110 anos em 4 de março de 2020
¿Hay crisis en Brasil?
¿Hay crisis en Brasil?
NEVES, Tancredo
*dep. fed. MG 1951-1953; min. Just.
1953-1954; dep. fed. MG 1954-1955; pres. BNDE 1960-1961; prim.-min. 1961-1962;
dep. fed. MG 1963-1979; sen. MG 1979-1983; gov. MG 1983-1984; pres. Rep.
eleito 1985.
Tancredo de Almeida Neves nasceu em São
João del Rei (MG) no dia 4 de março de 1910, quinto dos 12 filhos de Francisco
de Paula Neves e de Antonina de Almeida Neves. Descendia, por parte de pai, do
comendador português José Antônio das Neves, que se estabelecera na cidade
antes da independência do Brasil. A família Neves teve ativa participação na
vida política do município, destacando-se o comerciante José Juvêncio das
Neves, avô de Tancredo, ativista fervoroso da causa republicana.
salus populi suprema lex esto
A salvação do povo seja a suprema lei.
Máxima do Direito Romano.
A prioridade é o combate ao
coronavírus.Breve interlúdio para lembrar seis anos da LavaJato.O combate à
corrupção é uma luta perene.Menos corrupção significa também mais recursos para
saúde. Homenagem aos que,contra todos os desafios, persistem, quer seja ele um
crime ou um vírus
Sergio Moro
Ministro da Justiça e Segurança
Pública - sallus populi suprema lex esto
16/03/2020
7 h
7 h
Coronavírus: Moro diz que fará 'reunião de
emergência' e discutirá situação de presos
Ministro afirmou à GloboNews que
secretários estaduais participarão da reunião. Para Moro, presos estão expostos
a condições 'não tão ideais' de higiene, o que ajuda a disseminar o vírus.
Por Filipe Matoso, G1 — Brasília
12/03/2020 00h44 Atualizado há
5 dias
O ministro da Justiça, Sergio Moro, durante
entrevista à Central Globonews, nesta quarta (11) — Foto: Reprodução/GloboNews
O ministro da Justiça, Sergio
Moro, afirmou nesta quarta-feira (11) que fará uma "reunião de
emergência" nesta quinta (12) com secretários de Administração
Penitenciária dos estados e discutirá a situação de presos em meio à pandemia
do novo coronavírus.
Atualização: nesta quinta, a
assessoria do ministro afirmou que Moro não vai à reunião. O encontro e a
participação dos secretários ocorrerão sem ele.
Moro falou sobre a reunião ao conceder
uma entrevista ao programa Central GloboNews. Na avaliação do ministro, os
presos estão expostos a condições "não tão ideais" de higiene, o que
pode contribuir para a disseminação do vírus.
"Os presos estão sob a guarda dos
estados e, no caso de presídios federais, do governo federal. E existe uma
série de cuidados a serem tomados até porque parte da população prisional, por
estar em presídios com condições higiênicas não tão ideais, acaba sendo um
grupo vulnerável à contaminação e a esse tipo de problema", afirmou Moro
na entrevista.
"Então, amanhã [quinta, 12] vamos
ter uma reunião de emergência em São Paulo, do conselho dos secretários de
Administração Penitenciária do país e dos estados, e essa questão vai ser
discutida", acrescentou o ministro.
Segundo o Ministério da Saúde, 53
casos de coronavírus já foram confirmados em todo o país, e outros 907 são
considerados suspeitos.
O ministério pediu ao Congresso a
liberação de R$ 5 bilhões para ações de combate à disseminação do vírus.
Segundo o líder do governo, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), a liberação
dos recursos deverá ser feita via medida provisória (MP).
--:--/--:--
Os desafios de Sergio Moro em seu segundo ano
de ministério
'Restrição de direitos'
Ainda na entrevista à GloboNews,
Sergio Moro afirmou que, diante de um cenário de crise, como é o caso do
coronavírus, é "normal" que haja "restrição de direitos".
"Evidentemente que, diante de uma
crise na saúde, alguns direitos podem ser restringidos, pode ser limitados.
Agora, é importante que as pessoas conservem a calma, conservem a razão. Não
existe nenhum motivo para ter pânico. [...] Restrições são normais. É normal
que, num cenário como esse, de emergência, haja restrição de direitos. Não existe
nenhum obstáculo dentro do nosso ordenamento jurídico", afirmou.
Outros temas
Saiba outros temas abordados por Moro
na entrevista:
Eventual indicação para o STF: "Não
quero ser mal interpretado. Respeito o ministro Celso de Mello, que aproxima-se
à idade de 75 anos, que gera aposentadoria compulsória. Acho complicado falar
em vaga no STF quando não existe a vaga de fato. É uma perspectiva possível? É
uma perspectiva possível. Depende da escolha do presidente e da decisão do
Senado. Mas meu foco é o Ministério da Justiça e Segurança Pública."
Milícias: "O presidente não
tem nenhuma relação com milícia ou qualquer grupo. O crime organizado
transcende a questão da milícia, temos grupos que não são caracterizados como
milícia e são foco de preocupação. [...] Não existe qualquer interferência do
governo de diminuição do enfrentamento de qualquer organização criminosa, entre
elas milícias, pelo contrário".
Caso Ronaldinho: "Recebi a
informação de que o jogador tinha sido preso com o irmão. Veja, é um cidadão brasileiro,
é um ídolo nacional. Apenas houve uma ligação para uma autoridade paraguaia só
para colher informações sobre o que tinha acontecido. Em nenhum momento houve
qualquer pedido ou interferência na soberania do Paraguai ou da Justiça
paraguaia. Foi um contato informal, por mensagens de aplicativo".
Eventual candidatura ao
Planalto: "Ainda me identifico com perfil técnico. Fui juiz por 22
anos, fiz muito contato com as instituições envolvidas na aplicação da lei,
como polícia, e o trabalho que fiz chamei pessoas com domínio técnico. [...]
Dentro do ministério, o cargo tem caráter político, tem que negociar, tem que
conversar com parlamentares, temos que ouvi-los, convencê-los das nossas
propostas no Congresso. Dentro do governo temos que conversar com os ministros,
tenho que pedir dinheiro para o ministro da Economia, o ministro da Economia
tem o papel de me negar o dinheiro. Faz parte do jogo. Então, ainda me vejo com
esse perfil, embora tendo que trabalhar com política, seja técnico. Não me
vejo, com facilidade, disputando cargo eletivo, tampouco o de presidente da
República."
Entrevista com Ministro Sergio Moro - Globo
News
A herança de Vargas: a crise de 1954 e a carta
testamento
Hay crisis
Tancredo Neves fala de Getúlio Vargas e JK
Tancredo Neves: "política é
destino". Neste depoimento, o presidente eleito do Brasil em 1984 afirma
que o presidente ideal para o Brasil deveria "combinar o sentido da
renovação social de Vargas com o sentido do desenvolvimento econômico de
Juscelino Kubitschek". Trecho do filme "A Travessia", de Silvio
Tendler.
¿Hay un giro político hacia la derecha
en Brasil?
Emilio Cárdenas
PARA LA NACION
24 de mayo de 2018 • 01:47
En octubre próximo Brasil elegirá a un
nuevo presidente. Con Luiz Inacio "Lula" da Silva fuera de
concurso -y en la cárcel, por corrupción- la izquierda brasileña ha perdido a
su candidato más popular. A su mejor espada, entonces. Una vez más, la
incertidumbre campea en los pronósticos que pretenden anticipar quien podría
finalmente imponerse en la contienda electoral de octubre.
Por el momento las intenciones de voto
favorecen relativamente al candidato de derecha, Jair Bolsonaro, que tiene en
su favor a un 17% de los encuestados. Nada definitivo, parece evidente. Pero
es, sorpresivamente, el actual líder.
Hablamos de un parlamentario
experimentado, de ideas que generan controversias por su frecuente subido tono
derechista. Particularmente en temas socialmente sensibles, como aquellos que
tienen que ver con la mujer, la seguridad personal, la homosexualidad, y el
combate al delito.
En los partidos de centro algunos han
quedado desteñidos por los escándalos de corrupción que han afectado también a
muchos de sus dirigentes.
La izquierda, por su parte, está
debilitada, no sólo por la dura condena a prisión por corrupción de su máximo
líder, el ex presidente "Lula", sino por la desastrosa gestión
de Dilma Rousseff, que dejó su país empantanado en una suerte de
anemia económica y visiblemente escéptico respecto de su actual "clase
política".
Los 60.000 asesinatos de los que
Brasil fuera testigo en el 2017, agregan otra dosis de preocupación popular que
impacta ciertamente sobre los votantes. Particularmente sobre los más jóvenes,
que conforman nada menos que el 60% de los seguidores de Jair Bolsonaro.
La situación actual de la democracia
brasileña es compleja. Prueba de lo cual es que según
algunas encuestas- el 37% de los brasileños apoyaría a un golpe de Estado que
se comprometiera a desterrar el crimen. Y que un 35% lo haría si se tratara de
acabar con la corrupción. Esos guarismos son, en sí mismos, algo
intranquilizadores.
Bolsonaro, que fuera alguna vez
católico, ahora se ha rebautizado y convertido al protestantismo y hoy milita
entre los llamados "evangélicos", que han crecido mucho en Brasil a
lo largo de las últimas décadas. Por esto tiene un gran apoyo entre la feligresía
que comparte su credo actual. No obstante, sus dichos sobre temas sensibles
suelen como hemos señalado- ser extremos y, por ello,
generan una cuota de inquietud entre muchos de los votantes.
Dejando a un lado la difícil situación
de "Lula" da Silva, por el momento la de Bolsonaro es la opción que según las encuestas- pareciera ser la más
atractiva para el electorado brasileño. Pero el eventual triunfo de Bolsonaro
está muy lejos de parecer "asegurado". No es imposible, pero sería
una sorpresa. Por esta razón, los interrogantes parecen estar aún abiertos
respecto de quien podrá, de pronto, terminar siendo el próximo presidente de
Brasil. Esto es todo lo contrario a la previsibilidad, naturalmente.
Los brasileños parecían tener asimismo
otra importante opción presidencial posible. La del popular ex presidente de la
Suprema Corte, Joaquim Barbosa, que se afilió al Partido Socialista de Brasil
el pasado 7 de abril, dando así lugar a especulaciones de que lo hizo
precisamente para poder lanzar -desde ese espacio- su candidatura presidencial.
Barbosa es un hombre que, por su excelente trayectoria y antecedentes, lucía
capaz de reconciliar a Brasil. A los 63 años, el ex magistrado, un reconocido
excelente abogado de color, acaba sin embargo de renunciar a la posibilidad de
ser candidato presidencial.
Entre sus explicaciones acerca de la
decisión adoptada, Barbosa calificó severamente de "nauseabundo" al
actual clima político de su país. Y se mostró muy desalentado por el acenso de
la candidatura del parlamentario derechista Jair Bolsonaro, al que algunos
llaman ahora: "Batman".
Barbosa, cabe recordar, aún antes de
lanzarse formalmente al complicado ruedo de la política, recogía intenciones de
voto que oscilaban entre un 8% y un 16%. Nada mal, para un principiante en esas
lides.
La decisión de excluirse de la carrera
presidencial de Joaquim Barbosa ayuda a otros competidores. Me refiero al ex
gobernador de San Pablo, Geraldo Alckmin, quien no obstante carece de carisma,
apunto tal que se lo ha bautizado como: "helado insípido". Y también
a la ecologista Marina Silva, así como a Ciro Gomes, ambos candidatos de centro
izquierda que aún siguen en carrera, con la vista puesta en Brasilia.
Por: Emilio Cárdenas
Desde malas elecciones hasta fórmulas irresueltas,
declaraciones en primera persona
Según el presidente del Banco Mundial,
este es el momento para que el país se abra al mundo
30 de noviembre de 2018
En la entrevista con LA NACION ,
Jim Yong Kim se refirió a la raíz de la corrupción , a las razones para
proteger a los pobres y a los parámetros claves para construir el futuro.
Pobreza. "La gente tiene
pasión por proteger a los pobres . Nosotros también. ¿Qué
evidencia hay que indique cuál es la mejor manera de hacerlo? Uno, un marco
macroeconómico sano. Dos, un ambiente de negocios que atrae capital, que lleva
a la creación de empleo y crecimiento económico. Tres, políticas que realmente
protejan a los pobres, incluyendo mejor salud, mejor educación, mejores
programas de protección social, las cosas que estamos tratando de hacer en
todas partes. Se trata de evidencias, no de ideología".
Planes locales. "Tenemos una cartera de US$3000
millones que ha crecido más aceleradamente que cualquier otra cartera que haya
visto. Y nuevamente es porque la Argentina es tan importante para la economía
regional y mundial; creemos en las reformas que se están implementando. Parte
es para mejorar el ambiente de negocios, parte para proteger a los más pobres,
y seguimos muy involucrados en proveer servicios de asesoramiento".
Futuro. "Lo
que podemos hacer es traer experiencias, traer programas, traer enfoques de
todo el mundo y ver si pueden funcionar aquí. Eso es lo que se necesita. La
Argentina era la economía más cerrada del mundo. Ahora es el momento de
abrirse. En términos de recursos naturales, capital natural, hay pocos lugares
que tengan más capital natural que la Argentina. Además de muy buen capital
humano. Cuatro de las seis compañías unicornio de América Latina están en el
país. Cinco ganadores de Premios Nobel. Tantos activos maravillosos. El mayor
problema es si la Argentina mira hacia adentro y tiene un debate teórico
desconectado de la realidad del mundo y una vez más hace malas elecciones. Y
sería tal tragedia. Porque sabemos lo que sucedió en el pasado cuando se
hicieron esas malas elecciones".
Corrupción. "En
el Grupo del Banco Mundial tenemos una política muy clara. En 1996, cuando uno
de mis predecesores, James Wolfensohn, iba a dar su primer discurso a los
vicepresidentes, dijo que iba a hablar del "cáncer de la corrupción".
Los vicepresidentes le dijeron que no podía decir eso. Y él preguntó:
"¿Por qué no puedo decir eso? ¿Qué quieren decir que no puedo decir
eso?". Y le contestaron que tantos de nuestros países son corruptos, si
habla del cáncer de la corrupción no tendremos a quién prestarle. Es decir que
hace tan solo 22 años se aceptaba que la corrupción era parte de los negocios
en los países en desarrollo. Y bajo la gran conducción de Wolfensohn dijimos
no: tendremos tolerancia cero a la corrupción. Por lo que nosotros controlamos
mucho adónde va nuestro dinero. No hay país de altos ingresos que no tenga
corrupción. Existe siempre. Los esfuerzos que está haciendo el presidente Macri
con su equipo aumentan la transparencia".
Tecnología. "Utilizar
la tecnología informática para aumentar la transparencia es muy importante. En
la India han puesto a más de un millón de personas en un sistema de
identificación singular: dos imágenes del iris, diez huellas dactilares y una
cifra de diez dígitos. Y ahora transfieren dinero directamente desde el
gobierno central a las cuentas individuales de la gente. Y con esto han evitado
el desvío de algo así como US$20.000 millones a US$30.000 millones en
pagos".
Efecto Brasil. "Creo que los resultados en Brasil hablan por sí mismos. El
presidente Bolsonaro fue un candidato inesperado, pero por su postura respecto
de la corrupción parece haber atraído mucho apoyo. Uno de mis predecesores,
Robert Zoellick, solía decir que la corrupción es simplemente una manera de
hacer más pobre a la gente".
Multilateralismo. "Creo que el multilateralismo es uno de los grandes
inventos en la historia de la humanidad. Y se dio después de la Segunda Guerra
Mundial. Mientras aún se desarrollaba la guerra un grupo de 40 naciones se
reunieron en un hotel en New Hampshire con dos cuestiones en mente. Una era que
antes de la creación del FMI y el Banco Mundial se daban guerras de divisas en
todas partes. Con políticas que buscaban hundir al vecino, la gente manipulaba
las divisas. Por lo que el patrón oro y la estabilidad de las tasas de cambio
fue parte de lo que salió de allí. Pero la otra parte fue la fundación del
Grupo del Banco Mundial. Nosotros fuimos fundados para reconstruir Europa. Pero
entonces se desarrolló el Plan Marshall y rápidamente comenzamos a
concentrarnos en otras áreas. Si uno elimina el sistema multilateral tendría
que inventarse nuevamente".
Forjado pelas crises, Tancredo Neves poderia
facilitar o consenso político no país
Biografia revela que a campanha do
mineiro para assumir a Presidência, em 1985, teve sobras de US$ 10 milhões que
nunca foram encontrados
Jeferson Ribeiro
08/04/2017 - 04:30 / Atualizado em
10/04/2017 - 07:45
Tancredo e Jango durante almoço em visita à
cidade de São João Del-Rei Foto: Acervo Cpdoc/FGV
RIO — A solução para a profunda crise
político-institucional que o país atravessa poderia ser mais facilmente
superada se um dos maiores políticos e arquiteto de consensos brasileiros, o
ex-presidente Tancredo Neves, ainda estivesse vivo. Essa é a avaliação do
jornalista Plínio Fraga, que lança no próximo dia 10 a biografia "Tancredo
Neves, o príncipe civil" pela editora Objetiva. Ele ressalta, porém, que é
muito difícil emular o que faria um personagem que morreu há mais de 30 anos.
- Se o ideário de Tancredo estivesse
presente, essa crise seria pelo menos mais racional - disse Fraga ao GLOBO.
- Ele seria uma voz para fazer as
pontes necessárias entre os dois lados, sejam eles quais lados fossem - avaliou
o biógrafo citando a conjuntura política atual, que divide setores políticos
desde o traumático processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
E, infelizmente, Tancredo Neves, morto
em 1985 após reacender a chama da democracia no Brasil pós-ditadura militar,
não conseguiu deixar discípulos tão habilidosos quanto ele na arte da política.
A leitura das 648 páginas evidencia
como falta na atual cena política nacional um amálgama como o peemedebista
mineiro, forjado no centro das principais crises do país no século 20.
Tancredo era ministro da Justiça no
segundo governo de Getúlio Vargas e segurou o ex-líder trabalhista em seus
braços após o suicídio em 1954. Daquele episódio, analisou que a morte de
Vargas evitou um golpe militar naquele ano. "Se não fosse o suicídio de
Vargas, 54 já seria 64. Você verifica: as lideranças de 64 são as mesmas
lideranças de 54. Com os mesmos objetivos", analisou.
O mineiro franzino de São João Del Rei
deu mostras de sua capacidade de superar crises políticas aparentemente
intransponíveis em 1961, quando foi escolhido primeiro-ministro do
ex-presidente João Goulart, que estava prestes a ser deposto pelo Congresso
após a renúncia de Jânio Quadros.
Numa saída política audaciosa e
artificial, Tancredo convenceu Jango que ele só assumiria o comando do país
caso aceitasse perder poder, apoiando a instalação do parlamentarismo no país.
Goulart foi convencido e convidou o mineiro para ser seu primeiro-ministro, que
só aceitou porque acreditou que o presidente não se tornaria um golpista mais à
frente.
Tancredo Neves e José Sarney durante a
campanha eleitoral para Presidência da República Foto: Getúlio Gurgel/Acervo
Cpdoc/FGV
Nove meses após ser empossado,
Tancredo deixou o posto junto com todo gabinete ministerial que apresentou a
renúncia. Anos depois, 1980, analisou que o o sistema presidencialista tem
"uma penetração mais ampla na consciência e no coração do povo brasileiro".
Tancredo manteve durante toda sua
trajetória política canais de comunicação abertos com todos os setores da
sociedade, inclusive com as Forças Armadas, o que lhe garantiu atravessar todo
período ditatorial como um dos líderes do MDB, partido de oposição ao regime no
Congresso. Nunca foi cassado, apesar das pressões de setores militares, como
revela a biografia.
Essas pontes foram fundamentais para
Tancredo se tornar o primeiro presidente civil após o regime. Ainda que eleito
indiretamente, contrariando quadros importantes do PMDB, como o presidente da
legenda Ulysses Guimarães.
Na campanha das Diretas, enquanto
todos os engenheiros da política se empenhavam em construir a ponte para a
democracia aprovando a "Emenda Dante de Oliveira", que permitiria a
volta das eleições diretas para presidente da República, o arquiteto do
consenso se empenhava na construção de uma ponte alternativa.
Mais uma vez protagonista, sem largar
o modo mineiro de fazer política nos bastidores, quase sem alarde, Tancredo
venceu as resistências da oposição e pavimentou seu caminho à Presidência, que
nunca assumiu.
A biografia conta as horas de angústia
antes da posse e dos dias seguintes à primeira cirurgia que impossibilitou
Tancredo de tomar posse.
Para o biógrafo, tanto a negligência
de Tancredo com sua saúde - tinha aversão a médicos - quanto o tratamento
afoito ao que foi submetido no Hospital de Base, em Brasília, contribuíram para
o agravamento do quadro clínico do peemedebista.
- A urgência reduz suas hipóteses e
obriga a fazer escolhas urgentes - analisou.
Cortejo fúnebre de Tancredo Neves em
São João del Rei Foto: Acervo Cpdoc/FGV
24/04/1985
Fraga revela ainda que o financiamento
da campanha de Tancredo evidencia como a mistura da atividade pública com o
interesse privado está na raiz da redemocratização e permeou a atividade
política desde então.
Em 1984, não havia legislação
eleitoral clara para doações de campanha presidencial e nem que obrigasse uma
prestação de contas detalhadas de sobras eleitorais. O comitê financeiro de
Tancredo arrecadou cerca de US$ 45 milhões, em valores atualizados. Desses, US$
10 milhões sobraram, e seu destino é incerto.
- A redemocratização foi bancada, e
não era ilegal porque não havia legislação a respeito, por essa mistura de
público e privado. A raiz do que vemos hoje está ali. A normalização dessa
relação continuou, mesmo com as mudanças na lei - argumentou Fraga.
Na ocasião, a iniciativa da neta foi eleogiada por Tancredo Neves.
Na ocasião, a iniciativa da neta foi eleogiada por Tancredo Neves.
PAÍS
Publicado: 18/05/17 - 19h 51min
Atualizado: 22/06/17 - 11h 03min
Neta de Tancredo e irmã de Aécio, Andrea Neves
ganhou fama no caso Riocentro
Ela socorreu capitão do Exército. Nos
anos 80, a jornalista e principal assessora do irmão, agora presa em Minas no
âmbito da Lava-Jato, ajudou a fundar o PT no Rio
Claudia Peluffo de Amorim*
Principal assessora do senador
afastado Aécio Neves, presidente licenciado do PSDB, a jornalista Andrea Neves
foi, na juventude, personagem de um dos episódios mais marcantes do final do
regime militar no Brasil (1964-1985). Na noite de 30 de abril de 1981, mais de
dez mil pessoas assistiam ao show "1º de Maio" em homenagem ao Dia do
Trabalho e em protesto contra a ditadura, no Riocentro, no bairro de
Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, quando uma bomba explodiu dentro de um Puma no
estacionamento. A explosão no carro, de placa fria, matou o sargento do
Exército Guilherme Pereira do Rosário, que estava no banco do carona, e feriu
gravemente o capitão Wilson Luís Chaves Machado, socorrido por Andrea Neves,
que iria participar do evento com o namorado.
Na ocasião, a neta do então senador
Tancredo Neves (PP-MG) não sabia que se tratava de um oficial do Exército
ligado a grupos de extrema direita interessados em frear o projeto de abertura
política no ocaso da ditadura militar, conduzido pelo presidente-general João
Figueiredo. Andrea Neves, que tinha 22 anos, ajudou a levar o capitão Wilson
Machado para o hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca. Diante da falta de
iniciativa das pessoas que estavam no estacionamento do Riocentro após a
explosão - não havia ambulância -, e vendo Wilson Machado ferido, Andrea
contou, segundo reportagem do GLOBO em 1981, que decidiu levá-lo em seu próprio
carro, um Passat branco, junto com o namorado, ao hospital na Barra. Na
ocasião, a iniciativa da neta foi eleogiada por Tancredo Neves.
Braço direito de Aécio, gravado no
âmbito da Lava-Jato pedindo propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley
Batista, dono do Grupo JBS, Andrea é formada pela PUC-Rio no início dos anos
80. Ela morou na cidade desde o início da década de 1970 até 1982, quando
ambos, Aécio e Andrea, voltaram para Minas Gerais para trabalhar na campanha
que elegeu o avô governador do estado.
Andrea surgiu na vida política
militando no movimento estudantil de esquerda e ajudou a fundar o Partido dos
Trabalhadores (PT) no Rio. Antes de fazer campanha do avô e do irmão, pediu
votos para o ex-deputado do PT fluminense José Eudes e viajou a Cuba, onde se
encontrou com Fidel Castro, em 1985, em reunião contra a dívida externa
organizada pelo PCB. José Eudes, por sinal, acabaria sendo expulso do PT por
discordar da direção nacional do partido ao votar em Tancredo no Colégio
Eleitoral, em 1985, que o elegeu presidente da República.
Em 2003, Andrea ocupou um importante
posto na campanha eleitoral do irmão ao governo do estado, o de coordenadora de
comunicação. Eleito, Aécio a nomeou para a chefia do Serviço Voluntário de
Assistência Social (Servas), uma associação civil ligada ao governo que
desenvolve projetos sociais em parceria com a iniciativa privada. Desde então,
dividiu-se entre a entidade e a chefia do Grupo Técnico de Comunicação do
Governo, conselho que cuidava da imagem do governador, das secretarias,
empresas e demais órgãos oficiais.
Discreta, de voz mansa, porém firme,
Andrea cuidava da imagem de gestor de Aécio, blindando o irmão das acusações
feitas pelos seus críticos, durante as duas administrações em que foi
governador de Minas. Conforme reportagem publicada no GLOBO no dia 8 de
novembro de 2009, Andrea foi criticada pelo Sindicato dos Jornalistas por
tentar interferir no noticiário dos jornais do estado, o que ela nega. No
Palácio da Liberdade e no PSDB, ela era tida como uma figura onipresente, que
aconselhava e costurava acordos políticos nos bastidores, além de influenciar
na escolha de dirigentes do partido em Minas. Outra missão era assessorar o
irmão na formulação de políticas públicas.
Andrea Neves teve sua prisão
preventiva decretada, cumprindo mandado de prisão expedido pelo ministro Luiz
Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Ela foi
presa pela Polícia Federal no dia 18 de maio de 2017, em sua casa num
condomínio de alto padrão em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte,
dentro da Operação Patmos deflagrada a partir da delação do dono do Grupo JBS,
revelada pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO. Andrea teria sido a responsável
pela primeira abordagem ao empresário Joesley Batista, por telefone e via
WhatsApp. A jornalista é suspeita de ter tratado com ele a entrega dos R$ 2
milhões a Aécio. A polícia divulgou foto de Andrea já fichada e usando uniforme
de presidiária - ela foi levada para a penitenciária feminina Estevão Pinto, na
capital mineira. Na madrugada de 22 de junho, porém, foi liberada por decisão
do próprio Supremo, que deliberou pela prisão domiciliar com uso de
tornozeleira eletrônica.
* com edição de Gustavo Villela,
editor do Acervo O GLOBO
Ditadura. Andrea Neves, neta de Tancredo, fala sobre o atentado do Riocentro e o socorro prestado ao capitão do Exército Wilson Machado José Vasco 05/05/1981 / Agência O Globo
Braço direito. Principal assessora de
Aécio nos governos do PSDB em Minas, Andrea Neves foi fichada e presa na
penitenciária Estevão Pinto, em BH 18/05/2017 / Reprodução
Leia mais: https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/neta-de-tancredo-irma-de-aecio-andrea-neves-ganhou-fama-no-caso-riocentro-21361522#ixzz6Gx5BCrrV
Referências
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https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/imagens/dossies/nav_jgoulart/fotos/Modulo2/CDA_Vargas_02_s.jpg
https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/artigos/NoGovernoGV/A_heranca_de_Vargas
https://youtu.be/KKM49cGaNXU
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https://www.lanacion.com.ar/opinion/hay-un-giro-politico-hacia-la-derecha-en-brasil-nid2137496
https://www.lanacion.com.ar/economia/desde-malas-elecciones-hasta-formulas-irresueltas-declaraciones-en-primera-persona-nid2197800
https://ogimg.infoglobo.com.br/in/21180410-e39-283/FT1086A/652/Tancredo-e-Jango.jpg
https://ogimg.infoglobo.com.br/in/21180413-510-696/FT1086A/652/Tancredo-Jose-Sarney.jpg
https://ogimg.infoglobo.com.br/in/21180414-2b7-a9e/FT1086A/652/66206289_Legenda-Cortejo-funebre-velorio-e-enterro-de-Tancredo-Neves-em-Sao-Joao-del-Rei-24-de-abril.jpg
https://oglobo.globo.com/brasil/forjado-pelas-crises-tancredo-neves-poderia-facilitar-consenso-politico-no-pais-21180111
https://imagens.lelivros.love/2018/05/Baixar-Bomba-no-RioCentro-O-Fim-de-uma-Farsa-Belisa-Ribeiro-em-Pdf-ePub-e-Mobi-ou-ler-online-370x574.jpg
https://acervo.oglobo.globo.com/em-destaque/neta-de-tancredo-irma-de-aecio-andrea-neves-ganhou-fama-no-caso-riocentro-21361522
https://youtu.be/KKM49cGaNXU
TANCREDO
NEVES
2ª edição
Organização
e ensaio introdutório de Lucilia de Almeida Neves Delgado
2010
Biblioteca
Digital da Câmara dos Deputados
Perfis
Parlamentares 56
https://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/tancredo-de-almeida-neves
https://youtu.be/qlcuk_cMYqc
https://youtu.be/qlcuk_cMYqc
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