Moro reconheceu que as eventuais vantagens recebidas por Lula
não têm relação com a Petrobras, ele não teria competência para julgá-lo; Dino
afirmou ainda que Moro condenou Lula por uma tese distinta da que foi
apresentada pela Ministério Público – o que contraria as leis brasileiras;
ontem, a defesa de Lula usou argumentos semelhantes para defender a anulação da
sentença e a absolvição de Lula; confira o vídeo em que Dino explica o caso de
forma didática”
Vai Passar
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque / Francis Hime
Referências
Leia mais em Brainly.com.br - https://brainly.com.br/tarefa/7809473#readmore
https://pfarma.com.br/images/noticias/pesquisadoras-sequenciamento-coronavirus.jpg
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2020/03/brasileiras-que-lideraram-o-sequenciamento-do-novo-coronavirus.html
https://www.poder360.com.br/poder-em-foco/foice-e-martelo-sao-do-seculo-19-diz-flavio-dino-do-pc-do-b/
https://youtu.be/BS8o_B5M9Zs
https://www.youtube.com/watch?v=BS8o_B5M9Zs
https://youtu.be/I_mcA_75M7o
https://www.youtube.com/watch?v=I_mcA_75M7o
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