“Em muitos dias de ócio lamentei o
tempo perdido. Mas ele não foi de todo perdido. O Senhor guardou em suas mãos
cada instante de minha vida.
Escondido no coração as coisas, Ele
estava alimentando as sementes para que sejam rebentos, os botões para que
sejam flores e amadurecendo as flores para que sejam frutos.
Eu dormia cansado em meu leito,
indolente, julgando que todo o trabalho tivesse cessado. Acordei de manhã e
encontrei repleto de milhares de flores o meu jardim.”
(Tagore)
Rabindranath Tagore foi um escritor
nascido em Calcutá, na Índia no ano de 1861.
Ainda criança manifestou sua
vocação para a literatura. Escreveu, ao longo de sua vida, diversos poemas,
contos, romances e ensaios, tudo na língua bengali.
Seus versos se caraterizam pela
sensibilidade, humanidade e lirismo.
O escritor indiano se tornou muito
celébre e seu sucesso lhe valeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1913.
Através de Tagore a cultura da
Índia foi levada para os quatro cantos do mundo.
Vale a pena ler esse notável
escritor, considerado “o grande mestre” por Mahatma Gandhi.
A roda movera-se a seu desfavor. Maldito
Jô.
- Nada disso. O covarde quando
simula o medo acaba por senti-lo
96. A RODA
A
princípio era uma espuma parda que lhe escapava pela boca. Depois, nauseado,
Joel My Friend se contraiu numa ânsia
e sujou o seu jaleco de feirante. Começava a tremer. Não percebeu o vômito.
Dando as costas para o bar, ele desafiou a noite, encarando-a. No ar, um calor
de pneus esfregados. Mais a neblina.
Rodrigues
viu com dureza aquele medo perigoso. A farsa se transformava em realidade.
Sempre gostou de Joel My Friend. O
rapaz se virava direito com a faca e a corrente. Até que funcionou bem a idéia
dele de botar o jaleco e pintar de surpresa com uma raiva de dopado. Muito bom.
Pelo menos uma garçonete desmaiou. Na próxima jogada, ele usaria um Ina 32, por
merecimento. Rodrigues alertou:
-
Cuidado para não estragar tudo, Jô.
-
Vamos correr. . . - gritou Joel My Friend.
-
Nada disso. O covarde quando simula o medo acaba por senti-lo, e isso
desgostava Rodrigues. Fechando a mão no cano do revólver, ele parou sob a porta.
Com uma puxada brusca, desenrolou a rede de ferro. Foi golpeando a coronha em
cima da chave para entortá-la na fenda. Espiou a avenida. Uma fumaça rosada se
deslocava atrás de Joel My Friend.
Este bateu os pés na lajota. Rodrigues escondeu entre as latas e os pacotes, no
fundo da caixa de papelão, a bolsa marrom do revólver e do dinheiro, com a
correia enrolada. Ordenou:
-
Segure firme esse embrulho - e indicava com o queixo o cartucho do minimercado,
no degrau. - Eu carrego a caixa. Vamos andar normalmente até a esquina. Lá a
gente se manda.
Os
sinais luminosos pulsavam entre as árvores cor de cinza. No segundo pavimento,
o negro de chapéu amassado empurrou a veneziana e acendeu o cigarro com o
isqueiro. O furgão entrava no pátio.
-
Agora estou vendo tudo claro - queixou-se Joel My Friend. - Não era preciso deixar o carro tão longe. Não vamos
conseguir chegar até o carro.
-
Cale a boca. Limpe a sua boca. Olhe como ficou o jaleco. Eu não podia
estacionar na avenida o Volks do japonês. Nem troquei as placas.
O
rapaz apertou o cartucho contra o estômago. Tinha consciência de seu medo e
isso o atormentava. O trânsito pela Radial Leste movia-se como cobra cautelosa.
-
Mais depressa. Mais depressa.
-
Entenda. Vai demorar o alarme. Temos tempo.
Joel
My Friend cuspiu na calçada.
-
Dane-se. Os caras não vão dormir naquele banheiro o resto da vida. O que
aconteceu com as suas pernas? Vamos correr.
Atento
e calmo, Rodrigues balançou a cabeça.
-
É. Não se deve mesmo ter confiança em passador de maconha.
-
Mas eu avisei que o meu negócio não era assalto. Certo? Agora eu só quero sair
desta podre.
-
Espere, Jô.
Tenso,
derrubando o pacote e rasgando-o com uma pisada, Joel My Friend colou-se ao poste. Vinha pela vidraça do porão uma
claridade gasta. Longe, o alarido duma festa. A noite ampliava gritos e
buzinas. Rodrigues abaixou-se.
-
Juízo, rapaz.
O
que foi? O outro vacilou dentro do medo.
-
A polícia ... - ele pôs no rosto a aba do jaleco.
-
Você ficou louco.
-
Olhe. - Idiota. Não tenho que olhar coisa nenhuma - disse Rodrigues. - O
japonês vai descobrir o empréstimo do Volks só de manhã cedo. Não estrague
tudo, Jô.
O
rapaz murmurou:
-
Então, os camaradas da lanchonete...
-
Garoto, não invente.
-
Então. .. - ele soluçou ante o desprezo de Rodrigues. - Os otários do mercado
já saíram do banheiro.
-
Vamos embora devagar, Jô. Você não está sozinho. A primeira lição é controlar
os nervos.
Mas,
enquanto Rodrigues acomodava o embrulho na caixa, Joel My Friend saltou o gradil do canteiro e desapareceu entre dois
caminhões parados. Rodrigues, sem rancor, porém na certeza da vingança, ainda
percebeu o jaleco debater-se na esquina, antes de sumir de todo.
Uma
perua C-14 rodava pela rua estreita. Rodrigues pensou: "E o Volks no meio
do quarteirão..." Com frieza, examinou os ângulos da enrascada.
"Melhorou um pouco sem o Jô", sentiu-se acuado e muito forte. Sempre
fora solitário. Sob o poste, o vapor do mercúrio envolveu-o numa luz pálida e
azulada. A grama crescia ao redor das pedras do passeio. Nenhum muro a separar
os sobrados. A caixa de papelão tinha uma aparência proletária, quase inocente,
com os sanduíches e as latas de conserva. Rodrigues aspirou o ar livre e
caminhou ao encontro da viatura.
A
C-14 estancou perto dele. Desengatando a marcha, o motorista comprimia o
acelerador para queimar gasolina e mostrar serviço. Um tira abriu a porta do
outro lado e deu a volta. Os outros ficaram no carro, espiando aquele rapaz com
as compras do patrão, os ombros muito largos para a altura, o gorro de lã
crespa, a jaqueta de couro esfolado, sem meias, a camisa sobrando por cima dos
bolsos da calça jeans. Disse o investigador:
-
Estava com muita pressa aquele sujeito.
-
Parece - falou Rodrigues.
-
Também me pareceu que vocês dois iam juntos - o tira divertia-se com o bagulho
do rancho.
-
Bem... - Rodrigues susteve nos lábios um esgar. - O programa era curtir uma
sopa de legumes no meu apartamento. Na última hora o carinha se apavorou. -
Rodrigues vingava-se de Joel My Friend.
-
Um menino de família ... - comentou o tira.
O
olhar de Rodrigues uniu-se a uma sombra. Ouviu-se o ruído duma janela a
fechar-se com cuidado. Um gato afiou as unhas contra o paredão úmido. O
motorista limpou o volante com um trapo de camurça. Rodrigues arriscou:
-
Se o senhor quiser ver os meus documentos. .. - ele curvou o torso, sugerindo o
propósito de colocar os embrulhos no chão. "Esses meganhas não estão nem
aí..." Claro que havia peixe graúdo no tanque, algum bicheiro com a
escrita atrasada. Dentro da perua, um tira, ao lado do motorista, fez piscar a
luz alta. O investigador apoiou a mão no ombro de Rodrigues, e observando a
velocidade dos carros pela Alcântara Machado, apurou o ouvido. Sem se abater,
Rodrigues exibia os punhos da camisa, encardidos pelo suor urbano, o Seiko, a
fita do Senhor do Bonfim, a calça de barra esfiapada, o jeito amarfanhado de
quem dormia de roupa, o mocassim de fivela e, no sorriso, uma vergonha
humilhada. Um hippie póstumo,
carregando as compras do empório para o cortiço. O investigador acariciou-o na
orelha. Um tira avisou:
-
Aconteceu alguma coisa por lá.
Antes
de entrar na perua, o investigador encolheu o dedo repressivo.
-
Rapaz, cuidado com as geladas.
Rodrigues
andou devagar até o Volks.
-
Mais uma batida ... - ele insinuou casualmente. - Sabe, no largo da messiânica
tem um sinaleiro pifado desde a semana passada.
Bateram
a porta da viatura sem estrondo. Eram civis. Quando a C-14 se aproximava da
esquina, os alarmes da noite soando, Rodrigues abrigou-se no Volks. Jogou o
bagulho no banco traseiro e pegou a bolsa de couro. Maldito Jô. Torceu a chave
e acelerou. Tomando o rumo contrário ao dos tiras, ele sentiu a correia da
bolsa no ombro. O dinheiro e o revólver pesavam agora junto a seu corpo. Meu
dinheiro. Meu Taurus-38. Você não conhece a melhor arma: um revólver com balas
de dinheiro. Com essa arma não se erra na pontaria. Você não faz pontaria.
Basta beliscar o gatilho. A mosca procura a bala. Minha porra. Minha porra.
Minha máxima porra. A sirena da C-14 atrás de mim. Já era tempo. Os meganhas
dormiram até tarde. Yes, como diz o Jô. A perseguição começa.
Dali
não dava para ver a perua. Pelo som da sirena, calculei em cem metros a
distância entre mim e a polícia. Na calçada não cabia uma C-14, mas cabia o
Volks. Agindo sem planejar demais, confiando na sorte do bom ladrão, meti as
rodas na sarjeta e ultrapassei uma fila de carros. Dobrei na contramão à
direita, buzinando e com o câmbio em segunda. Por ser uma rua apertada, costurei
nas duas guias. Brados e xingamentos me saudavam com furor. Yes. Não me iludia.
Outras viaturas se ouriçavam no mapa da Radial. Até que apareceu o Dodge-Dart
prata com capota de vinil. Luz na cara do dono e uma rabeada em cima do pára-lama.
Nada mais que um batismo na pintura. Na derrapada, desmontei uma banca de
jornais e o toldo dum bazar. Juntou gente para apreciar o desastre. O gordo, de
blazer com âncora no bolsinho, nem desligou o motor e já saiu do carro
ofendendo. Palavra. Eu não topo soberbo. Com quatro pancadas, fiz vazar o Dimple dele pelas comportas. Poupei o
saco desse executivo para a estagiária. A sirena. A sirena me perturbava. Uma
turma cercava o gordo na lona. Eu boa-praça sosseguei a várzea explicando o
motivo da trombada. Vocês são testemunhas. O gordo veio com o Volks na
contramão. Ainda bem que o seguro paga tudo. Com licença. Me arranquei no
Dodge-Dart. O susto faz palermas imediatos. Com a fratura da empáfia e da
autoridade, Mr. Dimple sucumbiu no colo dos estarrecidos.
Mas
a sirena ia comigo girando pelas ruas. Depois da curva, o pneu estourou na
valeta, com a brecada o Dodge-Dart pulou contra o poste, deslizou no passeio,
raspou um muro de heras e pôs no chão um tapume de madeira. Um casal de
namorados vestiu-se gritando. A sirena por todos os lados.
Me
enfiei num beco. Por uma seringueira, alcancei o telhado e uma cachorrada
latiu. Escorregando ao longo dum condutor podre de ferrugem, puxei o portão.
Uma parede com cacos de vidro. Uma cobertura de amianto. Ao redor de minha fuga,
as janelas se iluminavam. Ao saltar, desconjuntei calha e cumeeira dum
depósito. Enquanto as portas se abriam, eu corri para o fundo dum galpão. Com o
pé num tanque cheio de água fétida, impulsionei o corpo e caí num matagal.
Varei um terreno onde se acumulava lixo. Andava por uma rua de calçamento
antigo e não escutava mais a sirena. Então, o vento enxugou o meu suor.
Acariciei a bolsa marrom, com franjas absolvidas.
Lá
estava um terminal de ônibus. Subi no ônibus. O motor ronronava e eu queria
dormir um pouco. Antes de me deitar no último banco, eu me reconheci no vidro
da janela. Oi, Rodrigues. Dormi em cima de meu orgulho.
O
gordo Mr. Dimple, de esparadrapo no
queixo e lenço no olho, aprontara-se para o segundo round. Convocava os soldados:
-
É esse. É esse o assaltante.
Rodrigues
acordou para levar um soco na cabeça. O soldado sufocava-o com a gravata e os
palavrões do costume. Puseram-lhe as algemas ainda dentro do ônibus. Caindo na
sarjeta, não podia acreditar, viu o toldo e a banca de jornais que
desmantelara. A roda movera-se a seu desfavor. Maldito Jô.
Um
tira vasculhava a bolsa. Rodrigues, de joelhos na lama viscosa, custou a
compreender que o ônibus o trouxera de volta. Tentou rir entre os coturnos e as
pernas fardadas. Atordoado, firmou as mãos no óleo da rua e ergueu-se sozinho.
MAFRA CARBONIERI (1935-| Brasil)
Este paulista de Botucatu, promotor
público, juiz, professor de Direito e de Literatura já havia chamado a atenção
da crítica (Fábio Lucas, Wilson Martins) como contista com Arma e Bagagem e
Homem Esvaziando os Bolsos, ganhando alguns prêmios nos anos 60 e 70. Seus
contos urbanos situam-se entre a renovação americana dos anos 30 (o policial
hard-boiled, Hemingway, Damon Runyon, etc.) e a modernidade brasileira que vai
de Antônio de Alcântara Machado a Marcos Rey e João Antônio. Seu enfoque, como
os citados, é sempre a dos humilhados-e-ofendidos dostoievsquianos, os pequenos
e grandes marginais que, quando detidos, são obrigados a "esvaziar os
bolsos" antes de entrar para a cela. Coisas da cidade grande. (Seu livro O
Motim na Ilha dos Si nos, de 7997, não foi devidamente percebido por nossa
crítica desatenta.)
Mafra Carbonieri e a atração pela
palavra
O
acadêmico dá detalhes de seu livro "Diálogos e Sermões de Frei Eusébio do
Amor Perfeito" e comenta sua relação com a escrita no De volta 'pra' casa
Membro
da Academia Paulista de Letras, Mafra Carbonieri conversou com Alexandre
Machado no De volta 'pra' casa da última sexta (29) sobre o livro Diálogos
e Sermões de Frei Eusébio do Amor Perfeito.
Segundo o autor, trata-se de uma análise da política brasileira da época em que o escreveu, em 2007, que ele considera ter sofrido poucas mudanças. O tema é a falta de ética. "Não é um livro ingênuo", comenta Carbonieri.
O escritor contou ainda que desde cedo se atraiu pela palavra. "Palavra é depósito de sentido, a palavra como evasão comunicação imediata e a palavra como invasão, aquela palavra que forma o espírito", diz Carbonieri. Ele relata que o primeiro conto que leu de Machado de Assis, Quem conta um conto, o fisgou de vez para a literatura. Como sugestão de livro, ele indicou Reminiscências, de Marcelo Nocceli, lançado pela editora Reformatório.
Segundo o autor, trata-se de uma análise da política brasileira da época em que o escreveu, em 2007, que ele considera ter sofrido poucas mudanças. O tema é a falta de ética. "Não é um livro ingênuo", comenta Carbonieri.
O escritor contou ainda que desde cedo se atraiu pela palavra. "Palavra é depósito de sentido, a palavra como evasão comunicação imediata e a palavra como invasão, aquela palavra que forma o espírito", diz Carbonieri. Ele relata que o primeiro conto que leu de Machado de Assis, Quem conta um conto, o fisgou de vez para a literatura. Como sugestão de livro, ele indicou Reminiscências, de Marcelo Nocceli, lançado pela editora Reformatório.
Sarajane - A Roda
Álbum,
A Roda, 1987.
Composição
Sarajane, Robson de Jesus e Alfredo Moura
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Tá ficando apertadinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha
(repete)
Ô meu neguinho eu tô ligada em você
Ô meu neguinho eu tô ligada em você
Se você quiser me ver, sabe encontrar
O desejo de te ver é que me faz te amar
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Tá ficando apertadinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha
(repete)
Essa dança apareceu, minha neguinha
Foi tirada de uma ave, de uma galinha
Deslizando pra frente e pra trás
Abre a rodinha, meu amor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, eu quero ouvir
Abre a rodinha, meu amor
Abre a rodinha, eu quero ouvir
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, eu quero ver
Abre a rodinha...
Composição
Sarajane, Robson de Jesus e Alfredo Moura
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Tá ficando apertadinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha
(repete)
Ô meu neguinho eu tô ligada em você
Ô meu neguinho eu tô ligada em você
Se você quiser me ver, sabe encontrar
O desejo de te ver é que me faz te amar
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Vamos abrir a roda
Enlarguecer
Tá ficando apertadinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha
(repete)
Essa dança apareceu, minha neguinha
Foi tirada de uma ave, de uma galinha
Deslizando pra frente e pra trás
Abre a rodinha, meu amor
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, eu quero ouvir
Abre a rodinha, meu amor
Abre a rodinha, eu quero ouvir
Abre a rodinha, por favor
Abre a rodinha, eu quero ver
Abre a rodinha...
Referência
https://literaturaemcontagotas.wordpress.com/tag/tagore/
https://www.e-livros.xyz/imagens/livros/os-100-melhores-contos-de-crime-e-mistrio-da-literatura-universal-flvio-moreira-da-costa.jpg
https://www.e-livros.xyz/ver/os-100-melhores-contos-de-crime-e-mistrio-da-literatura-universal-flvio-moreira-da-costa
http://culturafm.cmais.com.br/de-volta-pra-casa/home/mafra-carbonieri-e-a-atracao-pela-palavra
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