Edição
do dia 07/06/2016
07/06/2016
08h37 - Atualizado em 07/06/2016 08h49
De
acordo com o Ministério Público, os três conspiraram para atrapalhar as
investigações da Operação Lava Jato.
O
procurador-geral da República pediu a prisão de Eduardo Cunha, do
presidente do Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente da
República José Sarney e do senador Romero Jucá. A informação exclusiva da
edição de terça-feira (7) de O
Globo foi confirmada na terça-feira (7) de manhã pela TV Globo.
Janot afirmou que os três agiram contra a operação Lava Jato.
De
acordo com o Ministério Público, o presidente do Senado Renan
Calheiros, o ex- presidente José Sarney e o senador Romero
Jucá conspiraram para atrapalhar as investigações. Tentaram
mudar a decisão do Supremo que prevê a prisão de condenados a partir da segunda
instância. Planejaram mudar a lei, para permitir delação premiada apenas para
pessoas em liberdade e não para presos investigados e também para pressionaram
para acordos de leniência das empresas pudessem esvaziar as investigações.
A
TV Globo confirmou todas as informações. Em relação aos pedidos de prisão, no
caso de ex-presidente José Sarney, o pedido é para que ele fique
monitorado com uma tornozeleira eletrônica.
Veja
a reportagem completa no vídeo acima.
•
Procurador quer afastar o presidente do Senado
Decisão
está nas mãos de Teori, do STF; na Câmara, manobra abre espaço para que Cunha
seja salvo no plenário
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão do presidente do
Senado, Renan Calheiros, do ex-presidente José Sarney e do senador Romero Jucá,
todos do PMDB, grampeados tentando interferir nas investigações da Lava-Jato,
revela JAILTON DE CARVALHO. Janot também pediu o afastamento de Renan, com
argumentos parecidos com os que levaram ao afastamento de Eduardo Cunha da
presidência da Câmara. Os pedidos estão nas mãos do ministro do STF Teori
Zavascki, relator da LavaJato. Cunha começa a ser julgado hoje pelo Conselho de
Ética. Parecer do presidente da CCJ, Arthur Lira, abriu caminho para que Cunha
seja salvo e plenário possa alterar a decisão do conselho.
Caciques
nas mãos do STF
Jailton
de Carvalho – O Globo
-BRASÍLIA-
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal
Federal a prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), do
ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) e do senador Romero Jucá
(PMDB-RR). A informação é de um interlocutor de ministros do STF. Renan, Sarney
e Jucá foram flagrados tramando contra a Operação Lava-Jato em conversas
gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado. Os pedidos de prisão
já estão com o ministro Teori Zavascki, do STF, há pelo menos uma semana.
Janot
também pediu o afastamento de Renan da presidência do Senado, usando argumentos
similares aos empregados no pedido de destituição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da
presidência da Câmara e do mandato de deputado federal, o que acabou sendo
atendido pelo STF.
Os
indícios de conspiração, captados nas gravações e reforçados pelas delações de
Sérgio Machado e de seu filho Expedito Machado, são considerados por
investigadores mais graves que as provas que levaram Delcídio Amaral à prisão,
em novembro do ano passado, e à perda do mandato, em maio. De acordo com a
fonte, Delcídio tentou manipular uma delação, a do ex-diretor de Internacional
da Petrobras Nestor Cerveró, enquanto Renan, Sarney e Jucá planejavam derrubar
toda a Lava-Jato.
A
influência de Sarney
Para
essa pessoa com acesso às investigações, não há dúvida de que, se a trama não
fosse documentada pelas gravações de Sérgio Machado, a legislação seria
modificada de acordo com o interesse dos investigados. Renan, Jucá e Sarney
estão entre os políticos mais influentes do Congresso. Sarney, mesmo sem
mandato, controla bancadas na Câmara e no Senado. Ele teria tido, inclusive,
papel decisivo no processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. Jucá,
logo depois que Michel Temer assumiu interinamente a presidência da República,
foi alçado ao cargo de ministro do Planejamento, mas caiu após a divulgação das
escutas.
Numa
série de depoimentos que prestou, após firmar acordo de delação premiada,
Machado disse que distribuiu R$ 70 milhões em propina para Renan, Sarney e
Jucá, entre outros políticos do PMDB durante os 12 anos que esteve à frente da
Transpetro, como revelou O GLOBO na sexta-feira. Nas conversas gravadas por
Machado, Renan, Jucá e Sarney aparecem discutindo medidas para interferir na
Lava-Jato.
Padrinho
político de Machado e alvo central da delação do ex-presidente da Transpetro,
Renan sugere mudar a lei para inibir a delação premiada. A delação tem sido
usada em quase todos os inquéritos abertos na Lava-Jato, inclusive os
instaurados contra o presidente do Senado. Mais ousado, Jucá descreve uma
articulação política dele e de outros líderes para derrubar a presidente Dilma
e, a partir daí, “estancar a sangria da Lava-Jato”.
Sarney
sugere a escalação de dois advogados — Cesar Asfor Rocha, ex-presidente do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), e Eduardo Ferrão — uma conversa com Teori
Zavascki, relator da Operação Lava-Jato no STF. Para a Procuradoria-Geral da
República, está claro que a ação de Renan, Jucá e Sarney tinha como objetivo
obstruir as investigações sobre a organização especializada em desviar dinheiro
de contratos entre grandes empresas e a Petrobras.
A
divulgação de parte das conversas de Machado já resultaram na demissão de Jucá
do Planejamento e do consultor Fabiano Silveira, do Ministério da
Transparência, em menos de um mês de governo Temer. Agora, caberá ao STF
deliberar sobre o pedido de Janot. O pedido foi encaminhado a Teori, mas
depende de decisão do plenário do tribunal. Nos últimos dias, Teori sondou
colegas de tribunal sobre o assunto.
Esta
é a primeira vez que um procurador-geral da República pede o afastamento e a
prisão de um presidente do Senado. O pedido de afastamento de Renan foi
noticiado pelo jornal “Valor Econômico” na semana passada. Caberá aos ministros
decidirem se Renan, alvo de 12 inquéritos no STF, ainda preenche os requisitos
para permanecer na presidência do Senado e na linha sucessória da presidência
da República. Uma das bases para a futura decisão pode ser o caso Eduardo
Cunha.
Cunha
foi destituído da presidência da Câmara e do mandato de deputado por tentar
atrapalhar a Lava-Jato e por ser portador de uma longa ficha de acusações de
corrupção. Cunha foi citado como destinatário de propina por pelo menos sete
delatores. Em razão das acusações, já responde a um processo e pelo menos
quatro inquéritos no âmbito da Lava-Jato.
Propina
de R$ 70 milhões
Nos
depoimentos da delação premiada, Machado disse que arrecadou mais de R$ 70
milhões para Renan, Sarney e Jucá, entre outros líderes do PMDB que davam
sustentação à permanência dele na presidência da Transpetro. Responsável pela
indicação de Machado à presidência, ainda em 2003, Renan foi, segundo o
ex-presidente, destinatário de R$ 30 milhões. Jucá e Sarney teriam recebido R$
20 milhões cada um. Machado disse ainda que arrecadou dinheiro para o senador
Edison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, e para o senador Jader
Barbalho (PMDB-PA).
Depois
de confessar crimes cometidos em nopara me dele e dos padrinhos políticos,
Machado se comprometeu com os investigadores da LavaJato a devolver
aproximadamente R$ 100 milhões. Parte do dinheiro era administrado por Expedito,
um dos quatro filhos dele, que vivia em Londres. As contas com o dinheiro
ilegal estão num banco na Suíça. Outros dois filhos de Machado também fizeram
delação.
Na
sexta-feira passada, procurado pelo GLOBO para falar sobre a acusação de
receber dinheiro de Machado, Renan disse que apenas mantinha relação
institucional com o ex-presidente da Transpetro. Dias antes, quando as
primeiras gravações vieram à tona, o senador disse que, na conversa com
Machado, apenas expressou um ponto de vista sobre a Lava-Jato.
Também
na semana passada, Jucá negou que tenha recebido qualquer dinheiro ou
autorizado alguém a receber recursos em nome dele. O advogado Antônio Carlos de
Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa de Sarney, disse, também
semana passada, após o noticiário sobre as gravações, que não poderia responder
sobre fragmentos da delação. Antes de dar entrevista, ele quer ter acesso
completos ao autos.
COMPRA
PASADENA
Edição
do dia 06/06/2016
07/06/2016
00h49 - Atualizado em 07/06/2016 01h19
Cerveró
diz que foi traído pela presidente afastada Dilma Rousseff
Ele
disse que houve traição quando ela o responsabilizou por Pasadena. Cerveró
disse que Dilma sabia de todos os detalhes do negócio.
Brasília
O
julgamento de Dilma Rousseff se refere apenas às pedaladas fiscais e contas
públicas. Não inclui acusações como as que surgiram feitas pelo ex-diretor e
delator da Lava Jato Nestor Cerveró. Em depoimento gravado, ele afirmou que
Dilma sabia dos maus feitos na Petrobrás.
Veja
trechos do depoimento de Nestor Cerveró abaixo:
“Primeiro
que eu conheço a Dilma e eu fiquei muito cabreiro, embora eu conheça a
intimidade da Dilma com o Delcídio. Se a Dilma gostasse tanto assim de mim, ela
não tinha me sacaneado, desculpe a expressão, há um ano, quase dois anos atrás
quando fugiu da responsabilidade dizendo que tinha aprovado Pasadena porque eu
não tinha dado as informações completas.
Quer dizer, ela me jogou no fogo, ignorou a condição de amizade que existia, que eu acreditava que existia. Trabalhei junto com ela 15 anos e preferiu, para livrar, porque estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo. Dizia: "Ah não, eu fui enganada!", isso é mentira. É mentira! Eu estou dizendo isso aqui, isso não tem importância para homologação, Dilma sabia de tudo o tempo todo. ”
Quer dizer, ela me jogou no fogo, ignorou a condição de amizade que existia, que eu acreditava que existia. Trabalhei junto com ela 15 anos e preferiu, para livrar, porque estava em época de eleição, tinha de arrumar um Cristo. Dizia: "Ah não, eu fui enganada!", isso é mentira. É mentira! Eu estou dizendo isso aqui, isso não tem importância para homologação, Dilma sabia de tudo o tempo todo. ”
Resposta
A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse que jamais manteve relação de amizade com Nestor Cerveró. Ela voltou a dizer que o Conselho da Petrobras não teve acesso a informações detalhadas sobre a compra de Pasadena e que a omissão dessas informações resultou em prejuízo para a Petrobras. Dilma Rousseff disse ainda que não tinha conhecimento sobre atividades ilícitas praticadas por Cerveró e que jamais compactuou com tais condutas.
A presidente afastada, Dilma Rousseff, disse que jamais manteve relação de amizade com Nestor Cerveró. Ela voltou a dizer que o Conselho da Petrobras não teve acesso a informações detalhadas sobre a compra de Pasadena e que a omissão dessas informações resultou em prejuízo para a Petrobras. Dilma Rousseff disse ainda que não tinha conhecimento sobre atividades ilícitas praticadas por Cerveró e que jamais compactuou com tais condutas.
Em
delação, o ex-diretor Cerveró reafirmou que Dilma mentiu e que ela sabia de
tudo sobre Pasadena.
Cerveró
se diz ‘sacaneado’ por Dilma
•
Em depoimento, ex-diretor diz que foi escolhido para ‘Cristo’
Carolina
Brígido e André de Souza - O Globo
BRASÍLIA
- Em depoimento da delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró
disse que foi “sacaneado” e “jogado do fogo” pela presidente afastada, Dilma
Rousseff. O desabafo foi feito quando Cerveró contava sua versão sobre a compra
da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras.
Cerveró
reclamou do fato de Dilma o ter responsabilizado pelas negociações. Ele também
demonstrou decepção pela presidente, supostamente, não ter tomado providências
para tentar libertá-lo da prisão.
—
Meu filho falou: “Porra, pai, nós estamos sendo enganados”. Porque, porra, essa
história de que “ah, que é amigo, os garotos, os meninos”. Primeiro que eu
conheço a Dilma. E aí eu fiquei muito cabreiro. Embora eu conheça a intimidade
da Dilma com o Delcídio, se a Dilma gostasse tanto assim de mim, ela não tinha
me sacaneado, desculpe a expressão, há quase dois anos atrás, quando fugiu da
responsabilidade dizendo que tinha aprovado Pasadena, porque eu não tinha dado
as informações completas — disse Cerveró.
O
delator reforçou sua versão de que Dilma “sabia tudo" sobre a compra de
Pasadena, porque, na época, ela era ministra de Minas e Energia e presidente do
Conselho de Administração da Petrobras. Ele disse que a versão de Dilma é
mentirosa porque, ocupando essa posição, ela certamente sabia de todos os
detalhes da operação. Cerveró afirmou que a presidente viu nele “um Cristo”
para tentar se livrar de qualquer responsabilidade.
—
Ela me jogou no fogo, ignorou a condição de amizade que existia, que eu acreditava
que existia — trabalhei com ela por 15 anos — e preferiu, para livrar, porque
estava em época de eleição, tinha que arrumar um Cristo. Então: “Ah, não, eu
fui enganada”. É mentira! É mentira. Dilma sabia de tudo, o tempo todo! E
aliás, estatutariamente, a responsabilidade pela Petrobras e a aquisição de
ativos pertence ao Conselho, do qual a Dilma era presidente.
Cerveró
contou que Edson Ribeiro, o advogado que tinha contratado para defendê-lo,
estava negociando a libertação com Delcídio. E que o exsenador teria ouvido de
Dilma a promessa de tentar ajudar. Mas, essa ajuda não teria sido concretizada.
O delator contou que pediu dinheiro a Delcídio, via Edson Ribeiro, para ajudar
a família, já que seu dinheiro estavam bloqueados pela Lava-Jato. Ele negou,
contudo, que tenha condicionado seu silêncio ao recebimento do dinheiro. O
depoimento foi prestado em 30 de novembro de 2015 ao juiz Márcio Schieffler
Fontes, que atua no gabinete do ministro Teori Zavascki, do STF.
INVESTIGAÇÃO
Lula,Fernando Henrique, Sarney e Collor viajam com a presidente
Presidente
Dilma Rousseff partiu para a África do Sul acompanhada dos ex-presidentes José
Sarney, Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e Fernando Collor – Divulgação
POR JULIANA
CASTRO / LUIZA DAMÉ
09/12/2013
12:57 / atualizado 09/12/2013 18:29
RIO
e BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff embarcou na tarde desta segunda-feira
para a África do Sul, onde acompanhará o funeral do ex-presidente Nelson
Mandela, que morreu na última quinta-feira. Dilma participou no Rio do encontro
da Clinton Global Iniciative (CGI), no Copacabana Palace. Na cerimônia, Dilma
prestará um tributo especial ao líder africano, assim como o presidente
americano, Barack Obama, e o cubano, Raúl Castro.
Depois
de um encontro privado com o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton,
presidente e fundador da CGI, Dilma seguiu, acompanhada do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, para a base aérea do Galeão, onde já a esperavam os
também ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Collor e José Sarney.
Todos embarcaram rumo à Àfrica do Sul.
No
avião, a presidente tuitou sobre a viagem, destacando “a honra de reunir todos
os ex-presidente em um objetivo comum”.
É
uma demonstração de que as eventuais divergências no dia-a-dia não contaminam
as posições do Estado Brasileiro.
Veja
também
No
avião, a presidente tuitou sobre a viagem, destacando “a honra de reunir todos
os ex-presidente em um objetivo comum”.
A
presença do ex-presidente Fernando Collor na comitiva provocou reação nas redes
sociais.
“O
Itamaraty disse que Collor vai participar do funeral de Mandela. Não tenho
certeza como Mandela se sentiria com isso”, tuitou a internauta
@JennyBarchfield.
“O
que faz o Collor na comitiva presidencial aos funerais do Mandela? Ele não foi
chutado do cargo?”, questionou @SergiusAugustus.
Também
acompanham a presidente os ministros de Relações Exteriores, Luiz Alberto
Figueiredo, de Igualdade Racial, Luiza Bairros, e de Comunicação Social, Helena
Chagas, além do assessor especial Marco Aurélio Garcia.
Discurso
especial
Mais
de 90 atuais chefes de Estado e de governo já confirmaram a presença na
cerimônia oficial, marcada para esta terça-feira no estádio FNB, em Soweto,
Johanneburgo - o mesmo estádio onde Mandela assistiu à Copa do Mundo.
Obama,
Dillma, Raúl Castro, além dos representantes da Namíbia, China e da Índia,
farão um discurso em homenagem a Mandela. O secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon e quatro netos de Mandela também falarão no ato, que deve contar com a
presença de ao menos 80 mil pessoas.
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