Favela,
Holly Favela
Luiz
Melodia (1951-2017)
Estácio,
Holly Estácio
Luiz
Melodia
Se alguém quer matar-me de amor
Que me mate no Estácio
Bem no compasso, bem junto ao passo
Do passista da escola de samba
Do Largo do Estácio
O Estácio acalma o sentido dos erros que eu faço
Trago, não traço, faço, não caço
O amor da morena maldita do Largo do Estácio
Fico manso, amanso a dor
Holliday é um dia de paz
Holliday eu já não penso mais
Edição do dia 04/08/2017
04/08/2017 14h13 - Atualizado
em 04/08/2017 14h59
Morre
no RJ o cantor e compositor Luiz Melodia aos 66 anos - Jornal Hoje
Morte foi em decorrência de complicações de um
câncer na medula óssea. Melodia chegou a fazer um transplante e resistiu bem ao
procedimento.
Fernanda Graell Rio de Janeiro
O cantor e compositor Luiz Melodia morreu
no Rio de Janeiro, aos 66 anos.
O artista estava internado desde segunda-feira (31)
e morreu em decorrência de complicações de um câncer na medula óssea. Ele
chegou a fazer um transplante em março, mas não vinha respondendo bem à
quimioterapia. O estado de saúde se agravou bastante na quinta-feira (03).
Pelas redes sociais, muita gente prestou homenagens
a Luiz Melodia, como Gilberto Gil e Gal Costa.
Em 46 anos de carreira, Luiz Melodia, o "Poeta
do Estácio", bairro carioca onde nasceu, compôs grandes sucessos da música
popular brasileira, como mostra o vídeo com a reportagem acima:
Edição do dia 04/08/2017
04/08/2017 21h49 - Atualizado
em 04/08/2017 21h49
Morre,
no Rio, aos 66 anos, o cantor e compositor Luiz Melodia – Jornal Nacional
Melodia teve câncer na medula e chegou a fazer
transplante.
No velório, as bandeiras do time e da escola do coração.
No velório, as bandeiras do time e da escola do coração.
Morreu, nesta sexta-feira (4), no Rio, aos 66 anos,
o cantor e compositor Luiz
Melodia.
O berço do samba está de luto. Silêncio na quadra da
Estácio de Sá na chegada do corpo. No velório, as bandeiras do time e da escola
do coração de Luiz Melodia.
“O que nos consola é que ele continua vivo através
da obra dele. Muito, muito querido”, afirmou a atriz e cantora Zezé Motta.
Ele teve câncer na medula e chegou a fazer um
transplante, mas, como disse a Jane Reis, companheira de 40 anos, o pássaro
estava muito frágil e partiu: "Voou, voou mais alto, foi para longe da
gente cantar em outro lugar”.
“Espero que Deus cuide da alma dele e dê muita paz
para o coração de todo mundo que vai sentir saudade dele”, declarou Zeca
Pagodinho.
O garoto que conheceu o samba nesse ambiente
conquistou muitos fãs e amigos pelo Brasil. Admiradores apaixonados por um
estilo único que marcou a música brasileira.
“Ele era o cantor da voz mais linda, mais suingada,
mais malandra, mais carioquíssima do Morro do São Carlos”, disse a atriz Ângela
Leal.
No dia 7 de janeiro de 1951, nascia, no Estácio, o
que era para ser mais um Luiz Carlos dos Santos. O pai queria que fosse médico
ou político. Não teve jeito, estava no sangue.
“Os primeiros acordes aprendi com o meu pai. Quer
dizer, a referência musical na verdade veio do seu Oswaldo. Oswaldo Melodia”,
disse o cantor Luiz Melodia.
Luiz Melodia foi se encontrando em todos os estilos.
Nas composições, a marca da personalidade. O primeiro grande sucesso,
"Pérola Negra", ficou registrado na voz de Gal Costa.
“Eu tinha composto para uma menina que eu namorava à
época que eu servi ao exército. É a mulher brasileira, uma fonte, pode-se dizer
assim, de inspiração que 50% existem nas minhas composições”, contou Luiz Melodia.
Na trilha da novela Pecado Capital, “Juventude
Transviada” ganhou as vitrolas do Brasil. Em shows pelo país, um artista
adorado pelos fãs e reverenciado pelos grandes nomes da MPB.
Em um sonho antigo, Melodia foi parar nas telas da
TV e do cinema. “Eu sempre tive vontade de atuar, porque a música tem tanto a
ver com o cinema e o cinema com a música e vice-versa”, contou o cantor.
Em 66 anos de vida, fama, sucesso e reconhecimento.
Depois de passar pelas rodas mais ilustres da música desse país, Luiz Melodia
ainda se mantinha fiel às suas raízes. No Estácio, ainda era o menino conhecido
de todos, que se lembrava de cada pedacinho desse lugar e, sempre que podia,
voltava para se reabastecer de amor.
“Neste espaço aqui, nós brincávamos de garrafão, bola
de gude. Pipa era o clássico. Eu adorava. Está vendo este muro verde aqui
pequenininho, onde tem esta portinha ali? Foi aqui que eu escrevi vários
sucessos meus, que hoje todo mundo canta. Tudo aqui. Era um porãozinho aqui que
eu me trancava e aqui escrevia as minhas canções”, contou Luiz Melodia.
Porãozinho abençoado, que fez o Luiz encher nosso
mundo de melodia da melhor qualidade.
“Eu não tenho mais nada a afirmar. Simplesmente sou
um poeta. Um poeta nascido no Estácio”, disse.
Como mostra o vídeo com a reportagem acima:
Policiais
militares na entrada do Morro São Carlos no Estácio
O velho mito da favela como um reduto de marginais continua, o cerco cirúrgico é estabelecido sem que os índices de criminalidade diminuam, apesar de estatísticas pouco confiáveis.
O velho mito da favela como um reduto de marginais continua, o cerco cirúrgico é estabelecido sem que os índices de criminalidade diminuam, apesar de estatísticas pouco confiáveis.
Luiz
Melodia
7/1/1951 Rio de Janeiro, RJ4/8/2017 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Cantor. Filho de Oswaldo Melodia,
sambista do bairro do Estácio. Durante a adolescência compôs e cantou músicas,
chegando a formar, com os amigos da vizinhança, o conjunto Os Instantâneos.
Participou de vários programas de calouros, incluindo o de Jair de Taumaturgo,
na Rádio Mauá e na TV Continental. Casado com a produtora e cantora Jane Reis,
com quem tem o filho Mahal, também cantor/compositor, e integrante da dupla de
hip hop Aliança 21 (c/ Tigrão), que lançou o disco "Apocalipse".
Faleceu em decorrência de câncer de medula, tendo seu corpo velado na Quadra da
Escola de Samba Estácio de Sá.
Gonzaguinha
(1945-1991)
Com
A Perna No Mundo
Gonzaguinha
Acreditava na vida
Na alegria de ser
Nas coisas do coração
Nas mãos um muito fazer
Sentava bem lá no alto
Pivete olhando a cidade
Sentindo o cheiro do asfalto
Desceu por necessidade
O Dina
Teu menino desceu o São Carlos
Pegou um sonho e partiu
Pensava que era um guerreiro
Com terras e gente a conquistar
Havia um fogo em seus olhos
Um fogo de não se apagar
Diz lá pra Dina que eu volto
Que seu guri não fugiu
Só quis saber como é
Qual é
Perna no mundo sumiu
E hoje
Depois de tantas batalhas
A lama dos sapatos
É a medalha
Que ele tem pra mostrar
Passado
É um pé no chão e um sabiá
Presente
É a porta aberta
E futuro é o que virá, mas, e daí?
ô ô ô e á
O moleque acabou de chegar
ô ô ô e á
Nessa cama é que eu quero sonhar
ô ô ô e á
Amanhã bato a perna no mundo
ô ô ô e á
É que o mundo é que é meu lugar
Gonzaguinha
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior
22/9/1945 Rio de Janeiro, RJ
29/4/1991 perto de Curitiba, PR
Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior
22/9/1945 Rio de Janeiro, RJ
29/4/1991 perto de Curitiba, PR
Filho do compositor e cantor Luiz Gonzaga e de
Odaléia Guedes dos Santos, cantora do Dancing Brasil. Sua mãe morreu de
tuberculose aos 22 anos, o que fez com que o pai, sem condições de criá-lo,
devido aos shows que fazia pelo Brasil, o enviasse para ser criado pelos
padrinhos, Henrique Xavier e Leopoldina de Castro Xavier, moradores do Morro de
São Carlos, onde ele cresceu. Pai do compositor e cantor Daniel Gonzaga e da
também cantora Fernanda Gonzaga . Aprendeu a tocar violão com o padrinho. Aos
14 anos, compôs sua primeira música, "Lembranças da primavera",
seguida, mais tarde, por "Festa" e "From US of Piauí",
todas gravadas por seu pai, em 1967. Formou-se em Economia pela Faculdade de
Ciências Cândido Mendes (RJ). Foi nessa época que travou contato com Ivan Lins,
Aldir Blanc, Paulo Emílio, Cesar Costa Filho, entre outros, com os quais,
fundou o MAU, Movimento Artístico Universitário. Devido ao caráter social de
suas composições, foi inúmeras vezes convocado para se apresentar no DOPS,
tendo sido constantemente alvo da censura. Faleceu em 1991, vítima de um
acidente de automóvel nas proximidades de Curitiba (PR), após um show.
Chico Viola (1898-1952)
Chico Viola (1898-1952)
Favela
Francisco
Alves
Favela oi, favela,
Favela que guardo no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Hoje tão longe de ti
Se vejo a lua surgir
Eu relembro a batucada
E começo a chorar
Favela das noites de samba
Berço dourado dos bambas
Favela é tudo que eu posso falar.
Favela oi
Minha favela querida
Onde eu senti minha vida
Presa a um romance de amor
Numa doce ilusão
E uma saudade bem rara
Na distância que nos separa
Eu guardo de ti esta recordação.
Composição: Roberto Martins
Francisco Alves – Favela – Roberto Martins
Francisco Alves – Favela – Roberto Martins
Favela, oi, Favela
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Hoje tão longe de ti
Se vejo a lua surgir
Eu relembro a batucada
E começo a chorar
Favela das noites de samba
Berço doirado dos bambas
Favela, é tudo o que eu posso falar
Favela, oi, Favela
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Minha favela querida
Onde eu senti minha vida
Presa a um romance de amor
Numa doce ilusão
Em uma saudade bem rara
Na distância que nos separa
Eu guardo de ti esta recordação
Roberto Paiva - Favela - Roberto Martins-Waldemar Silva
Publicado em 13 de out de 2011
Roberto Paiva interpreta a célebre composição de Roberto Martins e
Waldemar Silva, Favela.
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Hoje tão longe de ti
Se vejo a lua surgir
Eu relembro a batucada
E começo a chorar
Favela das noites de samba
Berço doirado dos bambas
Favela, é tudo o que eu posso falar
Favela, oi, Favela
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Minha favela querida
Onde eu senti minha vida
Presa a um romance de amor
Numa doce ilusão
Em uma saudade bem rara
Na distância que nos separa
Eu guardo de ti esta recordação
Roberto Paiva - Favela - Roberto Martins-Waldemar Silva
Publicado em 13 de out de 2011
Roberto Paiva interpreta a célebre composição de Roberto Martins e
Waldemar Silva, Favela.
Samuel Machado filho: Cantada por Aracy Cortes na revista teatral "Paz e amor", foi lançada em disco por Francisco Alves, em 1936. Segundo Roberto Martins, Chico não queria gravar "Favela", pois achava o samba ruim. Ambos frequentavam uma alegre casa de moças, e uma delas tinha uma cachorrinha que o Rei da Voz adorava. Ao saber que Chico não queria gravar "Favela", a moça propôs lhe dar a cachorrinha em troca da gravação da música. E Chico ganhou duplamente: a cachorrinha e um sucesso imortal, aqui com Roberto Paiva.
Ataulfo
Alves (1909-1969)
Favela
Ataulfo
Alves
Tom: F#
Intro: Abm Db7 Gb B Fm7/5b Bb7 Ebm Bb7
Ebm Abm
No carnaval me lembro tanto da favela
Bb7 Ebm
B7 Bb7
onde ela
morava
Ebm Abm
Tudo o que eu tinha era uma esteira e uma panela
Bb7 Ebm
Eb7
mas ela
gostava
Abm Db7 Gb
Por isto eu ando pelas ruas da cidade
B Fm7/5b Bb7 Ebm
Eb7
Vendo que a felicidade foi a vida que passou.
Abm Db7 Gb
E minha favela que era minha e que era dela
B Fm7/5b Bb7 Ebm Bb7
só deixou muita saudade porque o resto ela levou
Ebm Abm
Me lembro tanto do café numa tigela
Bb7 Ebm
B7 Bb7
que ela me
dava
Ebm Abm
E de umas rezas que, por mim, lá na capela,
Bb7 Ebm
Eb7
só ela
rezava.
Abm Db7 Gb
Por isso eu ando pelas ruas da cidade
B Fm7/5b Bb7
Ebm Eb7
Vendo que a felicidade foi a vida que passou.
Abm Db7 Gb
E que a favela que era minha e que era dela
B Fm7/5b Bb7 Ebm Bb7
só deixou muita saudade porque o resto ela levou
Ebm Abm
Eu, outro dia, fui lá em cima, na favela,
Bb7 Ebm B7
Bb7
mas ela não
estava
Ebm Abm
Onde era a casa encontrei uma chinela
Bb7 Ebm
Eb7
que ela
sambava
Abm Db7 Gb
Por isso eu ando pelas ruas da cidade
B Fm7/5b Bb7
Ebm Eb7
Vendo que a felicidade foi a vida que passou.
Abm Db7 Gb
E que a favela que era minha e que era dela
B Fm7/5b Bb7 Ebm Bb7
só deixou muita saudade porque o resto ela levou
Compositores: Hekel Tavares e Joracy Camargo
Ataulfo Alves
Ataulfo Alves de Sousa
2/5/1909 Miraí, MG
20/4/1969 Rio de Janeiro, RJ
2/5/1909 Miraí, MG
20/4/1969 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Cantor.
Nasceu na Fazenda Cachoeira, município de Miraí, Zona da Mata de Minas Gerais. Filho de Severino de Sousa e Matilde de Jesus. O pai, que tinha o apelido de Capitão, embora nunca tivesse sido militar, tocava viola, sanfona e fazia repentes. Ficou conhecido em toda a região.
Ainda com oito anos, já gostava de improvisar com Severino, que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Com a morte do pai, a família deixou a fazenda (propriedade de Alves Pereira, que pode ser o motivo do sobrenome Alves de Ataulfo), indo morar na Rua do Buraco (hoje Ataulfo Alves), 23, em Miraí, MG. Era uma família de sete irmãos: Ataulfo, Alaor, Paulinho, Tita, Maria Mercedes, Maria Antonieta e Norina.
Ainda menino, o compositor começou a trabalhar para ajudar a mãe no sustento da casa. Foi leiteiro, condutor de bois, apanhador de malas na estação, menino de recados, carregador de marmitas, marceneiro, engraxate, plantador de café, arroz e milho, e muitas outras atividades. Mesmo trabalhando duro, continuou seus estudos no grupo escolar Dr. Justino Pereira.
Deixou Miraí em 1927, com apenas 18 anos, indo para o Rio de Janeiro tentar melhores oportunidades. Partiu acompanhando o médico Afrânio Moreira de Resende, amigo de sua família, e que se transferia para a capital federal, com mulher e filhos. Ataulfo passou a trabalhar de dia no consultório do Dr. Afrânio, na Rua da Assembléia, centro do Rio, e de noite, fazia a limpeza geral da residência do médico.
Depois de algum tempo, empregou-se na Farmácia e Drogaria do Povo (de Samuel Antunes), como limpador de vidros, e onde acabou aprendendo o ofício de prático de farmácia, conquistando a simpatia e a confiança do dono. Na época, morava no bairro do Rio Comprido, onde passou a freqüentar rodas de samba.
Em entrevista, contou: "Eu organizei um conjunto, um grupo. Já tocava violão, já tinha meu cavaquinho, meu bandolinzinho, já fazia meu dó maior acertadinho, direitinho. Conforme eu manipulava as pílulas, manipulava também o samba". Aos 19 anos, casou-se com Judite. Nessa época conheceu uma jovem de nome Maria do Carmo, amiga das filhas do patrão, e que morava na Travessa do Comércio, 24. A moça vivia dizendo que um dia seria artista. O compositor achava graça. A jovem era, simplesmente, aquela que se tornaria o mito Carmen Miranda. Em 1929, chegou a trocar, por curto período, o emprego na farmácia de Samuel. Foi trabalhar na Farmácia Mello, no Catumbi, do Dr. João Bandeira de Mello. Teve, com a esposa Judite, cinco filhos: Adélia, Ataulfo Júnior, Adeilton, Matilde e Adelino (que morreu jovem).
Ao longo dos 35 anos de sua vitoriosa carreira, acumulou muitos troféus, medalhas, placas e diplomas, além dos quadros pintados por Pancetti, "Lagoa serena" e "Pois é", inspirados em seus famosos sambas. Um lenço branco foi a sua "marca registrada". Com ele, costumava "reger" o seu conjunto. Foi um dos mais bem sucedidos sambistas compositores dos anos 1940 e 1950. Sempre muito educado, gentil e refinado, vestia-se com elegância. Chegou a ser eleito um dos "10 mais elegantes" em famoso concurso promovido pelo colunista social Ibrahim Sued. "Quando fui apontado como um dos 10 mais elegantes pelo Ibrahim, eu aparecia nas fotografias com um terno de 10 anos atrás. É que, naquela época, eu não podia pagar um bom alfaiate. Mas, depois de eleito, surgiram grandes alfaiates que, interessados em ganhar publicidade, ofereciam-se para me fazer roupas de graça". Foi um dos primeiros compositores populares a editar suas próprias composições. Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de uma úlcera no duodeno que o acompanhou por quase 20 anos.
Nasceu na Fazenda Cachoeira, município de Miraí, Zona da Mata de Minas Gerais. Filho de Severino de Sousa e Matilde de Jesus. O pai, que tinha o apelido de Capitão, embora nunca tivesse sido militar, tocava viola, sanfona e fazia repentes. Ficou conhecido em toda a região.
Ainda com oito anos, já gostava de improvisar com Severino, que faleceu quando ele tinha apenas 10 anos. Com a morte do pai, a família deixou a fazenda (propriedade de Alves Pereira, que pode ser o motivo do sobrenome Alves de Ataulfo), indo morar na Rua do Buraco (hoje Ataulfo Alves), 23, em Miraí, MG. Era uma família de sete irmãos: Ataulfo, Alaor, Paulinho, Tita, Maria Mercedes, Maria Antonieta e Norina.
Ainda menino, o compositor começou a trabalhar para ajudar a mãe no sustento da casa. Foi leiteiro, condutor de bois, apanhador de malas na estação, menino de recados, carregador de marmitas, marceneiro, engraxate, plantador de café, arroz e milho, e muitas outras atividades. Mesmo trabalhando duro, continuou seus estudos no grupo escolar Dr. Justino Pereira.
Deixou Miraí em 1927, com apenas 18 anos, indo para o Rio de Janeiro tentar melhores oportunidades. Partiu acompanhando o médico Afrânio Moreira de Resende, amigo de sua família, e que se transferia para a capital federal, com mulher e filhos. Ataulfo passou a trabalhar de dia no consultório do Dr. Afrânio, na Rua da Assembléia, centro do Rio, e de noite, fazia a limpeza geral da residência do médico.
Depois de algum tempo, empregou-se na Farmácia e Drogaria do Povo (de Samuel Antunes), como limpador de vidros, e onde acabou aprendendo o ofício de prático de farmácia, conquistando a simpatia e a confiança do dono. Na época, morava no bairro do Rio Comprido, onde passou a freqüentar rodas de samba.
Em entrevista, contou: "Eu organizei um conjunto, um grupo. Já tocava violão, já tinha meu cavaquinho, meu bandolinzinho, já fazia meu dó maior acertadinho, direitinho. Conforme eu manipulava as pílulas, manipulava também o samba". Aos 19 anos, casou-se com Judite. Nessa época conheceu uma jovem de nome Maria do Carmo, amiga das filhas do patrão, e que morava na Travessa do Comércio, 24. A moça vivia dizendo que um dia seria artista. O compositor achava graça. A jovem era, simplesmente, aquela que se tornaria o mito Carmen Miranda. Em 1929, chegou a trocar, por curto período, o emprego na farmácia de Samuel. Foi trabalhar na Farmácia Mello, no Catumbi, do Dr. João Bandeira de Mello. Teve, com a esposa Judite, cinco filhos: Adélia, Ataulfo Júnior, Adeilton, Matilde e Adelino (que morreu jovem).
Ao longo dos 35 anos de sua vitoriosa carreira, acumulou muitos troféus, medalhas, placas e diplomas, além dos quadros pintados por Pancetti, "Lagoa serena" e "Pois é", inspirados em seus famosos sambas. Um lenço branco foi a sua "marca registrada". Com ele, costumava "reger" o seu conjunto. Foi um dos mais bem sucedidos sambistas compositores dos anos 1940 e 1950. Sempre muito educado, gentil e refinado, vestia-se com elegância. Chegou a ser eleito um dos "10 mais elegantes" em famoso concurso promovido pelo colunista social Ibrahim Sued. "Quando fui apontado como um dos 10 mais elegantes pelo Ibrahim, eu aparecia nas fotografias com um terno de 10 anos atrás. É que, naquela época, eu não podia pagar um bom alfaiate. Mas, depois de eleito, surgiram grandes alfaiates que, interessados em ganhar publicidade, ofereciam-se para me fazer roupas de graça". Foi um dos primeiros compositores populares a editar suas próprias composições. Faleceu no Rio de Janeiro, vítima de uma úlcera no duodeno que o acompanhou por quase 20 anos.
Favela, oi, Favela
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Hoje tão longe de ti
Se vejo a lua surgir
Eu relembro a batucada
E começo a chorar
Favela das noites de samba
Berço doirado dos bambas
Favela, é tudo o que eu posso falar
Favela, oi, Favela
Favela que trago no meu coração
Ao recordar com saudade
A minha felicidade
Favela dos sonhos de amor
E do samba-canção
Minha favela querida
Onde eu senti minha vida
Presa a um romance de amor
Numa doce ilusão
Em uma saudade bem rara
Na distância que nos separa
Eu guardo de ti esta recordação
O Rio de Janeiro que queria ser Paris
Francisco
Alves
Francisco de Morais Alves
19/8/1898 Rio de Janeiro, RJ
27/9/1952 Pindamonhangaba, SP
19/8/1898 Rio de Janeiro, RJ
27/9/1952 Pindamonhangaba, SP
Cantor. Compositor.
Filho do imigrante português José Alves, que se tornou dono de um bar na Rua do Acre, onde nasceu e se criou. Teve quatro irmãos, entre os quais, José, conhecido por Juca, que morreu durante as epidemia de gripe espanhola e Ângela, a mais velha e que o presenteou com uma guitarra, seu primeiro instrumento musical.
Desde cedo ganhou o apelido de Chico que o acompanhou por toda a vida. Começou a trabalhar cedo, como engraxate na Rua Evaristo da Veiga, para onde a família se mudou com dificuldades financeiras. Por essa época, costumava acompanhar os ensaios da banda de música do batalhão da Polícia Militar situado na mesma rua onde morava. Em 1916 empregou-se na fábrica de chapéus Mangueira onde ficou por pouco tempo indo trabalhar em seguida na fábrica de chapéus Júlio Lima. Em 1918 começou a trabalhar como chofer de táxi. Com a morte do pai e o casamento das irmãs, passou a morar sozinho com a mãe. Em 1920 casou-se com Perpétua Guerra Tutóia, a quem conhecera num cabaré na Lapa. O casamento, que foi feito contra a vontade da família, durou pouco tempo entretanto.
Pouco depois conheceu a atriz Célia Zenatti, com quem se casou e viveu por 28 anos. Durante alguns anos, mesmo já atuando como cantor e com diversos discos gravados, continuou trabalhando como chofer de táxi.
Decidido a ser cantor, fez seu primeiro teste com o maestro Antônio Lago, pai do ator Mário Lago. Foi aprovado, mas ainda assim preferiu tomar aulas de canto com o barítono Sante Athos por um período de três meses.. Em 1948, apaixonou-se por Iraci, sua companheira dos últimos quatro anos de vida.
Morreu em 1952, vitimado por um acidente na Estrada Rio-São Paulo. Voltando de uma viagem à capital paulista, tendo ao lado o amigo Haroldo Alves, o carro (um Buick) por ele mesmo dirigido foi atingido por um caminhão que vinha na contramão e o cantor morreu instantaneamente, próximo à cidade de Pindamonhangaba (SP). No trajeto até o Rio de Janeiro o caixão foi sendo recoberto de flores pelo povo.
Após sua morte, a ex-mulher Perpétua, foi à justiça reivindicando seus filhos como herdeiros, o que ocasionou grande celeuma pública.
Filho do imigrante português José Alves, que se tornou dono de um bar na Rua do Acre, onde nasceu e se criou. Teve quatro irmãos, entre os quais, José, conhecido por Juca, que morreu durante as epidemia de gripe espanhola e Ângela, a mais velha e que o presenteou com uma guitarra, seu primeiro instrumento musical.
Desde cedo ganhou o apelido de Chico que o acompanhou por toda a vida. Começou a trabalhar cedo, como engraxate na Rua Evaristo da Veiga, para onde a família se mudou com dificuldades financeiras. Por essa época, costumava acompanhar os ensaios da banda de música do batalhão da Polícia Militar situado na mesma rua onde morava. Em 1916 empregou-se na fábrica de chapéus Mangueira onde ficou por pouco tempo indo trabalhar em seguida na fábrica de chapéus Júlio Lima. Em 1918 começou a trabalhar como chofer de táxi. Com a morte do pai e o casamento das irmãs, passou a morar sozinho com a mãe. Em 1920 casou-se com Perpétua Guerra Tutóia, a quem conhecera num cabaré na Lapa. O casamento, que foi feito contra a vontade da família, durou pouco tempo entretanto.
Pouco depois conheceu a atriz Célia Zenatti, com quem se casou e viveu por 28 anos. Durante alguns anos, mesmo já atuando como cantor e com diversos discos gravados, continuou trabalhando como chofer de táxi.
Decidido a ser cantor, fez seu primeiro teste com o maestro Antônio Lago, pai do ator Mário Lago. Foi aprovado, mas ainda assim preferiu tomar aulas de canto com o barítono Sante Athos por um período de três meses.. Em 1948, apaixonou-se por Iraci, sua companheira dos últimos quatro anos de vida.
Morreu em 1952, vitimado por um acidente na Estrada Rio-São Paulo. Voltando de uma viagem à capital paulista, tendo ao lado o amigo Haroldo Alves, o carro (um Buick) por ele mesmo dirigido foi atingido por um caminhão que vinha na contramão e o cantor morreu instantaneamente, próximo à cidade de Pindamonhangaba (SP). No trajeto até o Rio de Janeiro o caixão foi sendo recoberto de flores pelo povo.
Após sua morte, a ex-mulher Perpétua, foi à justiça reivindicando seus filhos como herdeiros, o que ocasionou grande celeuma pública.
Morro da Rua São João
Edição do dia 04/08/2017
04/08/2017 13h43 - Atualizado
em 04/08/2017 13h55
PM disse que trocou tiros com os bandidos para
tentar recuperar a carga.
Motorista do caminhão roubado foi liberado pelos bandidos e passa bem.
Motorista do caminhão roubado foi liberado pelos bandidos e passa bem.
Renata CapucciRio de Janeiro, RJ
Um novo caso de violência no Rio de Janeiro.
Bandidos roubaram um caminhão dos Correios na zona norte da cidade e logo
depois, a carga foi saqueada.
Centenas de caixas ficaram espalhadas por uma rua do
Morro São João, na zona norte do Rio. Uma montanha de encomendas.
O flagrante foi feito pelo repórter cinematográfico
Francisco de Assis, no Globocop, e mostra um homem jogando as caixas em um dos
becos da favela. Um rapaz sem sem camisa abre os pacotes e parece selecionar o
que está dentro de cada embalagem. Logo chegam outros e um bandido armado com
um fuzil dá cobertura.
A carga estava em um caminhão de Sedex estacionado
em um dos acessos e roubado ao sair de um dos centros de distribuição dos
Correios, distante oito quilômetros da favela. Em poucos minutos, várias
pessoas saqueavam as encomendas.
Uma mulher com uma criança pequena no colo passava
na hora, quando de repente, pelo menos, outras 10 saqueavam a carga, na maior
correria.
A Polícia Militar disse que trocou tiros com
bandidos no morro para tentar recuperar a carga. Dois carros roubados foram
apreendidos, mas até o fim da manhã, o caminhão não tinha sido retirado do
morro. A favela tem uma Unidade de Polícia Pacificadora desde 2011.
De acordo com os últimos dados do Instituto de
Segurança Pública do Estado do Rio, o crime aumentou mais de 40% em junho em
comparação com o mesmo mês do ano passado, mas a federação que reúne cinco
sindicatos do estado diz que esse tipo de roubo caiu 66% desde que os militares
das Forças Armadas reforçaram a segurança no Rio, há uma semana.
O prejuízo causado pelo roubo de cargas em todo o
país, entre 2011 e o ano passado, é de R$ 6 bilhões, como revela um estudo da
Federação das Indústrias do Estado do Rio. Os Correios já investiram quase R$
20 milhões em segurança com escolta armada e rastreadores de carga, medidas
insuficientes, segundo a empresa. Os roubos a caminhões dos Correios aumentaram
117% nos últimos anos.
Na quinta-feira (3) foram registrados 11 casos de
roubos de carga no Rio e nesta sexta-feira, até às 10h, já tinham sido três
casos, incluindo o caminhão levado para o Morro São João.
O motorista do caminhão roubado foi liberado pelos bandidos e passa bem. A Unidade de Polícia Pacificadora do Morro São João informa que policiais foram atacados por criminosos em vários pontos da comunidade durante a operação para recuperar a carga.
Dois carros usados pelos bandidos foram recuperados, mas até agora ninguém foi preso.
O motorista do caminhão roubado foi liberado pelos bandidos e passa bem. A Unidade de Polícia Pacificadora do Morro São João informa que policiais foram atacados por criminosos em vários pontos da comunidade durante a operação para recuperar a carga.
Dois carros usados pelos bandidos foram recuperados, mas até agora ninguém foi preso.
Como mostra o vídeo com a reportagem acima:
http://g1.globo.com/jornal-hoje/edicoes/2017/08/04.html#!v/6056013
Baixadas,
Vilas, Largos, Ruas, Morros, Favelas, Comunidades...
...Favelas.
Barracões
de zinco
Tradição
do meu país
Elizeth
Cardoso – Barracão de Zinco
The brazilian singer Elizeth Cardoso sing Barracão de
Zinco, probable her higher success, with the band Época de Ouro and the Jacob
do Bandolim.
Referências
https://youtu.be/pLOVhGFiZIE
https://www.letras.mus.br/luiz-melodia/47111/
http://g1.globo.com/jornal-hoje/edicoes/2017/08/04.html#!v/6056161
http://g1.globo.com/jornal-nacional/edicoes/2017/08/04.html#!v/6057432
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2017/08/morre-no-rio-aos-66-anos-o-cantor-e-compositor-luiz-melodia.html
http://3.bp.blogspot.com/-JaYdFiiQygQ/VDFJ51ncH7I/AAAAAAAABx8/72eKtSPYJwc/s1600/IMG_0604.JPG
http://amesqui.blogspot.com.br/2014/10/30-mil-fazem-cerco-as-favelas.html?m=0
http://dicionariompb.com.br/luiz-melodia/biografia
https://youtu.be/PtE48yc_AO0
https://www.letras.mus.br/gonzaguinha/46266/
http://dicionariompb.com.br/gonzaguinha/biografia
https://youtu.be/aqiIYBswA7Y
https://youtu.be/YwW2hD4Ge9k
https://youtu.be/twWQggLf-uw
http://dicionariompb.com.br/ataulfo-alves/biografia
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNGYOdyWkhoouZLGA0Pt_wF1LQM7BEMOToGZwlKa-XuobirZiBcg31sk7sBXXiapZ68WUeevxHxpSagxk_2sPUgQTDSmn_V5sfed1-oqY51WuwzDpahGOWxknsja7B5BJYw94-njG43Xs/s1600/CapaCatumbi.jpg
http://literaturaeriodejaneiro.blogspot.com.br/2006/09/voc-tem-medo-do-catumbi.html
https://www.youtube.com/watch?v=YwW2hD4Ge9k
https://image.slidesharecdn.com/orioquequeriaserparis-120923104242-phpapp02/95/o-rio-de-janeiro-que-queria-ser-paris-24-728.jpg?cb=1348397337
https://image.slidesharecdn.com/orioquequeriaserparis-120923104242-phpapp02/95/o-rio-de-janeiro-que-queria-ser-paris-1-728.jpg?cb=1348397337
https://pt.slideshare.net/LCDias/o-rio-de-janeiro-que-queria-ser-paris
http://g1.globo.com/jornal-hoje/edicoes/2017/08/04.html#!v/6056013
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