segunda-feira, 2 de outubro de 2017

“Eu te amo”

“Italiano” e “Amante” discutem relação


“Por todas essas razões, ofereço a minha desfiliação, e o faço sem qualquer ressentimentos ou rancores. Meu desligamento do partido fica então à vossa disposição.
Saudações cordiais,

ANTONIO PALOCCI FILHO”


"Minhas/Tuas Mãos"

"Contas/Conta"

"Partir/Partir"

"Ah"


“Dependendo de como for feita a DR – e de quem é a sua cara metade – ela mais atrapalha do que ajuda”
Por Ana Paula Severiano




Por benefícios, Palocci rompeu com sua própria história, diz Gleisi

QUA, 27/09/2017 - 10:33
ATUALIZADO EM 27/09/2017 - 10:33


Foto: Reprodução


Jornal GGN - A polêmica carta escrita pelo ex-ministro preso na Operação Lava Jato, Antonio Palocci, que se alastrou pelas redes sociais em poucas horas, tentando fazer um acerto de contas com o PT após pedir a desfiliação do partido e atacando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu resposta direta e objetiva da sigla: "política e moralmente, Palocci já está fora do PT".

A declaração é da presidente do partido, a senadora Gleisi Hoffmann, que alertou que a carta escrita pelo ex-ministro, apesar de aparentemente dirigida ao PT, era destinada aos procuradores da República membros da força-tarefa da Lava Jato, com a única pretensão de fechar um acordo de delação.

"A carta divulgada hoje (26) por Antônio Palocci e seus advogados não se destina verdadeiramente ao PT, mas aos procuradores da Lava Jato. É a mensagem de um condenado que desistiu de se defender e quer fechar negócio com o MPF, oferecendo mentiras em troca de benefícios penais e financeiros", assim descreveu Glesisi. 

Na carta, Palocci "oferecia" a desfiliação da sigla que fazia parte desde 1981, "sem qualquer ressentimento ou rancores" e converteu as supostas acusações que recaem contra ele nos processos da Lava Jato à principal mira dos investigadores no momento: Lula.

"Vocês sabem que procurei ajudar no projeto do PT e do presidente Lula em todos os momentos. Convivi com as dificuldades e os avanços. Sabia o quanto seria difícil passar por tantos desafios políticos sem qualquer desvio ético. Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumo minhas responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula sucumbir ao pior da política no melhor dos momentos de seu governo", havia dito o ex-petista.

O ex-ministro afirmou, em depoimento ao magistrado de Curitiba, Sérgio Moro, que Lula e o PT teriam feito "um pacto de sangue" com a Odebrecht, que envolveu "pacote de propinas". Palocci negocia, há tempos, um acordo de delação que poderia trazer benefícios à sua condenação.

"A carta repete as falsas acusações que ele fez diante do juiz Sergio Moro e que contrariam seus depoimentos anteriores. Em qual Palocci se deve acreditar: no que diz ter mentido antes ou no que mudou de versão agora para se salvar? O PT trata de forma igual todos os filiados que enfrentam investigações e ações judiciais. Respeitamos o princípio da presunção da inocência. Ninguém será julgado por comissão de ética partidária antes do trânsito final dos processos na Justiça", disse Gleisi, em nome do PT.

A senadora também mostrou-se ofendida com a reação do ex-ministro: "Palocci decidiu “queimar seus navios”, romper com sua própria história e renegar as causas que defendeu no passado. A forma desrespeitosa e caluniosa como se refere ao ex-presidente Lula demonstra sua fraqueza de caráter e o desespero de agradar seus inquisidores. Politica e moralmente, Palocci já está fora do PT."


Leia, abaixo, a carta de Palocci:

Arquivo
palocci.pdf



A carta de Palocci ao PT
Em texto enviado à presidente do partido, Gleisi Hoffmann, ex-ministro diz que 'chegou a hora da verdade'; referindo-se a Lula, ele desafiou: "até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do 'homem mais honesto do País' enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos e até o prédio do Instituto (!!) são atribuídos à Dona Marisa?'
Redação
26 Setembro 2017 | 19h31












Filosofia


Paulinho da Viola - Filosofia


Filosofia
Noel Rosa
 

O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia

Composição: Andre Filho / Noel Rosa



Mulher Indigesta



Mulher Indigesta - Ivan Lins (Part. Especial Arlindo Cruz E Sombrinha)

Mulher Indigesta
Noel Rosa
Mas que mulher indigesta!(Indigesta!) Merece um tijolo na testa Essa mulher não namora Também não deixa mais ninguém namorar É um bom center-half pra marcar Pois não deixa a linha chutar E quando se manifesta O que merece é entrar no açoite Ela é mais indigesta do que prato De salada de pepino à meia-noite Essa mulher é ladina Toma dinheiro, é até chantagista Arrancou-me três dentes de platina E foi logo vender no dentista



Eu Te Amo


Tom Jobim, Chico Buarque e Telma Costa - "Eu Te Amo" (TV Manchete, 1984)

Eu Te Amo
Chico Buarque
 
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir

Composição: Antonio Carlos Jobim / Chico Buarque


Nota sobre Eu te amo
Análise literária de Maria Helena Sansão Fontes

A canção "Eu te amo" (1980), evidencia o cuidado formal presente na obra de Chico Buarque através dos tercetos onde predominam versos decassílabos e rimas centradas no esquema aabccb, com acentuação na quinta e na décima sílabas métricas. Embora não haja uma rigidez nesse processo formal, observa-se a preocupação de manter nas sete estrofes o efeito estético sonoro-visual, cuja elaboração prescinde da parte musical. A canção, composta em parceria com Tom Jobim (que fez a música), revela o alto nível de perfeição artística e a integração completa - embora não indissociável - entre letra e música.
A temática do relacionamento amoroso revela aqui um eu conflitado, consciente da perda da individualidade diante do amor como um processo de continuidade do ser humano . O amor é tomado em seu sentido de comunhão entre os seres, o que implica a intemporalidade ("perdemos a noção da hora") e a angústia diante da ameaça da descontinuidade, da separação entre dois seres que se tornaram um só ("Me conta agora como hei de partir").
Na concepção de Bataille, o ser oscila entre o descontínuo e o contínuo, no eterno conflito entre o desejo da vida terrena, onde o descontínuo se estabelece através do abismo que isola os seres em sua individualidade, e a busca do desconhecido, da fusão, da continuidade, obtida através da morte. O erotismo dos corpos implica a dissolução dos seres, na fusão em que ambos se encontram no continuo, como na morte.
Ao fazer a distinção entre as três formas de erotismo: dos corpos, do coração e erotismo sagrado, o autor define este último como "a procura duma continuidade do ser prosseguida sistematicamente para lá do mundo imediato" Entretanto, o homem não deixa de experimentar diante da nostalgia do contínuo o sentimento de angústia pela perda da individualidade:
"'Somos seres descontínuos, indivíduos que isoladamente morrem numa aventura ininteligível mas que têm a nostalgia da continuidade perdida.. Suportamos mal a situação que nos amarra à individualidade que somos. E, ao mesmo tempo que conhecemos o angustioso desejo de duração dessa precariedade, temos a obsessão duma continuidade primacial que ao ser geralmente nos una".
O questionamento que perfaz a trajetória do poema "Eu te amo" implica o processo de loucura e perda do senso propiciado pelo amor, evidente no segundo terceto: "Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios/ Rompi com o mundo, queimei meus navios". A continuidade entre os seres é reiterada nos versos disseminados por todo o texto em que se sobressai a fusão do eu-lírico com o objeto de seu desejo: "Já confundimos tanto as nossas pernas"; "Meu sangue errou de veia e se perdeu"; "Meu paletó enlaça o teu vestido"; "E o meu sapato inda pisa no teu".
O temor que reside na iminência do descontínuo se revela pelos versos que, como num refrão, reafirmam o atônito questionamento ao final das estrofres:
"Me conta agora como hei de partir"
"Me diz pra onde é que inda posso ir"
"Diz com que pernas eu devo seguir"
"Me explica com que cara eu vou sair"
"Agora conta como hei de partir"
As circunstâncias expressas pelas palavras "agora". "onde", "como" revelam a temporalidade presente no processo de descontinuidade gerado pela separação dos seres. Da sensação de perda da continuidade resulta a angústia, inexistente na dimensão intemporal do amor.
O teor erótico que perpassa os versos é intensificado na penúltima estrofe, onde a ausência da individualidade entre os seres reafirma-se pelo aspecto intemporal e não-circunstancial do amor, evidenciando a nostalgia da continuidade "primacial" de que fala Bataille: "Como, se nos amamos feito dois pagãos/ Teus seios inda estão nas minhas mãos".
Na última estrofe, o jogo de palavras que implica a assonância e a polissemia das palavras ("tonta", "conta/conta") sugere a perda do senso atribuído pelo eu-lírico à mulher amada: "Não, acho que estás te fazendo de tonta"; corrobora a dimensão contínua do amor: "Te dei meus olhos pra tomares conta" e, num último apelo, reitera o temor da descontinuidade: "Agora conta como hei de partir".
Sem fantasia - Masculino e feminino em Chico Buarque
Maria Helena Sansão Fontes - Editora Graphia, 1999



Sem Fantasia


Maria Bethânia & Chico Buarque - Sem Fantasia (Subtítulos Español)

Sem Fantasia
Chico Buarque
 
Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer

Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perde-te em meus braços
Pelo amor de Deus

Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu

Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer

De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus


Composição: Chico Buarque



Sem Fantasia
Chico Buarque



Um Jeito Estúpido De Te Amar Maria Bethânia Subtítulos en Español




EU SEI QUE VOU TE AMAR.- Vinicius de Moraes y Maria Creuza (Letra y subtítulos en español).


Referências

https://super.abril.com.br/comportamento/e-preciso-discutir-a-relacao/
http://jornalggn.com.br/noticia/por-beneficios-palocci-rompeu-com-sua-propria-historia-diz-gleisi
http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/a-carta-de-palocci-ao-pt/
http://jornalggn.com.br/sites/default/files/documentos/palocci.pdf
http://www.chicobuarque.com.br/letras/notas/n_euteamo.htm

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