Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 4 de agosto de 2021
O quid pro quo
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Nas entrelinhas: O quid pro quo do voto eletrônico
Publicado em 04/08/2021 - 05:51 Luiz Carlos AzedoCiência, Congresso, Eleições, Governo, Impeachment, Justiça, Memória, Militares, Partidos, Política, Política
Bolsonaro não percebe que o grande beneficiário do seu confronto com o Poder Judiciário é o Congresso, que se fortalece e está com a faca e o queijo nas mãos
A expressão latina quid pro quo significa uma coisa pela outra. Por essas voltas que o mundo dá, foi traduzida do holandês (dit for dat, este por esse) para o inglês como tit for tat, ou seja, na mesma moeda ou taco a taco. Na teoria dos jogos, a estratégia tit for tat tem um lugar de honra, graças aos estudos do cientista social Robert Axelrod, da Universidade de Michigan, Estados Unidos, que promoveu um torneio no qual os participantes teriam de apresentar programas de computadores nos quais haveria apenas duas opções: trair ou cooperar. O detalhe é que cada dupla de participantes jogaria 200 partidas, nas quais, aparentemente, a melhor opção seria trair enquanto o outro coopera; a pior, cooperar enquanto o outro trai. Para sua surpresa, o melhor desempenho, ao final de todas as rodadas, foi para quem adotou uma estratégia simples: o tit for tat. Nesse cenário, o jogador sempre começava cooperando, depois respondia na mesma moeda: traia, se fosse traído; cooperava, se houvesse cooperação.
A estratégia é diplomática: começa sempre cooperando. Mas é muito vingativa, porque não perdoa a traição, ao retaliar imediatamente. Entretanto, é generosa, porque retribui com a cooperação se o outro se arrepender e cooperar. Além disso, desde o início, é muito transparente, porque permite que o oponente entenda rapidamente quais são as regras do jogo e se dê conta de que é melhor cooperar. O presidente Jair Bolsonaro não percebeu, ainda, que está levando um baile do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao abrir guerra contra a urna eletrônica, com pronunciamentos diários que levantam suspeitas em relação a fraudes nas eleições que só existem em sua fértil imaginação.
A teoria dos jogos, particularmente o “dilema do prisioneiro”, há muito tempo deixou de ser monopólio dos físicos e matemáticos. É estudada amplamente nas escolas de direito, principalmente no direito penal, tanto ou mais do que nas escolas de estado-maior das Forças Armadas, que Bolsonaro não frequentou. É nesse contexto que deve ser examinada a decisão unânime do TSE ao abrir inquérito para investigar os ataques de Bolsonaro à legitimidade das eleições. Isso pode resultar na impugnação de sua candidatura à reeleição por aquela Corte, se vier a ser condenado. O pedido encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) para incluir as declarações de Bolsonaro contra a urna eletrônica no inquérito das fake news, também. São dois movimentos distintos, em pinça, como nas operações de cerco e aniquilamento. Ou seja, não foi Bolsonaro que dobrou a aposta, foi Barroso.
Segunda frente
No TSE, o inquérito administrativo será conduzido pelo corregedor do tribunal, ministro Luís Felipe Salomão, em caráter sigiloso. Serão investigados crimes de corrupção, fraude, condutas vedadas, propaganda extemporânea, abuso de poder político e econômico nas declarações de Bolsonaro. Salomão quer dar agilidade às investigações, mas não foi definido prazo para a conclusão. Primeiro, haverá a fase de produção de provas, com o interrogatório de pessoas que ainda não foram definidas. Depois, a juntada de documentos, realização de perícias e outras providências que se fizerem necessárias para a adequada elucidação de provas. Ainda existe a possibilidade de tudo ser anexado às Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs), que tramitam contra Bolsonaro no TSE e que pedem a cassação do mandato da chapa eleita em 2018. Em caso de condenação, portanto, o presidente pode ficar inelegível e, em um quadro mais grave, perder o mandato.
A notícia-crime enviada ao STF é ainda mais adversa para Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, deverá decidir se inclui a live de Bolsonaro de quinta-feira passada nas investigações. Moraes presidirá o TSE nas eleições de 2022. Caso inclua as declarações de Bolsonaro no inquérito do Supremo, o ministro determinará as diligências, entre as quais, o depoimento do presidente, a perícia de vídeos apresentados na live ou outras providências. No fim do percurso, o plenário do STF julgará Bolsonaro, daí a cautela do presidente da Corte, ministro Luiz Fux, ao tratar do assunto na reabertura dos trabalhos do Judiciário. O Supremo também vem sendo alvo de constantes ataques do chefe do Planalto.
Outro equívoco de Bolsonaro é não perceber que o grande beneficiário do seu confronto com o Poder Judiciário é o Congresso, que se fortalece nessa disputa e está com a faca e o queijo nas mãos. Seu destino está praticamente nas mãos do Centrão, que não quer briga com o Supremo. Além disso, a principal frente de erosão de seu prestígio popular é a CPI da Covid, no Senado, que sangra o governo. Um estrategista mais arguto no Palácio do Planalto diria que Bolsonaro errou ao escolher o seu inimigo principal.
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O Grande Debate desta terça-feira (3) aborda o retorno dos trabalhos da CPI da Pandemia. Para Marcos Rogério, a comissão tem atuado de maneira ‘seletiva’; Alessandro Vieira diz que a CPI ‘está cumprindo claramente o seu objetivo’
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O Grande Debate: Alessandro Vieira e Marcos Rogério discutem CPI da Pandemia
Mediação do debate entre os senadores fica por conta da âncora da CNN Carol Nogueira
Da CNN, em São Paulo
03 de agosto de 2021 às 22:54
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Os senadores Alessandro Vieira e Marcos Rogério em O Grande Debate (03.Ago.2021)
Os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Marcos Rogério (DEM-RO) em O Grande Debate (03.Ago.2021)
Foto: Reprodução/CNN
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O episódio de O Grande Debate desta terça-feira (3) conta com a participação dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Marcos Rogério (DEM-RO). O tema da discussão é a segunda fase da CPI da Pandemia.
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A mediação fica por conta da âncora da CNN Carol Nogueira.
Assista:
SEGUNDA FASE DA CPI DA PANDEMIA | O GRANDE DEBATE - 03/08/21
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'Quid pro quo': A expressão medieval que hoje domina a discussão de impeachment nos EUA
8 outubro 2019
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Donald Trump, em 4 de outubroCRÉDITO,EPA
Legenda da foto,
Trump diz que não prometeu ajuda militar à Ucrânia em troca de investigações contra seu rival Joe Biden
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"Não houve nenhum quid pro quo" é uma das frases mais repetidas pelo presidente americano Donald Trump nas últimas semanas, desde que veio a público o telefonema realizado entre ele e seu par ucraniano.
A expressão, que significa "algo dado a uma pessoa em troca de outra coisa" (na definição do dicionário de Cambridge), vem do latim e acabou ganhando um significado um pouco diferente na língua portuguesa, e o motivo disso você descobrirá ao final desta reportagem. Nos EUA, enquanto isso, essa expressão está no centro do debate em torno do pedido de impeachment que a oposição democrata abriu contra Trump.
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No telefonema entre Trump e Volodymyr Zelensky, em 25 de julho, segundo documento divulgado pela própria Casa Branca, Trump pede que o presidente ucraniano "dê uma olhada" no suposto envolvimento da família de Joe Biden (pré-candidato democrata nas eleições presidenciais do ano que vem) em casos de corrupção na Ucrânia.
Trump também admitiu ter retido quase US$ 400 milhões em auxílio militar a Kiev alguns dias antes de sua conversa com Zelensky, mas negou que isso fosse para pressioná-lo — e sim para forçar a "Europa e outros países a também contribuírem" com o governo ucraniano.
Assim, quando afirma que "não houve nenhum quid pro quo", Trump defende que não usou a ajuda militar para pressionar o governo ucraniano a investigar Biden.
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“Ex-Envoy testified Ukraine (or the President of Ukraine) never raised Quid Pro Quo concerns with him: source.” @seanhannity @FoxNews The President of Ukraine also stated that he was NOT PRESSURED by me in any way. END OF CASE!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) October 5, 2019
Final de Twitter post, 1
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Mas essa linha de argumento foi colocada em xeque no último dia 3 de outubro, quando vieram à tona mensagens que indicam que alguns dos diplomatas americanos envolvidos com a Ucrânia temiam que houvesse, justamente, um "toma lá dá cá" na relação com o governo de Kiev.
No mesmo dia da ligação entre Trump e Zelensky, o então enviado especial do Departamento de Estado americano à Ucrânia, Kurt Volker, afirmou a um assessor de Zelensky:
—"Bom almoço, obrigado. Tive retorno da Casa Branca — presumindo que o Presidente Z convença Trump de que vai investigar/"chegar ao fundo do que ocorreu em 2016" (aparente referência ao ano em que um procurador-geral ucraniano foi expulso, sob pressão de Biden), vamos decidir uma data para uma visita a Washington".
A conversa foi tornada pública em 3 de outubro pelo próprio Congresso americano, junto a uma troca de mensagens de 1º de setembro entre Bill Taylor, diplomata de alto escalão na Ucrânia, e Gordon Sondland, embaixador americano na União Europeia:
—"Estamos agora dizendo que assistência de segurança e reuniões com a WH [sigla de Casa Branca] estão condicionadas a investigações?", disse Taylor em mensagem de texto a Sondland.
Depois, no dia 9 de setembro, o mesmo Taylor disse a Sondland:
—"Como disse por telefone, acho que é uma loucura reter ajuda de segurança (em aparente referência aos quase US$ 400 milhões de ajuda militar retidos à Ucrânia) em troca de ajuda com uma campanha política".
Sondland respondeu:
—"Bill, acho que você está incorreto quanto às intenções do presidente Trump. O presidente foi claríssimo sobre nenhum quid pro quo de nenhum tipo. O presidente está tentando avaliar se a Ucrânia vai realmente adotar as reformas e a transparência que o presidente Zelensky prometeu durante sua campanha e sugiro que nós paremos essa ida e vinda de textos".
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Donald Trump
CRÉDITO,REUTERS
Legenda da foto,
Alguns democratas têm dito que não é necessário um "toma lá dá cá" explícito para dar continuidade ao processo de impeachment
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'Interesse da nação'
Trump tem afirmado que essa mensagem de Sondland deixa claro que não houve quid pro quo entre ele e Zelensky. Do outro lado, democratas têm dito que a ação do presidente visava a interferência de um país estrangeiro no pleito do ano que vem, com potenciais ganhos eleitorais para o republicano. Como exemplo disso, críticos afirmam que Trump pedia, no telefonema, que Zelensky lidasse com seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, no referente às investigações sobre Biden, e não pelos canais diplomáticos tradicionais.
"Alguém acha que esse telefonema era do interesse da nação, ou do interesse pessoal e político do presidente?", afirmou em setembro o senador democrata Chuck Schumer.
Além disso, alguns democratas têm dito que não é necessário um "toma lá dá cá" explícito para dar continuidade ao processo de impeachment.
"O governo argumenta que o documento (em referência ao memorando do telefonema entre Trump e Zelensky) não contém um quid pro quo explícito. Não é preciso que haja esse 'quid pro quo' explícito para quebrar o juramento (presidencial) e a lei, quando você próprio conduziu o 'quid pro quo' e reteve ajuda militar", afirmou no plenário da Câmara dos Representantes o deputado democrata Sean Patrick Maloney.
Muitos republicanos, porém, mantiveram a defesa de Trump. "Uau. Pedido de impeachment por causa disso?", afirmou pelo Twitter o senador republicano Lindsay Graham quando a Casa Branca divulgou o memorando sobre o telefonema de 25 de julho. "Que (ausência de) quid pro quo. Os democratas perderam a cabeça no que se refere ao presidente Donald Trump."
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Lindsey Graham
@LindseyGrahamSC
·
25 de set de 2019
Wow. Impeachment over this?
What a nothing (non-quid pro quo) burger.
Democrats have lost their minds when it comes to President
@realDonaldTrump
.
Final de Twitter post, 2
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Agora, os comitês da Câmara de Representantes envolvidos no inquérito do impeachment estão emitindo intimações para oficiais da Casa Branca e do Pentágono, em busca de informações relacionadas à retenção da ajuda militar à Ucrânia - que evidenciem, ou não, o possível quid pro quo.
Em português, quiprocó: uma confusão farmacêutica
A expressão latina vem da era medieval e originalmente se escrevia qui pro quo, o que ajuda a explicar por que na língua portuguesa acabou se transformando na palavra "quiprocó", diz à BBC News Brasil José Rodrigues Seabra Filho, professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Só que, em português, a palavra tem um significado diferente: em vez de significar "dar-se algo em troca de outra coisa", como no original latino, significa, segundo o Houaiss, "equívoco que consiste em tomar-se uma coisa por outra; confusão criada por esse equívoco: 'o fato de serem gêmeos gerou um enorme quiprocó'".
Como o "toma lá dá cá" original virou uma "confusão"?
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Objetos de boticário
CRÉDITO,GETTY IMAGES
Legenda da foto,
Quando antigos boticários não tinham um ingrediente medicinal, recorriam ao livro 'Quid pro quo' para encontrar equivalentes; erros e confusões decorrentes dessa prática parecem estar por trás da versão aportuguesada 'quiprocó'
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O serviço de dúvidas da língua portuguesa do Instituto Universitário de Lisboa cita uma explicação: os boticários, que eram os antigos farmacêuticos, nem sempre tinham em mãos os componentes necessários para produzir os medicamentos receitados pelos médicos.
Na ausência desses componentes, recorriam a um livro chamado Quid pro quo, que era basicamente um livro com equivalentes medicinais que pudessem substituir os ingredientes em falta.
Um dicionário datado de 1720 diz, segundo o instituto lisboeta, que "quando os boticários não têm uma droga, acham nele (livro) outra para porém em seu lugar. Daí veio o dizer 'livre-nos Deus de um quid pro quo, porque às vezes há erros nas drogas e, em lugar de (remédio), os boticários dão um veneno".
Ou seja, o quid pro quo às vezes levava a confusões cometidas em remédios, com desfechos pouco agradáveis.
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*** *** https://www.bbc.com/portuguese/internacional-49955803 *** ***
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