JF, microcosmo do Brasil
Próximas noites de lua cheia devem
ser frias em JF (Foto leitora Erika Vital
Saleh) Tribuna de Minas
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por: microcosmo
Significado
de microcosmo
s.m.
Mundo pequeno, mundo abreviado; miniatura do universo. / O próprio homem como
expressão do universo.
Corresponde
a um de três fatos: ao homem, ao mundo pequeno ou ao pequeno mundo. Assim,
considera-se que:
- O homem representa todo o Universo e nele está consciente. Microcosmo é o Universo do ponto de vista pessoal e subjetivo.
- O mundo pequeno se refere ao mundo quanto a dimensão ou extensão. Assim microcosmos corresponde a miniatura do universo.
- O pequeno mundo corresponde aos círculos, por exemplo, o círculo literário, o círculo filosofico; e ainda por extensão, às esferas, como a esfera dos artistas, a esfera acadêmica, a biosfera, a homeosfera, a troposfera etc.
- O homem representa todo o Universo e nele está consciente. Microcosmo é o Universo do ponto de vista pessoal e subjetivo.
- O mundo pequeno se refere ao mundo quanto a dimensão ou extensão. Assim microcosmos corresponde a miniatura do universo.
- O pequeno mundo corresponde aos círculos, por exemplo, o círculo literário, o círculo filosofico; e ainda por extensão, às esferas, como a esfera dos artistas, a esfera acadêmica, a biosfera, a homeosfera, a troposfera etc.
Era
um belo microcosmo aquela redoma de amigos.
CANDIDATOS
A PREFEITO PRECISAM LEVAR EM CONTA QUE NÃO BASTA CITAR OS PROBLEMAS. QUANDO SE
ESPERAM SOLUÇÕES
POR
TRIBUNA DE MINAS
ELEIÇÃO
2016-06-20
Numa
das campanhas que prometem ser as mais acirradas, postulantes ao Executivo
articulam apoios para iniciar corrida pré-eleitoral
19
de junho de 2016-06-20
Cidade
tem oito pré-candidatos à PJF
Numa
das campanhas que prometem ser as mais acirradas, postulantes ao Executivo
articulam apoios para formação de chapas
POR
EDUARDO MAIA
31/05/2016
18h55 - Atualizado em 31/05/2016 18h55
Decisão
foi tomada a pedido do MPMG após julgamentos em 2014 e 2015.
Carlos Alberto Bejani não atendeu às ligações do G1 na tarde desta terça.
Carlos Alberto Bejani não atendeu às ligações do G1 na tarde desta terça.
Do
G1 Zona da Mata
O
Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que fosse executada a detenção
provisória de sete anos e nove meses, em regime fechado, imposta ao ex-prefeito
de Juiz
de Fora, Carlos Alberto Bejani, que foi condenado em
primeira instância por corrupção em 2014. A decisão foi tomada atendendo ao
pedido da Procuradoria de Justiça de Recursos Especiais e Extraordinários
Criminais do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), depois que o recurso da
defesa de Bejani foi negado.
Na
decisão do ministro do STJ, Joel Ilan Paciornik, o relator considerou a
manutenção da condenação do ex-prefeito pela prática do crime de corrupção
passiva majorada, desta vez, em segunda instância. Bejani
teria favorecido um construtora, em 1990, após receber uma
doação do proprietário da empresa.
O
ex-prefeito não atendeu às ligações realizadas na tarde desta terça-feira (31)
pelo G1. Já a construtora relatada foi extinta há alguns anos, depois que
o proprietário faleceu.
Em
fevereiro de 2014, Bejani
foi condenado a oito anos e quatro meses de detenção,
em regime fechado, além do pagamento de multa de um salário mínimo por dia por
166 dias, pela 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora. Na ocasião, ficou comprovado
que, durante a primeira administração de Bejani como chefe do Executivo, entre
1989 e 1992, ele teria recebido vantagens indevidas por beneficiar, através de
licitações fraudulentas, uma construtora.
Segundo
a denúncia do MPMG, em 1990, o proprietário da empresa teria doado um lote e
dinheiro ao ex-prefeito que, em contrapartida, teria contratado a construtora
para execução de três obras na cidade, afrontando os procedimentos licitatórios
normais. Uma das obras seria referente a serviços de captação de águas, no
Bairro Bandeirantes, e outras duas seriam construções das escolas municipais
dos bairros Santa Cecília e São Geraldo.
O
político recorreu da decisão, refutando as alegações de que a aquisição do
terreno no loteamento, em junho de 1990, não foi feita por preço subfaturado e
alegando que o depósito foi um empréstimo para ajudá-lo em um período de
dificuldades financeiras, o que não se configuraria como doação, visto que foi
feito em instituição bancária oficial.
Em
fevereiro de 2014, o
recurso foi parcialmente acatado pela 2ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), em Belo Horizonte. No
ato, a condenação foi mantida, mas houve redução da pena para sete anos, nove
meses e dez dias de reclusão, também em regime fechado, além de pagamento de
multa por 155 dias.
saiba
mais
Origem:
Wikipédia, a enciclopédia livre.
Esta
é a lista de prefeitos e vice-prefeitos da cidade de Juiz
de Fora, estado brasileiro de Minas
Gerais. De acordo com a Constituição de 1988,
Juiz de Fora está localizada em uma república federativa presidencialista.
Foi inspirada no modelo estadunidense,
no entanto, o sistema legal brasileiro segue a tradição romano-germânica doDireito
positivo.[1] A
administração municipal se dá pelo poder
executivo e pelo poder
legislativo.[2]
Índice
A
eleição de Bejani para a Prefeitura de Juiz de Fora em 1988 foi sem dúvida
alguma um dos fatos marcantes da política da cidade nestes 150 anos. Nascido em
São Gonçalo-R.J. no ano de 1950 de família humilde, desde pequeno foi criado em
Juiz de Fora. Foi vendedor de pirulitos na rua, motorista da Coca-Cola e
trabalhou na Rádio Industrial onde fazia de tudo um pouco. Mas foi na Rádio
Nova Cidade, de propriedade de Josino Aragão, que Bejani se destacou como o
Repórter 730 e se tornou conhecido em toda a periferia da cidade como um
verdadeiro defensor dos mais humildes levando ao ar suas reclamações e
ajudando-os a resolver os problemas pessoais ou de seus bairros. Quando
resolveu se candidatar a prefeito, os grandes partidos lhe negaram a legenda e
ele só encontrou abrigo no Partido da Juventude, que não tinha nenhuma
tradição. Pouco conhecido no centro da cidade, elegeu-se justamente com os
votos da periferia, e levou o PJ a eleger 4 vereadores, inclusive sua mulher,
na época, Márcia Bejani que foi a mais votada. Sem experiência administrativa,
dizia que quando entrou para a prefeitura não sabia distinguir uma fatura de
uma duplicata, mas formou um secretariado apartidário com pessoas competentes e
acabou fazendo um bom governo. Depois de perder uma eleição para prefeito no
segundo turno, elegeu-se como o único deputado estadual da cidade em 1998 e
neste ano vai tentar novamente a eleição para prefeito como candidato do PFL.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Juiz de Fora
Fevereiro de 2013
Nara Oliveira Salles
Carlos Alberto
Bejani e o Comando 730:
A construção do herói nas ondas do rádio
Trabalho de
Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção de grau de
Bacharel em Comunicação Social na Faculdade de Comunicação Social da UFJF.
Orientador: Alvaro Eduardo Trigueiro Americano
Juiz de Fora
Fevereiro de 2013
Nara Oliveira Salles
Carlos Alberto Bejani e o Comando 730: A construção do
herói nas ondas do rádio
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como
requisito para a obtenção de grau de Bacharel em Comunicação Social na
Faculdade de Comunicação da UFJF
Orientador: Alvaro Eduardo Trigueiro Americano
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em 28/02/2013 pela banca composta pelos
seguintes membros:
_______________________________________________________
Prof. Ms. Alvaro Eduardo Trigueiro Americano (UFJF) – Orientador
_______________________________________________________ Prof. Ms. Frederico
Belcavello Guedes (UFJF/CES-JF) – Convidado
_______________________________________________________ Prof. Dr. Paulo Roberto
Figueira Leal (UFJF) – Convidado Conceito Obtido
_________________________________________ Juiz de Fora Fevereiro de 2013 –
Agradecimentos – Allan Gouvêa. Allana Meirelles. Alvaro Americano. Carlos
Alberto Bejani. Chico Brinati. Davi Boratto. Deise Oliveira. Denise Salles.
Diego Rezende. Domingos Frias. Frederico Belcavello. Geraldo Muanis. Gil Horta.
Iluska Coutinho. João de Souza Coelho (Alemão). Jocemar de Souza. Letícia
Torres. Márcio Guerra. Paloma Destro. Paulo Roberto Figueira Leal. Roberta
Braga. Sônia Cristina Macedo Alvim. Tadeu Salles. Thais Caselli. Vera Couri.
Vera Lúcia Mello Reis. Zilma Hauck. “O mundo é um palco, No qual homens e
mulheres são apenas atores. Fazem sua entrada, sua saída E a cada homem, em seu
tempo, cabem vários papéis.” Do filme O Candidato (1971), de Michael Ritchie.
RESUMO A proposta deste trabalho é resgatar a memória do rádio em Juiz de Fora
(MG), com ênfase para a rádio Nova Cidade e o programa Comando 730, que teve
como repórter Carlos Alberto Bejani. O cotidiano de produção do programa, as
histórias e as opiniões sobre a postura do apresentador estão reunidos em
depoimentos de Bejani (2012), de um dos fundadores da Nova Cidade, Domingos
Frias (2012), e do motorista que também participava do Comando, João de Souza
Coelho (2012), conhecido como Alemão. Os apontamentos de Aldé (2001), Del
Bianco (2005) e Moreira (2006) juntam-se aos depoimentos, relacionando meios de
comunicação e política. A atuação de Bejani frente ao Comando foi submetida à
tipologia criada por Schwartzenberg (1977), em sua teoria da personalização da
política, e aponta para a busca do radialista em consolidar a imagem de “herói”
e “igual a todo mundo”. Ao longo do programa, Bejani conquistou popularidade e
foi eleito em 1988 como prefeito de Juiz de Fora. Em função de sua vitória, o
trabalho se encerra com a reflexão sobre a possível influência que a atividade
profissional de Carlos Alberto Bejani teve para que ele assumisse o Executivo
Municipal. PALAVRAS-CHAVE: Carlos Alberto Bejani. Política. Rádio. SUMÁRIO 1
INTRODUÇÃO....................................................................................................................08
2 O RÁDIO EM JUIZ DE
FORA..........................................................................................11
2.1 OS ANOS DE OURO DO
RÁDIO.....................................................................................14
2.2 A NOVA CIDADE ENTRA NO
AR.................................................................................18
3 COMANDO 730 E CARLOS ALBERTO
BEJANI..........................................................21 3.1 O
RADIALISTA.................................................................................................................22
3.2 CARLOS ALBERTO BEJANI NO
COMANDO..............................................................23 3.3 A
POLÍTICA.......................................................................................................................29
4 COMUNICAÇÃO E POLÍTICA.......................................................................................33
4.1 O RÁDIO NA
POLÍTICA..................................................................................................34
4.2 A POLÍTICA ESPETÁCULO............................................................................................37
5 CONSIDERAÇÕES
FINAIS..............................................................................................42
6 POSFÁCIO...........................................................................................................................48
7 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................50
8
APÊNDICE...........................................................................................................................53
APÊNDICE A. ENTREVISTA COM CARLOS ALBERTO
BEJANI...................................54 APÊNDICE B. ENTREVISTA COM DOMINGOS
FRIAS....................................................60 APÊNDICE C. ENTREVISTA
COM JOÃO DE SOUZA COELHO (ALEMÃO).................67
6
POSFÁCIO Depois de cumprir o seu primeiro mandato como prefeito de Juiz de Fora
pelo Partido da Juventude (PJ) até o ano de 1993, Carlos Alberto Bejani exerceu
duas legislaturas consecutivas como Deputado Estadual de Minas Gerais. Na
Assembleia Legislativa, Bejani ocupou a bancada do extinto Partido da Frente
Liberal (PFL) de 1999 a 2004. Em outubro de 2004, Bejani venceu a sua segunda
eleição para a Prefeitura de Juiz de Fora pelo Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB). Bejani assumiu o cargo em janeiro de 2005, mas renunciou ao cargo em 16
de junho de 2008. Envolvido em esquemas de corrupção, Bejani foi preso durante
a Operação Pasárgada, da Polícia Federal, em abril de 2008, acusado de desviar
recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Depois de ter
conseguido habeas corpus, voltou novamente à prisão por não ter conseguido
explicar a origem dos 1,1 milhões de reais encontrados em sua casa juntamente
com armas de uso exclusivo das Forças Armadas, documentos e computadores. No
mesmo dia de sua segunda prisão, a revista Época divulgou vídeos do então
prefeito recebendo sacolas de dinheiro, propina advinda dos donos de
concessionárias de transporte público na região. A Câmara Municipal instalou,
na época, uma Comissão Parlamentar de Inquérito e pediu a cassação do prefeito
em junho de 2008. Entretanto, Bejani se antecipou e renunciou ao cargo. Nas
eleições municipais de 2012, Bejani se candidatou a vereador, mas teve a
candidatura impugnada pela Lei da Ficha Limpa depois de obter 3.902 votos nas
urnas. Ao longo destes anos, Bejani se casou novamente, teve mais dois filhos e
hoje, de acordo com ele, se ocupa com as suas empresas de construção civil e de
promoções e 49 publicidade. Além disso, segundo Bejani (2012), ele também
gerencia a carreira de cantor sertanejo do filho mais velho. Bejani abandonou a
Rosa Mística juntamente com o catolicismo e hoje se dedica a atuar como pastor
evangélico. Em dezembro de 2012, a Primeira Câmara do Tribunal de Contas do
Estado (TCE) determinou que Bejani e seu ex-secretário de comunicação, Hyé
Ribeiro, devolvam mais quase R$166 mil reais aos cofres públicos em virtude de
irregularidades com publicidade, que teriam sido, segundo o TCE, promoção
pessoal. 50 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Intercom
– Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII
Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a
30/06/2012 1
Nara Oliveira SALLES2
Álvaro Eduardo Trigueiro AMERICANO 3
Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, MG
RESUMO
A proposta deste artigo é relatar os primeiros levantamentos
obtidos para o trabalho de conclusão de curso sobre a influência da atividade
profissional do radialista Carlos Alberto Bejani em sua vitória nas eleições
para a Prefeitura de Juiz de Fora, Minas Gerais, em 1988. O estudo foi
realizado a partir de apontamentos feitos por Aldé (2001), Passini (2004),
Arcine e Passeti (2010), dentre outros autores. A pesquisa aponta para a busca
de Alberto Bejani em seu programa de rádio e, posteriormente, em campanha, por
consolidar a imagem de “herói” e “igual a todo mundo”, pela classificação
proposta por Schwartzenberg (1977).
PALAVRAS-CHAVE: rádio; política; Bejani;
personalização da política.
Introdução Nas democracias contemporâneas, ficar em
destaque na mídia está diretamente relacionado com o desempenho nos pleitos
eleitorais. Conseguir transmitir uma imagem positiva e reconstruir os
significados das notícias encaminhadas aos eleitores parecem ser elementos
cruciais nas disputas políticas. Nesse sentido, Brinati (2010) considera que as
escolhas eleitorais são influenciadas pelos veículos de comunicação de massa,
ainda que parcialmente. Para ele, a comunicação, então, deixa de ser entendida
como mero instrumento, e passar a ser entendida como ambiente de ação.
Configura-se como a principal arena na qual se travam as discussões sobre os
temas tidos como relevantes – e, acaba por ocupar, também, papel importante nos
processos de construção de significados sobre a realidade. Enquanto geradora de
discursos que trazem consigo determinadas representações do real marcadas pela
apresentação de enfoques específicos, dentre muitos outros possíveis, a mídia
interfere nas relações sociais. (BRINATI, 2010, p.11) 1 Trabalho apresentado no
IJ04 – Comunicação Audiovisual do XVII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste realizado de 28 a 30 de junho de 2012. 2 Estudante de Graduação
do 7º semestre do Curso de Comunicação Social da UFJF, email:
narasal@hotmail.com 3 Coautor. Mestre em Comunicação e Cultura pela UFRJ,
professor adjunto do Departamento de Televisão e Rádio da Faculdade de
Comunicação da UFJF, email: alvaro.americano@ufjf.edu.br Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de
Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 2
Em função disso, a preocupação em analisar a influência da comunicação social,
mais especificamente do rádio, em uma disputa eleitoral, é fruto da percepção
de que, com frequência, políticos também usam deste meio para propagarem suas
ideias, ainda que não seja, exclusivamente, em época de campanha eleitoral.
Outro fator importante a ser considerado na política atual é a personalização,
isto é a tendência do eleitor escolher seus representantes em função da imagem
que os candidatos procuram construir de si mesmos e não necessariamente em
função de um programa de governo ou ideologia do partido. Segundo
Schwartzenberg (1977), É o próprio Estado que se transforma em empresa teatral,
em “Estado espetáculo”. De uma forma sistemática e organizada. Para melhor
divertir e iludir o público de cidadãos. Para melhor distrair e desviar. E mais
facilmente transformar a esfera política em cena lúdica, em teatro de ilusão.
(SCHWARTZENBERG, 1977, p.9) Dessa forma, Aldé (2001) avalia que “os meios de
comunicação (...) são considerados, por parte significativa dos que os consome,
fonte importante de referências a partir das quais organizam o mundo da
política” (2001, p.6). E é através do rádio que, para Ciaccia e Manhanelli, se
procura atingir a parcela menos favorecida da população, uma vez esse veículo
de comunicação trabalha com a emoção e “se deixa ver por dentro”, o que pode
torná-lo, para os autores, o alvo favorito dos corruptores. Em todo mundo, há
exemplos de utilização do rádio com finalidade política. Tanto Franklin
Roosevelt4 , nos Estados Unidos, quanto Adolf Hitler5 , na Alemanha, e Charles
de Gaulle6 , na França, podem ser citados quando se trata da transmissão de
ideologia pelas ondas do rádio. No Brasil, além do presidente Getúlio Vagas7 ,
que utilizou amplamente esse meio de comunicação em seu governo, é comum nomes
do rádio entrarem para a política, como aconteceu com Sandes Júnior8 , Anthony
4 Presidente dos Estados Unidos de 1933 a 1945. Ainda era governador de Nova
York quando utilizava o rádio como instrumento para conquistar a opinião
pública, prática que se intensificou enquanto ele estava na presidência. 5
Ditador alemão que liderou o país de 1934 a 1945, enquanto ocorria a II Guerra
Mundial. Investiu na radiodifusão para domínio da população, possibilitando o
desenvolvimento do receptor VE301, uma espécia de “alto-falante” de válvulas. 6
Ainda antes de a França declarar o fim à resistência à ocupação alemã, em 1940,
De Gaulle, já fazia discursos no rádio e ficou conhecido como “chefe da França
livre”. Em 1958, fundou a Quinta República Francesa de 1959 a 1969. 7 Governou
o Brasil de 1930 a 1934 como chefe do Governo Provisório. Depois, foi
presidente da República do Governo Constitucional, de 1934 a 1937, e continuou
no poder até 1945, enquanto durou o Estado Novo. De 1951 a 1954, foi presidente
do país eleito por voto direto. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 3 Garotinho9 e em Juiz de
Fora, Carlos Alberto Bejani, que ganhou as eleições para a Prefeitura da cidade
em duas ocasiões. As particularidades do programa “Comando 730”, apresentado
por Bejani na rádio Nova Cidade, somado à campanha política para as eleições
municipais de 1988 – e sua vitória – são incentivo para pesquisar como o rádio
pode afetar a população, transformando comunicadores, que muitas vezes não
tinham nenhum compromisso com partidos políticos até então, em verdadeiros
fenômenos eleitorais10 . NOTA O radialista e o jornalismo de denúncia Na fase
de redemocratização11 do país, a função de denúncia exercida pelos meios de
comunicação de massa ganhou destaque. Nas pautas, constavam reportagens sobre a
precariedade do atendimento dos hospitais, falta de medicamentos nos postos de
saúde, filas do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), violência da
polícia, corrupção de funcionários públicos. Essa característica ganha força no
rádio, já que ele atinge, inclusive, camadas de renda mais baixa da
população12, com menor nível escolar. A expressiva votação dos radialistas
políticos tem sido relacionada à situação de pobreza dos eleitores,
referindo-se não somente à escassez de recursos econômicos e sociais, mas
também à de recursos políticos. No Brasil, o ceticismo com relação aos
políticos abre espaço aos personagens heroicos construídos no rádio, líderes
carismáticos que tutelam o povo. (BARBOSA apud KASEKER, 2004, p.24) 8 Deputado
Federal pelo PP de Goiânia, comando o programa Sandes Júnior, na Goiânia FM,
definido pelo radialista como difusor das “mais surpreendentes verdades do dia
a dia, muita emoção com os detalhes da minha vida, horóscopo, o resumo das
novelas e as últimas informações do seu artista preferido”. 9 Natural da cidade
de Campos dos Goytacazes, no estado do Rio de Janeiro, foi prefeito da cidade
de Campos (RJ) por dois mandatos e governador deste mesmo estado, vitorioso nas
eleições de 1998. Além disso, Garotinho disputou as eleições presidenciais de
2002, obtendo a terceira colocação. Em 2010, foi eleito deputado federal também
pelo Rio de Janeiro. Garotinho trabalhou na Rádio Nacional e na Rádio Tupi AM.
Depois de ingressar na política, continuou como radialista na Rádio Melodia, de
cunho político e religioso. 10 Conforme relatado no resumo, este trabalho traz
os primeiros levantamentos obtidos através para um trabalho de conclusão de
curso sobre a influência da atividade profissional de Bejani para a sua vitória
nas eleições municipais de 1988. 11 Considera-se aí a mobilização popular
iniciada com o movimento “Diretas já”, em 1985. Desde o fim da ditadura, em
1985, esse gênero de programa – de denúncia – é exibido com relativo sucesso em
praticamente todas as emissoras de radiodifusão. 12 Em pesquisa realizada pelo
Grupo de Mídia em 2001, o perfil dos ouvintes é formado, em sua maioria, por
mulheres (53%), das classe C (38%) e D (23%), na faixa etária de 20 a 39 anos
(46%). Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro
Preto - MG – 28 a 30/06/2012 4 Segundo Passini (2004), as emissoras de caráter
popular, com programação e linguagem específicas, são terrenos férteis para os
comunicadores que querem se revelar solucionadores de problemas da população. É
comum o radialista adquirir este status, tamanha é a sua identificação com o
grande público, que o enxerga como uma ponte entre os necessitados e o poder
público. Em geral carismáticos, os apresentadores exploram fatos policiais para
comover os ouvintes, que se identificam com as histórias narradas. Frente às
desgraças contadas, o comunicador tripudia sobre as autoridades, cobrando-lhes
uma resposta para o problema. (PASSINI, 2004, p.3) Para Sevcenko (2006), o
rádio foi o veículo que mais teve influência no panorama político no Brasil.
Especialmente na primeira metade do século XX, quando se popularizou. O autor
discorre sobre o impacto no rádio na vida das pessoas: Cada um põe naquela voz
aliciante o rosto e o corpo dos seus sonhos. Como se o som se transmitisse pelo
espaço, onde quer que se ande pela casa, aquela voz penetrante vai atrás [...].
Antes todas as pessoas tinham uma voz incessante que lhes falava de dentro do
corpo, que os teólogos e filósofos chamavam de “consciência” [...]. O rádio,
milagre da tecnologia, permitiu substituir aquela voz tétrica pela voz das
abençoadas, as irresistíveis, as diabólicas irmãs Miranda [...]. Já no início
dos anos 20, o populismo descobrira no rádio a sua pedra filosofal, capaz de
transformar a massa amorfa de ouvintes na força agregada da paixão política.
(SEVCENKO apud RODRIGUES, 2008, p.3) Como forma de exercer o jornalismo de
utilidade pública, parte da imprensa se apresenta como fiscalizadora do poder
público, praticando o “denuncismo”, termo cunhado por Abreu (2003). A expressão
se refere “à facilidade de denúncias sem investigação ou evidências
suficientes, com o predomínio da notícia sensacional, a narração de uma
história dramatizada, em que o registro dos fatos não é feito com isenção”
(2003, p.33). Assim, alguns radialistas acabam por forjar uma atuação como
defensores da população com relação à ausência do Estado em diversas questões.
Eles procuram se tornar os amigos e conselheiros da população, aqueles que no
cotidiano tem o poder de defender e buscar soluções para os pequenos problemas
dos seus ouvintes. A partir dessa demonstração de eficiência, o radialista pode
se tornar credenciado a ingressar na política. Segundo Rodrigues (2008), o
trabalho desses profissionais “faz com que o indivíduo comum se sinta cidadão
de fato, já que medeia as relações deste com o poder público. Desta maneira, o
comunicador de rádio cria elos com a população” (2008, p.5). Segundo Moreira
(1998), desde a década de 1940, radialistas com programas Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de
Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 5
assistencialistas ou sensacionalistas se elegeram no país. Kaseker (2004)
atenta, inclusive, para o fato de que, em algumas situações, o afastamento do
rádio pode significar o fim da carreira política. Desta maneira, o comunicador
“encarna um perfil heroico e passa a ser o político ideal para numerosos
ouvintes, já que sabe lidar com a emoção e é, na maioria das vezes, alguém que
desenvolve o discurso da proximidade com os dramas da vida cotidiana”
(RODRIGUES, 2008, p.5). Ao incorporar personagens através do jornalismo de
denúncia, os comunicadores que almejam se lançar na carreira política, de certa
forma, contribuem para o que Schwartezenberg (1977) classifica como espetáculo
da política, baseado na personalização do poder. A política espetáculo Se o
investimento em tecnologia e o aumento dos fluxos globais redefinem os papéis
dos atores sociais e, de certa maneira, fortalece a mídia, os que estão
distantes dela ficam em condição de marginalidade política. O rádio, nesse
contexto, dá visibilidade e facilita o ingresso de seus profissionais na vida
pública. Para Schwartzenberg (1977), o rádio constitui instrumento de
repersonalização do poder, já que “para além do critério racional, pode
despertar sentimentos de atração ou repulsão, simpatia ou antipatia, através de
contato direto – ainda que ilusório – que se estabelece entre o líder e o
ouvinte” (1977, p.179). Além disso, para o autor, ao se dirigir mais à
sensibilidade do ouvinte, a intervenção puramente oral está sujeita a oferecer
um conteúdo mais pobre ao cidadão. Entretanto, Schwartzenberg (1977) ressalta:
Não nos esqueçamos, entretanto, que o rádio estabelece uma relação pessoal
entre o líder e o ouvinte. Abre, portanto, um novo campo à personalização da
política. Ainda que o ouvinte não tenha a sensação de estar ouvindo a “voz do
dono” – caso das ditaduras – domina-o a impressão de que sua existência
transcorre familiarmente ligada à do ou dos líderes, cujas pessoas vão se
tornando melhor conhecidas que seus programas. Aliás, não constitui a voz um
dos primeiros critérios em que se esteia a reação de simpatia ou, pelo
contrário, de antipatia, diante de um desconhecido? (SCHWARTZENBERG, 1977,
p.181) Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro
Preto - MG – 28 a 30/06/2012 6 Arcine e Passeti (2010) vêm corroborar a teoria
da personalização da política. Para eles, os eleitores fazem suas escolhas mais
pela imagem do candidato do que pelos programas de governo. Segundo Arcine e
Passeti (2010), o eleitorado tende a escolher um candidato de acordo com a
imagem que mais se identificam e isso se justifica no fato de que os políticos
possuem inúmeras estratégias [...]. Esses candidatos se comportam/atuam de
acordo com os desejos da população e é através disso que constroem seus
discursos. É nesse momento que é possível observar se determinado político está
enfatizando os valores de suas ideias ou o valor de sua plataforma política, se
está atacando a oposição ou defendendo sua campanha e se reconhece o valor do
cidadão e de suas necessidades. (ARCINE e PASSETI, 2010, p.4) Neste sentido,
Schwartezenberg (1977) criou uma tipologia parra classificar políticos e
líderes, já que, para ele, “a política, outrora, eram ideias. Hoje, são
pessoas. Ou melhor, as personagens. Pois cada dirigente parece escolher um
emprego e desempenhar um papel. Como num espetáculo” (1977, p.9). Partindo da
teoria de Schwartzenberg (1977), a maior preocupação daqueles que se inserem em
disputas eleitorais é com a imagem a ser passada para a opinião pública. Assim,
o político seleciona (ou cria) os traços de sua personalidade que ele deseja
submeter à opinião pública. Os líderes, segundo o autor, podem assumir quatro
papéis principais. O primeiro deles, o “herói” é o homem excepcional, fadado ao
triunfo, e depois à apoteose. O homem das façanhas, do entusiasmo e da glória.
Em suma: o ídolo, proposto ao culto dos mortais. É o salvador, quase messias. O
chefe providencial, chefe genial, médium do espírito nacional. É o profeta de
sua raça. Sempre imerso no solene, no sublime, na ênfase. (SCHWARTZENBERG,
1977, p.19) Apesar de seu entusiasmo e de suas façanhas, ao interpretar o papel
de “herói”, o político pode se esquecer de quem realmente é, por estar em
constante representação. Mesmo assim, ele traz garantia para a população, pois
herói não pode errar. “Além do esplendor e do sonho, o herói também fornece a
certeza. Tendo o domínio da segurança, ele ajuda a vencer a angústia, a
incerteza dos períodos difíceis e de mudanças” (SCHWARTZENBERG, 1977, p.23).
Além do herói, Schwartzenberg (1977) conceitua o “igual a todo mundo”, que
busca se aproximar do eleitorado pela identificação. “Nele, tudo é banal comum,
convencional. Nada que o distinga. É apenas one of us, puro reflexo de nossas
próprias Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da
Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro
Preto - MG – 28 a 30/06/2012 7 pessoas, o presidente-espelho. Como se o
leitorado o houvesse criado à sua própria imagem” (1997, p.51). O autor ainda
descreve o “líder charmoso”, que busca seduzir e agradar a opinião pública.
Nessa perspectiva, a população transfere para o líder desejos que não são
capazes de realizar. Não basta apenas a simpatia para que entrem em ação a
valorização por pessoa interposta e a projeção-identificação. O governado (ou o
espectador) apela para o líder (ou para a estrela) e para ele transfere tudo o
que teria desejado fazer, sem o conseguir. Identifica-se com esse líder
charmoso. Por seu intermédio, ele “exerce” o poder, “participa” dos grandes
debates, e de cúpulas. Tal como “vive”, por estrela interposta, aventuras que
nunca há de conhecer. (SCHWARTZENBERG, 1977, p.75) “Nosso pai” também faz parte
das categorias descritas por Schwartzenberg (1977). A ele, cabe,
principalmente, trazer segurança. “O pai representa a ordem coercitiva, o
Estado que domina, rege, subjuga. Acalma as pulsões sem as satisfazer, mas
reprimindo-as” (1997, p.97). A partir dessa classificação, é possível analisar
a postura de Alberto Bejani enquanto radialista e, também, durante o período da
campanha eleitoral de 1988, cuja eleição ele saiu vitorioso. A voz do Comando
730 Carlos Alberto Bejani nasceu em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro,
em 27 de setembro de 1949. Filho de Hélio Klinger Bejani e Isa Portilho Bejani,
veio para Juiz de Fora com o circo de sua família aos quatro anos de idade.
Segundo Guerra (1991), sua mãe se instalou na cidade ao conhecer o pedreiro
Geraldo Ferreira, a quem Bejani teria como pai. Em depoimento a Guerra (1991),
Bejani afirma que foi do circo que “nasceu o meu amor pelo povo, que na sua
sabedoria aprende a enfrentar e vencer a adversidade, seguindo os mais
corajosos e ousados. O povo pode até não compreender direito o que está
acontecendo, mas acredita e vai em frente” (1991, p.30). Vivendo em um bairro
pobre da periferia de Juiz de Fora, Bejani trabalhou, na infância, como
vendedor de pirulitos, lavador de para-brisas e engraxate. Na adolescência,
teve experiências como vendedor em lojas de calçados e no Exército. Intercom –
Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII
Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a
30/06/2012 8 O rádio entrou na vida de Bejani no final de 1976, quando ele
começou a frequentar a Rádio Industrial13 de Juiz de Fora “por mera falta do
que fazer, esta é a verdade” (GUERRA, 1991, p.38). Desacreditado pelos
profissionais da área na cidade, Bejani conseguiu sua primeira oportunidade na
Rádio Correio da Serra, em Barbacena. Uma semana depois, sem saber direito como
é que as coisas estavam acontecendo, já tinha um programa – o „Sábado Alegre‟,
de 2 às 5 da tarde, e em dois meses estourei em audiência. O programa passou a
ser o mais ouvido em Barbacena e nas cidades vizinhas. (GUERRA, 1991, p.39) Com
o sucesso em Barbacena, Bejani foi convidado por emissoras juiz-foranas.
Começou a trabalhar na Rádio Capital com um programa que ia ao ar de meia-noite
às cinco da manhã em que conversa com trabalhadores que trocavam o dia pela
noite. Entretanto, ganhou destaque na Rádio Nova Cidade, com o “Comando 730”.
Com um carro, batizado de “Comando 730”, Bejani percorria os bairros de Juiz de
Fora. Comecei a denunciar todos os abusos que aconteciam na cidade: o mau
atendimento médico, a arbitrariedade policial, a desatenção dos poderes
públicos para com os bairros mais pobres, tudo. Onde houvesse um problema
qualquer, uma injustiça, o „Comando 730‟ aparecia, em poucos minutos, e tomava
a defesa dos pobres da periferia. (GUERRA, 1991, p.41) Em depoimento a Guerra
(1991), Bejani afirmou que percebeu a sua popularidade no dia de seu primeiro
casamento, com Márcia Regina de Oliveira Bejani. Ele convidou os ouvintes da
rádio para comparecerem à cerimônia e, no dia do casamento, mais de 500 táxis
me acompanharam, de graça. Quando cheguei à entrada da Catedral, mais ou menos
às 20 horas, não tinha nem jeito de entrar. Chamaram até a polícia, para evitar
maiores problemas. Mais de duas mil pessoas acotovelaram-se nas imediações,
dentro e fora da igreja. (GUERRA, 1991, p.45) A partir deste dia, Bejani, que
pretendia se candidatar a vereador, decidiu lançar sua candidatura a prefeito.
Os grandes partidos, contudo, não acreditaram na candidatura do radialista.
Depois de fazer consulta ao TRE e descobrir que o partido ao 13 Inaugurada em
1949 pelo empresário fluminense Alceu Nunes da Fonseca, a emissora, de prefixo
ZYT-9, seguia o modelo da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Segundo Bara e
Pequeno (1991), a programação era baseada “radionovelas, programas de
auditórios, participação de orquestras e conjuntos regionais, noticiários e
reportagens externas” (1991, p.18). Com o surgimento da Rádio Difusora, em
1956, o empresário Sérgio Mendes, da nova emissora, adquire a Rádio Industrial
e forma a cadeia DIAL. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 9 qual estava filiado, o
Partido Democrata Cristão (PDC), tivera o seu pedido de registro indeferido,
Bejani se filiou no Partido da Juventude (PJ). Depois disso, as gozações só
aumentaram, e o meu nome passou a ser objeto de brincadeiras nos principais
pontos do centro da cidade. Muitos diziam que eu estava doido, por enfrentar as
elites, as forças políticas tradicionais, sem dinheiro, sem partido e sem o
mínimo de organização de campanha. (GUERRA, 1991, p.46) Desprovido de recursos
financeiros para a campanha eleitoral, Bejani procurou um amigo sanfoneiro e
outro, proprietário de um ônibus velho, para pedir ajuda. “Com esses dois
amigos e um aparelho de som velho, dos mais vagabundos, lançamos o „Forró da
Perereca‟, uma engraçada mistura de show e comício, e começamos a visitar os
bairros da periferia todas as noites” (GUERRA, 1991, p.47). Nos comícios, o
candidato pedia para que a população juntasse jornal velho para que ele pudesse
pintar o seu nome e o seu número com pincel atômico e pregar na cidade. As
dificuldades de campanha também se refletiram no programa televisivo do horário
de propaganda eleitoral gratuita. Pela legislação, Bejani poderia utilizar 2
minutos, mas quando chegou ao estúdio foi informado de que teria somente 1
minuto e 27 segundos de programa. Na reta final da campanha, isso me ajudou
muito a ganhar as eleições, pois o corte do programa era feito exatamente no
momento em que eu anunciava as denúncias. Logo, logo, surgiu um boato que tomou
conta da cidade: “Não estão deixando o Bejani falar a verdade. toda vez que ele
vai denunciar alguma coisa, cortam a sua imagem na televisão”. (GUERRA, 1991,
p.48) Incluindo a religiosidade em sua campanha, através da Nossa Senhora de
Rosa Mística, Bejani atribuiu à santa a sua vitória no pleito eleitoral. “Foi
uma inspiração divina, mandando que alguém olhasse pelos mais humildes. E acho
que devo buscar também explicação nas raízes de minha própria existência como
criança sofrida” (GUERRA, 1991, p.48). Ao final da campanha, o candidato se
dizia convencido de sua vitória nas urnas. Afinal, encerrava a campanha sem gastar
nada e a força que unia o povo era simplesmente uma proposta séria, um
compromisso sagrado. Só a grande força das ideias, bem conduzida, pode mudar o
destino dos que não têm voz e que não têm vez. E foi nesta mensagem, tenho
certeza, que o povo acreditou. (GUERRA, 1991, p.52) Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de
Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012
10 Em 1988, Bejani venceu as eleições14, que ainda tinham apenas turno único,
para a prefeitura de Juiz de Fora, com 33,8% dos votos válidos, o que
representava 58.248 votos, e deixava para trás candidatos com significativa
experiência na vida pública, como, Murílio Hingel15, que obteve a segunda
colocação, e Mello Reis, ex-prefeito da cidade. Para Oliveira (1990), muitos
fatores terão contribuído para a ascensão de Alberto Bejani. Inaugurando sua
fase política, o ex-radialista, jogou em todo o seu passado como locutor a
força de suas propostas que, em suma, basearam-se praticamente em apelos
populares. O seu discurso, via de regra era um discurso que tratava poder e
política como devendo ser controlados pelo dever moral como se isso resolvesse
a questão do poder. Falando dos vícios dos candidatos, ou seja, dos políticos
de modo geral, propunha sangue novo (o seu) na atividade política. [...] Assim,
o exame do fenômeno Alberto Bejani está diretamente ligado ao momento em que o
país ensaiou os primeiros passos – após vinte anos – de uma consolidação
democrática ampla com a eleição direta em dois turnos para presidente da
República. (OLIVEIRA apud BRINATI, 2010, p.46) Além de sua vitória para
prefeito, Bejani levou o Partido da Juventude a eleger quatro vereadores, o que
incluiu sua esposa, na época, Márcia Bejani, que foi a vereadora mais votada de
Juiz de Fora em 1988. Considerações finais Alguns pontos significativos
precisam ser considerados ao analisar a vitória de Alberto Bejani nas eleições
de 1988. Primeiramente, Bejani jamais tinha tido qualquer experiência em carreira
política antes de sua vitória. É necessário avaliar a importância desta
eleição, em um cenário de sete candidatos, representantes dos tradicionais
setores políticos da cidade. Além disso, Bejani desenvolveu uma campanha sem
programa de governo e com poucos recursos financeiros para a confecção de
materiais para propaganda. Entretanto, o candidato utilizou de uma estratégia
de aproximação com a população, através de linguagem simples, do comício
diferenciado, da utilização de declarações e 14 Resultado das eleições
municipais em 1988, com a participação de 213.528 eleitores: Bejani (PJ) eleito
– 58.248 votos – 33,8%; Hingel (PMDB) – 39.946 – 23,2%; Custódio (PSDB/PDT) –
33.113 – 19,2%; Mello (PDS/PDC/PSC) – 28.104 – 16,3%; Jorge Lima (PT) – 4.747 –
2,75%; José de Castro (PTB) – 4.091 – 2,4%; José Luiz Guedes (PSB/PCB/PCdoB) –
3.897 – 2,3%. (Fonte: TRE-MG) 15 Natural de Petrópolis (RJ), graduou-se em
Geografia e História pela Universidade Federal de Juiz de Fora. De 1967 a 1973,
foi Secretário de Educação e Cultura em Juiz de Fora e Ministro da Educação, de
1992 a 1995, no governo Itamar Franco. Além disso, foi Secretário de Educação
de Minas Gerais de 1999 a 2002. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos
Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 11 denúncias espetaculares
em jornais e da própria aparição no horário de propaganda eleitoral gratuita.
Neste sentido, pela classificação de Schwartzenberg (1977). Alberto Bejani pode
ser considerado um “igual a todo mundo”, já que a população mais carente se
identificava com a sua vida sofrida, com seus instrumentos simples de campanha
e com a sua linguagem sem rodeios. Apesar dessa ponderação, é importante
ressaltar que a campanha de Bejani pode ser considerada como iniciada alguns
anos antes, no “Comando 730”, embora sem que o próprio radialista imaginasse
sua entrada para a vida pública, na época. Através do seu programa, com forte
caráter assistencialista e de denúncia, Bejani se tornou conhecido e, além
disso, tomou para si o lugar de defensor dos direitos do povo, o que o
legitimou, junto a uma parcela significativa dos eleitores da cidade, a
ingressar na carreira política. A partir desse ponto de vista, ele pode ser considerado,
juntamente com o “igual a todo mundo”, um “herói”, já que defendia a população
contra as irregularidades do serviço público e de causas que a camada menos
favorecida da sociedade pedia que fossem solucionadas. A eleição de sua
primeira esposa para vereadora confirmou o poder que ele tinha junto à
população, identificado por ele mesmo desde o dia de seu casamento. Márcia
Bejani não era comunicadora e também não era política. Seu único trunfo era ser
esposa do fenômeno do rádio na cidade. Não há como negar que a experiência como
comunicador de rádio de Bejani possibilitou a sua proximidade com a população e
a empatia com as camadas mais humildes – principalmente pelo cunho popular de
seu programa. Foi a partir daí que se solidificou a relação de identidade do
radialista com seus ouvintes, que o transformariam em um personagem popular e,
mais tarde, o prefeito eleito de Juiz de Fora em uma eleição disputada contra
todas as tradicionais forças políticas da cidade. REFERÊNCIAS ABREU, A.
Jornalismo cidadão. Revista Estudos Históricos, América do Norte, 1, ago. 2003.
Disponível em: . Acesso em: 05 Mai. 2012. Intercom – Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de Ciências da
Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012 12 ALDÉ, A.
“A construção da política”: Cidadão comum, mídia e atitude política. Rio de
Janeiro: 2001. Tese apresentada ao Instituto Universitário de Pesquisas Do Rio
de Janeiro. ARCINE, Raquel de Freitas e PASSETI, Maria Célia Cortêz. A
construção do ethos de identificação de José Serra em seu discurso de
pré-candidatura para a eleição presidencial brasileira de 2010. II Seminário
Nacional de Estudos da Linguagem, Cascavel, 2010. Disponível em: . Acesso em:
26 de abril de 2012. BARA, S.; PEQUENO, I. Os anos dourados do rádio em Juiz de
Fora. Trabalho de conclusão de curso: UFJF, 1991. BRINATI, C. Jornalismo
Político e identificação eleitoral: a construção da imagem de Carlos Alberto
Bejani pelos jornais impresso de Juiz de Fora – MG. Dissertação (Mestrado em
Comunicação) – Faculdade de Comunicação, Universidade Federal de Juiz de Fora,
Juiz de Fora, 2010. CIACCIA, F. e MANHANELLI, C. A história do rádio na
política brasileira. Disponível em: . Acesso em: 26 de abril de 2012. GUERRA, J.
Frente à frente com Bejani. Belo Horizonte: Armazém de ideias, 1991. KASEKER,
M. P. O desempenho eleitoral de radialistas políticos nas eleições
proporcionais de 2002 no Paraná. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Setor
de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2004. Disponível em: . Acesso em: 24 de abril de 2012. MOREIRA, S. V. Rádio
Palanque. Rio de Janeiro: Mil Palavras, 1998. PASSINI, J. A política espetáculo
e os ouvintes: artifícios para conquistar a opinião pública. Disponível em:
http://encipecom.metodista.br/mediawiki/images/8/89/GT5Texto008.pdf. Acesso em:
26 de abril de 2012. RODRIGUES, F. A mídia como ponte entre o céu e o inferno
na política: ascensão e queda midiática do prefeito Alberto Bejani (Juiz de Fora).
In: XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, Natal, 2008.
Disponível em: . Acesso em: 24 de abril de 2012. Intercom – Sociedade
Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XVII Congresso de
Ciências da Comunicação na Região Sudeste – Ouro Preto - MG – 28 a 30/06/2012
13 SCHWARTZENBERG, R. O Estado Espetáculo. São Paulo: Círculo do Livro, 1977.
Voltando
ao presente
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postado
em 14/06/2016 06:00 / atualizado em 14/06/2016 07:27
Condenado em segunda instância,
ex-prefeito foi preso no sábado (foto: Marcelo Ribeiro/Tribuna de Minas)
Sem
conseguir habeas corpus, a defesa do ex-prefeito de Juiz de Fora Carlos Alberto
Bejani (PSL) aposta em uma mudança de posição do Supremo Tribunal Federal (STF)
para conseguir soltar seu cliente. Segundo o advogado Ricardo Fortuna, existe
uma expectativa de que o STF paute no dia 22 uma ação declaratória de
constitucionalidade proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que pede
que as prisões de condenados só sejam executadas depois do trânsito em julgado.
Condenado em segunda instância por corrupção passiva, o ex-prefeito de Juiz de
Fora Carlos Alberto Bejani (PSL), está preso na Penitenciária Ariosvaldo Campos
Pires, em Juiz de Fora. Ele foi detido sábado em casa por ordem do
Superior Tribunal de Justiça, que determinou a execução provisória da
condenação a sete anos e nove meses de prisão em regime fechado. A sentença é
relativa ao período que Bejani estava no comando da cidade, entre 1989 e 1992.
Saiba
mais
“A
defesa confia na chance de o STF virar essa página triste da história, porque o
plenário composto por ministros constitucionalistas está lá para cumprir a
Constituição e não fazer uma interpretação ostensiva. Confiamos numa
reviravolta desta questão que autorizou a execução provisória, o que virá a
beneficiar o Bejani”, afirma o advogado Ricardo Fortuna.
O ex-prefeito já havia ficado preso por dois meses antes, na Operação Pasárgada, da Polícia Federal, que investigou um esquema de desvios no Fundo de Participação dos Municípios. Ele foi detido em abril de 2008 e cumpriu temporada na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Foi liberado em maio e voltou à prisão em junho, na Operação de Volta a Pasárgada. À época ele foi preso por porte ilegal de armas. Os policiais também acharam R$ 1,12 milhão em espécie em sua casa. As prisões o levaram a renunciar ao cargo de prefeito que ele ocupava na época e, na sequência, anunciar sua saída da política.
Na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, Bejani estava preso até a manhã de ontem junto com outros detentos, mas a defesa do ex-prefeito reivindica que ele fique isolado. Alega que ele tem esse direito por ter sido vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, quando foi deputado estadual. Nesse cargo, ele participou de várias investigações a criminosos e, por isso, sofreria risco à sua integridade física.
O ex-prefeito já havia ficado preso por dois meses antes, na Operação Pasárgada, da Polícia Federal, que investigou um esquema de desvios no Fundo de Participação dos Municípios. Ele foi detido em abril de 2008 e cumpriu temporada na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Foi liberado em maio e voltou à prisão em junho, na Operação de Volta a Pasárgada. À época ele foi preso por porte ilegal de armas. Os policiais também acharam R$ 1,12 milhão em espécie em sua casa. As prisões o levaram a renunciar ao cargo de prefeito que ele ocupava na época e, na sequência, anunciar sua saída da política.
Na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, Bejani estava preso até a manhã de ontem junto com outros detentos, mas a defesa do ex-prefeito reivindica que ele fique isolado. Alega que ele tem esse direito por ter sido vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, quando foi deputado estadual. Nesse cargo, ele participou de várias investigações a criminosos e, por isso, sofreria risco à sua integridade física.
STJ nega recurso, e Bejani continua
preso
Colegiado
não aceita agravo regimental interposto por defesa, e ex-prefeito permanece em
Linhares. Página 5
Por
Tribuna de Minas
Juiz
de Fora, QUARTA-FEIRA, 22 de junho de 2016
PRESO
POR CORRUPÇÃO PASSIVA/AGRAVO REGIMENTAL
EDUARDO
MAIA
Repórter
O
Colegiado da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgou desprovido,
ou seja, não aceitou o agravo regimental interposto pela defesa do ex-prefeito
Alberto Bejani (PSL). O político foi preso pela Polícia Civil na manhã do
último dia 11 e levado par a Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires, no
Linhares, após ser condenado por corrupção passiva, com pena de sete anos e
nove meses em regime fechado. No julgamento, realizado na tarde de ontem, em
Brasília, o voto foi feito em lista, sem debate ou detalhamento da decisão do
relator, o ministro Joel Ilan Paciornik, segundo a assessoria de comunicação do
STJ. A defesa havia impetrado o agravo regimental no dia 6 de junho, após a
decisão monocrática do ministro em proceder à execução da pena no julgamento de
segunda instância. O ex-prefeito permanece preso.
Em
decisão monocrática publicada no dia 18 de maio, Paciornik determinou a
execução provisória da pena imposta ao político, remetendo cópia dos atos do
processo ao Tribunal de Justiça me Minas Gerais (TJMG). A defesa de Bejani protocolou,
no dia 31 e maio, um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF),
que foi considerado inviável pelo ministro Dias Tóffoli até a apreciação do
colegiado do STJ. Tófolli determinou a análise colegiada, mantendo a execução
da pena ao considerar a jurisprudência aprovada pela corte em fevereiro deste
ano, de prisão do réu após o julgamento em segunda instância.
A
Tribuna não conseguiu falar com a defesa de Bejani, Na semana passada, o
advogado do ex-prefeito, Ricardo Fortuna, afirmou que a expectativa agora é que
seja declarado constitucional o dispositivo do Código de Processo Penal, que regula
a presunção de inocência, o que, em tese, permitirá o réu responder em
liberdade. A matéria deverá ser julgada hoje no plenário do Supremo Tribunal
Federal (STF), a pedido do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB).
Tribuna
de Minas – Quarta-Feira – 22/06/2016 – p. 5
Ex-prefeito
permanecerá em Linhares
CORRUPÇÃO
Carlos
Alberto Bejani foi condenado em decisão do ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Joel Ilan Paciornik
Ele
foi detido após cumprimento de ordem judicial e levado para a penitenciária
Ariosvaldo Campos Pires
PUBLICADO
EM 11/06/16 - 14h11
DA REDAÇÃO
Foi
preso na manhã deste sábado (11), em Juiz de Fora, o ex-prefeito da cidade da
Zona da Mata, Carlos Alberto Bejani. Ele foi detido após cumprimento de ordem
judicial e levado para a penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. A prisão
de Bejani foi autorizada após decisão do ministro do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), Joel Ilan Paciornik.
Na
última quarta-feira, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal
(STF), já havia negado seguimento (julgou inviável) ao Habeas Corpus, em que a
defesa do ex-prefeito questionava decisão que determinou a execução provisória da
pena a ele imposta. Bejani foi condenado pela Justiça estadual à pena de 7 anos
e 9 meses de reclusão, em regime inicial fechado, pela prática do crime de
corrupção passiva.
O
habeas corpus questionou decisão de relator de recurso no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) que, ao acolher pedido do Ministério Público Federal (MPF),
determinou a remessa de cópia dos autos ao juízo de primeira instância, a fim
de que proceda à execução provisória da pena. O requerimento do MPF teve como
base o entendimento do Plenário do Supremo firmado no HC 126292. No julgamento,
ocorrido em 17 de fevereiro último, a Corte entendeu, por maioria, que a pena
pode ser cumprida após confirmação da sentença em segunda instância. No caso
dos autos, a condenação do ex-prefeito foi mantida no julgamento de apelação
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A
defesa sustentava que a execução provisória da pena a partir da segunda
instância poderia incorrer em reformatio in pejus, uma vez que ficou assegurado
na sentença o direito de seu cliente recorrer em liberdade, não tenho o MP
recorrido desta parte da decisão.
Defesa
De
acordo com o advogado Marcelo Leonardo, representante da defesa de Bejani, o
processo ainda não está concluído e há recursos pendentes. "O prefeito foi
preso em decorrência de uma ordem do ministro relator do STJ. Contra a decisão
do ministro, fizemos um agravo regimental que está pendente de julgamento na 5ª
turma do STJ. Paralelamente a isso, o processo dele ainda não terminou. Há
recursos pendentes. A decisão é provisória. A nova orientação do STF, de
fevereiro, ordenou o inicio da execução. Apesar disso, ele poderia ter
aguardado o julgamento em liberadde. Por isso fizemos o agravo", diz o
jurista, afirmando, ainda, que não há previsão para a saída de Bejani da
penitenciária.
Histórico
No
ano passado, Bejani já havia sido condenado em segunda instância pelo Tribunal
de Justiça de Minas Gerais (TJMG) a sete anos e nove meses de prisão por
corrupção passiva. O processo envolvendo o ex-chefe do executivo municipal se
iniciou há 19 anos. Ele foi julgado por corrupção.
De
acordo com o processo, durante seu primeiro mandato como prefeito (1989 –
1993), Bejani teria beneficiado a Construtora Paquiá Ltda por meio de
licitações que somaram, na época, Cr$ 30 milhões, cerca de R$ 361 mil em
valores atualizados.
O
Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apurou que Bejani vendeu um terreno
seu por Cr$ 1 milhão (R$ 12 mil) para o proprietário da Paquiá, José Manoel
Raposo. A quantia era 80% inferior ao valor venal do imóvel. Depois de ter
recebido o dinheiro da venda, Bejani ainda teve depositado Cr$ 1,1 milhão (R$
13,2 mil) em sua conta pela mesma empresa. Em seguida, a construtora ganhou
várias licitações promovidas pela prefeitura de Juiz de Fora.
O
acórdão do processo mostra que o Ministério Público denunciou três obras
irregulares executadas pela Paquiá. A primeira é referente à execução de
serviços de captação de águas que custou Cr$ 2,5 milhões (R$ 30 mil). As outras
duas obras foram contratadas para a construção das escolas municipais Santa
Cecília e São Geraldo a um custo de Cr$ 17,7 milhões (R$ 205 mil) e mais Cr$
10,5 milhões (R$126,5 mil) por meio de aditivo contratual.
Em
justificativa publicada no processo, a defesa alegou que o ex-prefeito vendeu o
terreno mais barato por passar dificuldades financeiras. “O denunciado
esclarece que passava por dificuldades financeiras na ocasião e o Sr. José
Manoel Raposo era seu companheiro e por quem nutria uma perfeita amizade.
Portanto, aceitou um empréstimo pelo mesmo à sua pessoa, que foi pago
parceladamente.”
Quarta-feira,
08 de junho de 2016
O
ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou seguimento
(julgou inviável) ao Habeas Corpus (HC) 134814, em que a defesa do ex-prefeito
de Juiz de Fora (MG) Carlos Alberto Bejani questionava decisão que determinou a
execução provisória da pena a ele imposta. Bejani foi condenado pela Justiça
estadual à pena de 8 anos e 4 meses de reclusão, em regime inicial fechado,
pela prática do crime de corrupção passiva.
O
habeas corpus questionou decisão de relator de recurso no Superior Tribunal de
Justiça (STJ) que, ao acolher pedido do Ministério Público Federal (MPF),
determinou a remessa de cópia dos autos ao juízo de primeira instância, a fim
de que proceda à execução provisória da pena. O requerimento do MPF teve como
base o entendimento do Plenário do Supremo firmado no HC 126292. No julgamento,
ocorrido em 17 de fevereiro último, a Corte entendeu, por maioria, que a pena
pode ser cumprida após confirmação da sentença em segunda instância. No caso
dos autos, a condenação do ex-prefeito foi mantida no julgamento de apelação
pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
A
defesa sustentava que a execução provisória da pena a partir da segunda
instância poderia incorrer emreformatio in pejus, uma vez que ficou assegurado
na sentença o direito de seu cliente recorrer em liberdade, não tenho o MP
recorrido desta parte da decisão.
Decisão
Ao
analisar o caso, o ministro Dias Toffoli destacou inicialmente a
inadmissibilidade do habeas corpus, uma vez que se volta contra decisão
monocrática do STJ que ainda não foi submetida à apreciação de colegiado
naquela corte.
Em
seguida, lembrou que no precedente do Supremo – HC 126292 – o réu também
obtivera direito de recorrer em liberdade. Contudo, naquela ocasião, o Plenário
fixou orientação no sentido de que a execução provisória da sentença penal
condenatória já confirmada em apelação, ainda que sujeita a recurso especial ou
extraordinário, não implica ofensa ao princípio constitucional da presunção de
inocência. “O entendimento do Superior Tribunal de Justiça, ao determinar a
execução provisória da pena imposta ao paciente, não configurou reformatio
in pejuse nem afrontou a jurisprudência fixado pelo Supremo”, afirmou o
ministro.
Assim,
o ministro negou seguimento ao HC ao entender que não ficou demonstrada qualquer
ilegalidade flagrante nos autos.
AR/CR,AD
Bejani e O Palhaço Carequinha
O Bom Menino
Carequinha
O
bom menino não faz pipi na cama
O
bom menino não faz malcriação
O
bom menino vai sempre à escola
E
na escola aprende sempre a lição
O
bom menino respeita os mais velhos
O
bom menino não bate na irmãzinha
Papai
do céu protege o bom menino
Que
obedece sempre, sempre a mamãezinha
Por
isso eu peço a todas as crianças
Muita
atenção para o conselho que eu vou dar
(falado)
Olha
aqui.
Carequinha
não é amigo de criança que passa de noite da sua cama pra cama da mamãe
E
também não é amigo de criança que rói unha, e chupa chupeta.
Tá
certo ou não tá?
Táaaaaaa
Eu
obedeço sempre a mamãezinha
Então
aceite os parabéns do Carequinha.
O
bom menino...
(falado)
Olha
aqui.
Carequinha
só gosta de criança que respeita mamãe, papai, titia e vovó
E
seja amigo dos seus amiguinhos
E
também que coma na hora certa, e durma na hora que a mamãe mandar.
Tá
certo ou não tá?
Táaaaaaa
Eu
obedeço sempre a mamãezinha
Então
aceite os parabéns do Carequinha.
-Viva
o bom menino
Vivaaa
Trapezistas órfãos de pai na
infância conduzidos aos picadeiros da vida.
Da glória e da fama.
Ambos com expertises nos circos
da arte e do poder.
Não por coincidência sobrinho e
tio.
Carequinha - O Bom Menino
JUIZ
DE FORA - 5/4/2006 - 10:40
Notícias
de: PREFEITO
Prefeito decreta luto oficial de
três dias pela morte de Carequinha
O
prefeito Alberto Bejani decretou luto oficial de três dias pela morte de
George Savalla Gomes, o Palhaço Carequinha, aos 90 anos. Ele morreu nesta
quarta-feira, em sua casa, em São Gonçalo, no Rio, após passar mal durante a
madrugada, com dores no peito. Uma ambulância foi chamada, mas quando os
paramédicos chegaram ele já havia morrido.
Consternado com a morte, o prefeito Alberto Bejani, que é sobrinho de Carequinha, sintetizou: “morreu a alegria do Brasil”. Ele lembrou que Juiz de Fora prestou a última homenagem a Carequinha com o desfile do Bloco do Beco, na sexta-feira de Carnaval, que teve como enredo “Homenagem ao Palhaço Carequinha. Um beijo no coração!”. Carequinha esteve presente ao desfile e recebeu de perto o carinho do povo de Juiz de Fora que o saudou pelas ruas da cidade. “Ele mereceu cada homenagem por toda a alegria que trouxe ao povo brasileiro em quatro gerações”, acrescentou Bejani. No dia 31 de maio do ano passado, quando Juiz de Fora completou 155 anos, Carequinha também esteve presente na cidade para receber a medalha do Mérito Comendador Henrique Guilherme Fernando Halfeld, a maior distinção do município, com o qual foi homenageado. O prefeito Alberto Bejani afirmou, em janeiro deste ano durante o período de internação de Carequinha na Santa Casa de Misericórdia que, na ocasião do aniversário da cidade deste ano, ele iria passar uma semana se apresentando para as crianças das escolas municipais. O prefeito Alberto Bejani embarcou para o Rio de Janeiro nesta quarta-feira, às 11h, para o velório de Carequinha em São Gonçalo. O corpo está sendo velado no Centro Cultural Joaquim Lavoura, na Avenida Kennedy, e o enterro será às 17h no Cemitério São Miguel. Carequinha George Savalla Gomes nasceu no dia 18 de julho de 1915, em Rio Bonito (RJ). Sua mãe, Elisa Savalla, e o pai, Lázaro Gomes, eram trapezistas. Ela estava em cena no placo quando sentiu as dores do parto. Carequinha nasceu no Circo Peruano, que era de propriedade de seu avô, José Rosa Savalla. O pai morreu dois anos depois e foi o seu padrasto, Ozório Portilho, que o levou ao picadeiro pela primeira vez quando tinha cinco anos. Ali mesmo colocou uma peruca de careca no menino e lhe deu o nome artístico de Palhaço Carequinha. Carequinha cresceu nos picadeiros, mas levou seus shows para muito além deles. Representou o Brasil quatro vezes no exterior. Venceu o concurso na Itália de palhaço mais moderno do mundo, representando o Brasil no 1º Festival Internacional de Clowns. Na televisão, Carequinha também foi pioneiro, sendo o primeiro palhaço a ter um programa na TV Tupi, em 1951. O Circo Bombril ficou no ar por 16 anos. Nos anos 80, foi apresentador de um programa infantil na TV Manchete. Carequinha gravou 26 discos e suas músicas tornaram-se muito populares. Seus maiores sucessos foram "O bom menino", "A marcha do carrapato" e "Parabéns parabéns". Fez também sucesso com tradicionais canções de roda, como "Escravos de Jó", "Ciranda cirandinha", "Carneirinho carneirão" e "O cravo brigou com a rosa". *Outras informações com a Secretaria de Comunicação e Qualidade pelo telefone 3690-7374.
Em
1962, o palhaço de circo Carequinha gravou o samba "O
engraxate".
José Leão - Quinteto Vocal do
Clube do Guri - ELE É ENGRAXATE - Luiz Antonio
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