terça-feira, 1 de janeiro de 2019

A ciência e outras formas de conhecimento


Por Carlos Lungarzo

Em nossa época, aceitamos como científicos os conhecimentos que satisfazem, aproximadamente, às exigências enunciadas antes.


Existem certas atividades essenciais na cultura humana, que não colocam grande ênfase no conhecimento (embora ele seja necessário para executá-las), mas em efeitos que influem em outras áreas da nossa sensibilidade.

Um caso típico é a arte. A arte é uma atividade que consiste em realizar certos projetos de nossa imaginação, os quais visam transmitir efeitos emocionais relacionados com a beleza.

Outro caso notório é o esporte. O esportista, embora precise de conhecimentos técnicos sobre a tarefa que executa, não visa transmitir nem organizar conhecimento nenhum. Ele só tenta realizar determinadas ações, as quais, neste caso, estão vinculadas a certo rendimento físico do corpo (força, velocidade, destreza, etc.).

Ainda que existam especialistas em arte, capazes de transmitir técnicas para que o artista possa exteriorizar mais satisfatoriamente sua imaginação, e especialistas em esporte, que conhecem regras e procedimentos para aprimorar o comportamento físico do esportista, nem a arte nem o esporte são atividades relativas ao conhecimento.

Contudo, existem certas formas de conhecimento que não costumam ser incluídas no campo da ciência.

Já no começo destas notas, falei da relação entre ciência e senso comum. O conhecimento científico é metódico, e tem possibilidade de ser defrontado com a realidade. Temos condições para aferir se ele é verdadeiro ou falso, pelo menos teoricamente.

Mas há outras formas de conhecimento que são relevantes para a cultura contemporânea, e que, em outras etapas da história do homem, foram ainda mais influentes do que aquilo que hoje chamamos “ciência”.

Uma forma especialmente famosa de conhecimento é o filosófico. Também, em certo sentido, existe uma forma de conhecimento religioso. Com efeito, ainda que muitas pessoas adotem um ponto de vista estritamente irracional no plano religioso, muitas outras acham que as experiências místicas constituem uma forma de conhecimento e podem, portanto, ser analisadas desse ponto de vista.

Contudo, existe atualmente um grande preconceito em favor do conhecimento científico e contra qualquer outra forma.

Em meados dos anos 30 e depois da Segunda Guerra, tanto a corrente que chamamos positivista quanto muitas outras a ela relacionadas de maneira indireta ou direta, levantaram a “palavra de ordem” de que a ciência era a única forma racional de conhecimento.

Tudo o que não fosse científico era ou conhecimento ingênuo do senso comum (que, embora às vezes verdadeiro, não tinha método, organização nem justificação) ou então falso conhecimento, obscuro e incompreensível, disfarçado por uma linguagem aparentemente acadêmica.

Para eles, a filosofia era apenas uma disciplina dedicada a estudar as afirmações científicas, uma espécie de “reflexão” sobre a ciência.

Atualmente, essas tendências, explicitamente positivistas, entraram em decadência. Mas apareceram novos motivos para privilegiar o conhecimento científico. E a revolução tecnológica.

Com efeito, numa época em que é fortemente estimulado o consumo de tecnologia e em que governos e corporações têm interesse no maior consumo possível de elementos técnicos (desde vídeos até explosivos), os conhecimentos filosófico e religioso são considerados desnecessários, exceto para justificar a ordem social existente, ou convencer as pessoas de que estão agindo corretamente. Mas este é um ponto sobre o qual voltaremos no capítulo seguinte, ao falar da relação entre ciência e ideologia.

Um problema, talvez mais complexo e que conduz a muitas confusões, é este: quando sabemos que o conhecimento é científico? Por exemplo, se no século V alguém tivesse afirmado a existência da eletricidade, talvez teria sido considerado um mágico e provavelmente punido. No século XV ou XVI teria sido pior, como aconteceu com os que defendiam a circulação do sangue ou o movimento da Terra: eles eram considerados bruxos.

De fato, NÃO EXISTE NENHUMA REGRA DE OURO para saber quando o conhecimento é ou não científico. Em nossa época, aceitamos como científicos os conhecimentos que satisfazem, aproximadamente, às exigências enunciadas antes.

Mas poderá acontecer que, no século XXIII, o que hoje chamamos mágica ou bruxaria seja tratado como hoje tratamos a ciência e que nossa ciência atual tenha perdido credibilidade.

O dogmatismo dos filósofos da ciência é muito forte e, além disso, contraditório.

Os estudiosos e especialistas em filosofia da ciência (pelo menos os que foram mais famosos até 1970, aproximadamente, quando começou o movimento de contestação contra o autoritarismo filosófico) gostam de se vangloriar de que o conhecimento científico é crítico, autocorretivo, antidogmático, flexível, etc. E engraçado, mas sua concepção de ciência é, contudo, terrivelmente dogmática. Alguns autores famosos na América Latina acham que tudo o que eles não aceitam como ciência é vigarice.

Um ponto de vista mais moderado é o seguinte: a comunidade científica, que evolui historicamente, é que aceita certas teses, rejeita outras, planejam seus métodos, testa suas teorias e estabelece o estilo de pensamento a ser aplicado. Então, que algo seja ou não seja ciência, não é um problema só de nomes... A
dignidade (ou o “prestígio”) de ser ciência é algo que vai ser decidido pela própria história das comunidades científicas.

De fato, NÃO EXISTE NENHUMA REGRA DE OURO para saber quando o conhecimento é ou não científico.


Carlos Lungarzo
O QUE É CIÊNCIA
editora braziliense


O Homem Vitruviano também é feito sob as medidas da Regra de Ouro.




Escolhendo 3 entre 10

As 10 mais belas equações matemáticas

Por Scientific Universe!
Um Universo de possibilidades

Equações matemáticas não são apenas úteis – também podem ter uma beleza própria. Muitos cientistas admitem ter preferência por uma ou outra fórmula não só por causa da função, mas pela sua forma, e as verdades simples e poéticas que contém.
Algumas equações, como E=mc² de Einstein, roubam as luzes dos holofotes, mas existem equações menos famosas que têm mais apelo entre cientistas. O LiveScience perguntou a físicos, astrônomos e matemáticos quais suas equações favoritas, e o resultado pode ser conferido a seguir:



10. O modelo padrão






Uma das teorias dominantes da física, o modelo padrão descreve a coleção de partículas fundamentais que se acredita fazerem nosso universo.
A teoria pode ser resumida em uma equação chamado modelo padrão lagrangiano (em homenagem a Joseph Louis Lagrange, um matemático e astrônomo francês do século 18), que foi escolhida pelo físico teórico Lance Dixon no Laboratório Acelerador Nacional SLAC na Califórnia (EUA) como sua equação favorita.
“Ela tem descrito com sucesso todas as partículas elementares e forças que temos observados no laboratório até hoje – exceto a gravidade, e isto inclui, é claro, o bóson de Higgs recentemente descoberto, que é o phi na fórmula. Ela é consistente com a mecânica quântica e a relatividade especial”, disse Dixon.
A teoria do modelo padrão ainda não foi unificada com a relatividade geral, e esta é a razão dela não descrever a gravidade.



9. O Cálculo






As equações anteriores descrevem aspectos particulares do universo, mas esta pode ser aplicada a todas as situações. Trata-se do teorema fundamental do cálculo, é o fundamento do método matemático conhecido como cálculo, e une duas ideias: o conceito de integral e o conceito de derivada.
“Em termos simples, ela diz que a mudança geral de uma quantidade contínua, como a distância percorrida, sobre um determinado intervalo, é igual à integral da taxa de mudança daquela quantidade, ou seja, a integral da velocidade”, aponta Melkana Brakalova-Trevithick, chefe do departamento de matemática da Universidade Fordham (EUA), que escolheu esta equação como sua favorita. “O teorema fundamental do cálculo permite que a gente determine a alteração geral sobre um intervalo baseado na taxa de mudança sobre o intervalo inteiro”, diz.
As sementes do cálculo vêm de tempos antigos, mas a maior parte dele foi apresentado no século 17 por Isaac Newton e Gottfried Wilhelm Leibniz (independentemente). Newton usou o cálculo para descrever o movimento dos planetas em torno do sol e Leibniz criou o cálculo para descobrir a área de gráficos de funções (por exemplo, calcular a área delimitada pela linha representada pela função seno e o eixo das abscissas, ou “x”).



8. Teorema de Pitágoras






O velho e conhecido teorema de Pitágoras, que todo estudante aprende, aponta que, para qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa (o lado maior) é igual à soma dos quadrados do comprimento dos outros dois lados.
“O primeiro fato matemático que me maravilhou foi o teorema de Pitágoras”, disse a matemática Daina Taimina, da Universidade Cornell (EUA). “Eu era uma criança e me parecia tão incrível que ele funcionava na geometria e funcionava com números!”.




Referências

https://html1-f.scribdassets.com/9np65nt0zk41hc29/images/1-0888b6b4af.jpg
http://tudosobrerugas.com.br/wp-content/uploads/2016/02/homem-vitruviano-e-proporcao-aurea-689x745.jpg
http://tudosobrerugas.com.br/regra-de-ouro-de-fibonacci-para-avaliacao-da-face-do-paciente/
http://www.academia.edu/8337871/Oque_%C3%A9_Ciencia_-_Carlos_Lungarzo
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh20o8_f_xUM3mNDpGxXHsZ9IO1SvbFWBrxx6ILGLNMuw8w9GbFdJLyLVUUA5IhxjcYQ1FsOX3ExgDfopoxoHNZLxDLpHYxJ3ytKdRTlX3OgrQJkMK_pQbn47U1b6hK4K895rtJggGcxlI/s640/modelo+padrao.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-lUScQv5L6DhaCpEQSAoR1cO65g0TQ7EFArBiPmL4JwAKIxxJSlCGELmG82cdZ77CVLUxWi3c11hhVWgY83YBmkuj_DcMTxkbU67g7C6wIzBV10uc_LOQB5ZyeikFS3QNWTfr779ryNw/s640/calculo.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjThyJ3y6awjd4La0lQJ_QhFGHxK2aF8Hk72DqD6eVXoLNcOLAn7F99Nml3p-1e1DBnNGqR5PWfOwQ1Ob42kTJhyP-QBIPQFbwsA30Bttw23HapB12NtdpvGSCF_9gAAXf6jht_QBt0WxQ/s640/pitagoras.jpg
http://blogscientificuniverse.blogspot.com/2015/11/as-11-mais-belas-equacoes-matematicas.html

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