Entrevista
com o presidente eleito Jair Bolsonaro na Record
Programa Jornal da Correio, 29/10/2018 – Apresentado
por Linda Carvalho http://tvcorreio.com.br/
Jornal
da Band entrevista o presidente eleito Jair Bolsonaro
O presidente eleito falou com exclusividade ao
Jornal da Band sobre seu plano de governo, possíveis ministros, o atentado
sofrido durante campanha e a questão da segurança pública.
Presidente
eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no Jornal Nacional
Após vitória nas urnas, o 38º Presidente da
República Federativa do Brasil fala ao JN.
29/10/2018 21h40 Atualizado há 11 horas
Vídeo
disponível em:
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml
Presidente eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no
JN
Jornal Nacional
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Presidente
eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no JN
William Bonner: Nesta edição especial do Jornal
Nacional, nós temos a presença do 38º presidente da República Federativa do
Brasil, Jair Messias Bolsonaro. Presidente, muito boa noite.
Jair Bolsonaro: Boa noite, Bonner. Boa noite,
Renata.
William Bonner: Primeiro, parabéns por essa vitória
ampla nas urnas. Muito obrigado, desde já, por abrir as portas da sua casa para
o Jornal Nacional nesta noite tão especial, de um dia certamente que foi muito
atribulado, tem sido para o senhor. Nós já sabemos que, em primeiro lugar, o
senhor deseja agradecer aos eleitores brasileiros e é muito justo. Por favor…
Jair Bolsonaro: Eu quero agradecer a todos que
votaram em mim, pelo apoio e pela confiança. Agradecer pelas orações também.
Afinal de contas, ao longo de quatro anos, não só durante a pré-campanha bem
como a campanha, nós tivemos uma bandeira baseado numa passagem bíblica: João
8:32 ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. Está na hora do Brasil
conviver com a verdade. Então, agradeço esses que acreditaram na verdade e
confiaram no meu nome nas urnas.
William Bonner: Presidente, nesses poucos minutos,
nós queremos aproveitar aqui a sua disposição para acalmar os ânimos que
andaram tão acirrados ao longo dessa campanha. No primeiro dia depois do
segundo turno, o senhor disse aqui no Jornal Nacional que será um escravo da
Constituição de 1988.
No último sábado (27), na sua última aparição nas
redes sociais antes da eleição, o senhor estava com um exemplar da Constituição
nas mãos e reiterou que todas as suas ações seguirão os postulados da
Constituição. No seu discurso da vitória de domingo (28), o senhor disse que
vai defender as liberdades e vai defender a democracia. Diante disso tudo, o
que é que o senhor diria a aqueles que ainda insistem em dizer que a sua
eleição é um risco para a democracia?
Jair Bolsonaro: Primeiro, dizer que as eleições
acabaram. Chega de mentira, chega de fake news. Realmente, agora estamos numa
outra época. Eu quero governar para todos, como você bem disse, no Brasil. Não
apenas para os que votaram em mim. Temos uma Constituição que tem que ser
realmente a nossa bíblia aqui na Terra. E respeitá-la, porque só dessa maneira
podemos conviver em harmonia.
Renata Vasconcellos: Presidente, boa noite. Durante
a campanha, o senhor já teve a oportunidade de se desculpar por palavras mais
fortes que usou em sua pregação sobre um projeto polêmico de educação sexual
nas escolas. O senhor chegou até a pedir desculpas aqui no Jornal Nacional por
ter se excedido no calor das discussões.
Numa outra ocasião, o senhor disse enfaticamente,
não ter nada contra os gays. Depois disse que vai lutar contra aqueles que
querem dividir o Brasil entre homos e héteros, entre brancos e negros, entre
sulistas e nordestinos. Há relatos concretos sobre pessoas que têm agredido
gays - verbal e fisicamente. Na campanha, o senhor repudiou o voto dos que usam
violência. Como presidente eleito, o que o senhor diria para aqueles que ousem
ser preconceituosos e agressivos contra outro ser humano apenas por serem gays?
Jair Bolsonaro: A agressão contra um semelhante tem
que ser punida na forma da lei. E se for por um motivo como esse, tem que ter
sua pena agravada. Agora, deixo bem claro: eu ganhei o rótulo, por muito tempo,
de homofóbico. Na verdade, eu fui contra a um kit feito pelo então ministro da
Educação, Haddad, em 2009 para 2010, onde chegaria nas escolas um conjunto de
livros, cartazes e filmes onde passariam crianças se acariciando e meninos se
beijando. Não poderia concordar com isso, e a forma como eu ataquei essa
questão é que foi um tanto quanto agressiva, porque eu achava que aquele
momento merecia isso. Bem, tivemos, em parte, sucesso, porque no ano seguinte,
a própria presidente Dilma Rousseff, depois de ouvir as bancadas evangélica e
católica, resolveu recolher esse material. Mas o rótulo ficou em cima de mim. E
deixo bem claro que isso tudo aconteceu por ocasião, acredite, do 9º Seminário
LGBT Infantil na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, onde presentes estavam
o então secretário de alfabetização do MEC, André Lazaro, e os senhores podem
pegar as imagens no YouTube, onde ele dizia claramente que passou três meses
discutindo até onde a língua da menina entraria na boca de outra menina para
fazer o filme “Beijo lésbico” para combater a homofobia. Então, acredito que
essa agressão contra a família e contra a inocência das crianças em sala de
aula é que resultou na minha forma, um tanto quanto violenta, concordo, para
tentar demover o ministério dessas cartilhas, desses filmes e desses cartazes.
William Bonner: Presidente, o senhor sempre se
declara, enfaticamente, aliás, um defensor da liberdade de imprensa. Mas, em
alguns momentos da campanha, o senhor chegou a desejar que um jornal deixasse
de existir. É indiscutível que a imprensa não é imune a erros e nem a críticas.
E isso vale para qualquer órgão da imprensa profissional. Mas também é fato que
a imprensa livre é um pilar da democracia. Como presidente eleito, o senhor vai
continuar defendendo a liberdade da imprensa e a liberdade do cidadão de escolher
o que ele quiser ler, o que ele quiser ver e ouvir?
Jair Bolsonaro: Totalmente favorável a liberdade de
imprensa. Temos a questão da propaganda oficial do governo que é uma outra
coisa, mas aproveito o momento para que nós realmente venhamos fazer justiça
aqui no Brasil. Tem uma senhora de nome Walderice, minha funcionária, que
trabalhava na Vila Histórica de Mambucaba e tinha uma lojinha de açaí. O jornal
Folha de S. Paulo foi lá, nesse dia, 10 de janeiro, e fez uma matéria e a
rotulou de forma injusta como ‘fantasma’. É uma senhora, mulher, negra e pobre.
Só que nesse dia 10 de janeiro, segundo boletim ‘A iniciativa da Câmara’, de 19
de dezembro, ela estava de férias. Então, ações como essa por parte de uma
imprensa, que mesmo te mostrando a injustiça que cometeu com uma senhora, ao
não voltar atrás, logicamente que eu não posso considerar essa imprensa digna.
Não quero que ela acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do
governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não
terá apoio do governo federal”.
William Bonner: Então o senhor não quer que esse
jornal acabe? O senhor está deixando isso claro agora?
Jair Bolsonaro: Por si só esse jornal se acabou. Não
tem prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim
partiram da Folha de S. Paulo. Inclusive a última matéria, onde eu teria
contratado empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar mentiras
sobre o PT. Uma grande mentira, mais um fake news do jornal Folha de S. Paulo,
lamentavelmente.
William Bonner: Presidente, me permita, como
editor-chefe do Jornal Nacional, eu tenho um testemunho a fazer. Às vezes, eu
mesmo achei que críticas que o jornal Folha de S. Paulo tenha feito ao Jornal
Nacional me pareceram injustas. Isso aconteceu algumas vezes. Mas para ser
justo, do lado de cá, eu preciso dizer que o jornal sempre nos abriu a
possibilidade de apresentar a nossa discordância, de apresentar os nossos
argumentos, aquilo que nós entendíamos ser a verdade. A Folha é um jornal
sério, é um jornal que cumpre um papel importantíssimo na democracia
brasileira, é um papel que a imprensa profissional brasileira desempenha e a
Folha faz parte desse grupo, da imprensa profissional brasileira. Mas a gente
pode seguir adiante com a próxima pergunta da Renata, por favor.
Renata Vasconcellos: Presidente, no discurso em que
o senhor fez essa mesma afirmação sobre a imprensa, o senhor disse que os
marginais vermelhos serão banidos da nossa pátria. O que o senhor quis dizer
com isso?
Jair Bolsonaro: Foi um discurso inflamado, com a
Avenida Paulista cheia, e logicamente eu estava me referindo à cúpula do PT e
cúpula também do PSOL. O próprio Boulos havia momentos antes dito que invadiria
a minha casa aqui na Barra da Tijuca por ela não ser produtiva. Vimos o
candidato do PT derrotado em vídeo também dizendo que a crise no Brasil só
acabaria quando o Lula fosse eleito presidente. Então, foi um momento de
desabafo, é um discurso acalorado, mas não ofendi a honra de ninguém. O que eu
quero dizer com aquilo: no Brasil de Jair Bolsonaro, quem desrespeitar a lei
sentirá o peso da mesma contra a sua pessoa.
William Bonner: Presidente, essa campanha foi muito
polarizada, todo mundo sabe, todo mundo notou. Às vezes até dentro de famílias
houve brigas. O senhor certamente tem conhecimento disso. No domingo (28), no
seu discurso, o senhor, muito corretamente, disse que será o presidente de
todos os brasileiros. Para conseguir seu objetivo de conciliação nacional,
respeitadas as diferenças de ideias, o que é que o senhor poderia dizer agora,
neste momento aqui no JN, para os que não votaram no senhor?
Jair Bolsonaro: Quero dizer a todos vocês que não
votaram em mim, que nós estamos no mesmo barco. Se o Brasil não sair dessa
crise ética, moral e econômica, todos nós sofreremos as consequências do que se
aproxima no futuro. Nós queremos é junto, junto com vocês. Afinal de contas,
nós temos tudo, tudo para sermos uma grande nação. O que está faltando é a
união de todos, evitar as divisões. Essas divisões apareceram no governo
anterior. Nordestinos, sulistas, brancos e negros, ricos e pobres, homos e
héteros. Isso nós vamos evitar. Vamos tratar todos iguais. Eu apelo àqueles que
não votaram em mim: nos dê oportunidade agora de mostrar que realmente nós
podemos fazer uma política de modo que a felicidade se faça presente em nosso
meio no futuro.
Renata Vasconcellos: Presidente, uma última
pergunta: o senhor disse há pouco à Record e ao SBT que pensa em convidar o
juiz Sérgio Moro ou para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal
Federal. Qual dessas duas funções o senhor prefere para ele?
Jair Bolsonaro: Olha, o juiz Sérgio Moro é um
símbolo aqui no Brasil. Eu costumo dizer que é um homem que perdeu a sua
liberdade no combate à corrupção. Ele não pode mais ir à padaria sozinho ou ir
passear com a sua família no shopping, sem ter um enorme aparato de segurança
ao seu lado. É um homem que tem que ter seu trabalho reconhecido. Para mim, eu
pretendo conversar com ele brevemente, já foi feito essa sinalização positiva,
pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou, seria no futuro, abrindo
uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que ele
poderia trabalhar para o Brasil. É um homem que tem um passado exemplar no
combate à corrupção. Em qualquer uma dessas duas casas ele levaria avante essa
sua proposta. E a corrupção tem que ser banida aqui do Brasil, ninguém suporta
mais conviver com essa prática tão nefasta.
William Bonner: Presidente Jair Messias Bolsonaro,
mais uma vez, nossos parabéns pelo seu desempenho nas urnas, pelos votos que o
levaram ao Palácio do Planalto. Muito obrigado por dedicar esse tempo aos
eleitores brasileiros, usando o Jornal Nacional para isso, e nós agradecemos,
não apenas em nome do JN, mas em nome de todos os eleitores. E em nome de todos
eleitores, pode acreditar desejamos ao senhor um excelente governo. O Brasil
precisa disso. Parabéns mais uma vez. Boa noite.
Jair Bolsonaro: Bonner, Renata, boa noite, muito
obrigado pela oportunidade.
Renata Vasconcellos: Boa noite.
Referências
https://youtu.be/LzBRA4ughQ8
https://www.youtube.com/watch?v=LzBRA4ughQ8
https://youtu.be/ltUN6iBMroQ
https://www.youtube.com/watch?v=ltUN6iBMroQ
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml
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