Filme O Homem do Corpo Fechado 1972
Filme
de 1972, editado por Sebastião P. dos
Santos
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O HOMEM DO CORPO FECHADO
1972
. Schubert
Magalhães
Minas Gerais, 91 minutos, 35mm, cor
Minas Gerais, 91 minutos, 35mm, cor
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"Pela
segunda vez, este filme é incluído entre os filmes característicos do Cinema
Marginal brasileiro. No entanto, não se trata de uma obra que se filie a esse
movimento, marcadamente paulista e carioca, mas que manteve relações com ele,
na medida em que foi contemporânea e apoiou-se na mesma base de produção.
O
filme é de 1972, quando já se esgotava o Cinema Novo e a produção
cinematográfica nacional buscava outros rumos, pressionada pela censura do
regime militar e pela necessidade de se autosustentar, oferecendo ao público um
produto mais comunicativo e menos politizado.
Sendo
uma produção de concepção intrinsecamente mineira, resultado de um movimento
tardio de cineclubistas e críticos que se aventuravam na realização
cinematográfica, imaginávamos um filme que tivesse a ver com o nosso substrato
cultural. A inspiração que imediatamente nos conduziu foi a grande literatura
de Guimarães Rosa e o universo mítico do Grande Sertão, que já tinham rendido
um bom filme paulista, rodado em Minas, com gente mineira no elenco e na
produção: A hora e a vez de Augusto Matraga, de Roberto Santos.
O
homem do corpo fechado optou, porém, mais pelo páthos rosiano, o mundo do
Grande Sertão, do que pelos dilemas metafísicos e existenciais tornados
sensíveis pelo intelectual universalista que era Rosa. Ao contrário, o conflito
fundamental foi buscado no cotidiano mineiro, mas solucionado à maneira
dinâmica do western, com muitas cavalgadas, lutas corporais e duelos, tendo por
fundo a geografia inóspita e o horizonte imenso.
A
opção se mostrou acertada em todos os sentidos. O filme foi visto na época –
avaliação que resiste até hoje – como uma obra genuinamente mineira, com
características originais da nossa humanidade e do nosso ambiente natural e
cultural, magnificamente traduzidas pelos elementos constitutivos da obra
cinematográfica, como atuação, fotografia, música, cenários e figurinos,
ordenados por uma direção e uma montagem vigorosas.
Isso
só foi possível porque pudemos contar, para montar a produção em bases
profissionais, com a infra-estrutura do cinema brasileiro daqueles anos,
instalada no Rio e em São Paulo, que nos forneceu quadros e metodologias do
Cinema Novo, da pornochanchada e do Cinema Marginal.
Victor
Hugo
Cia. produtora:
Filmes D’El-Rey Ltda.
Direção, argumento e roteiro:
Schubert Magalhães
Direção de produção:
Ivan de Souza
Fotografia:
Osvaldo de Oliveira
Música:
Tavinho Moura
Montagem:
Mário Carneiro
Elenco:
Roberto Bonfim, Esther Mellinger, Milton Ribeiro, Angelito Mello, Lorival
Pariz, Jorge Karan, Ruy Polanah, Emanuel Cavalcanti, Jota Dângelo, Renato
Andrade, Ivan de Souza, Miro Reis, Álvaro Cordeiro, Ernesto Moura, Sérgio
Ricci, Assis Horta, Zenon Pinto, Geraldo Neves, Antônio Araújo, Geraldo
Prudêncio, moradores de Conselheiro Mata, Senhora da Glória, Monjolos e
Rodeador"
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