quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Reforma Política: História e Ficção

“O sábio teme e desvia-se do mal, mas o tolo é arrogante e dá-se por seguro.”  Provérbios 14:16 João Ferreira de Almeida

“Não sabemos se elas  existiram  ou não.”


Reforma política pode conferir mandato de dez anos para ministros do STF

"Nas Cortes constitucionais europeias, o magistrado tem mandato por tempo certo e improrrogável. No entanto, seria importante uma consulta popular antes dessa definição. Isso é comum em outros países. No ano passado, por exemplo, os cidadãos italianos foram às urnas para referendar as reformas políticas."

JUSTIÇA E CIDADANIA - WÁLTER MAIEROVITCH

Por Milton Jung

Ouça a íntegra da Reportagem no Áudio a seguir:

DURAÇÃO: 00:07:44



Reforma política prevê mandato de 10 anos para ministros do STF e do STJ
Proposta elaborada pela Câmara estabelece mandato para magistrados dos tribunais superiores. Atualmente, magistrados desses tribunais se aposentam compulsoriamente aos 75 anos.
Por Bernardo Caram, G1, Brasília
10/08/2017 13h26  Atualizado 10/08/2017 18h03

“A comissão especial da Câmara que analisa propostas de reforma política manteve nesta quinta-feira (10) trecho do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) que prevê mandato de dez anos para integrantes de tribunais superiores, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Atualmente, segundo emenda constitucional promulgada em 2015, ministros de tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU) têm de se aposentar compulsoriamente aos 75 anos.
Na prática, todos os membros do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal Militar e do Tribunal de Contas da União (TCU) terão mandatos de 10 anos. Nos casos dos outros órgãos, a limitação valerá somente para os indicados pelo Ministério Público ou representantes dos advogados.
O mandato dos membros dos tribunais eleitorais será de quatro anos, sem possibilidade de recondução. Na regra atual, eles têm mandato de dois anos, que podem ser prolongados por mais dois anos.
A regra não valerá para os membros atuais dos tribunais. Somente aqueles indicados após a possível promulgação da proposta passarão a ter o limite de mandato.
Na manhã desta quinta, os deputados federais rejeitaram proposta que tentava retirar esse ponto do parecer final da comissão. Para virar lei, o projeto ainda tem que ser votado pelos plenários da Câmara e do Senado.
Na votação, somente o PSB encaminhou voto contra a limitação de mandato para os magistrados de tribunais superiores.
O PSDB liberou a bancada para votar como quiser. Ao orientar pela liberação dos votos da bancada, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), que é a favor da limitação dos mandatos, defendeu que a proposta fosse analisada separadamente em outro momento.
“Isso pode contaminar a matéria”, avaliou. “O prazo já é curto, a matéria já é polêmica, aí você traz uma matéria um pouco estranha à reforma política”, disse.
Ainda não há previsão de quando a reforma política será analisada por deputados e senadores, mas, para valer já na eleição do ano que vem, o texto tem que ser sancionado pelo presidente da República até a primeira semana de outubro.
Na madrugada desta quinta, a comissão especial da reforma política aprovou o texto-base do relatório de Vicente Cândido. No entanto, os deputados ainda têm que analisar as propostas de mudanças no texto antes de a votação ser concluída.”

“La ansiedad de ficción histórica desvela nuestra falta de conformidad con el presente, el deseo de que las cosas hubieran sido de otra manera, y la pulsión inexplicable de haber vivido la historia como una novela.” JOAN OLEZA UNIVERSITAT DE VALENCIA


‘Essa reforma política não é uma verdadeira reforma’, critica Moro
Juiz da Lava Jato ataca projeto em tramitação no Congresso
Altamiro Silva Junior, Marcelo Osakabe e Julia Affonso
15 Agosto 2017 | 12h04


Sérgio Moro. Foto: Julia Affonso/Estadão

A proposta de reforma política que tramita hoje no Congresso não deve melhorar o enfrentamento da corrupção no sistema político brasileiro. A afirmação foi feita nesta terça-feira, 15, pelo juiz condutor da Operação Lava Jato na 1.ª instância, Sergio Moro, em evento em São Paulo. “Essa reforma política, como está sendo pensada, não é uma verdadeira reforma política”, disse o magistrado.

Em seu entendimento, foi um grande avanço o Supremo Tribunal Federal (STF) ter proibido a forma como se dava o financiamento privado às campanhas eleitorais, que permitia “relações espúrias” entre grandes doadores e políticos. No entanto, avaliou que a democracia de massa tem um custo e, dado o momento atual da economia do Brasil, um sistema de financiamento eleitoral exclusivamente público poderia não ser o melhor caminho.
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 “Até tenho simpatia pelo financiamento público, mas não exclusivo”, declarou. “Não apenas pelo custo fiscal, mas da forma como esse dinheiro seria distribuído e se isso não dificultaria a renovação dos mandatos. Há uma tendência de quem está dentro querer ficar dentro”, acrescentou, dizendo que é preciso “regras rígidas” aos recursos privados em campanhas.

Em sua apresentação, o juiz da Lava Jato afirmou que o País nunca teve grande tradição de punir a corrupção, que é sistêmica, e que a impunidade era a regra geral, o que afetava não apenas a economia, mas a própria qualidade da democracia praticada no Brasil. Segundo ele, Esse quadro começou a mudar nos últimos anos, com as investigações do Mensalão, mas é algo que é e continua sendo capitaneado pelo Judiciário e pela polícia.
“Tinha expectativa de que essa atuação gerasse ações no Legislativo e Executivo mas, sinceramente, muito pouca coisa tem sido feita nessa área”, criticou, lembrando que o Ministério Público tentou se aproveitar do momento apresentando as chamadas dez medidas contra a corrupção.
Moro elogiou também a atuação do STF nesse sentido, em especial ao possibilitar a execução provisória da pena a partir da segunda instância, uma inovação que creditou ao ministro Teori Zavascki, falecido no início do ano. “Poderosos usam brechas da lei para perpetrar impunidade”, comentou.

Ele disse ainda que, quando a Lava Jato começou, era impossível saber onde poderia chegar e comemorou a condenação de grandes nomes do mundo político e empresarial. E lembrou do avanço da Geórgia no índice de percepção de corrupção organizado pela ONG Anistia internacional. “Em 2016, o Brasil em 2016 está na 79ª posição, mesma colocação da Geórgia em 2006. Quem sabe daqui dez anos, tenhamos avançados as mesmas 30 posições.”


Referências

http://m.cbn.globoradio.globo.com/media/audio/112251/reforma-politica-pode-conferir-mandato-de-dez-anos.htm
http://g1.globo.com/politica/noticia/reforma-politica-tera-mandato-de-10-anos-para-integrantes-de-tribunais-superiores.ghtml

https://www.researchgate.net/profile/Jose_Romera/publication/265078684_UNA_NUEVA_ALIANZA_ENTRE_HISTORIA_Y_NOVELA_HISTORIA_Y_FICCION_EN_EL_PENSAMIENTO_LITERARIO_DEL_FIN_DE_SIGLO/links/54649a360cf2c0c6aec5be17.pdf

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/essa-reforma-politica-nao-e-uma-verdadeira-reforma-critica-moro/

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