PEQUENA
HISTÓRIA CIVIL DO BRASIL
Joaquim
Cardozo
O
Coronel de Macambira
(Bumba-meu-boi)
SOLDADOS,
CABOS, SARGENTOS, TENENTES, CAPITÃES, MAJORES, CORONEIS, GENERAIS E MARECHAIS
‘A
ASCENSO
FERREIRA
dedico
este “Boi”’
O
Coronel de Macambira
Sérgio
Ricardo
ABERTURA
Bumba!
Meu Boi, bumbá!
Cavalo
marinho
Vem
vem que vem dançando
Bem
devagarinho
Cavalo
marinho
De
donde é que vem
Das
praias de longe,
Das
terras de além?
Bumba!
meu boi, bumbá!
Que
vem de chegar
Cavalo
marinho
Das
bandas do mar.
TEMA DO CAPITÃO
Saibam
todos os presentes
Que,
para aqui enviado,
No
meu cavalo marinho
Sou
capitão bem montado
Sou
conde condecorado
Com
a cruz do tempo e do ar
Capitão
de Altas Milícias
Cavaleiro
de Além Mar
Venho
aqui pela justiça
O
justo direito de dar
Venho
perseguir os fortes
E
os fracos desagravar
Sou
conde condecorado
Senhor
de grande solar
Comigo
trago mandato
De
tudo remediar
Sou
conde condecorado
Com
a cruz do Tempo e do Ar
Sou
comandante das nuvens
Errante
no pelejar.
TEMA
DO VALENTÃO
Quem
é este que vem aí
Mais
forte que um arsenal?
Mais
perverso que valente
Mais
frio do que um punhal?
Vem
pela sombra do mato
Tocaia
encruzilhada:
E
a morte ronda os caminhos
Até
o raiar da madrugada
Flor de Macambira - O Coronel de
Macambira
Publicado
em 4 de mar de 2013
pra
matar de saudades!!!
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Música
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CORONEL DE MACAMBIRA 3º D FLOCA
2005
Publicado
em 4 de set de 2013
Coronel
de Macambira 3º D no Floca no ano de 2005, essa peça foi o inicio de uma
amizade maravilhosa...
Anjos e Amigos... Todos temos um pouquinho de cada coisa... Um anjo nos toma pela mão e nos aproxima de Deus.
Um amigo foi enviado por Deus para aproximarmos dele.
Um anjo tem a obrigação de cuidar de nós...
Um amigo cuida de nós por amor...
Um anjo te vê sorrir, e observa tuas alegrias.
Um amigo, te faz sorrir, e faz parte das tuas alegrias.
Um anjo sabe quando necessitas da ajuda de alguém.
Um amigo, te ajuda sem saber que necessitas.
Um anjo te ajuda, evitando problemas.
Um amigo, te ajuda a resolvê-los.
Um anjo te vê sofrer, sem poder te abraçar.
Um amigo te abraça, porque não quer te ver sofrer.
Um anjo , na realidade, faz parte dos teus sonhos.
Um amigo, compartilha e luta para que seus sonhos
sejam uma realidade.
Um anjo sempre está contigo aí, não percebe a sua falta.
Um amigo, quando não está contigo, não só sente a
sua falta, mas também pensa em ti.
Um anjo vela seus sonhos,
Um amigo sonha contigo.
Um anjo aplaude teus triunfos.
Um amigo te ajuda para que triunfes.
Um anjo se preocupa quando você está mal.
Um amigo se alegra quando você está bem.
Um anjo recebe uma oração tua.
Um amigo faz uma oração por ti.
Um anjo te ajuda a sobreviver.
Um amigo vive por ti.
Para um anjo, é uma missão que cumpri.
Para um amigo, é uma obrigação te defender.
Um anjo é algo celestial.
Um amigo é uma oportunidade real de conhecê-lo melhor...
Na semelhança que há entre "o amor e a amizade.
Um anjo quer ser teu amigo.
Um amigo, se propõe também a ser o teu anjo...
E é alguém que te cuida nas noites mais turbulentas,
para que possa compartilhar de todos os seus sonhos.
Anjos e Amigos... Todos temos um pouquinho de cada coisa... Um anjo nos toma pela mão e nos aproxima de Deus.
Um amigo foi enviado por Deus para aproximarmos dele.
Um anjo tem a obrigação de cuidar de nós...
Um amigo cuida de nós por amor...
Um anjo te vê sorrir, e observa tuas alegrias.
Um amigo, te faz sorrir, e faz parte das tuas alegrias.
Um anjo sabe quando necessitas da ajuda de alguém.
Um amigo, te ajuda sem saber que necessitas.
Um anjo te ajuda, evitando problemas.
Um amigo, te ajuda a resolvê-los.
Um anjo te vê sofrer, sem poder te abraçar.
Um amigo te abraça, porque não quer te ver sofrer.
Um anjo , na realidade, faz parte dos teus sonhos.
Um amigo, compartilha e luta para que seus sonhos
sejam uma realidade.
Um anjo sempre está contigo aí, não percebe a sua falta.
Um amigo, quando não está contigo, não só sente a
sua falta, mas também pensa em ti.
Um anjo vela seus sonhos,
Um amigo sonha contigo.
Um anjo aplaude teus triunfos.
Um amigo te ajuda para que triunfes.
Um anjo se preocupa quando você está mal.
Um amigo se alegra quando você está bem.
Um anjo recebe uma oração tua.
Um amigo faz uma oração por ti.
Um anjo te ajuda a sobreviver.
Um amigo vive por ti.
Para um anjo, é uma missão que cumpri.
Para um amigo, é uma obrigação te defender.
Um anjo é algo celestial.
Um amigo é uma oportunidade real de conhecê-lo melhor...
Na semelhança que há entre "o amor e a amizade.
Um anjo quer ser teu amigo.
Um amigo, se propõe também a ser o teu anjo...
E é alguém que te cuida nas noites mais turbulentas,
para que possa compartilhar de todos os seus sonhos.
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CORONEL DE MACAMBIRA
O
autor pernambucano Joaquim Cardozo (1897-1978) se inspirou no desfile de
personagens e nas brincadeiras da festa popular do boi para criar O Coronel de
Macambira, o primeiro de uma série de seis textos teatrais. A história que ele
costura avança por meio de cenas quase independentes – a cada vez um novo
personagem se apresenta e, em versos, faz seu solilóquio, sempre recebido por
Matheus, Catirina e Bastião.
Sua
peça-poema se solidariza com as dificuldades do povo brasileiro, evidencia os
exploradores e dá voz às vítimas. Publicada em 1963, a obra ganha traços da
dramaturgia contemporânea quando insere personagens estranhos à festa, como o
Aviador e a Aero - moça, criando links com a realidade de seu tempo e, mais do
que isso, chamando à cena a liberdade poética do autor. Em outra licença
poética, coloca em cena o Soldado da Coluna, numa clara referência à utopia
socialista que percorreu as estradas do Brasil.
Em
2001, a Prefeitura do Recife editou sua obra teatral em cinco volumes, onde
estão também De uma noite de festa, Os anjos e os demônios de Deus, O capataz
de Salema, Antonio Conselheiro e Marechal, boi de carro.
Flor de Macambira - Ser Tão Teatro
TV Itnet
Publicado
em 18 de abr de 2012
Confira
as fotos do espetáculo http://muraldefotos.itnet.com.br/1484
Categoria
Entretenimento
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OLHARES CRÍTICOS: Flor de Macambira
Por
Alexandre Figueirôa
O Festival Recife do Teatro Nacional deu um belo presente para a comunidade do Coque na noite da segunda-feira: a apresentação do espetáculo Flor de Macambira com o Grupo Ser Tão Teatro. Durante uma hora, a praça em frente à Academia da Cidade, da Joana Bezerra, transformou-se num espaço festivo de entrelaçamento fraterno entre artistas que acreditam no teatro como gesto de encontro e habitantes das áreas pobres das grandes cidades brasileiras, sempre tão carentes de ações capazes de despertar neles o gosto pela poesia.
O Festival Recife do Teatro Nacional deu um belo presente para a comunidade do Coque na noite da segunda-feira: a apresentação do espetáculo Flor de Macambira com o Grupo Ser Tão Teatro. Durante uma hora, a praça em frente à Academia da Cidade, da Joana Bezerra, transformou-se num espaço festivo de entrelaçamento fraterno entre artistas que acreditam no teatro como gesto de encontro e habitantes das áreas pobres das grandes cidades brasileiras, sempre tão carentes de ações capazes de despertar neles o gosto pela poesia.
Foto: Marcelo Lyra
Flor de Macambira é o terceiro trabalho do Ser Tão Teatro, grupo paraibano formado em 2007, na Universidade Federal da Paraíba, cuja carreira teve início com a montagem da peça Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, para palco tradicional. Em seguida o grupo apresentou Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, espetáculo concebido para apresentações ao ar livre em parceria com o grupo Clowns de Shakespeare, de Natal. E agora consolida definitivamente sua vocação para o trabalho em grupo, tendo como principal fonte de inspiração a dramaturgia popular brasileira, nesta adaptação do texto O Coronel de Macambira do pernambucano Joaquim Cardozo, feita por Rosyanne Trotta e pelos integrantes da trupe.
O espetáculo conta a história de Catirina e Mateus. Eles se apaixonam e decidem viver juntos, mesmo a contragosto da vontade do pai da moça. Para sobreviverem, acabam enfrentando uma série de dificuldades financeiras e Catirina sucumbe aos vícios e tentações mundanas para salvar a si e ao seu amado. A encenação concebida por Christina Steva segue a linha dramatúrgica do teatro popular com ênfase nas peripécias protagonizadas pelo casal em confronto com as forças do bem e do mal representadas por tipos do cotidiano nacional como o coronel malvado, o padre que só pensa em dinheiro, o bicheiro corrupto e o marqueteiro “enrolão”. Completa o projeto cênico as várias referências aos folguedos populares, principalmente o bumba-meu-boi.
A encenação transborda em alegria, graças ao espírito de festa com o qual o elenco se apresenta. Há um aproveitamento perfeito dos elementos cenográficos e adereços, com destaque para as máscaras usadas pelos atores que se revezam em diversos papéis. Outro dado importante é a maneira como a encenação introduz elementos da contemporaneidade – um número de funk, referências a comerciais e programas televisivos – evitando um engessamento e um purismo no trato com a cultura popular, mostrando que tradição e modernidade podem estabelecer um diálogo enriquecedor. E foi muito interessante, na apresentação do Coque, quando o grupo incorporou na encenação o espanto provocado pela passagem de um helicóptero sobre o Coque.
Além disso, tanto a coreografia das danças quanto a música ao vivo com sons de rabeca, bandolim e instrumentos de percussão emprestam ao espetáculo uma aura de festa popular, proporcionando uma proximidade maior com a plateia. Mesmo assim, embora Flor de Macambira tenha arrancado risos e aplausos calorosos, sentimos falta de uma melhor integração dos protagonistas Isadora Feitosa, como Catirina, e Winsthon Aquilles, no papel de Mateus, com os espectadores. Eles são bons intérpretes e atuam com desenvoltura, mas parecem ainda um pouco tímidos no contato direto com o público.
Na apresentação do Coque, em alguns momentos, houve ainda certa dificuldade para ouvirmos os diálogos, em parte provocado pelo ruído circundante em virtude da proximidade do viaduto da Joana Bezerra, mas também por necessidade de um melhor trabalho de voz com o elenco. Estes detalhes, todavia, de forma alguma macularam a apresentação do Ser Tão, um grupo dono de uma vitalidade ímpar e uma indiscutível dedicação a arte de encenar. Vê-los em cena é comovente e reconfortante por constatarmos que a crença no poder transformador da arte é uma utopia ainda possível.
Flor de Macambira é o terceiro trabalho do Ser Tão Teatro, grupo paraibano formado em 2007, na Universidade Federal da Paraíba, cuja carreira teve início com a montagem da peça Vereda da Salvação, de Jorge Andrade, para palco tradicional. Em seguida o grupo apresentou Farsa da Boa Preguiça, de Ariano Suassuna, espetáculo concebido para apresentações ao ar livre em parceria com o grupo Clowns de Shakespeare, de Natal. E agora consolida definitivamente sua vocação para o trabalho em grupo, tendo como principal fonte de inspiração a dramaturgia popular brasileira, nesta adaptação do texto O Coronel de Macambira do pernambucano Joaquim Cardozo, feita por Rosyanne Trotta e pelos integrantes da trupe.
O espetáculo conta a história de Catirina e Mateus. Eles se apaixonam e decidem viver juntos, mesmo a contragosto da vontade do pai da moça. Para sobreviverem, acabam enfrentando uma série de dificuldades financeiras e Catirina sucumbe aos vícios e tentações mundanas para salvar a si e ao seu amado. A encenação concebida por Christina Steva segue a linha dramatúrgica do teatro popular com ênfase nas peripécias protagonizadas pelo casal em confronto com as forças do bem e do mal representadas por tipos do cotidiano nacional como o coronel malvado, o padre que só pensa em dinheiro, o bicheiro corrupto e o marqueteiro “enrolão”. Completa o projeto cênico as várias referências aos folguedos populares, principalmente o bumba-meu-boi.
A encenação transborda em alegria, graças ao espírito de festa com o qual o elenco se apresenta. Há um aproveitamento perfeito dos elementos cenográficos e adereços, com destaque para as máscaras usadas pelos atores que se revezam em diversos papéis. Outro dado importante é a maneira como a encenação introduz elementos da contemporaneidade – um número de funk, referências a comerciais e programas televisivos – evitando um engessamento e um purismo no trato com a cultura popular, mostrando que tradição e modernidade podem estabelecer um diálogo enriquecedor. E foi muito interessante, na apresentação do Coque, quando o grupo incorporou na encenação o espanto provocado pela passagem de um helicóptero sobre o Coque.
Além disso, tanto a coreografia das danças quanto a música ao vivo com sons de rabeca, bandolim e instrumentos de percussão emprestam ao espetáculo uma aura de festa popular, proporcionando uma proximidade maior com a plateia. Mesmo assim, embora Flor de Macambira tenha arrancado risos e aplausos calorosos, sentimos falta de uma melhor integração dos protagonistas Isadora Feitosa, como Catirina, e Winsthon Aquilles, no papel de Mateus, com os espectadores. Eles são bons intérpretes e atuam com desenvoltura, mas parecem ainda um pouco tímidos no contato direto com o público.
Na apresentação do Coque, em alguns momentos, houve ainda certa dificuldade para ouvirmos os diálogos, em parte provocado pelo ruído circundante em virtude da proximidade do viaduto da Joana Bezerra, mas também por necessidade de um melhor trabalho de voz com o elenco. Estes detalhes, todavia, de forma alguma macularam a apresentação do Ser Tão, um grupo dono de uma vitalidade ímpar e uma indiscutível dedicação a arte de encenar. Vê-los em cena é comovente e reconfortante por constatarmos que a crença no poder transformador da arte é uma utopia ainda possível.
UNIVERSIDADE
FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO
DE LETRAS E ARTES
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Título:
A dinâmica da Palavra na
Dramaturgia de Joaquim Cardozo: inter-relações entre o espaço da escrita e o
espaço da cena
Por:
ANA
CAROLINA DO RÊGO BARROS PAIVA
Orientadora:
Profa . Dra EVELYN FURQUIM WERNECK LIMA
Rio
de Janeiro-RJ
Março
de 2009
O Coronel de Macambira
Sérgio Ricardo
ABERTURA
Bumba!
Meu Boi, bumbá!
Cavalo
marinho
Vem
vem que vem dançando
Bem
devagarinho
Cavalo
marinho
De
donde é que vem
Das
praias de longe,
Das
terras de além?
Bumba!
meu boi, bumbá!
Que
vem de chegar
Cavalo
marinho
Das
bandas do mar.
AEROMOÇA
Pastora
sou de pastores
Baliza
dos ventos frios
Pastora
sou de aeronaves
Farol
guiando os navios
Que
, aos portos de Além do Além
Levam
seus porões vazios
Pastora
sou de aeronaves
Baliza
dos ventos frios
JARDIM
DO CÉU
Jardim
do céu, do céu
Rosa
branca, rosa breve
Jardim
de plantas de nuvens
Jardim
de nuvens de neve
Asas
livres, asas leves
Voando
no céu distante
Asas
de um homem que aprende
Liberdade
a cada instante
Jardim
do céu, do céu
Jardim
do céu
Jardim
do céu, do céu
Jardim
do céu
SOLDADO
Marchando
vem pela estrada
Batendo
as botas reiúnas
O
soldado
O
soldado
O
soldado da coluna
Avançando
pela estrada
Sob
o sol e sob as chuvas
Marchou
muitas, muitas léguas
E
venceu em Catanduvas
Subindo
serras, descendo
Abrindo
largas estradas
Nem
mesmo ser reunidos
Trabalhador
e soldado.
BICHEIRO
Mas
é seu Tenório
Bicheiro
da vila
Com
seu criatório
Esperto
e finório,
Trazendo
seus bichos
Aí
está seu Tenório!
Agora
o casório
Mateus-Catirinha
-
Um par de simplórios!
Não
é mais ilusório…
Esperto
e finório,
Trazendo
seus bichos
Aí
está seu Tenório!
BICHOS
DAS NOITES
São
muitas horas da noite
São
horas do bacurau
Jaguara
avança dançando
Dançam
caipora e babau
Au,
au, au…au
Festa
do medo, do espanto
De
assambrações um sarau
Furando
o tronco da noite
Um
bico de pica-pau
Au,
au, au…au
Andam
feitiços no ar
De
um feiticeiro marau
Mandingas
e coisas feitas
Do
Xangô de Nicolau
Au,
au, au…au
Medo
da noite escondido
Nos
galhos de um pé de pau
A
toda dança acompanha
Tocando
o seu berimbau
Au,
au, au…au
Um
caçador esquecido
Que
espreita de alto girau
Não
vê cotia nem paca
Só
vê jaguara u babau
Au,
au, au,…au
Medo
da noite, caveira
Na
ponta de um varapau
Há
um pio longo, agourento
-É
mãe da lua, urutau
Au,
au, au…au
junto
da grande coité
onde
prepara um mingau
mexe
e remexe, mexendo
a
sombra de galalau
Au,
au, au…au
E
um braço morto, invisível
Atira
nagua um calhau
E
as águas giram seus discos
Até
um funil de um perau
Au,
au, au…au
Finge
que fuma e defuma
Fumando
seu catimbau
Medo
da noite com o rosto
Pintado
de colorau
Au,
au, au…au
Numa
cangalha navegam
Como
se fosse uma nau
E
içando as velas, mortalhas
Passam
jaguara e babau
Au,
au, au…au
Montando
um porco do mato
Como
se fosse um quartau
Caipora
vai perseguindo
O
jacaré ururau
Au,
au, au…au
Alguém
soluça e lamenta
Todo
esse mundo tão mau
Bicando
a sombra da noite
Pinica
e pinica o pau
Au,
au, au…au
Alguém
no rio agoniza
No
rio que não dá vau
Alguém
na sombra noturna
Morreu
no fundo perau
Au,
au, au…au
CAIU
CAIU
Caiu
caiu
Em
terra ausente
Dos
seus mais justos senhores
Terra
que fugiu das mãos
Dos
mais simples lavradores
Caiu
Da
flor a semente
Não
do fruto em noite escura
Semente,
verde semente
Que
um dia será madura.
COBRA
Vem
o sol nascendo
Quando
a morte passa
Parece
dormir
Num
chão de palha
Cascavel
terrivel
Cascavel
chocalha
Cobra
salamanta!
Cobra
coral!
O
gado mordido
Não
volta ao curral
Vem
o sol nascendo
Quando
a morte passa
É
surucucu
Pico-de-jaca
É
cobra tapete
É
a jararaca
Na
manhã nascente
Passa
na estrada
Jararacussu
Urutu
dourada
Vem
o sol nascendo
Quando
a morte passa
EMA
Gavião
quando peneira
Peneira
como urupema
Os
bichos que são velozes
Não
correm mais do que a ema
Correndo
campos, baixos
Com
matagis de jurema
Correndo
o curso dos rios
Não
correm mais do que a ema
Foge
medroso o covarde
Antes
as armas de um curema
As
nuvens da tempestade
Não
correm mais do que a ema.
ENGENHEIRO
Cuidado
com o engenheiro
Que
vem as terras medir
Ele
é mais que feiticeiro
Para
encantar e iludir
Seu
instrumento: uma aranha
Tecendo
vai os seus fios
E
sempre alguém se emaranha
Nos
seus desenhos vazios
Seu
instrumento é roleta
De
muitos mede a má sorte
Com
traços de linhas retas
Separa
a vida da morte
RETIRANTE
Daquele
lado o que vemos
É
uma figura de sombra
De
gestos, cinza e silêncio
Quem
de longe a vê se assombra
Por
terras secas, desertas
Parece
que é um retirante
Sentimos
sua tristeza
Tão
sem tempo e tão distante
FUI,
FUI, FUI
Fui,
fui, fui
Em
fuga fui, fugindo fui
Cocorobó
Patamoté
Massaracá
Geremoabo
Fui,
fui, fui
Em
fuga fui, fugindo fui
Vasabarris
Aracati
Tapicuru
Jacuruci
Fui,
fui, fui
Em
fuga fui, fugindo fui.
GURIATÃ,
CURIÓ
Guriatã,
curió
Oh!
patativa golada
Oh!
Meu galo de campina
Cantando
desde a alvorada
Sabiá
da mata, sabiá
Sabiá
gongá
Papa-capim,
pintassilgo
Oh!
Meu bem-te-vi passarinho
Saudando
quem vai passando
Ao
longe pelo caminho
Sabiá
da mata, sabiá
Sabiá
gongá
Oh!
Minha ave araponga
Ferreiro
deste sertão
Teu
canto bate na serra
Responde
o meu coração
Sabiá
da mata, sabiá
Sabiá
gongá
Cantadores
do Nordeste
Cantando
ao som do baião
Galopes
a beira-mar
E
os oito pés do quadrão
Sabiá
da mata, sabiá
Sabiá
gongá
Cantando
vamos ao longe
Pela
estrada do sertão
Cantando,
vamos cantando
Salvar
o boi e a nação
Sabiá
da mata, sabiá
Sabiá
gongá
MINHA
FLOR, MINHA TERNURA
Minha
flor, minha ternura
Meu
jardim de malmequeres
Meu
jardim de paquiviras
Teu
silêncio se estendeu
Nas
folhas das macambiras
Canário,
canário branco
Canário
branco
Teu
corpo ficou ferido
Teu
coração ficou preso
Nos
gravatás dos espinhos
Tua
voz se ttransformou
No
canto de um passarinho
Canário,
canário branco
Canário
branco
Teu
corpo se converteu
Na
sombra de um ramo seco
Ramo
simples de favela
Aonde
rompeu as asas
A
canarinha amarela
Canário,
canário branco
Caneario
branco
Eis
a sombra que restou
Da
bela fronde primeira
Quando
em sombras desfolhadas
Arrastada
pelo vento
Se
perdeu na ribanceira
Canário,
canário branco
Canário
branco.
MORTE
DO BOI
O
meu boi morreu
Meu
boi surubim
Que
comprei na feira
De
Belo-Jardim
Agora
na vida
Que
será de mim
Sem
meu boi ponteiro
Meu
boi surubim
Morreu,
meu boi, morreu
Meu
boi surubim
Sou
pobre de tudo
Sou
pobre de mim.
O
AVIÃO
O
avião, o avião, a avião caiu
Um
luz no céu passar eu ví
O
avião, o avião, o avião caiu
Na
serra de Comunati
Ouvi
passar Rasga-Mortalha
Ouvi
cantar Pitiguari
O
avião, o avião, o avião caiu
Na
serra de Comunati.
O
DOUTOR
Vem
o doutor, vem trazendo
Sua
seringa na mão
E
às vezes, mesmo, benzendo
Quando
não há salvação
Ai
doutor!
Ai
doutor!
Pastilhas,
pós e pomadas
Emplasto,
unguento e xarope
Tantas
meizinhas usadas
Que
a morte foge a galope
Ai
doutor!
Ai
doutot!
Cura
os que vão pela vida
Das
tripas desarranjadas
Cura
a espinhela caída
A
califa e o mau olhado
Ai
doutor!
Ai
doutor!
O
BOI MORREU / TARDE VIM
O
boi morreu, tarde vim
Nem
mesmo pude saber
A
que verdade cedeu…
-Este
boi, de que capricho
de
que inocência morreu?
Do
sonho fiz um remédio
Que
cura as dores mais fortes
Que
dá consolo e esperança
Aos
que adormecem na morte.
O
boi morreu. Tarde vim
E
não lhe pude aplicar
O
meu mais certo saber:
Que
é o de dar um sonho à morte
Que
é o de ajudar a morrer.
PRODUTOR
Vem
na frente o produtor
Logo
após o economista
Mais
atrás com seu tambor
O
sagaz propagandista
Dizem
que são justiceiros
Produtores
de abundância
Na
verdade são coveiros
No
cemitério da infância
De
tamanhos produtores
Bem
se conhece o produto
Terras
secas, gado morto
Gente
faminta, de luto.
REVERENDO
Pelos
caminhos chegando
É
um padre que estou vendo
Daqui
lhe faço a pergunta
A
quem vem, seu reverendo?
Está
de batina branca
Pois
faz um calor
Tremendo
Assim
repito a pergunta:
A
que vem, seu reverendo?
SOU
FILHO DE PERNAMBUCO
Sou
filho de Pernambuco
Lá
das bandas de Carpina
Da
cana gosto do suco
Que
tem nome Monjopira
Eduquei-me
no trabuco
Matar
gente é minha sina
Nasci
também nesta terra
Que
o sol castiga e descora
-
terra de joaquim Nabuco -
Homem
de bem, homem certo
Que
era muito diferente
Desses
"nabucos" de agora
Há
muito que por aqui
Um
sanguesinho não há
Mas
pelo jeito parace
Que
as coisas vão melhorar
Pois
seu coronel Nonô
Acaba
de me chamar
Há
de ser briga valente
Com
muito sangue de gente
Vai
correr sangue de boi
E
ninguém há de sobrar
Pra
contar como é que foi.
TEMA
DO CAPITÃO
Saibam
todos os presentes
Que,
para aqui enviado,
No
meu cavalo marinho
Sou
capitão bem montado
Sou
conde condecorado
Com
a cruz do tempo e do ar
Capitão
de Altas Milícias
Cavaleiro
de Além Mar
Venho
aqui pela justiça
O
justo direito de dar
Venho
persequir os fortes
E
os fracos desagravar
Sou
conde condecorado
Senhor
de grande solar
Comigo
trago mandato
De
tudo remediar
Sou
conde condecorado
Com
a cruz do Tempo e do Ar
Sou
comandante das nuvens
Errante
no pelejar.
TEMA
DO VALENTÃO
Quem
é este que vem aí
Mais
forte que um arsenal?
Mais
perverso que valente
Mais
frio do que um punhal?
Vem
pela sombra do mato
Tocaia
encruzilhada:
E
a morte ronda os caminhos
Até
o raiar da madrugada
Composição:
Poemas de Joaquim Cardoso
Raulzito e os panteras - 1967
(álbum completo)
Publicado
em 13 de mar de 2013
Faixas:
1- Brincadeira 00:00
2- Por quê? Pra quê? 02:42
3- Um minuto mais 04:35
4- Vera verinha 06:21
5- Você ainda pode sonhar 08:20
6- Menina de amaralina 10:39
7- Triste Mundo 12:34
8- Dê-me tua mão 14:49
9- Alice Maria 17:27
10- Me deixe em paz 19:36
11- Trem 103 21:24
12- O dorminhoco 23:20
1- Brincadeira 00:00
2- Por quê? Pra quê? 02:42
3- Um minuto mais 04:35
4- Vera verinha 06:21
5- Você ainda pode sonhar 08:20
6- Menina de amaralina 10:39
7- Triste Mundo 12:34
8- Dê-me tua mão 14:49
9- Alice Maria 17:27
10- Me deixe em paz 19:36
11- Trem 103 21:24
12- O dorminhoco 23:20
Categoria
Música
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"O
Trem Cento E Três" por Raulzito E Os Panteras (Google Play • iTunes)
(1971) Raul Seixas - Sessão das Dez
Full Album
Publicado
em 2 de jun de 2013
Raul
Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989)
foi um cantor e compositor brasileiro, frequentemente considerado um dos
pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS durante sua
estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock
Brasileiro" e "Maluco Beleza". Sua obra musical é composta de 21
discos lançados em seus 26 anos de carreira e seu estilo musical é
tradicionalmente classificado como rock e baião, e de fato conseguiu unir ambos
os gêneros em músicas como "Let Me Sing, Let Me Sing"4.
Álbum: Sessão das Dez
Ano: 1971
numero de faixas: 12
Faixa 1: Eta Vida ( Original ) (00:05)
Faixa 2: Sessão Das Dez ( Original ) (02:43)
Faixa 3: Eu Vou Botar Pra Ferver ( Original ) (05:02)
Faixa 4: Eu Acho Graça ( Original ) (07:24)
Faixa 5: Chorinho Inconsequente (10:09)
Faixa 6: Quero Ir ( Original ) (12:04)
Faixa 7: Soul Tabarôa (14:17)
Faixa 8: Todo Mundo Está Feliz (16:57)
Faixa 9: Aos Trancos e Barrancos ( Original ) (19:46)
Faixa 10: Eu Não Quero Dizer Nada (22:09)
Faixa 11: Dr. Paxeco (25:11)
Faixa 12: Finale (28:15)
Álbum: Sessão das Dez
Ano: 1971
numero de faixas: 12
Faixa 1: Eta Vida ( Original ) (00:05)
Faixa 2: Sessão Das Dez ( Original ) (02:43)
Faixa 3: Eu Vou Botar Pra Ferver ( Original ) (05:02)
Faixa 4: Eu Acho Graça ( Original ) (07:24)
Faixa 5: Chorinho Inconsequente (10:09)
Faixa 6: Quero Ir ( Original ) (12:04)
Faixa 7: Soul Tabarôa (14:17)
Faixa 8: Todo Mundo Está Feliz (16:57)
Faixa 9: Aos Trancos e Barrancos ( Original ) (19:46)
Faixa 10: Eu Não Quero Dizer Nada (22:09)
Faixa 11: Dr. Paxeco (25:11)
Faixa 12: Finale (28:15)
Categoria
Música
Raul Seixas - Metrô linha 743 -
1984 (álbum completo)
Publicado
em 16 de set de 2013
Faixas:
1 - Metrô Linha 743 00:00
2 - Um Messias Indeciso 02:48
3 - Meu Piano 07:42
4 - Quero Ser O Homem Que Sou (Dizendo A Verdade) 11:10
5 - Canção Do Vento 15:51
6 - Mamãe, Eu Não Queria 18:43
7 - Mas I Love You (Pra Ser Feliz) 22:56
8 - Eu Sou Egoísta 26:37
9 - O Trem Das Sete 29:46
10 - A Geração Da Luz 33:04
1 - Metrô Linha 743 00:00
2 - Um Messias Indeciso 02:48
3 - Meu Piano 07:42
4 - Quero Ser O Homem Que Sou (Dizendo A Verdade) 11:10
5 - Canção Do Vento 15:51
6 - Mamãe, Eu Não Queria 18:43
7 - Mas I Love You (Pra Ser Feliz) 22:56
8 - Eu Sou Egoísta 26:37
9 - O Trem Das Sete 29:46
10 - A Geração Da Luz 33:04
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"Metrô
743" por Raul Seixas (Google Play • iTunes)
Mamãe Eu Não Queria
Raul Seixas
Larga
dessa cantoria menino
Música
não vai levar você lugar nenhum
Peraí
mamãe, guenta aí
Mamãe,
eu não queria
Mamãe,
eu não queria
Mamãe,
eu não queria
Servir
o exército
Não
quero bater continência
Nem
pra sargento, cabo ou capitão...
Composição:
Raul Seixas · Esse não é o compositor? Nos avise.
Enviada
por Ivan, Legendado por Edu
“Se me perguntassem: o que
distingue o grande poeta? Eu responderia: Ser capaz de fazer um poema
inesquecível. O poema que adere à nossa vida de sentimento e de reflexão,
tornando-se coisa nossa pelo uso. Para mim, Joaquim Cardozo, entre os muitos
títulos de criador, se destaca por haver escrito o longo e sustentado poema A
Nuvem Carolina que é uma das minhas companheiras silenciosas da vida."
Carlos Drummond de Andrade
A NUVEM CAROLINA
No
alpendre da casa de um antigo sítio
Onde
morei por longo tempo – longos trabalhos –
Todas
as manhãs eu vinha ver o dia
Que
sobre as cajazeiras, longe, amanhecia.
Ao
lado, ao alto permaneciam. . . entre-havia
Dois
morros de matas virgens coroados.
Na
abertura desses montes, sempre aparecia,
Na
mesma posição, na mesma hora matutina,
Uma
nuvem cor-de-cinza e leve bruma,
Com
fímbrias e vestígios cor-de-ouro;
–
Uma nuvem ficava entre os dois capões do mato
Por
alguns quantos de tempos,
Por
alguns modos de sombras temporais.
Uma
vez tive a impressão que ela me acenava,
Me
fazia, e tanto me fazia, em mímica, sinais:
–
Gestos de fuga, de fraga, de fronde e curso d'água –
Símbolos
de uma linguagem nova quase toda indecidível;
Não
compreendi, a princípio, aquilo, o que nela significava,
Mas
senti que eram gestos, e gestos são palavras.
Da formalização dos gestos da Natureza
Pode
nascer sempre uma linguagem.
Resolvi
subir o morro pela beira do corgo,
Plantado
de jaqueiras novinhas.
E
fui caminhando até junto da abertura das matas
Onde
a formosa nuvem de cinza e ouro
Me
aguardava. Perto cheguei.
Como
numa só voz os gestos se fundiram,
A
mim aderiram, a mim se ajustaram (juntos/disjuntos)
A
mim se advinharam,
E
enfim disseram em voz nevoenta:
–
Estou cansada de ser um vôo,
Um
vôo viúvo de uma asa; desejava ter
Comigo
a asa. . . uma asa que fugisse, que batesse,
Que
vibrasse no ar com um som. . .
–
E eu lhe disse: – Por que apenas uma asa?
Podias
ter/ser um ramo, um ramo de flores.
Um
ramo de folhas verdes e sobreverdes,
Ramo
de uma árvore das mais belas desta mata.
–
E ela: – Ah! Quem me dera!
Me
vestir de amarelo nos dias de Pau D'Arco,
Me
vestir de roxas sucupiras nos momentos dos ares tristes.
Quem
me dera!
–
Voltei a dizer-lhe: – E por que não um animal?
Um
animal que exprimisse os atos da asa?
Ou.
. . mesmo qualquer um outro do teu agrado?
–
Ela: – Sim, seria bom, gostaria de ser uma garça
Que
é, só e toda, uma asa. Mas, poderia ser uma ovelha
Pastando
o dia todo nos deslizes das colinas
Ou
uma novilha já no momento da necessidade
Do
amor. Podia ser uma novilha amorosa.
–
De súbito me veio a pergunta: – E uma mulher?
Nunca
pensaste em ser uma mulher?
Senti
que a nuvem, toda em gestos de fraga e curso d'água,
Me
transmitiu uma expressão de espanto.
Uma
expressão de extrema. . . extrema o quê?
–
Perdi o contato com a linha dos seus gestos;
Mas
voltei a compreender logo em seguida.
Falou,
depois de algum tempo:
–
Pensei, sim, pensei muitas vezes
Mas,
por fim de tudo pensando, concluí
Que
mais valeria possuir de novo a asa:
Mulher
deste meu vôo. No meu pensamento,
Ser
árvore, ser ovelha, ou ser mulher
Que
valem? Todas morreram.
Todas
se perderam, todas me. . . esqueceram.
A nuvem se refere a uma anteépoca
Mais remota profunda da sua origem.
Com
essas palavras começou a se esconder
Por
detrás do morro, sem mesmo um gesto de despedido
[abandono.
–
Nuvem de ouro e cinza, se fosses mulher
Eu
te chamaria Carolina:
Carolina
se chamaram minha mãe e minha irmã.
Ambas,
há muito, faleceram,
Mas
eu, em ti, as saudaria todas as manhãs.
Com
as minhas últimas palavras, a nuvem
Levada
pelo vento, já se ocultara,
Como
em outros dias, por detrás da mata.
Desci
o corgo, pela sua margem de gramíneas,
Ao
longo, longo das jaqueiras novinhas;
Voltei
a casa, e dessa conversa, e mais de tudo, esqueci.
Tarde
da noite daquele dia, um vento forte: um sopro
[frio/forte,
Uma
chuva contínua e prolongada
Passaram
sobre o telhado; as bátegas bateram
Sobre
as telhas, como dedos num teclado.
–
O vento soando entre as ripas e os caibros,
Como
o ar nos tubos de um órgão. –
Era
uma chuva noturna, como muitas outras, e a sua música banal
Cantava
no silêncio dos ares campesinos.
–
Desperto, escutei toda a sua sinfonia. . .
Notei,
porém, que acompanhando o som da chuva, havia
Qualquer
coisa de choro e pranto malogrado.
De
inundado rumor de mágoa se envolvia,
Em
vento e chuva, a casa toda:
Como
se fosse objeto de sonho e de magia,
Pelos
ares da noite alguém chorava.
Enfim
passou a forte chuva, num adeus de aguaceiro
E
o silêncio voltou muito limpo e lavado.
Passou.
Tudo tornou ao sossego campestre.
–
Dormi até o fim da noite.
Na
manhã seguinte, como sempre, ao alpendre
Saí,
para ver o dia, para ver o dia,
Que
sobre as cajazeiras, longe, amanhecia.
Ao
lado, ao alto, entre morros, tudo era vazio:
A
nuvem cinza e ouro àquele dia amanhecia.
Ao
lado, ao alto, entre morros, tudo era vazio:
A
nuvem cinza e ouro àquele dia
Não
aparecera entre os capões do mato: não. não. não. . . não. . .
Em
todas as manhãs seguintes. . . sucessivas. . .
–
Nunca/não surgiu, surgiu nunca/jamais
Com
gestos de fuga e longo vôo.
–
Gestos de fraga, de fronde e curso d'água.
No
terreno liso da composição linear
Poderemos
fazer nascer, se quisermos
Algumas
árvores lógicas
Texto
extraído do blog do poeta Salomão Sousa:
http://www.safraquebrada.blogspot.com/
[ CARDOZO,
Joaquim ] MARX, Roberto Burle Marx; CARDOZO, Joaquim. O
Interior da Matéria – desenhos e poemas. Rio de Janeiro: Fontana,
1975. Direção artística Cecília Jucá e
Gastão de Holand. Inclui 20 gravuras e vinte poemas. Edição
de 500 exemplares
numerados de 1 a 500, assinados pelos autores, e 50 exemplares especiais
assinados e numerados de I a L, com uma litografia original de Burle Marx, cuja
tiragem foi executada no Atelier de Lithos – Edições de Arte Ltda. Os demais
exemplares tiveram os textos impresso em papel Kraft de 90 grs, e os desenhos
sobre papel nacional Feffer, 180 grs. Folhas soltas, acondicionamento em caixa
de papelão revestida de tecido. Col. A.M. (EE / LA)
II A DANÇA DOS CÍRCULOS
O
círculo circula, e em círculo dançando
Se
desfaz, se dissolve em vários andamentos.
Essa
dança relembra o Bharatanatyam
Essa
dança insinua o Kathakali
Essa
dança é gestojogralesco do Manipuri.
Quanta
dança sugerem no seu desdobramento
Esses
círculos se fazendo e refazendo?
—
Estaria perdida em meio dessas linhas
A
grande bailarina Shanta Rao?
Ou,
quem sabe? entre os círculos esteja
Lalitha,
com a perna estendida,
Dançando
o Bharatanatyam.
Ou
ainda um mímico compondo o IvlanÍpuri.
Nessas
evoluções circulares há passo e contrapasso
Há
saltos e ressaltos de Nijinski
Realizando
com seu génio
Os
bailados e os sonhos Diaghilew.
Todos
esses discos, todos esses círculos
Percorridos
pêlos pés dos dançarinos,
Invisíveis
e imprecisos,
Dão
a medida principal da partitura;
Dão
a música sonora feita em linhas,
Que
estremece na mais sutil das harmonias:
O
equilíbrio entre o som e o movimento.
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/joaquim_cardozo.html
Posfácio
A
composição deste Bumba-meu-boi representa a realização de um projeto que há
muito tempo me prometi, pois, sempre considerei vivo e atuante este gênero de
teatro popular brasileiro; a sua decadência, o seu deperecimento correspondem,
apenas, a estes mesmos sintomas de declínio na vitalidade, e nas condições
econômicas do próprio povo pela observação direta, em mais de cinqüenta, dos
sessenta e muitos anos que já vivi.
Tomei
como base para compô-lo, a versão folclórica coligida pelo poeta Ascenso
Ferreira, e publicada nos números 1 e 2 de 1944, da revista Arquivos da
Prefeitura do Recife, não utilizei, entretanto, todas as figuras, mais ou menos
fixas, que fazem parte desse espetáculo. Trata-se, aqui, de uma obra inteiramente
original, no texto, mas obedecendo as regras características desse drama falado,
dançado e cantado – espécie de auto pastoril quinhentista, de onde, certamente,
proveio. Contrariando, também, o espírito dessa “brincadeira” popular, que dá
bom tratamento, apenas ao boi e aos seus vaqueiros, como assinala Téo Brandão,
dei relevo especial e simpático a três figuras, necessárias ao arremate, mais
ou menos apoteótico, freqüente em espetáculos desse gênero.
Este
trabalho estava praticamente concluído, quando me veio ao conhecimento, através
da revista Das Schönste, que o escritor japonês Yukio Mishima escrevera seis
nôs modernos. Trabalho, até certo ponto, semelhante ao que acabo de fazer, uma
vez que o nô é teatro, de tradição
popular para o Japão, como o Boi o é para o Nordeste brasileiro, como o nô, que
é texto, dança e canto, o Boi merece ao meu ver, ser revitalizado, reanimado,
como diversão e forma literária.
A
maioria das críticas e observações contidas nestes versos agora publicados
foram ouvidas e vividas: conheci na Baía da Traição, ao norte da Paraíba, um
chefe de cangaceiros que se chamava “Chico Fulô”, e de quem ouvi grande parte
das expressões contidas no papel do “Valentão”; na linguagem do Mateus,
Catirina e Bastião procurei transmitir a linguagem de certos tipos populares do
meu tempo, que usavam, em meio a expressões dialetais ou coloquiais, frases
como: “filosofia positiva”, “certeza física e matemática”, “estio sublime” e
muitas outras; esses tipos eram quase sempre oradores populares como “Bochecha”,
“Budião de Escama” e “Gravata Encamada” que procuravam imitar outros oradores
mais escolarizados freqüentes nos comícios políticos de então, oradores que,
naquele tempo, pretendiam ser sucessores de Joaquim Nabuco.
Se
estivéssemos, atualmente, num estágio avançado da arte cênica, certas figuras
deste Boi, como a cobra, a ema, os bichos da dança noturna etc. poderiam ser “elecmas”,
que, como é sabido, são os marionetes eletrônicos a que se refere Akakia Viala;
convém também observar aqui que o neguinho Bastião, quando põe o ouvido no
chão, adquire o sentido “cósmico” de ouvir-ver que lhe dá uma maneira quase
antiespacial de sentir as cousas advirto ainda que a dança dos “bichos da noite”
é uma dança de atmosfera, com o canto fazendo parte da mesma; a do boi uma
dança de situação, exprimindo o regozijo do dia de Natal e a do cavalo-marinho,
que acompanha toda a peça, uma dança coral, como, em geral é uma espécie de
coro, o canto das cantadeiras.
JOAQUIM CARDOZO
EDIOURO/71392
COLEÇÃO PRESTÍGIO GRUPO COQUETEL
Let Me Sing, Let Me Sing
Raul Seixas
Uah-bap-lu-bap-lah-bein-bum!!!
Let
me sing, let me sing
Let
me sing my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go, say
Não
vim aqui tratar dos seu problemas
O
seu Messias ainda não chegou
Eu
vim rever a moça de Ipanema
E
vim dizer que o sonho
O
sonho terminou
Eu
vim rever a moça de Ipanema
Ei
dizer que o sonho
O
sonho terminou
Let
me sing, let me sing
Let
me sing my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go, say
Tenho
48 quilo certo
48
quilo de baião
Num
vou cantar como a cigarra canta
Mas
desse meu canto eu não lhe abro mão
Num
vou cantar como a cigarra canta
Mas
desse meu canto eu não lhe abro mão
Let
me sing, let me sing
Let
me sing my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go, say
Não
quero ser o dono da verdade
Pois
a verdade não tem dono, não
Se
o "V" de verde é o verde da verdade
Dois
e dois são cinco, n'é mais quatro, não
Se
o "V" de verde é o verde da verdade
Dois
e dois são cinco, n'é mais quatro, não
Let
me sing, let me sing
Let
me sing my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go, say
Num
vim aqui querendo provar nada
Num
tenho nada pra dizer também
Só
vim curtir meu rockzinho antigo
Que
não tem perigo de assustar ninguém
Só
vim curtir meu rockzinho antigo
Que
não tem perigo de assustar ninguém
Let
me sing, Let me sing
Let
me sing, my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go, go!
Let
me sing, Let me sing
Let
me sing, my rock'n'roll
Let
me sing, let me swing
Let
me sing my blues and go
Composição:
Nadine Wisner / Raul Seixas · Esse
não é o compositor? Nos avise.
Legendado
por Jonas
Raul Seixas: Let me sing, let me swing
Publicado
em 4 de abr de 2015
Lado
A do compacto “ Raul Seixas “ de 1972
Vinil Compacto 33 1/3 rpm
ESTEREO 6069 051 -A
Raul Seixas
A: Let me sing, let me sing 0:00
B: Teddy boy, Rock e brilhantina
Philips
Ficha Técnica:
Let me sing, let me sing ( Nadine Wisner / Raul Seixas )
Faixa " Teddy boy, Rock e brilhantina " no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ffl1g...
Vinil Compacto 33 1/3 rpm
ESTEREO 6069 051 -A
Raul Seixas
A: Let me sing, let me sing 0:00
B: Teddy boy, Rock e brilhantina
Philips
Ficha Técnica:
Let me sing, let me sing ( Nadine Wisner / Raul Seixas )
Faixa " Teddy boy, Rock e brilhantina " no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=ffl1g...
Categoria
Educação
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Música
"Let
Me Sing, Let Me Sing" por Raul Seixas (Google Play • iTunes)
manoel
ricardo de lima
joaquim
cardozo
:
um encontro com o deserto
Tese
de doutoramento apresentada por Manoel Ricardo de Lima ao curso de
Pós-Graduação em Literatura, linha de pesquisa Textualidades Contemporâneas,
área de concentração em Teoria Literária, Universidade Federal de Santa
Catarina, UFSC, sob orientação da Profª Drª Maria Lúcia de Barros Camargo, para
a obtenção do título de Doutor em Letras.
desterro,
2008
Referências
https://youtu.be/VDBlPsPf6Gc
https://youtu.be/qUuN8ZEKq1o
https://youtu.be/B__XxEYgmmk
http://www.sertaoteatro.com.br/flor/downloads/programa.pdf
https://youtu.be/ec9lmmm0xkQ
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP8PHfG5huEWHLrAl2l4lTS6AQ_n01dxbILy7zZKPGoi69Ha50djwLlNR5BvC8rmz-aQp0-Yg_1QvYs-kcvftOHzVmkF9pt8_tZBdWqEjv7qqHKNXFfovyJXQcgA-8JRX5-VUJT79f4GPq/s1600/macambira.jpg
http://15frtn.blogspot.com.br/2012/11/olhares-criticos-flor-de-macambira.html
http://livros01.livrosgratis.com.br/cp091029.pdf
https://www.letras.mus.br/sergio-ricardo/909459/
https://youtu.be/W_pV1atHNyY
https://youtu.be/5DKhYwvE_Yo
https://youtu.be/pOKmSHzxusc
https://youtu.be/gumba6xHY9k
https://www.letras.mus.br/raul-seixas/99097/
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/img/joaquim_cardozo3.jpg
http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/img/joaquim_cardozo4.jpg
https://youtu.be/LbykKQkY5J0
https://www.youtube.com/watch?v=LbykKQkY5J0&feature=youtu.be
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/90919/251406.pdf?sequence=1
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