terça-feira, 5 de julho de 2016

Ao vencedor as batatas

CAPÍTULO CC
— Guardem a minha coroa, murmurou. Ao vencedor...




Posted on julho 1, 2016 by Tribuna da Internet




Ednei Freitas



Para libertar o amigo, Toffoli ultrapassou os limites

Quero louvar e parabenizar o juiz federal Paulo Bueno de Azevedo por seu destemor, por sua honestidade com a carreira e por mostrar-se um homem de verdade, ao contrário do que acontece com a maioria dos magistrados do Supremo Tribunal Federal. Um exemplo negativo no STF foi a soltura indevida e até inconstitucional do golpista Paulo Bernardo, em decisão indevida do ministro Dias Toffoli, porque criminosos sem foro privilegiado são da competência da primeira instância, não cabendo ao Supremo se intrometer.
Ao mesmo tempo, é preciso lembrar que o juiz Sérgio Moro já julgou, condenou e prendeu dezenas de bandidos do Petrolão, incluindo ex-políticos sem foro privilegiado, enquanto o STF até agora só prendeu um político, o então senador Delcídio Amaral (PT-MS).
FALTA JUSTIÇA – O Supremo Tribunal Federal não faz Justiça. Pisoteia os brasileiros de bem ao proteger bandidos, despreza o povo ao deixar políticos corruptos mandando no Congresso, como Renan Calheiros, recordista de inquéritos e processos que contra ele tramitam no próprio STF.
Sem esquecer que o Supremo foi contra o clamor da sociedade ao engessar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, contrariando o Regimento Interno do Legislativo e impondo chapa única na eleição da Comissão Especial. Com isso, o STF ousou se intrometer em outro Poder da República, para tentar evitar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
DIZ O DR. BÉJA – Quando escrevi esses comentários no site do Estadão, foi intuitivamente, antes de ler o esclarecedor artigo do jurista Jorge Béja na Tribuna da Internet, msotrando que eu estava certo. Disse, com melhores palavras, o Dr. Béja:
“Minha surpresa e perplexidade foi a usurpação da uma instância. Explica-se: quando uma prisão é feita por um delegado de polícia, compete ao juiz criminal da comarca e que tenha jurisdição sobre o delegado, apreciar e decidir sobre a libertação do preso. Quando a prisão é decretada por um juiz, aí é o tribunal local ao qual pertence o juiz que decide sobre o recurso contra a prisão. E quando a prisão é decretada por um tribunal (estadual ou federal), a competência para examinar recurso contra a prisão é do Superior Tribunal de Justiça, quando a fundamentação do recurso tem como base a(s) lei(s), e do Supremo Tribunal Federal, caso o fundamento esteja na Constituição Federal. É assim. E assim consta do ordenamento jurídico nacional.”.
UMA USURPAÇÃO – É isso. Trata-se de uma usurpação de competência que Toffoli praticou. Se reclamação Paulo Bernardo houvesse de fazer, seria para o Tribunal Regional Federal de São Paulo, e não diretamente ao Supremo.
E vamos ao teor da reclamação: o ex-ministro Paulo Bernardo estava preso porque cometeu crime e isso foi provado. Prisão preventiva, porque não se sabe se os desvios nos empréstimos consignados já cessaram.
Constrangimento ilegal por quê? Estava o investigado sob maus tratos? Claro que não. O fato é que o STF tem cometido diversas condutas indevidas e censuráveis, sem a menor dúvida.


Comentário



“Dr. Ednei Freitas, boa noite!

Esse José Antonio Dias Toffoli está mais para um duplo personagem de Machado de Assis que para ministro de estado.

Em dose dupla para sermos mais precisos: mistura do agregado bajulador José Dias de Dom Casmurro com o arrogante alienista Dr. Simão Bacamarte de o Alienista.

E o desafio do senhor, Dr. Ednei, será, de fato, fazer uma análise clínica desse personagem duplo da obra 'O ESSETEEFISTA', à luz da Filosofia Clínica.

Com as transmissões ao vivo das sessões do STF, creio que o senhor com uma rápida pesquisa coletará material suficiente para produzir um trabalho que entrará nos anais da ciência clínica e quiçá literária.

Fica aqui de forma provocativa o desafio para o senhor destrinchar a 'peça' como o senhor como acadêmico da Escola de Medicina iniciou seus trabalhos de anatomia.

" Simão Bacamarte, obra de ficção, um ser cuja existência está atrelada ao universo das palavras, condicionada ao seu criador, portanto, a sua representação, não podendo presentificar-se e nem contar a sua história, inviabiliza o fazer clínico." para a autora Maria Vilani Cavalcante Gomes em sua erudita Monografia:

Maria Vilani Cavalcante Gomes.

O senhor encontrará essa monografia no sítio a seguir:




Ao vencedor as batatas! “









CAPÍTULO CXCVIII  


 — Ao vencedor, as batatas! exclamou Rubião quando deu com os olhos na rua, sem noite, sem água, beijada do sol.


CAPÍTULO CXCIX


“ (...) — Ao vencedor, as batatas! — bradava Rubião aos curiosos. Aqui estou imperador! Ao vencedor, as batatas!   

Esta palavra obscura e incompleta era repetida na rua, examinada, sem que lhe dessem com o sentido. Alguns antigos desafetos do Rubião iam entrando, sem cerimônia, para gozá-lo melhor; e diziam à comadre que não lhe convinha ficar com um doido em casa, era perigoso; devia mandá-lo para a cadeia, até que a autoridade o remetesse para outra parte. Pessoa mais compassiva lembrou a conveniência de chamar o doutor.   

— Doutor para quê? acudiu um dos primeiros. Este homem está maluco.   

 — Talvez seja delírio de febre; já viu como está quente?   

Angélica, animada por tantas pessoas, tomou-lhe o pulso, e achou-o febril. Mandou vir o médico, — o mesmo que tratara o finado Quincas Borba. Rubião conheceu-o também; e respondeu-lhe que não era nada. Capturara o rei da Prússia, não sabendo ainda se o mandaria fuzilar ou não; era certo, porém, que exigiria uma indenização pecuniária enorme, — cinco bilhões de francos.   

— Ao vencedor, as batatas! concluiu rindo. (...) “



Quincas Borba

Texto-fonte:
Obra Completa, Machado de Assis,
Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1994.   

Publicado originalmente em folhetins, de 1886 a 1891, em A Estação.   

 Publicado em volume pela Garnier, Rio de Janeiro, no mesmo ano de 1891, com substanciais diferenças com relação aos folhetins. O que aqui vai é justamente a edição em livro.



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