quarta-feira, 31 de outubro de 2018

E agora Arthur?


“... quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?”


Arthur, e agora?

Leia Drummond



José
Carlos Drummond de Andrade



José

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Composição: Carlos Drummond de Andrade





Elegia a um tucano morto (Calos Drummond de Andrade)

Pedro Drumond em uma produção do Instituto Moreira Salles-IMS



Carlos Drummond de Andrade (Itabira, 31 de outubro de 1902 – Rio de Janeiro, 17 de agosto de 1987) escreveu seu último poema no dia 31 de janeiro de 1987, “Elegia a um tucano morto”, que conta a história real de um tucano que Pedro Drummond ganhou da esposa no dia do seu aniversário e que sofreu alguns “acidentes”.


O ilustre avô escreveu “Elegia a um tucano morto” e presenteou ao neto num almoço. Veja o poema recitado por Pedro, o neto do grande poeta, além de contar a história real do tucano:
http://youtu.be/bbYTioVMSoE
O poema, que é triste, pessimista, belo, mostra a fragilidade da vida:
Elegia a um tucano morto
Ao Pedro
O sacrifício da asa corta o voo
no verdor da floresta. Citadino
serás e mutilado,
caricatura de tucano
para a curiosidade de crianças
e a indiferença de adultos.
Sofrerás a agressão de aves vulgares
e morto quedarás
no chão de formigas e de trapos.
Eu te celebro em vão
como à festa colorida mas truncada
projeto da natureza interrompido
ao azar de peripécias e viagens
do Amazonas ao asfalto
da feira de animais.
Eu te registro, simplesmente,
no caderno de frustrações deste mundo
pois para isto vieste:
para a inutilidade de nascer.

 Andrade, Carlos Drummond de. Farewell (1996). In: Poesia completa.
Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 2002, p.1413




Biografia de Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade (1902–1987) foi um poeta brasileiro. "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho". Este é um trecho de uma das poesias de Drummond, que marcou o 2º Tempo do Modernismo no Brasil. Foi um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
Infância e Formação
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira de Mato Dentro, interior de Minas Gerais, no dia 31 de outubro de 1902. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade, proprietários rurais. Em 1916, ingressou em um colégio interno em Belo Horizonte. Doente, regressou para Itabira, onde passou a ter aulas particulares. Em 1918, foi estudar em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, também no colégio interno.


Casa onde nasceu Drummond, em Itabira

Em 1921, começou a publicar artigos no Diário de Minas. Em 1922, ganhou um prêmio de 50 mil réis, no Concurso da Novela Mineira, com o conto "Joaquim do Telhado". Em 1923 matricula-se no curso de Farmácia da Escola de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte. Em 1925 conclui o curso. Nesse mesmo ano, funda "A Revista", que se torna um veículo do Modernismo Mineiro. Drummond leciona português e Geografia em Itabira, mas a vida no interior não lhe agrada. Volta para Belo Horizonte, emprega-se como redator no Diário de Minas.
Poeta e Servidor Público
Em 1928 publica "No Meio do Caminho", na Revista de Antropofagia de São Paulo, provocando um escândalo, com a crítica da imprensa. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma provocação, pela repetição do poema. Como também pelo uso de "tinha uma pedra" em lugar de "havia uma pedra". Ainda nesse ano, ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior.
Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", abrindo o livro com o "Poema de Sete Faces", que se tornaria um dos seus poemas mais conhecidos: "Mundo mundo, vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução". Faz parte do livro também, o polêmico "No Meio do Caminho", "Cidadezinha Qualquer" e "Quadrilha". Em 1934 muda-se para o Rio de Janeiro e assume a chefia de gabinete do Ministério da Educação, do ministro Gustavo Capanema. Em 1942 publica seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas".
Em 1945, publica “A Rosa do Povo”, obra em que condena a vida mecanizada e desumana de seu tempo, e espelha uma carência de um mundo certo, pautado na justiça, que venha substituir a falta de solidariedade de seu mundo. A poesia de caráter social assume nova dimensão, e seus temas preferidos são: a angústia, o medo, o tédio e a solidão do homem moderno. Entre os anos de 1945 e 1962, foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional. Em 1946, foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto da obra.
Características da Obra de Drummond
Poeta da Segunda Geração Modernista, a maior figura da “Geração de 30”, embora tenha escrito ótimos contos e crônicas, Drummond se destacou como poeta, quando produziu uma poesia de questionamento em torno da existência humana, do sentimento de estar no mundo, da inquietação social, religiosa, filosófica, amorosa etc. Seu estilo poético é permeado por traços de ironia, observações do cotidiano, de pessimismo diante da vida e de humor. Drummond fazia verdadeiros "retratos existenciais" e os transformava em poemas com incrível maestria. Carlos Drummond de Andrade foi também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.
Família
Casado com Dolores Dutra de Morais, e pai de Maria Julieta Drummond de Andrade e de Carlos Flávio Drummond de Andrade, em 1950, viajou para a Argentina, para o nascimento de seu primeiro neto, filho de Julieta. Nesse mesmo ano estreia como ficcionista. Em 1962 se aposenta do serviço público, mas sua produção poética não para. Os anos 60 e 70 são produtivos. Escreve também crônicas para jornais do Rio de Janeiro. Em 1967, para comemorar os 40 anos do poema "No Meio do Caminho" Drummond reuniu extenso material publicado sobre ele, no volume "Uma Pedra no Meio do Caminho - Biografia de Um Poema".
Carlos Drummond de Andrade faleceu no Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto de 1987, doze dias depois do falecimento de sua filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade.
Obras de Carlos Drummond de Andrade
No Meio do Caminho, poesia, 1928
Alguma Poesia, poesia, 1930
Poema da Sete Faces, poesia, 1930
Cidadezinha Qualquer e Quadrilha, poesia, 1930
Brejo das Almas, poesia, 1934
Sentimento do Mundo, poesia, 1940
Poesias e José, poesia, 1942
Confissões de Minas, ensaios e crônicas, 1942
A Rosa do Povo, poesia, 1945
Poesia até Agora, poesia, 1948
Claro Enigma, poesia, 1951
Contos de Aprendiz, prosa, 1951
Viola de Bolso, poesia, 1952
Passeios na Ilha, ensaios e crônicas, 1952
Fazendeiro do Ar, poesia, 1953
Ciclo, poesia, 1957
Fala, Amendoeira, prosa, 1957
Poemas, poesia, 1959
A Vida Passada a Limpo, poesia, 1959
Lições de Coisas, poesia, 1962
A Bolsa e a Vida, crônicas e poemas, 1962
Boitempo, poesia, 1968
Cadeira de Balanço, crônicas e poemas, 1970
Menino Antigo, poesia, 1973
As Impurezas do Branco, poesia, 1973
Discurso da Primavera e Outras Sombras, poesia, 1978
O Corpo, poesia, 1984
Amar se Aprende Amando, poesia, 1985
Elegia a Um Tucano Morto, poesia, 1987
Veja também as biografias de:
Vinicius de Moraes Vinícius de Moraes (1913-1980) foi um poeta e compositor brasileiro. "Garota...
Castro Alves (1847-1871) foi um poeta brasileiro. O último grande poeta da Te...
Álvares de Azevedo (1831-1852) foi um poeta, escritor e contista, da Segunda...
Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta, contista e jornalista brasileiro. Escre...
Manuel Bandeira (1886-1968) foi um poeta brasileiro. "Vou-me Embora pra Pasár...
Gregório de Matos (1636-1695) foi o maior poeta do barroco brasileiro. Desenv...
Casimiro de Abreu (1837-1860) foi um poeta brasileiro, autor da obra "Meus Oi...
Augusto dos Anjos (1884-1914) foi um poeta brasileiro. Sua obra é extremament...
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Aut...
Alphonsus de Guimaraens (1870-1921) foi poeta brasileiro. Um dos principais r...
Última atualização: 28/06/2018



E agora Arthur?

Leia Drummond


E agora Francisco?

Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro

Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho



Paratodos
Chico Buarque

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Meu maestro soberano
Foi Antonio Brasileiro

Foi Antonio Brasileiro
Quem soprou esta toada
Que cobri de redondilhas
Pra seguir minha jornada
E com a vista enevoada
Ver o inferno e maravilhas

Nessas tortuosas trilhas
A viola me redime
Creia, ilustre cavalheiro
Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro

Vi cidades, vi dinheiro
Bandoleiros, vi hospícios
Moças feito passarinho
Avoando de edifícios
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho

Para um coração mesquinho
Contra a solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto

Viva Erasmo, Ben, Roberto
Gil e Hermeto, palmas para
Todos os instrumentistas
Salve Edu, Bituca, Nara
Gal, Bethania, Rita, Clara
Evoé, jovens à vista

O meu pai era paulista
Meu avô, pernambucano
O meu bisavô, mineiro
Meu tataravô, baiano
Vou na estrada há muitos anos
Sou um artista brasileiro
Composição: Chico Buarque

E agora Veloso?



Caetano Veloso- Elegia 1938 (Carlos Drummond de Andrade)

Uma produção do Instituto Moreira Salles


Elegia 1938
Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,
onde as formas e as ações não encerram nenhum exemplo.
Praticas laboriosamente os gestos universais,
sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.
Heróis enchem os parques da cidade em que te arrastas,
e preconizam a virtude, a renúncia, o sangue-frio, a concepção.
À noite, se neblina, abrem guarda-chuvas de bronze
ou se recolhem aos volumes de sinistras bibliotecas.
Amas a noite pelo poder de aniquilamento que encerra
e sabes que, dormindo, os problemas te dispensam de morrer.
Mas o terrível despertar prova a existência da Grande Máquina
e te repõe, pequenino, em face de indecifráveis palmeiras.
Caminhas entre mortos e com eles conversas
sobre coisas do tempo futuro e negócios do espírito.
A literatura estragou tuas melhores horas de amor.
Ao telefone perdeste muito, muitíssimo tempo de semear.
Coração orgulhoso, tens pressa de confessar tua derrota
e adiar para outro século a felicidade coletiva.
Aceitas a chuva, a guerra, o desemprego e a injusta distribuição
porque não podes, sozinho, dinamitar a ilha de Manhattan.




E agora Arthur?


Roda Viva | José Arthur Giannotti | 29/10/2018

Roda Viva
Publicado em 30 de out de 2018
O Roda Viva promove uma entrevista com o filósofo, ex-membro do governo Fernando Henrique Cardoso e um dos fundadores do Cebrap, José Arthur Giannotti. Hoje, aos 88 anos, ele analisa os resultados do segundo turno das Eleições e os principais desafios que o novo governo irá enfrentar a partir de 1º de janeiro em relação ao campo político, econômico e social.

Compõem a bancada de entrevistadores Celso Fernandes Campilongo, vice-diretor da Faculdade de Direito da USP e professor das Faculdades de Direito da PUC-SP e USP, Pedro Doria, editor do Canalmeio.com.br e colunista dos jornais O Estado de S.Paulo e O Globo; Daniela Milanese, editora da Agência Bloomberg; Cláudio Couto, cientista político e professor do departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas; e Jaime Spitzcovsky, colunista da Folha de S.Paulo e integrante do grupo de Análise da Conjuntura Internacional da USP.

https://www.youtube.com/watch?v=rm45i0SKGaE

Referências


https://youtu.be/7M-Zw7fSFuY
https://www.letras.mus.br/carlos-drummond-de-andrade/353799/
https://youtu.be/bbYTioVMSoE
https://www.youtube.com/watch?v=bbYTioVMSoE&feature=youtu.be
https://ultimaflordolacio.files.wordpress.com/2013/01/carlos-drummond.jpg
https://falandoemliteratura.com/2013/01/31/o-ultimo-poema-de-drummond-de-andrade/
https://s.ebiografia.com/img/ca/sa/casa_carlos_drummond_de_andrade.jpg
https://www.ebiografia.com/carlos_drummond/
https://youtu.be/axdhqnpHkHs
https://www.letras.mus.br/chico-buarque/45158/
https://youtu.be/AqNjbqQwOzE
https://www.youtube.com/watch?v=AqNjbqQwOzEhttps://youtu.be/rm45i0SKGaE
https://www.youtube.com/watch?v=rm45i0SKGaE
http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/elegia.htm

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Entrevistas pela ordem de presidente eleito




Entrevista com o presidente eleito Jair Bolsonaro na Record

Programa Jornal da Correio, 29/10/2018 – Apresentado por Linda Carvalho http://tvcorreio.com.br/




Jornal da Band entrevista o presidente eleito Jair Bolsonaro

O presidente eleito falou com exclusividade ao Jornal da Band sobre seu plano de governo, possíveis ministros, o atentado sofrido durante campanha e a questão da segurança pública.



Presidente eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no Jornal Nacional
Após vitória nas urnas, o 38º Presidente da República Federativa do Brasil fala ao JN.
29/10/2018 21h40  Atualizado há 11 horas


Vídeo disponível em:


https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml





Presidente eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no JN
Jornal Nacional
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Presidente eleito, Jair Bolsonaro é entrevistado no JN

William Bonner: Nesta edição especial do Jornal Nacional, nós temos a presença do 38º presidente da República Federativa do Brasil, Jair Messias Bolsonaro. Presidente, muito boa noite.
Jair Bolsonaro: Boa noite, Bonner. Boa noite, Renata.
William Bonner: Primeiro, parabéns por essa vitória ampla nas urnas. Muito obrigado, desde já, por abrir as portas da sua casa para o Jornal Nacional nesta noite tão especial, de um dia certamente que foi muito atribulado, tem sido para o senhor. Nós já sabemos que, em primeiro lugar, o senhor deseja agradecer aos eleitores brasileiros e é muito justo. Por favor…
Jair Bolsonaro: Eu quero agradecer a todos que votaram em mim, pelo apoio e pela confiança. Agradecer pelas orações também. Afinal de contas, ao longo de quatro anos, não só durante a pré-campanha bem como a campanha, nós tivemos uma bandeira baseado numa passagem bíblica: João 8:32 ‘Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará’. Está na hora do Brasil conviver com a verdade. Então, agradeço esses que acreditaram na verdade e confiaram no meu nome nas urnas.
William Bonner: Presidente, nesses poucos minutos, nós queremos aproveitar aqui a sua disposição para acalmar os ânimos que andaram tão acirrados ao longo dessa campanha. No primeiro dia depois do segundo turno, o senhor disse aqui no Jornal Nacional que será um escravo da Constituição de 1988.
No último sábado (27), na sua última aparição nas redes sociais antes da eleição, o senhor estava com um exemplar da Constituição nas mãos e reiterou que todas as suas ações seguirão os postulados da Constituição. No seu discurso da vitória de domingo (28), o senhor disse que vai defender as liberdades e vai defender a democracia. Diante disso tudo, o que é que o senhor diria a aqueles que ainda insistem em dizer que a sua eleição é um risco para a democracia?
Jair Bolsonaro: Primeiro, dizer que as eleições acabaram. Chega de mentira, chega de fake news. Realmente, agora estamos numa outra época. Eu quero governar para todos, como você bem disse, no Brasil. Não apenas para os que votaram em mim. Temos uma Constituição que tem que ser realmente a nossa bíblia aqui na Terra. E respeitá-la, porque só dessa maneira podemos conviver em harmonia.
Renata Vasconcellos: Presidente, boa noite. Durante a campanha, o senhor já teve a oportunidade de se desculpar por palavras mais fortes que usou em sua pregação sobre um projeto polêmico de educação sexual nas escolas. O senhor chegou até a pedir desculpas aqui no Jornal Nacional por ter se excedido no calor das discussões.
Numa outra ocasião, o senhor disse enfaticamente, não ter nada contra os gays. Depois disse que vai lutar contra aqueles que querem dividir o Brasil entre homos e héteros, entre brancos e negros, entre sulistas e nordestinos. Há relatos concretos sobre pessoas que têm agredido gays - verbal e fisicamente. Na campanha, o senhor repudiou o voto dos que usam violência. Como presidente eleito, o que o senhor diria para aqueles que ousem ser preconceituosos e agressivos contra outro ser humano apenas por serem gays?
Jair Bolsonaro: A agressão contra um semelhante tem que ser punida na forma da lei. E se for por um motivo como esse, tem que ter sua pena agravada. Agora, deixo bem claro: eu ganhei o rótulo, por muito tempo, de homofóbico. Na verdade, eu fui contra a um kit feito pelo então ministro da Educação, Haddad, em 2009 para 2010, onde chegaria nas escolas um conjunto de livros, cartazes e filmes onde passariam crianças se acariciando e meninos se beijando. Não poderia concordar com isso, e a forma como eu ataquei essa questão é que foi um tanto quanto agressiva, porque eu achava que aquele momento merecia isso. Bem, tivemos, em parte, sucesso, porque no ano seguinte, a própria presidente Dilma Rousseff, depois de ouvir as bancadas evangélica e católica, resolveu recolher esse material. Mas o rótulo ficou em cima de mim. E deixo bem claro que isso tudo aconteceu por ocasião, acredite, do 9º Seminário LGBT Infantil na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, onde presentes estavam o então secretário de alfabetização do MEC, André Lazaro, e os senhores podem pegar as imagens no YouTube, onde ele dizia claramente que passou três meses discutindo até onde a língua da menina entraria na boca de outra menina para fazer o filme “Beijo lésbico” para combater a homofobia. Então, acredito que essa agressão contra a família e contra a inocência das crianças em sala de aula é que resultou na minha forma, um tanto quanto violenta, concordo, para tentar demover o ministério dessas cartilhas, desses filmes e desses cartazes.
William Bonner: Presidente, o senhor sempre se declara, enfaticamente, aliás, um defensor da liberdade de imprensa. Mas, em alguns momentos da campanha, o senhor chegou a desejar que um jornal deixasse de existir. É indiscutível que a imprensa não é imune a erros e nem a críticas. E isso vale para qualquer órgão da imprensa profissional. Mas também é fato que a imprensa livre é um pilar da democracia. Como presidente eleito, o senhor vai continuar defendendo a liberdade da imprensa e a liberdade do cidadão de escolher o que ele quiser ler, o que ele quiser ver e ouvir?
Jair Bolsonaro: Totalmente favorável a liberdade de imprensa. Temos a questão da propaganda oficial do governo que é uma outra coisa, mas aproveito o momento para que nós realmente venhamos fazer justiça aqui no Brasil. Tem uma senhora de nome Walderice, minha funcionária, que trabalhava na Vila Histórica de Mambucaba e tinha uma lojinha de açaí. O jornal Folha de S. Paulo foi lá, nesse dia, 10 de janeiro, e fez uma matéria e a rotulou de forma injusta como ‘fantasma’. É uma senhora, mulher, negra e pobre. Só que nesse dia 10 de janeiro, segundo boletim ‘A iniciativa da Câmara’, de 19 de dezembro, ela estava de férias. Então, ações como essa por parte de uma imprensa, que mesmo te mostrando a injustiça que cometeu com uma senhora, ao não voltar atrás, logicamente que eu não posso considerar essa imprensa digna. Não quero que ela acabe, mas no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira, mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal”.
William Bonner: Então o senhor não quer que esse jornal acabe? O senhor está deixando isso claro agora?
Jair Bolsonaro: Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha de S. Paulo. Inclusive a última matéria, onde eu teria contratado empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar mentiras sobre o PT. Uma grande mentira, mais um fake news do jornal Folha de S. Paulo, lamentavelmente.
William Bonner: Presidente, me permita, como editor-chefe do Jornal Nacional, eu tenho um testemunho a fazer. Às vezes, eu mesmo achei que críticas que o jornal Folha de S. Paulo tenha feito ao Jornal Nacional me pareceram injustas. Isso aconteceu algumas vezes. Mas para ser justo, do lado de cá, eu preciso dizer que o jornal sempre nos abriu a possibilidade de apresentar a nossa discordância, de apresentar os nossos argumentos, aquilo que nós entendíamos ser a verdade. A Folha é um jornal sério, é um jornal que cumpre um papel importantíssimo na democracia brasileira, é um papel que a imprensa profissional brasileira desempenha e a Folha faz parte desse grupo, da imprensa profissional brasileira. Mas a gente pode seguir adiante com a próxima pergunta da Renata, por favor.
Renata Vasconcellos: Presidente, no discurso em que o senhor fez essa mesma afirmação sobre a imprensa, o senhor disse que os marginais vermelhos serão banidos da nossa pátria. O que o senhor quis dizer com isso?
Jair Bolsonaro: Foi um discurso inflamado, com a Avenida Paulista cheia, e logicamente eu estava me referindo à cúpula do PT e cúpula também do PSOL. O próprio Boulos havia momentos antes dito que invadiria a minha casa aqui na Barra da Tijuca por ela não ser produtiva. Vimos o candidato do PT derrotado em vídeo também dizendo que a crise no Brasil só acabaria quando o Lula fosse eleito presidente. Então, foi um momento de desabafo, é um discurso acalorado, mas não ofendi a honra de ninguém. O que eu quero dizer com aquilo: no Brasil de Jair Bolsonaro, quem desrespeitar a lei sentirá o peso da mesma contra a sua pessoa.
William Bonner: Presidente, essa campanha foi muito polarizada, todo mundo sabe, todo mundo notou. Às vezes até dentro de famílias houve brigas. O senhor certamente tem conhecimento disso. No domingo (28), no seu discurso, o senhor, muito corretamente, disse que será o presidente de todos os brasileiros. Para conseguir seu objetivo de conciliação nacional, respeitadas as diferenças de ideias, o que é que o senhor poderia dizer agora, neste momento aqui no JN, para os que não votaram no senhor?
Jair Bolsonaro: Quero dizer a todos vocês que não votaram em mim, que nós estamos no mesmo barco. Se o Brasil não sair dessa crise ética, moral e econômica, todos nós sofreremos as consequências do que se aproxima no futuro. Nós queremos é junto, junto com vocês. Afinal de contas, nós temos tudo, tudo para sermos uma grande nação. O que está faltando é a união de todos, evitar as divisões. Essas divisões apareceram no governo anterior. Nordestinos, sulistas, brancos e negros, ricos e pobres, homos e héteros. Isso nós vamos evitar. Vamos tratar todos iguais. Eu apelo àqueles que não votaram em mim: nos dê oportunidade agora de mostrar que realmente nós podemos fazer uma política de modo que a felicidade se faça presente em nosso meio no futuro.
Renata Vasconcellos: Presidente, uma última pergunta: o senhor disse há pouco à Record e ao SBT que pensa em convidar o juiz Sérgio Moro ou para o Ministério da Justiça ou para o Supremo Tribunal Federal. Qual dessas duas funções o senhor prefere para ele?
Jair Bolsonaro: Olha, o juiz Sérgio Moro é um símbolo aqui no Brasil. Eu costumo dizer que é um homem que perdeu a sua liberdade no combate à corrupção. Ele não pode mais ir à padaria sozinho ou ir passear com a sua família no shopping, sem ter um enorme aparato de segurança ao seu lado. É um homem que tem que ter seu trabalho reconhecido. Para mim, eu pretendo conversar com ele brevemente, já foi feito essa sinalização positiva, pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou, seria no futuro, abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que ele poderia trabalhar para o Brasil. É um homem que tem um passado exemplar no combate à corrupção. Em qualquer uma dessas duas casas ele levaria avante essa sua proposta. E a corrupção tem que ser banida aqui do Brasil, ninguém suporta mais conviver com essa prática tão nefasta.
William Bonner: Presidente Jair Messias Bolsonaro, mais uma vez, nossos parabéns pelo seu desempenho nas urnas, pelos votos que o levaram ao Palácio do Planalto. Muito obrigado por dedicar esse tempo aos eleitores brasileiros, usando o Jornal Nacional para isso, e nós agradecemos, não apenas em nome do JN, mas em nome de todos os eleitores. E em nome de todos eleitores, pode acreditar desejamos ao senhor um excelente governo. O Brasil precisa disso. Parabéns mais uma vez. Boa noite.
Jair Bolsonaro: Bonner, Renata, boa noite, muito obrigado pela oportunidade.
Renata Vasconcellos: Boa noite.



Referências

https://youtu.be/LzBRA4ughQ8
https://www.youtube.com/watch?v=LzBRA4ughQ8
https://youtu.be/ltUN6iBMroQ
https://www.youtube.com/watch?v=ltUN6iBMroQ
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/10/29/presidente-eleito-jair-bolsonaro-e-entrevistado-no-jornal-nacional.ghtml

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Paraquedas de Bolso


Reeleição Nunca Mais

“Fim da reeleição
Promete trabalhar para o fim da reeleição, se o Congresso votar uma reforma eleitoral. Não garantiu que não tentará novo mandato se a reeleição for mantida.”

32 E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.
João 8:32

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição .
Art. 1, § 1 da Constituição Federal de 88

Viva o Povo Brasileiro



Com apuração concluída, Bolsonaro teve 55,13% dos votos válidos
Vitória do candidato do PSL à Presidência da República foi oficializada pouco depois das 19h20
ESTADÃO
ELEIÇÕES 2018
por 
Agência Estado
 28/10/2018 - 23h18 (Atualizado em 28/10/2018 - 23h19)


 Bolsonaro é eleito o 38º presidente do Brasil
Reprodução/Facebook

Com 100% das seções apuradas, o presidente eleito, Jair Bolsonaro(PSL), teve 55,13% dos votos válidos (57.796.972). O candidato derrotado a presidente Fernando Haddad (PT) conseguiu 44,87% dos votos (47.038.792). Os votos em branco somaram 2,14%, nulos totalizaram 7,43% e a abstenção foi de 21,30%.

Bolsonaro diz que vai governar o Brasil com a Bíblia e a Constituição
A vitória de Bolsonaro foi oficializada pouco depois das 19h20 deste domingo (28), quando mais de 94% das urnas já haviam sido apuradas e Haddad não tinha mais condições de alcançar Bolsonaro.

Bolsonaro diz que será um 'defensor da democracia e da liberdade'
Na parcial que confirmou o resultado, o candidato do PSL somava mais de 55,2 milhões de votos, contra 44,1 milhões do petista. Restavam ainda ser apurados pouco menos de 8 milhões de votos.

A vitória confirma todas as pesquisas de intenção de voto, que apontavam Bolsonaro com ampla vantagem sobre Haddad e menor rejeição do que o petista. No primeiro turno, ele obteve quase 50 milhões de votos e avançou em primeiro lugar para a disputa final.
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https://noticias.r7.com/eleicoes-2018/com-apuracao-concluida-bolsonaro-teve-5513-dos-votos-validos-28102018

Bolsonaro promete defender Constituição, democracia e liberdade


Jair Bolsonaro e a mulher, Michelle
Foto: EPA/RICARDO MORAES 
Jair Bolsonaro, recém-eleito 38.º presidente do Brasil, prometeu que o seu Governo "será um defensor da Constituição, da democracia e da liberdade".

"Faço de vocês minhas testemunhas de que este Governo será um defensor da Constituição, da democracia, e da liberdade. Isso é uma promessa, não de um partido, não é uma palavra vã de um homem, é um juramento a Deus", afirmou o candidato (Partido Social Liberal, extrema-direita) às eleições presidenciais do Brasil, numa declaração à imprensa à porta da sua casa, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.

No seu discurso, em que começou por afirmar que a sua eleição é "uma missão de Deus", Bolsonaro declarou que "a liberdade é princípio fundamental", referindo-se à liberdade "de andar nas ruas, de empreender, política e religiosa, de informar e ter opinião, de fazer escolhas e ser respeitado por elas".

"Este é um país de todo nós, brasileiros natos ou de coração, de diversas opiniões, cores e orientações", disse.

O 38.º presidente brasileiro declarou ainda: "Como defensor da liberdade, vou guiar um Governo que defenda e proteja os direitos do cidadão, que cumpre os seus deveres e respeite as leis. Elas são para todos nós. Assim será o nosso Governo, constitucional e democrático".

Na sua declaração, no domingo à noite, Jair Bolsonaro fez várias referências a Deus: "Nunca estive sozinho, sempre senti a presença de Deus e a força do povo brasileiro", disse, terminando com o lema "O Brasil acima de tudo e Deus acima de todos ".

Antes de Jair Bolsonaro começar a ler o seu "discurso de vitória", um pastor fez uma oração a agradecer a Deus e também a cura do agora chefe de Estado brasileiro, vítima de um esfaqueamento durante a campanha eleitoral para a primeira volta, em Juiz de Fora, Minas Gerais. "Passa a ser o presidente de todos nós, um presidente que ama o país, um cristão verdadeiro", disse o religioso.





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Bolsonaro diz que pretende acabar com reeleição
Brasil 20.10.18 14:13


Jair Bolsonaro disse neste sábado que, caso eleito, pretende acabar com o “instituto da reeleição”.

O presidenciável disse também que, como parte dessa reforma, pretende reduzir o número de deputados.

“Quero diminuir um pouco, em 15%, 20%, a quantidade de parlamentares”.



Sábado, 20 de Outubro de 2018 - 16:00
Bolsonaro fala em reforma política, reduzir número de deputados e acabar com reeleição


 Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil
O candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) apontou neste sábado (20) que, caso seja eleito, pretende realizar uma “excelente reforma política” e acabar com a reeleição.


Ainda segundo o presidenciável, essa reforma vai propor a redução no número de deputados. “Quero diminuir um pouco, em 15%, 20%, a quantidade de parlamentares”, disse em entrevista, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.


Ao falar sobre a denúncia de disseminação de notícias falsas por milhares de grupos de whatsapp que estariam sendo impulsionados em seu nome, o candidato limitou-se a dizer que não tem nada a ver com isso. “Eu não preciso de fake news”, afirmou. “Esse tipo de contato com bandidos quem tem é o PT, não eu.”


Bolsonaro também falou sobre a composição de seu ministério, caso seja eleito. Disse que o tenente-coronel da Aeronáutica Marcos Pontes, primeiro brasileiro a ir para o espaço, “está quase confirmado para a Ciência e Tecnologia”. Afirmou também que não haverá um Ministério das Comunicações e que a pasta poderia fazer parte do Ministério da Educação.


Ele ainda admitiu que pode manter o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, no cargo. “O que está dando certo tem que continuar”, afirmou.




Plano Que Desarma (PQD)

"13 propostas reveladas por Bolsonaro que devem estar no plano de governo
De fechar embaixadas a extinguir ministérios; de fim da reeleição a redução da maioridade penal; de militares no poder a mais portes de arma
 
Brasília Evandro Éboli  [10/08/2018]  [08h13]

Igo e Estrelas/Estadão Conteúdo




O presidenciável Jair Bolsonaro, do PSL, ainda não apresentou seu programa de governo. Disse a jornalistas, em tom jocoso, que espera não passar de duas páginas. Para não dar margem a muitas cobranças. Mas, ao longo das últimas semanas, o capitão-candidato elencou uma série de ideias que pretende colocar em prática, se eleito for. Em quase todos os campos, Bolsonaro tem já suas diretrizes, como prefere chamar. 

Confira uma lista de 13 propostas que já se conhecem do programa de governo do candidato do PSL:

Dinheiro direto para as prefeituras
O candidato quer acabar com o Ministério das Cidades e pretende destinar os recursos direto para as Prefeituras, para tocarem suas obras de infraestrutura, de moradia, saneamento e mobilidade urbana. Acha que assim desburocratiza e reduz riscos de corrupção. 

Fusão da agricultura com o meio ambiente
Já cansou de anunciar que vai fundir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, áreas completamente antagônicas. É uma proposta que agrada ao setor ruralista, que quer ver ambientalista longe e pretende facilitar licenças para construção de empreendimentos, que hoje esbarram em restrições ambientais. 

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Fim do ministério da Segurança Pública
Acha desnecessário o ministério da Segurança Pública, criado por Michel Temer. Em um eventual governo Bolsonaro, essa área vai voltar a ter status de secretaria, no âmbito do Ministério da Justiça. Ele diz que quando não quer se resolver nada no Executivo, se cria um ministério.

"Redefinição” dos direitos humanos 
O atual ministério dos Direitos Humanos também vai funcionar como secretaria em um eventual governo Bolsonaro. Mas, nas palavras do próprio candidato, com outra orientação, dos "humanos direitos". Para ele, antes de um bandido ganhar a atenção dos agentes de direitos humanos, primeiro deve ser atendida a família de um policial que tenha sido assassinado. 

Fim da reeleição
Promete trabalhar para o fim da reeleição, se o Congresso votar uma reforma eleitoral. Não garantiu que não tentará novo mandato se a reeleição for mantida. 

China e Israel
Como seu "ídolo" Donald Trump, Bolsonaro promete endurecer com as relações comerciais com a China e quer aumentar a parceria com Israel, país citado por ele como exemplo em muita coisa. 

Embaixada da Palestina
O candidato, se eleito, vai fechar a embaixada da Palestina no Brasil. "Não é um país". A embaixada fica próxima do Palácio do Planalto, o que, para ele, é um "risco". Garante, ainda assim, ter bom relacionamento com os árabes no Brasil e que isso em nada irá criar alguma aresta. Anunciou também que, como Trump, quer transferir a embaixada do Brasil em Israel de Telaviv para Jerusalém. 

Intervenção militar nos estados
Bolsonaro, se eleito, não pretende atender imediatamente pedidos de governadores por intervenção federal militar para conter avanços da violência nos estados, assim como aconteceu no Rio de Janeiro. Antes, quer ver aprovado no Congresso o dispositivo do "excludente de ilicitude", que daria cobertura legal a ações de militares em combate nesses eventos. Para ele, um jovem militar precisa ter a garantia que não será responsabilizado caso precise atirar contra um civil numa situação de conflito. Hoje, ele entende não haver essa proteção legal. 

Redução da maioridade penal 
É quase uma bandeira histórica do candidato. Pretende trabalhar para o Congresso aprovar a redução da idade penal para 16 anos. 

Mais armamento 
Quer flexibilizar o Estatuto do Desarmamento e facilitar o porte de arma para o cidadão. 

Educação a distância 
A área de educação é um ponto sem propostas detalhadas do candidato, que em alguns casos associa educação no Brasil a aulas de sexualidade. Disse que "queimará" no Ministério da Educação as referências ao educador Paulo Freire. E quer implementar o ensino a distância no nível fundamental "para combater o marxismo". 

Padrão escola militar 
Ainda na área de educação, pretende disseminar país afora o modelo dos colégios militares e das escolas administradas pelas Polícias Militares. 

Militares no poder
Bolsonaro repete à exaustão que colocará militares nos ministérios civis. Entende que o militar é mais honesto que um civil. Ou que é menos "suscetível" à corrupção que um civil. Ele diz que vai nomear um militar para cuidar do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o Dnit, que esteve nas "páginas policiais" com tantos escândalos de corrupção."
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/13-propostas-reveladas-por-bolsonaro-que-devem-estar-no-plano-de-governo-6b05ig0p5i8rfs4y6v1glrk8v
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Crítica | Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro
por Luiz Santiago em 22 de julho de 2015@planocritico






Mas, explicou o cego, a História não é só essa que está nos livros, até porque muitos dos que escrevem livros mentem mais do que os que contam histórias de Trancoso. […] Além disso, continuou o cego, a História feita por papeis deixa passar tudo aquilo que não se botou no papel e só se bota no papel o que interessa. […] Alguém que roubou escreve que roubou, quem matou escreve que matou, quem deu falso testemunho confessa que foi mentiroso? Não confessa. Alguém escreve bem do inimigo?  Não escreve. Então toda a História dos papeis é pelo interesse de alguém.

Lançado em 1984, Viva o Povo Brasileiro é um dos retratos histórico-fictícios mais notáveis de nossa literatura, a epopeia de um povo iniciada em 20 de dezembro 1647 e terminada em 7 de janeiro de 1972, escrita pelo baiano João Ubaldo Ribeiro, membro da Academia Brasileira de Letras morto em 2014.

Ao longo dos anos, João Ubaldo Ribeiro refutou a ideia de que este livro seria um romance histórico, mas fica difícil não fazer a relação, dada a estrutura geral de construção dos personagens — a obra mescla indivíduos reais e fictícios –, os acontecimentos históricos mais marcantes do Brasil e, principalmente, a abordagem de cunho nacionalista que propõe um diálogo satírico e irônico (nunca excluindo passagens fantásticas, messiânicas e até surreais) com as mentalidades da nossa sociedade.

Não vou cair na armadilha de dizer que a obra “opõe elite e povo” ou a “mentalidade dominante e a mentalidade dos excluídos”, como se a obra fincasse pé em um discurso de defesa das classes menos favorecidas e propusesse uma revolta contra a ‘História dos vencedores’. Ribeiro cansou de dizer em entrevistas que “nunca passou por sua mente escrever uma coisa dessas” [referindo-se ao olhar do Brasil pela ótica dos excluídos], mas isso não quer dizer que a obra não apresente, dentro da variedade de comportamentos, tal abordagem. Conseguem perceber a diferença?

Há sim interferência por parte do autor na configuração dos discursos da elite, geralmente tratados com esnobismo ou crueldade caricata, mas o livro não é panfletário no sentido negativo da palavra. A obra explora as raízes, a formação (ou uma parte dela), os pequenos frutos de uma sociedade que não é una, nunca foi, mas sim grandiosamente diversificada, lutando, em dado momento de sua história, para conseguir uma unidade social, política e cultural que na realidade nunca veio.

A partir da história do alfres José Francisco Brandão Galvão, Ribeiro nos leva por uma viagem não cronológica através da História do Brasil, resgatando valores e hábitos dos habitantes da Ilha de Itaparica, cenário onde a maior parte da ação se passa, e outros espaços como o Recôncavo Baiano, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Lisboa. Trabalhadores, pseudo-heróis, religiosos, comerciantes, políticos, militares, todos ganham espaço na narrativa, onde é escancarada e urgente a constante busca por algo. Como um caminho natural do homem, as histórias individuais aqui são histórias de busca, histórias interrompidas pela busca em direção oposta do outro, que é igualmente interrompida pela busca pessoal de um outro, criando o contraditório e complexo ciclo ou status de ordem social, de civilização, de vida em sociedade.

O desfile dos tipos brasileiros e a análise e recepção dos discursos de ordem e rebeldia que alguns personagens representam formam a parte ideológica da obra, também plural e tratada com ironia mista de seriedade, dando a oportunidade para o autor representar com verossimilhança cada espaço social, investindo em variações do uso da língua portuguesa, da História oral, da História escrita e da memória histórica.

Ler Viva o Povo Brasileiro é fazer uma viagem antropológica pela História do Brasil. Estão aqui dissecados, narrados com precisão histórica bastante acurada (na maioria dos casos), entrelaçados por uma visão que vai da utopia e do mito à melancolia, despolitização ou domínio ideológico pela força, alguns eventos como a catequese dos índios e invasão dos Holandeses no Brasil Colônia; as revoltas sociais na Bahia e no Rio de Janeiro; a vinda da Família Real e a Independência do Brasil; o Segundo Reinado; a Guerra dos Farrapos e a Guerra do Paraguai; a Lei Áurea; a Proclamação da República; o Cangaço; a Guerra de Canudos; o Governo Vargas, o Golpe Militar de 1964, todos eles com seu quinhão de micro-História.

Viva o Povo Brasileiro é quase uma aula de História & Ficção a partir de uma narrativa pessoal e simbólica que se assume como tal e que, diferente de muitas narrativas nesse modelo, dá a oportunidade do leitor ver as outras faces da mesma realidade, como se estivesse reafirmando o título, celebrando um povo inteiro pelas suas muitas caras, um povo diverso e curioso que, como qualquer outro povo, sempre ansiou por alguma coisa e que, vez ou outra, dá empurrões no andamento da História do país como uma tentativa de tornar a vida mais acalentadora para todos. Se isso funciona ou não, se isso será positivo no futuro ou não, só o tempo poderá dizer. E então, outra geração do mesmo povo terá de lidar com as consequências de um ato histórico do passado. A sina não só do povo brasileiro, mas também da espécie humana, após iniciar o seu convívio em sociedade.

Viva o Povo Brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro (Brasil, 1984)
Autor: João Ubaldo Ribeiro
Editora: Nova Fronteira
Páginas: 706

LUIZ SANTIAGO. . . .Depois de recusar o ingresso em Hogwarts, fui abduzido pelo Universo Ultimate. Lá, tive ajuda do pessoal do Greendale Community College para desenvolver técnicas avançadas de um monte de coisas. No mesmo período, conheci o Dr. Manhattan e vi, no futuro, Ozymandias ser difamado com a publicação do diário de Rorschach. Hoje costumo andar disfarçado de professor, mas na verdade sou um agente de Torchwood, esperando a TARDIS chegar na minha sala de operações a qualquer momento.



Referências

https://img.r7.com/images/bolsonaro-ao-vivo-28102018222827578?dimensions=460x305
https://noticias.r7.com/eleicoes-2018/com-apuracao-concluida-bolsonaro-teve-5513-dos-votos-validos-28102018
Bolsonaro promete defender Constituição, democracia e liberdade
https://www.jn.pt/mundo/interior/bolsonaro-promete-defender-constituicao-democracia-e-liberdade-10100917.html
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-OjCs1HoEobAkGchG-8n4xfvVx3n2l08yuOGP-hJ6y8kS5ca-aqoh6CdlaNXsd0wRxKiaK79QD__jIM8JoOe5hUpLQhqqXK_sG8X9IrDaI-ZGZfxTIeCKI1QcoRYFtsRJx5OPQJT6UG8/s320/DSC00817.jpg
http://caprichodalara.blogspot.com/
https://www.oantagonista.com/brasil/bolsonaro-diz-que-pretende-acabar-com-reeleicao/
https://www.bahianoticias.com.br/fotos/principal_noticias/228145/IMAGEM_NOTICIA_5.jpg?checksum=1540060079
https://www.bahianoticias.com.br/noticia/228145-bolsonaro-fala-em-reforma-politica-reduzir-numero-de-deputados-e-acabar-com-reeleicao.html
https://www.gazetadopovo.com.br/ra/mega/Pub/GP/p4/2018/08/10/Republica/Imagens/Cortadas/Bolsonaro%201%20IGO%20ESTRELA%20ESTAD%C3%83O%20CONTE%C3%9ADO-kzu-ID000002-1024x683@GP-Web.jpg
https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/13-propostas-reveladas-por-bolsonaro-que-devem-estar-no-plano-de-governo-6b05ig0p5i8rfs4y6v1glrk8v
http://www.planocritico.com/wp-content/uploads/2015/07/viva-o-povo-brasileiro-JOAO-UBALDO-RIBEIRO.jpg
http://www.planocritico.com/critica-viva-o-povo-brasileiro-de-joao-ubaldo-ribeiro-1984/