segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Um sentimento amargo e áspero

"há coisas que se diz melhor calando"
*** Qual Leitura: Rabugens de Pessimismo - Machado de Assis *** *** http://qualleitura.blogspot.com/2016/12/rabugens-de-pessimismo-machado-de-assis.html *** *** ***
*** Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas Prólogo da terceira edição A primeira edição destas Memórias Póstumas de Brás Cubas foi feita aos pedaços na Revista Brasileira, pelos anos de 1880. Postas mais tarde em livro, corrigi o texto em vários lugares. Agora que tive de o rever para a terceira edição, emendei ainda alguma coisa e suprimi duas ou três dúzias de linhas. Assim composta, sai novamente à luz esta obra que alguma benevolência parece ter encontrado no público. Capistrano de Abreu, noticiando a publicação do livro, perguntava: “As Memórias Póstumas de Brás Cubas são um romance?” Macedo Soares, em carta que me escreveu por esse tempo, recordava amigamente as Viagens na minha terra. Ao primeiro respondia já o defunto Brás Cubas (como o leitor viu e verá no prólogo dele que vai adiante) que sim e que não, que era romance para uns e não o era para outros. Quanto ao segundo, assim se explicou o finado: “Trata-se de uma obra difusa, na qual eu, Brás Cubas, se adotei a forma livre de um Sterne ou de um Xavier de Maistre, não sei se lhe meti algumas rabugens de pessimismo.” Toda essa gente viajou: Xavier de Maistre à roda do quarto, Garret na terra dele, Sterne na terra dos outros. De Brás Cubas se pode dizer que viajou à roda da vida. O que faz do meu Brás Cubas um autor particular é o que ele chama “rabugens de pessimismo”. Há na alma deste livro, por mais risonho que pareça, um sentimento amargo e áspero, que está longe de vir de seus modelos. É taça que pode ter lavores de igual escola, mas leva outro vinho. Não digo mais para não entrar na crítica de um defunto, que se pintou a si e a outros, conforme lhe pareceu melhor e mais certo. Machado de Assis. *** *** https://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=116728 *** *** Assim como Sérgio Camargo, Bolsonaro tem encontro marcado com a Justiça *** Memórias Póstumas de Brás Cubas - Domínio Públicohttp://www.dominiopublico.gov.br › pesquisa › D... PDF fora deveras, mas um passado roto, abjeto, mendigo e ga- ... tudo aquilo me irritava também, e me tomava mais amargo e longo o jantar.
*** *** AUGUST 30, 2021 Bolsonaro elegeu-se presidente da República com uma pregação conservadora. Muitos imaginaram que ele levaria o Brasil para a direita. Engano. Conservadores foram o americano Ronald Reagan e a britânica Margareth Thatcher. Bolsonaro é apenas arcaico. Seu modelo é Donald Trump. Ele empurrou o Brasil para trás, não para a direita. Sérgio Camargo, o presidente da Fundação Palmares, é a exacerbação do absurdo. O Ministério Público do Trabalho colecionou 16 depoimentos de servidores da fundação que foram vítimas de assédio moral e perseguição ideológica. Pede o afastamento de Sergio Camargo da função e indenização de R$ 200 mil por danos morais. Desde que foi premiado por Bolsonaro com uma função pública, em 2019, Sérgio Camargo desfilava pelo noticiário como um vexame administrativo à espera de reações judiciais. À frente de uma entidade criada para apoiar e integrar a comunidade afrodescendente, dedica-se em tempo integral à desqualificação dos negros e à caça de esquerdistas. Na largada, a Era Bolsonaro começou com um adorador da ditadura na Presidência, um antiambientalista no Ministério do Meio Ambiente, um deseducado no Ministério da Educação, um antidiplomata no Itamaraty, um inimigo dos artistas na Secretaria de Cultura e vários outros contrassensos. Num governo assim, um negro racista no comando de uma entidade que deveria preservar a memória e cultura negra é apenas mais um escárnio a serviço da falta de lógica. Sérgio Camargo e seus assemelhados são reflexos da regressão. Bolsonaro é a verdadeira cara do atraso. O presidente também tem um encontro marcado com a Justiça. A blindagem da Câmara e da Procuradoria-Geral da República retardam esse encontro. Mas os processos virão depois que Bolsonaro for ex-presidente. É certo como o nascer do sol a cada manhã. Fonte: UOL Ministério Público do Trabalho pede afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Palmares AUGUST 29, 2021 ​​O Ministério Público do Trabalho pediu o afastamento de Sérgio Camargo da presidência da Fundação Palmares por denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação. O pedido foi divulgado pelo Fantástico, da Globo, na noite deste domingo (29). Nos depoimentos de funcionários do órgão divulgados pelo programa, eles dizem que Camargo associam pessoas de “cabelos altos” com bandidos e que servidores concursados teriam pedido demissão por causa de um “clima de terror pscicológico”. Além do afastamento, o Ministério Público do Trabalho ainda pede para que Camargo pague indenização de R$ 200 mil por danos morais, segundo a TV. O presidente da Fundação Palmares começou a ser investigado por suspeita de assédio moral contra funcionários em março deste ano. O inquérito foi aberto pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal. O órgão passou a ouvir mais de uma dezena de pessoas. A apuração, tratada em sigilo, foi aberta após o MPT receber denúncias de perseguição ideológica. Veja quem são os novos nomes da cultura sob Bolsonaro ***
*** Veja quem são os novos nomes da cultura sob Bolsonaro *** ​Nomeado por Roberto Alvim, ex-secretário especial da Cultura, em novembro de 2019, Camargo acumula polêmicas e toma decisões que esbarram na Justiça desde então. Ele chegou a deixar a presidência da fundação no mê seguinte à nomeação, após a Justiça acatar uma ação civil que pedia sua suspensão —sob a argumentação de que ele contraria o cargo que ocupa, em razão de suas várias críticas feitas a Zumbi dos Palmares e ao movimento negro. Em 2020, no entanto, o STJ, derrubou a decisão. “Eu acho que o garoto que foi liberado ontem é uma excelente pessoa", disse Jair Bolsonaro na época, quando Camargo voltou à Palmares. O presidente da fundação é jornalista e se definiu como “negro de direita, contrário ao vitimismo e ao politicamente correto”. Ele também já afirmou nas redes sociais que o Brasil tem “racismo nutella” e que “o racismo real existe nos EUA”. À frente da instituição, Camargo empreendeu uma cruzada ideológica. Em junho deste ano, a Palmares publicou um relatório intitulado "Retrato do Acervo: A Doutrinação Marxista", segundo o qual metade do seu acervo seria excluído —entre os os títulos expuragados, estariam de autores como Marx, Engels, Lênin, Weber, Hobsbawn, H. G. Wells, Celso Furtado e Marco Antônio Villa. Além de Carlos Marighella. Veja protesto realizado na Fundação Palmares após nomeação de novo presidente ***
*** Veja protesto realizado na Fundação Palmares após nomeação de novo presidente *** "Além do imprestável Marighella, livros que promovem pedofilia, sexo grupal, pornografia juvenil, sodomia e necrofilia também estão com os dias contados na [Fundação] Palmares. Serão excluídos do acervo", escreveu Camargo. O deputado federal Marcelo Freixo entrou com uma ação na Justiça contra a medida. ​A Coalizão Negra por Direitos, que reúne mais de 200 entidades do movimento negro, também ingressou com ação na Justiça Federal de São Paulo contra Camargo. No mesmo mês, o presidente da Palmares chamou de "viciado" o neurocientista negro americano Carl Hart, especialista que relaciona a dependência química a fenômenos sociais. Em reportagem publicada pela Folha, ele defendeu que usar drogas é parte do processo individual no direito pela busca pela felicidade. "Alguma dúvida de que o negro que a Folha escalou para defender a liberação das drogas é um viciado, não um neurocientista? Não tenho dúvida alguma!", disse Camargo. Ainda no mês de junho, ele também se negou a participar de uma audiência pública mediada pela deputada Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro sobre a crise institucional da fundação. "Não me sento à mesa para dialogar com pretos racistas!", disse Camargo, sempre pelas redes sociais. ***
*** logomarca da fundação cultural palmares *** Atual logomarca da Fundação Cultural Palmares, com o símbolo do machado de Xangô, divindade do candomblé - Divulgação Até o símbolo da Fundação Palmares foi posto em xeque.Há cerca de dez dias, a instituição abriu um concurso para substituir a sua logomarca, hoje estampada pelo machado de Xangô. No mesmo dia, Camargo afirmou, mais uma vez pelas redes sociais, que entrará com uma ação contra o cantor Martinho da Vila pedindo danos morais, após o sambista ter tecido críticas a ele durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. "Ele é um preto de alma branca, como se diz", afirmou o sambista. Fonte: Folha *** ARTIGOS Trinta anos do fim do apartheid, regime de segregação racial na África do Sul ***
*** Manifestantes sul-africanos participam em campanha de desobediência civil em junho de 1952, ocupando os lugares reservados para os brancos em um trem em Johannesburgo - AFP *** 1 de 3 Manifestantes sul-africanos participam em campanha de desobediência civil em junho de 1952, ocupando os lugares reservados para os brancos em um trem em Johannesburgo - AFP Manifestantes feridos em Sharpeville em 21 de março de 1960, depois que a polícia abriu fogo contra a multidão e matou 69 negros - AFP 2 de 3 Manifestantes feridos em Sharpeville em 21 de março de 1960, depois que a polícia abriu fogo contra a multidão e matou 69 negros - AFP O líder da luta antiapartheid e depois presidente Nelson Mandela vota nas primeiras eleições libres na África do Sul, em 27 de abril de 1994 - AFP 3 de 3 O líder da luta antiapartheid e depois presidente Nelson Mandela vota nas primeiras eleições libres na África do Sul, em 27 de abril de 1994 - AFP AFP 28/06/21 - 09h51 Ha 30 anos, a África do Sul acabava com o apartheid, regime político de segregacionismo racial que durou quase meio século. *** *** https://www.istoedinheiro.com.br/trinta-anos-do-fim-do-apartheid-regime-de-segregacao-racial-na-africa-do-sul/ *** ***

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