Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 15 de agosto de 2021
O CABO VERMELHO
UM ADEUS ÀS ARMAS E
UM APELO AO DIÁLOGO
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Giocondo Dias ; Ilustre clandestino.
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Giocondo Dias – Ilustre Clandestino
Gênero:
Documentário
Data de Lançamento:
29 de novembro de 2019
Situação: Lançado
Giocondo Dias – Ilustre Clandestino
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Sinopsis.
O filme apresenta parte da trajetória política de Giocondo Dias, militante de esquerda – que levou dois terços de sua vida na clandestinidade, desde os anos 1930 –, narrada por testemunhas que com ele conviveram e por uma rara entrevista do próprio Giocondo.
Elenco e Equipa Técnica.
Direção: Vladimir Carvalho
Roteiro Vladimir Carvalho
Ultima atualização: 31 de março de 2021
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Esquerda positiva, a hora e a vez? - Opinião - EstadãoEsquerda positiva, a hora e a vez? - Opinião - Estadão
opiniao.estadao.com.br
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domingo, 15 de agosto de 2021
Luiz Sérgio Henriques* - Esquerda positiva, a hora e a vez?
O Estado de S. Paulo
É necessária uma aguda reflexão sobre a ‘questão democrática’ e o centro político
Num momento em que nosso passado de golpes e atropelos parece obstinar-se em não querer passar, oprimindo como um pesadelo, segundo a frase famosa, o cérebro dos vivos, podemos também, paradoxalmente, nele buscar sinais que nos orientem ou permitam discernir rotas menos tortuosas. É que tivemos tempo suficiente de aprendizado na luta contra o autoritarismo e nos educamos coletivamente por meio de experiências que não se deixam apagar e, seja como for, estão disponíveis para quem veio depois e não as viveu em primeira pessoa.
Exercícios contrafactuais são sempre arbitrários, mas não de todo inúteis. Não era inevitável, por exemplo, que a modernização brasileira se revestisse do caráter autocrático assumido a partir de 1964. Tal caráter não estava escrito nas estrelas ou latente na “natureza do processo”, mas decorreu também de más escolhas políticas. No seu conjunto, os atores do campo “progressista” tinham da democracia uma concepção limitada, como se ela fosse uma variável subordinada às “reformas de base”. Defender a Constituição de 1946 e apostar nas eleições de 1965 teria sido um caminho menos aventuroso, cuja viabilidade dependia da existência mais vigorosa de uma “esquerda positiva”, à moda de San Tiago Dantas, que desgraçadamente não tínhamos.
A seguir, a luta contra o regime autoritário conheceria uma esquerda dividida e muitas vezes impotente, a travar o seu “combate nas trevas”. Parte dela negava as transformações em curso e se apegava aos fortes mitos revolucionários da época, como o da China ou o de Cuba. Outra parte, no entanto, que por sinal abrigava a maioria dos egressos do putsch de 1935, seguia rumo diametralmente oposto ao do passado, avalizando – mesmo na clandestinidade – o partido dito de “oposição consentida”, o MDB de Ulysses e Tancredo. Sem dúvida, um sinal de esquerda positiva, preocupada com os humores e as posições do centro político, sem o qual não seria possível derrotar o arbítrio.
O País que surgiu dos anos de chumbo carregava promessas radiosas. Antes de mais nada, uma sociedade civil plural, pujante e diversificada. Entre tal sociedade e o seu Estado se consolidava uma relação mais equilibrada, de tal forma que parecia banida a hipótese que sempre estimula as aventuras autoritárias, a saber, a tentação de impor mudanças “pelo alto”, depois de controladas as alavancas do poder estatal. O que os atores políticos prometiam generalizadamente, desde os dissidentes da velha Arena até os representantes da esquerda velha e nova, era o rompimento definitivo com toda e qualquer ideia de golpe. O golpismo, em suma, passaria a ser palavra censurada naquele Brasil reinaugurado em 1988.
É possível, antes, é certo que havia alguma ingenuidade sobre a fase que se abria. Reformas sociais, mesmo de grande alcance, seriam possíveis, e de fato algumas o foram, como atestado pelo magnífico exemplo da construção (ainda em progresso) do SUS. A crença, afinal, era de que a democracia política não discrimina interesses nem valores e, por conseguinte, promove e requer a recomposição de todos os conflitos com base no consenso. Reformas assim obtidas, rigorosamente legais e nunca “na marra”, pavimentariam a via mestra de uma contínua democratização social. Para coroar, eleições competitivas, travadas com a regularidade “monótona” típica das sociedades ocidentais a que agora nos juntávamos, garantiriam a obtenção de patamares cada vez mais altos de igualdade e liberdade.
Dispensamo-nos aqui de descrever o impacto que os processos de mundialização tiveram sobre a estrutura de classes, a ordem social e os variados sistemas políticos nacionais. Em boa parte os benefícios da “globalização chinesa” possibilitaram avanços sociais generalizados na primeira década do novo século, e não só no Brasil, mas é duvidoso que entre nós se tenha afirmado com intensidade a “alma democrática” que dá vida interior às instituições, para lançar mão de uma imagem de Fernando Henrique Cardoso. Nas brechas e fissuras aí surgidas se insinuaria paulatinamente, com uma audácia que poucos poderiam supor, uma nova direita autocrática, fortemente crítica dos mecanismos da democracia clássica, a começar pelo que preside a alternância regular de poder.
A esquerda certamente é um fator indispensável para a saída do abismo em que nos metemos. Indispensável, mas muito longe de ser o único. O aprendizado coletivo a que nos referimos sugere que, uma vez mais, é necessária uma aguda reflexão sobre a “questão democrática” e, em consequência, o centro político. Recorrendo à conhecida metáfora, esse é o único elo a partir do qual se consegue dominar toda a corrente. Por isso mesmo, não se trata de prometer, com as mãos contritas, eventual “aliança com a burguesia” para “acalmar os mercados” e, menos ainda, de reincidir em esquemas de cooptação e loteamento. Trata-se, bem ao contrário, de redefinir a própria posição diante dos mais delicados temas da democracia e da República, sem o que não será possível a obra de reconstrução nacional que nos desafiará.
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das ‘Obras’ de Gramsci no Brasil
*** *** https://gilvanmelo.blogspot.com/2021/08/luiz-sergio-henriques-esquerda-positiva.html#more *** ***
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O Chor começa comentando o documentário do Vladimir Carvalho sobre o Giocondo.
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"Esse filme do Giocondo, agora à disposição do grande público no Now (NET), merece uma grande badalação nossa. Além de resgatar um importante personagem da história política do Brasil, sobretudo na resistência à ditadura, é uma obra notável do nosso camarada Vladimir de Carvalho, que garimpou imagens e colheu depoimentos, com a ajuda inestimável do Caetano Araújo, atual diretor-geral da FAP. A reconstituição minuciosa da operação de extração de Giocondo do país após a violenta repressão contra a direção do PCB, que resultou no assassinato de 11 dirigentes, é um relato pungente de como era arriscada e dura a luta política na clandestinidade. Devemos dar a maior divulgação possível ao filme, quando nada porque conta uma parte importante de nossa história e é uma joia do cinema documental brasileiro. Pessoalmente, tenho muito orgulho de termos apostado nesse projeto."
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GIOCONDO DIAS: ILUSTRE CLANDESTINO
12 ANOS 90 minutos
DireçãoVladimir Carvalho
Título originalGiocondo Dias: Ilustre Clandestino
Gênero:Documentário
Ano:2019
País de origem:Brasil
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SINOPSE
Giocondo Dias, militante de esquerda, levou dois terços de sua vida na clandestinidade, desde os anos 1930.
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Documentário de Vladimir Carvalho encerra Festival de Brasília
'Giocondo Dias - Ilustre clandestino' narra a história de um membro do partido comunista
NM
Nahima Maciel
postado em 30/11/2019 06:30
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[FOTO1]
Quando era menino, Vladimir Carvalho ouviu falar de Giocondo Dias em várias ocasiões. Filho de um militante do Partido Comunista Brasileiro, o cineasta sabia que ele era uma lenda. Militar, Giocondo participou da Intentona Comunista de 1935, tomou um quartel em Natal inspirado por Luís Carlos Prestes, ficou conhecido como o ;cabo vermelho;, foi preso e viveu mais de um terço da vida na clandestinidade, boa parte dela tentando convencer a cúpula do partido de que a luta não devia ser por meio de armas, e sim pela via democrática.
;Essas coisas todas se juntaram na minha memória, inclusive afetiva, porque vinha do meu pai, e quando me entendi por gente e pude tomar um rumo independentemente de qualquer influência de meu pai, ingressei no partido e comecei a saber, de forma mais objetiva, sobre esse Giocondo Dias;, conta Carvalho, que encerra o 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro hoje, com apresentação de Giocondo Dias ; Ilustre clandestino.
A decisão de transformar a vida do militante em filme ficou latente na cabeça do cineasta paraibano desde os anos 1960, quando foi trabalhar no jornal Novos Rumos, editado pelo Partido Comunista e sob o comando do próprio Giocondo. Carvalho foi apresentado ao então clandestino rapidamente. ;De um modo geral, me tornei meio obstinado de um dia fazer o filme; conta. Essa possibilidade surgiu quando encontrou, em Brasília, o argentino Hector Santarém, que participou da operação de resgate de Giocondo em 1976.
Na época, vários membros do comitê central do partido começaram a ser assassinados. Por isso, Giocondo foi retirado do país e enviado a Moscou (na então União Soviética), onde já estavam vários membros, inclusive Luís Carlos Prestes. ;Hector deu um depoimento e orientei essa entrevista, filmada por Pedro Lacerda e Waldir de Pina, de forma que, a partir daí, assumi que faria um filme tentando por esse perfil de pé;, conta o diretor. Ilustre clandestino é um documentário feito de retalhos, com entrevistas com pessoas que, de alguma forma, tiveram ligação com o militante.
Conforto
Se fosse vivo, Giocondo teria 106 anos. Logo, boa parte de seus contemporâneos não estão mais vivos, o que dificultou bastante o trabalho de Carvalho. ;Mas há pessoas que o conheceram e que eu entrevistei. O resultado é esse filme. É uma cena de certo conforto para mim, porque ficou sendo um filme, de certa forma, não vinculado com o momento que a gente vive;, garante o diretor. ;Nos anos que precedem a redemocratização, ainda na saída do Figueiredo, ele articulou-se com todo o partido e eu tive a ocasião de vê-lo no congresso e nos gabinetes recolhendo assinatura para aprovação do partido na legalidade. Fui apresentado a ele rapidamente.;
Se o filme não teve motivação política ligada ao momento vivido pelo Brasil, há uma conexão importante com os dias de hoje que Carvalho faz questão de ressaltar. A personalidade pacifista de Giocondo Dias e sua inclinação para o diálogo são pontos importantes do perfil. Segundo o diretor, o personagem era amigo de infância de Carlos Marighella e teria tentado, durante uma conversa de 10 horas, convencer o amigo a não dar início a uma luta violenta. Não conseguiu. No entanto, mais tarde, foi voz fundamental na legalização do Partido Comunista Brasileiro durante a redemocratização. ;O perfil de não às armas, procurando a via democrática, tem muito a ver com os dias de hoje, principalmente quando temos um presidente que funda um partido cujo painel é feito de bala e fuzil, pensando em transformar o Brasil em uma praça de guerra;, garante Carvalho, que fez questão de colocar no cartaz do documentário a frase ;Adeus às armas e apelo ao diálogo;.
Ilustre clandestino é um filme de entrevistas inteiramente bancado pelo próprio diretor. Ele não recorreu a editais de financiamento público e teve apoio apenas da Fundação Astrogildo Pereira, que trouxe alguns dos entrevistados. ;Assumi a produção, não queria depender de ninguém, foi difícil. É um filme muito simples;, avisa. Entre os entrevistados há figuras como Ana Maria Dias, filha de Giocondo, e Sérgio Besserman, filho de um médico que emprestou o consultório para o militante se esconder, além de Régis Frate, integrante do comitê central do PCB quando Giocondo foi enviado a Moscou.
DEPOIMENTO
Porque Giocondo Dias
Vladimir Carvalho
;Meu pai, o mestre Lula, recebia o capa preta do partido que desembarcava à noitinha do trem da Great Western, na estação de Itabaiana, Paraíba, naqueles remotos tempos dos anos de 1940. Aquele ou outro camarada, à sombra da clandestinidade, estava sempre de passagem e trazia a orientação do comitê central às bases espalhadas pelo país afora. Não raro trazia também um livro, que emprestava ao dirigente local, literatura que ia de textos doutrinários a obras de ficção enaltecendo heróis do povo.
O volume era devolvido pontualmente no outro dia, no regresso do enviado. Esse expediente exigia certa disciplina e, mesmo sendo leitor voraz, meu velho varava a noite em claro, lendo sem parar à luz de candieiro, pois o cansado ;motor da luz;, engenhoca da municipalidade, estancava logo cedo deixando a cidade às escuras.
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Giocondo com o escritor Jorge Amado, que também era ligado ao Partido Comunista
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Foi nesse clima que me alfabetizei tentando decifrar os quadrinhos de Brick Bradford, publicados no suplemento dominical do Jornal do Commercio, do Recife, e soletrando trechos do Menino de engenho, de Zé Lins do Rego, que meu pai lia para nós depois da ceia. Foi de sua boca que ouvi pela primeiras vez referências a Giocondo Dias, o ;cabo vermelho;, como foi apelidado, que tomou um quartel em Natal, durante a Intentona Comunista de 1935. Era um tempo de guerra na Europa e um dia assistimos à despedida de um trem lotado de pracinhas que iam lutar na Itália. Houve choro e banda de música na estação. No Rio de Janeiro, Prestes estava preso sob o tacão da ditadura Vargas. Jorge Amado contaria tudo depois nos seus Subterrâneos da liberdade.
[FOTO3]
Passado o tempo, com a vitória dos Aliados sobre o nazismo e o regresso da FEB, mestre Lula explicou-me o que acontecia e as mudanças que se prenunciavam com a redemocratização e a queda da ditadura no Brasil, com a subsequente libertação de Prestes e a volta à legalidade do Partido (Comunista). Até mesmo o significado do meu nome ele me explicou como sendo uma sua homenagem ao grande Lenine. Vieram as eleições e os comunistas obtiveram estrondosa votação. Prestes, surfando na onda, era eleito senador e deputado. Como deputado se elegeu também Giocondo, na Bahia. Meu pai exultava porque fora eleito vereador em Itabaiana! Um ledo hiato tão glorioso quanto breve. Porque em seguida aconteceu o inevitável, obra do governo reacionário do marechal Dutra: a cassação, em 1947, do partido e de todos os comunistas legitimamente eleitos.
Enfim, tudo me veio por essa via paterna. Mesmo depois de nos deixar, vítima de crônica cardiopatia, no ardor de seus trinta e nove anos de idade, sintonizado com o mundo e com sua aldeia, ainda hoje Mestre Lula me sopra nos ouvidos ideias e até decisões, como se fora uma ;entidade;, uma voz do além, um espírito do bem. Foram esses ;sopros;, eivados, diga-se de passagem, de ;materialismo histórico;, que me levaram à militância do partido no final dos anos de 1950, na fase em que este já repudiava a solução pela ;luta armada; e Giocondo Dias pontificava no semanário Novos Rumos (São Paulo), tornando-se um paladino desta inarredável posição desde as lutas internas no comitê central. Por coincidência, eu era correspondente do jornal na Paraíba e lia assiduamente os seus textos. A sua lição de vida, atravessando longa clandestinidade, ficou-me para sempre como exemplo.
Aqui saio pela tangente: tudo isso tem e não tem a ver com o filme sobre Giocondo. É puro subjetivismo que não transparece a não ser em imperceptíveis entrelinhas de sua narrativa. Não vou dar aqui nenhuma pala, perdão, spoiler do meu filme, mesmo porque seria laborar em causa própria. Mas sinto que num momento em que o presidente funda um partido que tem, como emblema, um pesado painel composto todo ele de balas de metralhadora e vê o país como colossal praça de guerra, está na hora de fazermos mais filmes na linha em que intentei. Ou quem sabe seguirmos todos o papa Francisco em sua pregação pela paz mundial!”
Cerimônia de encerramento do 52; Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Giocondo Dias ; Ilustre clandestino, de Vladimir de Carvalho (sessão para convidados). Hoje, às 19h, no Cine Brasília.
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29/11/19 10:42ATUALIZADO EM 29/11/19 ÀS 17:17
Conversa animada com o bom e velho Vladimir Carvalho
Figura emblemática do cinema brasileiro e do DF, documentarista de 84 anos encerra a 52ª edição do Festival de Brasília, neste sábado (30), celebrando cinco décadas de convivência com a cidade
LÚCIO FLÁVIO, DA AGÊNCIA BRASÍLIA
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*** *** https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2019/11/29/conversa-animada-com-o-bom-e-velho-vladimir-carvalho/ *** ***
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Novos Temas – E como você chegou ao Partido Comunista?
"(...) Voltemos um pouco ao que me tornou comunista. Giocondo Dias, que eu gostaria de recor¬dar nesta conversa, dizia que há três caminhos para o comunismo: o caminho do coração, o caminho do estômago e o caminho do cérebro. O caminho do coração é o caminho da defesa da justiça social; o caminho do estômago é aquele posto pela fome, e o caminho do cérebro é o aberto pela necessidade da compreensão da sociedade que aí está. (...)" José Paulo Netto
*** *** http://cechaibmacau.blogspot.com/2013/02/entrevista.html *** ***
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Canal Brasil
2 de dezembro de 2019 ·
O documentário "Giocondo Dias - Ilustre clandestino", de Vladimir Carvalho, encerou a maratona de filmes da semana. "A Febre", de @maya_darin se consagrou como grande vencedor do #FestivaldeBrasilia, marcado por muitas manifestações políticas e feministas. O documentário "O Tempo Que Resta", de Thais Borges, levou o prêmio de Melhor Filme na categoria Voto Popular e "Piedade" ganhou o Prêmio da Crítica. Parabéns axs premiadxs! Veja mais na série que montamos no IGTV
@brunalinzmeyer @gilbaroni @cauareymond @sabrinafidalgoo @mathnachtergaele @simonezuccolotto @anaflaviacavalcanti
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“…Se passar agosto, de novembro não passa…”Piou a coruja 🦉 nas cercanias da Fazenda de Paulo Honório, pelas terras de São Bernardo nas Alagoas de Deodoro, Floriano, Goes Monteiro…DeLira, Graciliano 🐈⬛
https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/nas-entrelinhas-agosto-em-marcha/
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Nas entrelinhas: Agosto em marcha
Publicado em 15/08/2021 - 07:24 Luiz Carlos AzedoCongresso, Eleições, Ética, Governo, Impeachment, Justiça, Memória, Militares, Partidos, Política, Política
Bolsonaro escala a crise comoSTFe aposta na deterioração das relações entre os Poderes. Ameaça dar um golpe de Estado
Riobaldo, o jagunço de Grande Sertão:Veredas, a odisseia cabocla de Guimarães Rosa, dizia que “viver é muito perigoso”. Em agosto, na política, mais ainda. Para os políticos, com certa razão, trata-se de um mês aziago, porque crises e tragédias ocorreram nesta época do ano. “Comandante supremo das Forças Armadas”, como agora gosta de se apresentar, o presidente Jair Bolsonaro escala a crise com o Supremo Tribunal Federal (STF) e aposta na deterioração das relações entre os Poderes, com o claro propósito de impedir a realização das eleições, nas quais pode ser derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ameaça dar um golpe de Estado.
Tudo pode acontecer em agosto. Em 1954, após voltar ao poder pelo voto, Getúlio Vargas sofria com pressões do Congresso. A oposição mais radical era da UDN, liderada por Carlos Lacerda, que sofreu um atentado na Rua do Tonelero, no Rio de Janeiro, no qual faleceu o major da Aeronáutica Rubens Vaz; Lacerda foi ferido na perna. As investigações apontaram Gregório Fortunato, chefe da guarda presidencial, como autor do crime. A situação se tornou insustentável. Getúlio acabou cometendo suicídio, com um tiro no peito, na madrugada de 24 de agosto.
Jânio Quadros presidia o Brasil desde janeiro de 1961. Surpreendentemente, aproximou-se da antiga União Soviética e da China. Em plena guerra fria, condecorou Che Guevara, um dos líderes da Revolução Cubana, com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Carlos Lacerda, líder da UDN, passou à oposição. Sete meses depois de assumir, em 25 de agosto de 1961, Jânio renunciou. Imaginava voltar nos braços do povo; quem assumiu foi seu vice, João Goulart.
Em 1969, o general Costa e Silva teve uma trombose cerebral, no final de agosto. O vice-presidente, Pedro Aleixo, um civil, foi impedido de assumir a Presidência por uma Junta Militar, que governou o país até 30 de outubro, quando assumiu o general Emílio Médici. Costa e Silva faleceu em dezembro.
O ex-presidente Juscelino Kubitschek morreu em um acidente de carro em 22 de agosto de 1976; seu motorista, Geraldo Ribeiro, também. O veículo colidiu com um caminhão, na rodovia Rio-São Paulo. A Comissão Nacional da Verdade concluiu que sua morte foi um acidente ocasional.
Depois da entrevista de seu irmão Pedro Collor à revista Veja, denunciando um esquema de lavagem de dinheiro no exterior co- mandado por PC Farias, o Congresso Nacional criou uma CPI para investigar as denúncias contra o presidente Fernando Collor de Mello. Foram descobertos empréstimos fraudulentos e contas suspeitas. O famoso Fiat Elba foi comprado com esse dinheiro. Collor convocou uma manifestação verde-amarela para 16 de agosto. A população foi às ruas vestida de preto. A CPI confirmou a transferência irregular de US$ 6,5 milhões para financiar gastos do presidente. Collor derreteu: em setembro, foi afastado; em dezembro, renunciou ao cargo.
Ruptura institucional
Candidato à Presidência da República em 2014, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos decolava nas pesquisas de opinião. Em 13 de agosto daquele ano, morreu após a queda do jato particular em que viajava. O avião havia decolado do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá (SP). Sete pessoas faleceram.
Por causa das chamadas “pedaladas fiscais” e decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso, o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff foi aberto pela Câmara dos Deputados em abril de 2016, decisão confirmada pelos senadores em maio. Em 29 de agosto, Dilma Rousseff compareceu ao Congresso para se defender. Dois dias depois, os senadores aprovaram seu impeachment por 61 votos favoráveis e 20 contrários.
Ontem, Bolsonaro participou de uma cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Rezende (RJ). Escreveu no Twitter: “Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma ruptura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52 da Constituição Federal”. Agosto está só começando; a crise está em marcha.
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