'Brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente', diz Mandetta
Eu fiz o ninho.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.
Te ensinei o bom caminho.
Mas quando a mulher não tem brio,
é malhar em ferro frio.
“Que ele me
dava lição. Eu tô estudando aqui, ele tá tocando violão ... então eu não sabia
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Cartola e
seu Pai – O Mundo é um Moinho
Cartola
“Eu não
sabia se aprendia a ler ou se aprendia a tocar violão”, diz Cartola
Brasileiro
não sabe se escuta o ministro ou o presidente, diz Mandetta
Ministro da Saúde concedeu
entrevista exclusiva ao Fantástico. Ele também afirmou ser necessário pedir aos
governadores que retenham mobilidade acelerada.
Por Murilo Salviano, Fantástico
13/04/2020 08h14 Atualizado há 10
horas
00:00/17:58
'Brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente', diz Mandetta
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta,
afirmou que o brasileiro não sabe se escuta o presidente da República, Jair
Bolsonaro, ou ele próprio, o ministro, ao seguir orientações para o combate à
pandemia do coronavírus. Veja vídeo acima.
"O presidente olha pelo lado da economia. O
Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama
pelo lado de equilíbrio e proteção à vida. Eu espero que essa validação dos
diferentes modelos de enfrentação possa ser comum e termos uma ala única, uma
fala unificada. Porque isso leva pro brasileiro uma
dubiedade. Ele não sabe se ele escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o
presidente, quem é que ele escuta", disse Mandetta em entrevista exclusiva exibida
na noite deste domingo (12) no Fantástico.
Na entrevista, Mandetta também afirmou que:
·
número de
mortes no Brasil é subnotificado;
·
maio e
junho terão dias "muito duros";
·
tem
trabalhado no ministério com a distância de 2,5 metros a 3 metros dos demais
colaboradores;
·
teve
momento de fragilidade ao ser perguntado por neto por que não está indo vê-lo;
·
não
existe capacidade de fazer teste de Covid-19 em toda a população;
·
a
testagem no Brasil vai ser priorizada para profissionais considerados 'mais
importantes' que precisam retornar ao trabalho.
·
é sua
obrigação como brasileiro pedir aos governadores que retenham a mobilidade
acelerada dentro das cidades, o que, segundo ele, "pode ser muito ruim
para o país".
Leia abaixo o trecho em que Mandetta foi questionado se fica
constrangido com o descumprimento, pelo presidente Bolsonaro, das orientações
do ministro. Enquanto Mandetta tem orientado a população a ficar em casa,
Bolsonaro tem minimizado os riscos da doença e feito passeios nos quais mantém
contato físico com apoiadores.
Fantástico: O senhor tem dito nas coletivas que médico
não abandona paciente. Mas ao mesmo tempo disse que precisa de paz para
trabalhar, reclamou de solavancos internos... Já houve insinuação de demissão -
o próprio presidente não respeita as orientações do senhor. Ontem mesmo vocês
estiveram juntos em um hospital de campanha na região de Brasília e ele fez
questão de contrariar suas recomendações na frente do senhor. Essa relação tem
constrangido o senhor?
Luiz Henrique Mandetta: "Ela preocupa porque a população
olha e fala: 'mas será que o ministro é contra o presidente?'. Não há ninguém
contra nem a favor de nada. O nosso inimigo, o nosso problema, é o coronavírus.
Esse é o nosso adversário, inimigo. Se eu estou ministro da Saúde, é por obra
de nomeação do presidente. Quando eu falo, e usei uma expressão 'ah, tá muito
difícil, por que você não sai?'. Falei: 'Médico não abandona paciente, foi
assim que aprendi com meu pai, aprendi com meus mestres'. Mas ao mesmo tempo
quem fala pelo paciente, quem nomeia o médico, é o responsável pela família do
paciente, que é o presidente. Se ele me mantém e se ele me coloca para
trabalhar, eu imagino que ele tenha uma concordância implícita com as decisões
e as orientações do Ministério da Saúde. Se ele eventualmente assim não o tem,
também cabe muito mais a ele a propriedade de manter ou trocar o ministro da
Saúde em função do seu olhar, que é movido muitas vezes também por outras
partes dessa crise.
Essa crise tem gente que a a olha pela informação,
pelo lado da cultura. O presidente olha pelo lado da economia. O Ministério da
Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama pelo lado de
equilíbrio e proteção à vida. Eu espero que essa validação dos diferentes
modelos de enfrentação possa ser comum e termos uma ala única, uma fala
unificada. Porque isso leva pro brasileiro uma dubiedade.
Ele não sabe se ele escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente,
quem é que ele escuta. Eu falo: 'A OMS orienta assim. O sistema
americano, espanhol, francês, inglês, caiu. Acho que o nosso é mais frágil que
esses todos'. É minha obrigação como brasileiro, de quem está vendo nossas
fragilidades históricas, favelas, nossa patriazinha pequena, é minha função
dizer, estar ao lado, dos meus médicos, estar ao lado da população,
protegê-los, pedir aos governadores que retenham essa mobilidade acelerada,
porque isso pode ser muito ruim para o país. Eu não julgo, não aponto dedo, não
sou juiz. Eu cumpro papel de quem foi nomeado ministro e recebe salário pago
pelos brasileiros em função de um cargo indicado pelo presidente para dizer
verdade, transparência. Minhas fragilidades eu coloco pra quem tiver, acertos e
erros, equipe com o que tem de melhor no momento para oferecer. [...] O sistema
tá ali do seu lado e vai dizer o que tem que ser dito, não importa o cenário e
a quem endereça. A gente fala para todos os brasileiros."
No domingo (12), o Ministério da Saúde
divulgou balanço
que apontava 22.169 casos confirmados e 1.223 mortes pela
Covid-19. Na entrevista ao Fantástico, o ministro Mandetta afirmou que maio e
junho terão "dias mais duros" porque serão "meses de maior
estresse pro nosso sistema de saúde".
Apesar de os números divulgados pelo ministério
mostrarem o crescimento de casos de contaminação e de mortes no Brasil, o
presidente Jair Bolsonaro voltou, no domingo, a diminuir a gravidade da
pandemia, contrariando tudo o que os especialistas vêm dizendo. Durante um
evento com religiosos, na internet, Bolsonaro afirmou que "40 dias depois,
parece que está começando a ir embora a questão do vírus".
Cartola, no moinho
do mundo
Por Carlos Drummond de
Andrade
O som calou-se, e “fui à vida”, como ele gosta de dizer,
isto é, à obrigação daquele dia.
Referências
https://youtu.be/L8U1Y9PBfig
https://mundovelhomundonovo.blogspot.com/2019/01/eixo-do-mundo-em-desalinho.html
https://g1.globo.com/bemestar/coronavirus/noticia/2020/04/13/brasileiro-nao-sabe-se-escuta-o-ministro-ou-o-presidente-diz-mandetta.ghtml
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