Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 7 de agosto de 2021
DEMOCRACIA E GOVERNABILIDADE
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"LIRA DOS VINTE ANOS"
Álvares de Azevedo
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Ao vivo: saída pelo centrão - Papo Antagonista com Claudio Dantas
Redação O Antagonista
Redação O Antagonista
06.08.21 17:49
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Ao vivo: saída pelo centrão – Papo Antagonista com Claudio Dantas
Foto: O Antagonista
Assista ao programa Papo Antagonista, com Claudio Dantas. De segunda a sexta, às 18h.
*** *** https://www.oantagonista.com/especial/ao-vivo-a-cumplicidade-de-aras-papo-antagonista-com-claudio-dantas/ *** ***
Manuel Antônio Álvares de Azevedo foi um escritor da segunda geração romântica, contista, dramaturgo, poeta e ensaísta brasileiro, autor de Noite na Taverna.
Romantismo
Nasceu a 12 Setembro 1831 (São Paulo, Brasil)
Morreu em 25 Abril 1852 (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil)
*** *** https://www.escritas.org/pt/t/10768/e-ela-e-ela *** ***
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É ELA! É ELA! É ELA! É ELA! (ÁLVARES DE AZEVEDO) - O HUMOR NA "LIRA DOS VINTE ANOS"
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou — é ela!
Eu a vi — minha fada aérea e pura—
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas;
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono! . . .
Tinha na mão o ferro do engomado. . .
Como roncava maviosa e pura!
Quase caí na rua desmaiado!
Afastei a janela, entrei medroso:
Palpitava-lhe o seio adormecido...
Fui beijá-la. . . roubei do seio dela
Um bilhete que estava ali metido. . .
Oh! de certo. . . (pensei) é doce página
Onde a alma derramou gentis amores;
São versos dela. . . que amanhã de certo
Ela me enviará cheios de flores.
Tremi de febre! Venturosa folha!
Quem pousasse contigo neste seio!
Como Otelo beijando a sua esposa,
Eu beijei-a a tremer de devaneio.
É ela! é ela! — repeti tremendo;
Mas cantou nesse instante uma coruja...
Abri cioso a página secreta. . .
Oh! meu Deus! era um rol de roupa suja!
Mas se Werther morreu por ver
Carlota Dando pão com manteiga às criancinhas,
Se achou-a assim mais bela, — eu mais te adoro
Sonhando-te a lavar as camisinhas!
É ela! é ela! meu amor, minh'alma,
A Laura, a Beatriz que o céu revela. . .
É ela! é ela! — murmurei tremendo,
E o eco ao longe suspirou—é ela!
(Obras, 1853. Lira dos vinte anos, 2ª parte)
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É o poema mais humorístico de Álvares de Azevedo (1831-1852).
É uma “história” de amar.
É um namoro. Não é o “Namoro a cavalo”! Mas, é um namoro!
São quarenta versos (cada uma das linhas gráficas) divididos em dez estrofes (conjuntos de versos) de quatro versos (quadras).
São decassílabos (dez sílabas poéticas).
Vejamos a escansão (divisão em sílabas sonoras) da primeira estrofe:
“É-e-la!-É-e-la!-mur-mu-rei-tre-/men-do
E-o-e-coao-lon-ge-mur-mu-rou-é-/e-la
Eu-a-vi-mi-nha-fa-daa-é-reae-pu-/ra
A-mi-nha-la-va-dei-ra-na-já-ne-/la.”
De sua residência, o jovem poeta vê sua amada “estendendo” roupas no telhado e suspira enamorado.
O conjunto de rimas é o mesmo em todas as estrofes, ou seja, o segundo verso rima com o quarto verso.
Ele é tão apaixonado que espreita, como um leão faminto, o sono da amada (Que é pesado!), mesmo assim não diz se é correspondido, e observa também coisas triviais como o ronco de “seu” amor.
Ele furta um bilhete pensando em lindas trovas de amor, mas ao ler, percebe que se trata de um lista de roupas sujas e o fato é “anunciado” por uma coruja (simbolizando o azar).
Que poesia poderá resistir a um rol de roupas sujas?
Finalizando o engraçado poema o autor faz analogia com as grandes histórias de amor do seu tempo (E do nosso também!), o amor de Werther e Carlota (“Os sofrimentos de Werther – Goethe), o amor de Dante (“A divina comédia” – Dante Aliguiere) e Beatriz, e espera que o seu seja diferente, isto é, realize-se.
Nas profundezas textuais percebemos que o poeta ama sua “lavadeira” e tudo fará por ela, inclusive, “vencer” certos impedimentos - “sociais”.
Augusto de Sênior.
(Amauri Carius Ferreira)
(FERREIRA, A. C.)
Augusto de Sênior
Enviado por Augusto de Sênior em 28/09/2013
Código do texto: T4502106
Classificação de conteúdo: seguro
*** *** https://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/4502106 *** ***
Waack: A crise institucional ultrapassou, em muito, apenas o voto impresso
O presidente da Câmara dos Deputados quer que o plenário decida sobre o voto impresso e enterre uma discussão que foi "longe demais"
William Waack
Por William Waack, CNN
06 de agosto de 2021 às 21:41
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O presidente da Câmara dos Deputados quer que o plenário decida sobre o voto impresso e, com isso, enterre uma discussão que, segundo ele mesmo diz, foi longe demais.
Tem dois problemas aí. O primeiro é abrangente: a crise institucional ultrapassou, em muito, a questão apenas do voto impresso. O segundo é Jair Bolsonaro, o incontrolável.
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Leia mais
Câmara envia recado ao Planalto e quer pautar voto impresso semana que vem
Lira vai buscar texto da PEC com aval do Planalto e do Judiciário
Ciro Nogueira teria convencido Lira a pautar o voto impresso em plenário
Ele não participou diretamente das negociações para levar ao plenário a questão do voto impresso, que hoje perderia a votação.
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E agora passou a xingar com palavrão em público o ministro do Supremo.
(Publicado por Sinara Peixoto)
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Voto impresso
Luís Roberto Barroso
*** *** https://www.cnnbrasil.com.br/politica/2021/08/06/waack-a-crise-institucional-ultrapassou-em-muito-apenas-o-voto-impresso *** ***
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Evento Democracia e Governabilidade
Insper
*** *** https://www.youtube.com/watch?v=4AdMQshW1Dg *** ***
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Em evento, ex-presidentes da República e ministros do STF defendem estado democrático de direito e sistema eleitoral
Seminário foi marcado pelo debate sobre medidas para melhorar a governabilidade do país. Houve consenso de que é preciso trabalhar para evitar desgastes entre as instituições.
Por Jornal Nacional
06/08/2021 21h39 Atualizado há 32 minutos
Ex-presidentes da República e ministros do STF defendem democracia e sistema eleitoral
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Ex-presidentes da República e ministros do STF defendem democracia e sistema eleitoral
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Ex-presidentes da República, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e cientistas políticos defenderam fortemente, durante um evento em São Paulo nesta sexta-feira (6), o estado democrático de direito e o sistema eleitoral brasileiro.
O encontro, transmitido pela internet, foi no Insper, faculdade e centro de pesquisas na capital paulista. Todos os debatedores passaram por testes de Covid e, por isso, não precisaram usar máscaras. E respeitaram o distanciamento.
O seminário foi marcado pelo debate sobre medidas para melhorar a governabilidade do país. Foram várias sugestões e algumas opiniões em comum. Entre elas, o consenso de que é preciso trabalhar para evitar desgastes entre as instituições.
Os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer criticaram os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal e ao sistema eleitoral brasileiro. E reafirmaram a necessidade do compromisso com a democracia.
"Acho lamentável que o presidente ataque instituições, quaisquer que elas sejam, mormente em se tratando das instituições que ele criticou, que merecem o nosso respeito. Eu não vejo que haja um movimento na sociedade brasileira que favoreça tal posição. Eu acho que ele está se isolando e está demonstrando muito ímpeto autoritário e não é, imagino que não seja, esse o sentimento real da maioria dos brasileiros", afirmou Fernando Henrique Cardoso.
"Reitero, não conheço o presidente Bolsonaro, mas, se ele expressou esse sentimento, ele está equivocado. Tem que expressar o sentimento da Constituição e da maioria do povo brasileiro. A legalidade democrática impõe. Eu acho que qualquer tentativa de ir contra a legalidade, eu estarei contrário. Claramente contrário. Abertamente contrário", completou o ex-presidente.
"Não pode haver desarmonia entre os poderes. Esse ataque ao Supremo Tribunal Federal, ataque ao Legislativo, significa uma tentativa de desarmonizar. E a desarmonia é inconstitucional, isso não pode acontecer. [...] Desde o presidente da República até todos os demais têm que obedecer o que a soberania popular expressou por meio da Constituição. Portanto, são todos escravos da Constituição. Não pode haver um ataque dessa natureza porque, a meu ver, como disse o presidente, há uma irregularidade legal, inconstitucional", declarou o ex-presidente Michel Temer.
O ex-presidente José Sarney não participou do encontro, mas enviou espontaneamente um vídeo para a TV Globo, defendendo a democracia.
"Quero reafirmar meu compromisso permanente com a democracia porque ele está registrado em fatos e não em palavras. Eu conduzi a restauração democrática, a transição, convocando e garantindo a assembleia constituinte e a implantação da Constituição de 1988. Portanto, nós devemos cada vez mais ter confiança no regime democrático, aquele que Lincoln tão bem definiu como o governo do povo, pelo povo e para o povo", disse Sarney.
Ministros do STF
Também participaram do seminário três ministros do Supremo Tribunal Federal: o decano, Gilmar Mendes; Alexandre de Moraes; e Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Gilmar Mendes ressaltou que o Brasil escolheu, de maneira legítima, o modelo democrático constitucional, com poderes harmônicos e independentes.
"Estamos vivendo o mais longo período de normalidade democrático-institucional, pelo menos desde a vida republicana começada em 1889, e isso me parece um mérito inegável da Constituição de 1988, me parece que esse é um dado inegável que precisa ser valorizado. [...] A sociedade brasileira valoriza e fez uma opção clara pelo modelo democrático constitucional, que significa não apenas a liberdade de voto, a liberdade de escolha de seus líderes, mas também a parametrização pelo aquilo que chamamos dos ditames do Estado de Direito [...] e a ideia é de poderes independentes e harmônicos", declarou Gilmar Mendes.
O ministro Barroso fez uma defesa do sistema eleitoral brasileiro. E lembrou que esse sistema tem o apoio de ex-presidentes, entidades de classe e do próprio STF.
"Todos os ex-presidentes assinaram no final de semana passado a nota de defesa do sistema eletrônico, explicando por que éramos contra o voto impresso, 15 pessoas assinaram. Inúmeras entidades de classe apoiaram. No Tribunal Superior Eleitoral, houve um inquérito administrativo, pedido pelo procurador-geral e aprovado pelo pelo do Tribunal Superior Eleitoral. Houve a representação com notícia-crime contra o presidente da República para o inquérito das fake news aprovada por unanimidade do Tribunal Superior Eleitoral", afirmou Barroso.
"Portanto, não sou eu, são todas as pessoas que participam do processo que atestam sua autenticidade. De modo que essa obsessão por mim não se justifica e, sobretudo, não é correspondida", completou Barroso.
O ministro Alexandre de Moraes rebateu os ataques ao sistema de votação com urnas eletrônicas.
"As pessoas falam às vezes sem nenhum conhecimento de causa, sem nunca ter acompanhado uma eleição, não fazem a mínima noção do que estão dizendo, nunca viram o que é uma eleição e pior: se nós formos pegar os maiores defensores do atraso, são aqueles que se elegeram pela modernidade. Ou seja, salvo a vontade de proliferar esse discurso de ódio, raivoso, não há racionalidade no que vem sendo dito", declarou Moraes.
"São três termômetros para a democracia: imprensa livre, Poder Judiciário independente e eleições realizadas periodicamente com voto universal secreto. A imprensa no Brasil é livre, o Poder Judiciário é independente, o que não significa que não apanhe todo dia, os independentes também apanham, mas apanham e reagem dentro da Constituição. Tivemos eleições no ano passado e teremos no ano que vem. Não acho que bravatas levem a golpe. Acredito fielmente nas instituições e que nós vamos continuar consolidando nossa democracia", completou Moraes.
Nas considerações finais, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou: "Estão aqui três ministros que pensam diferente a respeito de muitos temas, votamos diferentes, mas tem um tema que nos une profundamente, que é o amor ao Brasil e a defesa da democracia. E, nesta matéria, o Supremo Tribunal Federal age com unanimidade e não há nenhum perigo de nós não estarmos do lado certo nesta disputa."
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O Assunto
Bolsonaro enquadrado pelo TSEBolsonaro enquadrado pelo TSE
00:00 / 29:38
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