Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos.
As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Asilo amigo a amigo
“MEMENTO,
HOMO, QUIA PULVIS ES ET IN PULVEREM REVERTERIS.”
“Lembra-te,
ó homem, de que és pó e ao pó hás de voltar.”
Marcha fúnebre - Chopin
2
de fev de 2012
ALFREDO STROESSNER - Arte Tumular
- 687 - Cemitério de Brasilia, Brasilia, DF, Brasil ARTE TUMULAR
Base tumular em mármore no gramado do cemitério, com uma placa de bronze com o
seu nome e datas Local: Cemitério de Brasilia, Brasilia, DF, Brasil
Descrição tumular: Helio Rubiales PERSONAGEM Alfredo Stroessner Matiauda
(Encarnación, 3 de novembro de 1912 — Brasília, 16 de agosto de 2006) foi um
político, general de exército e presidente do Paraguai entre 1954 e 1989.
Morreu aos 93 anos de idade. BIOGRAFIA Stroessner nasceu em Encarnación, cidade
à beira do Rio Paraná, na fronteira com a Argentina. Seu pai, Hugo, trabalhava em
uma cervejaria e era imigrante alemão, natural de Hof an der Saale, Baviera;
sua mãe, Heriberta Matiauda, era paraguaia. Seu sobrenome pode ser escrito
Stroessner, Strössner ou Strößner. Com dezessete anos, Stroessner entrou no
exército e se tornou tenente dois anos depois. Lutou na Guerra do Chaco contra
a Bolívia em 1932 e nos anos subseqüentes subiu rapidamente nas patentes. Em
1948 ele atingiu a patente de general-de-brigada e se tornou o general mais
jovem na América do Sul. Stroessner tornou-se comandante do exército paraguaio
e em 1954 alcançou o posto de general-de-divisão, tirando Federico Chávez da
presidência com um golpe de estado militar. Stroessner tornou-se presidente e
foi reeleito, em pleitos marcados pela fraude, por 7 mandatos consecutivos (em
1958, 1963, 1968, 1973, 1978, 1983 e 1988), desfrutando por 35 anos do mais
longo governo na América Latina, no século XX, depois de Fidel Castro. Como
presidente, Stroessner foi um líder que trabalhava até à madrugada e se diz que
nunca tirou férias em seu governo, assim como que teria defendido tenazmente os
interesses norte-americanos, até o momento em que começou o boicote de Ronald
Reagan a seu regime. Foi muito respeitado por sua política de pagamento da
dívida externa. Também demonstrou muita simpatia pelos ex-nazistas, tendo dado
a vários deles asilo no país, inclusive ao dr. Josef Mengele, o que rendeu a
Stroessner muitas críticas. A cidade de Porto Flor de Lis foi renomeada Porto
Stroessner em sua honra mas, em 1989, foi renomeada Cidade do Leste. Em 1989,
após 35 anos de governo, Stroessner foi derrubado por um golpe de Estado,
liderado pelo general Andrés Rodríguez, seu co-sogro, sendo expulso para o
Brasil, onde viveu exilado até sua morte. MORTE Stroessner morreu em 16 de
agosto de 2006, em Brasília , em 93 anos de idade. A causa imediata da morte
foi um acidente vascular cerebral . Ele vinha sofrendo de pneumonia depois de
passar por uma operação de hérnia. O governo do Paraguai rejeitou
antecipadamente qualquer sugestão para honrar o falecido presidente no Paraguai
Fonte: pt.wikipedia.org Formatação: Helio Rubiales Share| Postado por hrubiales
às 12:19 AM Marcadores: .PRESIDENTE, .Presidente ' Alfredo Stroessner Local:
Cemitério - Brasília, DF, Brasil
Poder sem pudor
General eleitor
O
general Costa Cavalcante, que nunca escondeu sua ambição política, era
presidente da Itaipu Binacional e mandou pendurar na parede as fotos do general
João Figueiredo e do ditador do Paraguai, Alfredo Stroessner. Um auxiliar o
surpreendeu contemplando os ídolos:
-
O que há general?
-
Nada, meu filho. É que estou pensando numa coisa: se dependesse daquele ali, eu
seria presidente da República.
-
O sr. se refere ao general Figueiredo, naturalmente...
-
Estou me referindo ao general Stroessner. Ele é muito meu amigo...
Deposto,
Stroessner se refugiaria em Brasília, onde mora até hoje.
O
governo brasileiro decidiu manter silêncio sobre a morte do ex-presidente
paraguaio, general Alfredo Stroessner, exilado político no Brasil desde 1989.
A
assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não vai divulgar nenhuma nota a respeito.
O
silêncio deve ser mantido também no Ministério das Relações Exteriores, que
até o fim da tarde desta quarta-feira ainda não havia decidido se pronunciar
sobre a morte.
Apesar
da vida reclusa do general paraguaio, que vivia em Brasília numa casa às
margens do Lago Paranoá e segundo vizinhos raramente era visto fora de casa,
o asilo causou um certo constrangimento nos círculos políticos brasileiros. O
asilo é concedido pelo presidente da República, e só pode ser revogado no
caso de o beneficiado se envolver na política interna do país onde está
vivendo.
O
professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), José
Flávio Saraiva, diz que apesar de ter sido um caudilho na política interna
paraguaia, Stroessner sempre foi um amigo do Brasil. “Ele foi amigo do Brasil
na ditadura e foi amigo na (nossa) democracia”, afirma.
Ele
lembra que a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, na divisa entre os
dois países, só foi possível graças ao bom relacionamento entre os dois
países. A usina até hoje garante boa parte do orçamento paraguaio e permitiu
que o Brasil desenvolvesse sua indústria na região Sul-Sudeste sem receio de
desabastecimento.
Saraiva
considera natural o silêncio do governo brasileiro. “Vão falar o quê? Morreu
um caudilho de uma ditadura de uma época em que havia uma ditadura aqui
também”, diz ele.
O
asilo político foi concedido a Stroessner em 1989. Desde então, outros
ex-presidentes latino-americanos já passaram pelo país, mas Stroessner foi o
único que permaneceu tanto tempo.
Com
sua morte, só permanece no Brasil o filho, Gustavo, alvo de mandado
internacional de prisão e que será preso se entrar em território paraguaio.
Nesta quarta-feira, ele negociava com o governo uma anistia temporária de 24
horas para poder participar do enterro do pai, se o corpo for realmente
levado ao Paraguai.
O
local do enterro ainda não estava definido. De acordo com a embaixada do
Paraguai em Brasília, o governo já afirmou que se o pedido de traslado do
corpo for feito, será atendido como se ele fosse um cidadão paraguaio comum.
Mas
o presidente Nicanor Duarte Frutos já decidiu que Stroessner não será
recebido no Paraguai com honras, apesar da pressão de parte do Partido
Colorado para que ele seja homenageado no país.
Do
Paraguai, já buscaram refúgio no Brasil o ex-presidente Raúl Cubas e general
Lino Oviedo. No ano passado, o ex-presidente do Equador Lucio Gutierrez,
deposto num golpe, fugiu para o Brasil, mas desistiu do pedido de asilo
político e resolveu voltar para o Equador.
Poder
sem pudor: histórias de folclore, talento e veneno na política ...
2001
- Political Science
O general Costa Cavalcante,
que nunca escondeu sua ambição política, era ... fotos
do general João Figueiredo e do ditador do Paraguai,
Alfredo Stroessner.
Eduardo
Davis Brasília, 16 ago (EFE) - Cinco pequenos ramalhetes de flores em cima do
túmulo do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner em Brasília eram hoje os
únicos indícios do primeiro aniversário da morte do homem que governou o
Paraguai com mão de ferro por 35 anos.
Stroessner, um dos dirigentes mais poderosos da América do Sul entre as
décadas de 50 e 80, morreu há um ano em Brasília, onde vivia no exílio desde
fevereiro de 1989, quando o regime que dirigia desde 1954 caiu.
Filho de um imigrante alemão e de uma camponesa paraguaia, Alfredo Stroessner
Matiauda chegou ao poder aos 41 anos. No Governo, moldou a Constituição e as
leis de acordo com seus interesses e conseguiu ser reeleito a cada cinco
anos, sempre com votações esmagadoras e manipuladas.
O regime do ditador foi marcado por mortes e desaparecimentos, cujas
magnitudes nunca foram medidas, e terminou em 3 de fevereiro de 1989, quando
foi substituído pelo ex-general Lino Oviedo, em meio a um golpe de Estado
comandado pelo sogro de Stroessner, o general Andrés Rodríguez, já morto, que
depois foi presidente do Paraguai.
O dirigente paraguaio se exilou então em Brasília, que foi durante muitos
anos o destino de peregrinações políticas. Grandes líderes do Partido
Colorado viam no general um tipo de conselheiro e, ao mesmo tempo, a
esperança de um retorno da ditadura que nunca se realizou.
No entanto, hoje, um ano após sua morte, poucos parecem se lembrar do general.
Em cima do túmulo singelo, situado no lote 3473, do setor A da quadra 701 do
cemitério Campo da Esperança, havia hoje apenas dois simples ramalhetes de
rosas, dois de begônias e um de margaridas.
Os cinco ramos anônimos, sem legendas ou frases, foram colocados em ordem ao
redor de uma pequena lápide de mármore que possui apenas uma placa com seu
nome e uma imagem de Jesus Cristo.
A solidão do túmulo hoje era semelhante à vivenciada pelo ditador paraguaio
em sua mansão no dia em que morreu, quando poucos amigos e parentes foram a
Brasília para dar o último adeus.
Seu neto e herdeiro político Alfredo "Goli" Stroessner manifestou
na época o desejo de um dia ver o avô general sepultado na cidade de
Encarnación, no Paraguai, fronteira com a Argentina, onde o líder paraguaio
nasceu em 3 de dezembro de 1912.
No entanto, disse que a família decidiu enterrá-lo em Brasília para evitar
"problemas políticos".
O neto de Stroessner também deu a entender que outra razão era que o Governo
do presidente Nicanor Duarte não aceitaria que o ex-ditador fosse enterrado
com honras de chefe de Estado.
"Que haja honras ou não é uma decisão política tomada por um Governo e
que, mais tarde, saberá o quanto custará", disse "Goli" em tom
de desafio, horas depois da morte do avô.
A mansão na qual Stroessner viveu em seus 17 anos de exílio e ostracismo em
Brasília, fica no Lago Sul, zona nobre da capital federal, e continua sendo
ocupada por Gustavo Adolfo, ex-coronel de aviação e um dos três filhos que o
ex-ditador teve com Eligia Mora, que morreu em Assunção em fevereiro de 2006.
O mais velho dos filhos do general foi o único que permaneceu com o pai
durante o exílio. Ele ainda não pôde retornar ao Paraguai, onde é processado
por corrupção.
Em Brasília, ele vive a mesma vida discreta que o pai teve e respeita com
todo rigor o silêncio político imposto pela condição de exilado.
Segundo fontes do cemitério Campo da Esperança, Gustavo Adolfo teria colocado
um dos cinco ramos de flores que havia hoje em cima do túmulo do general.
Os outros quatro buquês, assim como quatro das sete coroas enviadas no
funeral de Stroessner no dia de seu enterro, em 16 de agosto de 2006, também
eram anônimos.
A DITADURA POLÍTICA PARAGUAIA
ATRAVÉS DA OBRA DE AUGUSTO ROA BASTOS
Ariane Dias Teixeira Leite
Defassi1
Eliane Dávilla Sávio2
Resumo:
O escritor Augusto Roa Bastos é um dos mais importantes representantes da
literatura Paraguaia e sua obra guarda relação com a questão da ditadura
imposta no país durante muitos anos, possivelmente, tal temática em seus
escritos tenha sido em razão de ter sido vitimado pela ditadura que impôs-lhe
o exílio durante muitos anos. Suas obras, em especial o romance Yo El
Supremo, se relaciona diretamente com a história e a literatura
latino-americana, e em muitos momentos é possível constatar as vozes dos
ditadores, especialmente de José Gaspar Rodriguez de Francia, pessoa que, por
ter exercido um governo autoritário nos primeiros anos do país, é na visão de
muitos, o responsável pelas barreiras sociais e econômicas que o país sofre
ainda nos dias atuais. Foram governos ditatoriais e tirânicos que dominaram o
país até o último, Alfredo Stroessner, que teve sua derrocada através de um
golpe político em 1989. A partir disso, a importância do presente estudo é
comprovar que a literatura mantém uma estreita relação com a política na revisão
da história de um país. Palavras-chave: Ditadura. História. Literatura.
Paraguai. Política.
Resumen:
El escritor Augusto Roa Bastos es uno de los representantes más importantes
de la literatura paraguaya y su trabajo está relacionado con la cuestión de
la dictadura impuesta en el país desde hace muchos años, posiblemente este
tema en sus escritos se debió haber sido víctima de la dictadura que impuso
exilio durante muchos años. Sus obras, especialmente la novela Yo el Supremo,
se relaciona directamente con la historia y la literatura latinoamericana, y
en muchos casos, se pueden ver las voces de los dictadores, especialmente de
José Gaspar Rodríguez de Francia, que, ejercio un gobierno autoritario em los
primeros años del país, es, en opinión de muchos, el responsable de las
barreras sociales y econômicas que el país aún sufre hoy. Fueron los
gobiernos dictatoriales y tiránicos que gobernaron el país hasta el último,
Alfredo Stroessner, quien tuvo su caída a través de un golpe político en
1989. A partir de esto, la importancia de este estudio es demostrar que la
literatura mantiene una estrecha relación con la política em revisión de la
historia de un país.
A
Sua Excelência o Senhor General-de-Exército Don Alfredo Stroessner Presidente
da República do Paraguai, Assunción. Senhor Presidente e ilustre Amigo: Ao
deixar o espaço aéreo paraguaio, retornando a meu País, tenho particular
satisfação em renovar a Vossa Excelência e à Senhora de Stroessner, ao
governo e ao povo paraguaios, os agradecimentos muito sinceros e calorosos de
Dulce, das autoridades que me acompanharam, e os meus próprios, pelas
inúmeras gentilezas que lhes ficamos a dever nestes dias memoráveis e,
especialmente, pela simpatia e pelo carinho de que fomos permanentemente cercados.
As conversações que mantivemos, o Tratado de Interconexão Ferroviária e os
demais instrumentos assinados durante minha grata estada em Assunção bem
demonstram o espírito que norteia as relações brasileiro-paraguaias e
testemunham as possibilidades, abertas aos nossos países, de desenvolver
ainda mais um relacionamento que pode e deve ser considerado exemplar. Não
poderíamos, Dulce e eu, neste momento, deixar de recordar o quanto nos
emocionou rever a nobre terra guarani, onde tivemos a ventura de passar uma
temporada tão feliz de nossa vida, durante a qual nos foi dado conhecer mais
de perto e admirar mais profundamente a grande Nação paraguaia. Rogo
apresentar nossos cumprimentos à Senhora de Stroessner e aceitar o abraço
reconhecido do amigo João Figueiredo 1
Presidência
da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de
Pessoas Coordenação – Geral de Documentação e Informação Coordenação de
Biblioteca
Excelentíssimo
Senhor Presidente da República do Paraguai, General-de-Exército don Alfredo
Stroessner: Vossa Excelência bem pode avaliar a emoção que experimento ao
pisar novamente o solo paraguaio, pátria de um povo altaneiro, generoso e
culto. Neste primeiro momento de minha visita oficial à República do
Paraguai, desejo saudar cordialmente a Nação irmã, na pessoa de Vossa
Excelência e na da Excelentíssima Senhora de Stroessner. Permita-me Vossa
Excelência expressar também, em meu próprio nome, no de minha mulher, e no
dos integrantes de minha comitiva, os inalteráveis sentimentos de amizade e
admiração dos brasileiros pelo fraterno povo guarani. Muito agradeço as
generosas palavras de boas-vindas com que Vossa Excelência acaba de me
receber. Elas atestam a fidalguia e a hospitalidade do povo paraguaio e
refletem a simpatia espontânea com que somos acolhidos neste país amigo.
Reencontro, nesta atmosfera impregnada de carinho, o mesmo ambiente em que
aqui se desenrolou período marcante de minha vida. Aprendi, então, a admirar
a alma paraguaia, em toda a sua complexidade e riqueza. E pude concluir que
as afinidades entre nossos povos eram o prenuncio e o fundamento sobre o
qual, um dia, haveria de erguer-se a colaboração harmoniosa entre nossas
nações. As esperanças daqueles dias transformaram-se na esplêndida realidade
de hoje. Graças à união consciente da vontade e dos esforços de nossos dois
povos, as aspirações e desejos de então puderam concretizar-se, no espaço de
tempo de nossas vidas, em formas exemplares de cooperação entre nações
soberanas — mas nem por isso menos amigas. ^ A potencialidade criadora de
nossos povos está simbolizada em obras ciclópicas, como Itaipu. Mas não se
exaurem aí as possibilidades de colaboração — às quais paraguaios e
brasileiros vimos dedi- cando o esforço fecundo dos nossos diplomatas e a
experiência dos nossos técnicos. Fertilizados pela boa vontade, e sazonados
na confiança no futuro de nossas pátrias, nossos dois governos estão prontos,
Senhor Presidente, a abrir novos caminhos e aproveitar a oportunidade que a
história nos oferece. Outros projetos — como o da Interconexão Ferroviária,
para o qual ora nos voltamos — atestam a dinâmica de nossas relações. Estão
eles em sintonia com esse grande movimento de progresso, que vemos com grande
satisfação em todos os setores da vida paraguaia, e que tende a acentuar-se
dia a dia. É com esses sentimentos de fraterna amizade e de admiração que
chego hoje à terra guarani. Sou extremamente reconhecido a Vossa Excelência,
Senhor Presidente, por esta oportunidade proporcionada por seu convite amá-
vel. Estou seguro de que nosso encontro contribuirá promissoramente para o
incremento, cada vez mais expressivo, das relações entre o Paraguai e o
Bíasil. Muito obrigado
Marcha
fúnebre - Chopin
ARTE TUMULAR Base tumular retangular em granito negro rústico nas laterais, sendo
que a base maior representa a parte frontal do túmulo e a outra a cabeceira
(lápide). O tampo, também de formato retangular, em granito negro polido
apresenta sobre a superfície, homenagens em letras de bronze. A lápide, em
formato irregular, apresentam um relevo circular de cristo em bronze. Na
parte central o nome e datas do presiudente. LOCAL:Cemitério São João
Batista, Rio de Janeiro Foto: Guilherme Primo Descrição Tumular:HRubiales
O
governo brasileiro decidiu manter silêncio sobre a morte do ex-presidente
paraguaio, general Alfredo Stroessner, exilado político no Brasil desde 1989.
A
assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não vai divulgar nenhuma nota a respeito.
O
silêncio deve ser mantido também no Ministério das Relações Exteriores, que
até o fim da tarde desta quarta-feira ainda não havia decidido se pronunciar
sobre a morte.
Apesar
da vida reclusa do general paraguaio, que vivia em Brasília numa casa às
margens do Lago Paranoá e segundo vizinhos raramente era visto fora de casa,
o asilo causou um certo constrangimento nos círculos políticos brasileiros. O
asilo é concedido pelo presidente da República, e só pode ser revogado no
caso de o beneficiado se envolver na política interna do país onde está
vivendo.
O
professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), José
Flávio Saraiva, diz que apesar de ter sido um caudilho na política interna
paraguaia, Stroessner sempre foi um amigo do Brasil. “Ele foi amigo do Brasil
na ditadura e foi amigo na (nossa) democracia”, afirma.
Ele
lembra que a construção da usina hidrelétrica de Itaipu, na divisa entre os
dois países, só foi possível graças ao bom relacionamento entre os dois
países. A usina até hoje garante boa parte do orçamento paraguaio e permitiu
que o Brasil desenvolvesse sua indústria na região Sul-Sudeste sem receio de
desabastecimento.
Saraiva
considera natural o silêncio do governo brasileiro. “Vão falar o quê? Morreu
um caudilho de uma ditadura de uma época em que havia uma ditadura aqui
também”, diz ele.
O
asilo político foi concedido a Stroessner em 1989. Desde então, outros
ex-presidentes latino-americanos já passaram pelo país, mas Stroessner foi o
único que permaneceu tanto tempo.
Com
sua morte, só permanece no Brasil o filho, Gustavo, alvo de mandado
internacional de prisão e que será preso se entrar em território paraguaio.
Nesta quarta-feira, ele negociava com o governo uma anistia temporária de 24
horas para poder participar do enterro do pai, se o corpo for realmente
levado ao Paraguai.
O
local do enterro ainda não estava definido. De acordo com a embaixada do
Paraguai em Brasília, o governo já afirmou que se o pedido de traslado do
corpo for feito, será atendido como se ele fosse um cidadão paraguaio comum.
Mas
o presidente Nicanor Duarte Frutos já decidiu que Stroessner não será
recebido no Paraguai com honras, apesar da pressão de parte do Partido
Colorado para que ele seja homenageado no país.
Do
Paraguai, já buscaram refúgio no Brasil o ex-presidente Raúl Cubas e general
Lino Oviedo. No ano passado, o ex-presidente do Equador Lucio Gutierrez,
deposto num golpe, fugiu para o Brasil, mas desistiu do pedido de asilo
político e resolveu voltar para o Equador.
Poder
sem pudor: histórias de folclore, talento e veneno na política ...
https://books.google.com.br/books?isbn=8575090216
2001
- Political Science
O general Costa Cavalcante,
que nunca escondeu sua ambição política, era ... fotos
do general João Figueiredo e do ditador do Paraguai,
Alfredo Stroessner.
DITADURA
NUNCA MAIS
Corrupção
na construção da usina de Itaipu pode ter motivado a morte do embaixador José
Jobim
16/08/2007
- 14h13
Um ano após sua morte, túmulo do general Stroessner no DF não recebe visitas
Eduardo
Davis Brasília, 16 ago (EFE) - Cinco pequenos ramalhetes de flores em cima do
túmulo do ex-ditador paraguaio Alfredo Stroessner em Brasília eram hoje os
únicos indícios do primeiro aniversário da morte do homem que governou o
Paraguai com mão de ferro por 35 anos.
Stroessner, um dos dirigentes mais poderosos da América do Sul entre as
décadas de 50 e 80, morreu há um ano em Brasília, onde vivia no exílio desde
fevereiro de 1989, quando o regime que dirigia desde 1954 caiu.
Filho de um imigrante alemão e de uma camponesa paraguaia, Alfredo Stroessner
Matiauda chegou ao poder aos 41 anos. No Governo, moldou a Constituição e as
leis de acordo com seus interesses e conseguiu ser reeleito a cada cinco
anos, sempre com votações esmagadoras e manipuladas.
O regime do ditador foi marcado por mortes e desaparecimentos, cujas
magnitudes nunca foram medidas, e terminou em 3 de fevereiro de 1989, quando
foi substituído pelo ex-general Lino Oviedo, em meio a um golpe de Estado
comandado pelo sogro de Stroessner, o general Andrés Rodríguez, já morto, que
depois foi presidente do Paraguai.
O dirigente paraguaio se exilou então em Brasília, que foi durante muitos
anos o destino de peregrinações políticas. Grandes líderes do Partido
Colorado viam no general um tipo de conselheiro e, ao mesmo tempo, a
esperança de um retorno da ditadura que nunca se realizou.
No entanto, hoje, um ano após sua morte, poucos parecem se lembrar do general.
Em cima do túmulo singelo, situado no lote 3473, do setor A da quadra 701 do
cemitério Campo da Esperança, havia hoje apenas dois simples ramalhetes de
rosas, dois de begônias e um de margaridas.
Os cinco ramos anônimos, sem legendas ou frases, foram colocados em ordem ao
redor de uma pequena lápide de mármore que possui apenas uma placa com seu
nome e uma imagem de Jesus Cristo.
A solidão do túmulo hoje era semelhante à vivenciada pelo ditador paraguaio
em sua mansão no dia em que morreu, quando poucos amigos e parentes foram a
Brasília para dar o último adeus.
Seu neto e herdeiro político Alfredo "Goli" Stroessner manifestou
na época o desejo de um dia ver o avô general sepultado na cidade de
Encarnación, no Paraguai, fronteira com a Argentina, onde o líder paraguaio
nasceu em 3 de dezembro de 1912.
No entanto, disse que a família decidiu enterrá-lo em Brasília para evitar
"problemas políticos".
O neto de Stroessner também deu a entender que outra razão era que o Governo
do presidente Nicanor Duarte não aceitaria que o ex-ditador fosse enterrado
com honras de chefe de Estado.
"Que haja honras ou não é uma decisão política tomada por um Governo e
que, mais tarde, saberá o quanto custará", disse "Goli" em tom
de desafio, horas depois da morte do avô.
A mansão na qual Stroessner viveu em seus 17 anos de exílio e ostracismo em
Brasília, fica no Lago Sul, zona nobre da capital federal, e continua sendo
ocupada por Gustavo Adolfo, ex-coronel de aviação e um dos três filhos que o
ex-ditador teve com Eligia Mora, que morreu em Assunção em fevereiro de 2006.
O mais velho dos filhos do general foi o único que permaneceu com o pai
durante o exílio. Ele ainda não pôde retornar ao Paraguai, onde é processado
por corrupção.
Em Brasília, ele vive a mesma vida discreta que o pai teve e respeita com
todo rigor o silêncio político imposto pela condição de exilado.
Segundo fontes do cemitério Campo da Esperança, Gustavo Adolfo teria colocado
um dos cinco ramos de flores que havia hoje em cima do túmulo do general.
Os outros quatro buquês, assim como quatro das sete coroas enviadas no
funeral de Stroessner no dia de seu enterro, em 16 de agosto de 2006, também
eram anônimos.
A
DITADURA POLÍTICA PARAGUAIA ATRAVÉS DA OBRA DE AUGUSTO ROA BASTOS
Ariane
Dias Teixeira Leite Defassi1
Eliane
Dávilla Sávio2
Resumo:
O escritor Augusto Roa Bastos é um dos mais importantes representantes da
literatura Paraguaia e sua obra guarda relação com a questão da ditadura
imposta no país durante muitos anos, possivelmente, tal temática em seus
escritos tenha sido em razão de ter sido vitimado pela ditadura que impôs-lhe
o exílio durante muitos anos. Suas obras, em especial o romance Yo El
Supremo, se relaciona diretamente com a história e a literatura
latino-americana, e em muitos momentos é possível constatar as vozes dos
ditadores, especialmente de José Gaspar Rodriguez de Francia, pessoa que, por
ter exercido um governo autoritário nos primeiros anos do país, é na visão de
muitos, o responsável pelas barreiras sociais e econômicas que o país sofre
ainda nos dias atuais. Foram governos ditatoriais e tirânicos que dominaram o
país até o último, Alfredo Stroessner, que teve sua derrocada através de um
golpe político em 1989. A partir disso, a importância do presente estudo é
comprovar que a literatura mantém uma estreita relação com a política na revisão
da história de um país. Palavras-chave: Ditadura. História. Literatura.
Paraguai. Política.
Resumen:
El escritor Augusto Roa Bastos es uno de los representantes más importantes
de la literatura paraguaya y su trabajo está relacionado con la cuestión de
la dictadura impuesta en el país desde hace muchos años, posiblemente este
tema en sus escritos se debió haber sido víctima de la dictadura que impuso
exilio durante muchos años. Sus obras, especialmente la novela Yo el Supremo,
se relaciona directamente con la historia y la literatura latinoamericana, y
en muchos casos, se pueden ver las voces de los dictadores, especialmente de
José Gaspar Rodríguez de Francia, que, ejercio un gobierno autoritario em los
primeros años del país, es, en opinión de muchos, el responsable de las
barreras sociales y econômicas que el país aún sufre hoy. Fueron los
gobiernos dictatoriales y tiránicos que gobernaron el país hasta el último,
Alfredo Stroessner, quien tuvo su caída a través de un golpe político en
1989. A partir de esto, la importancia de este estudio es demostrar que la
literatura mantiene una estrecha relación con la política em revisión de la
historia de un país.
Telegrama
do Senhor JOÃO FIGUEIREDO Presidente da República Federativa do Brasil ao
deixar o espaço aéreo paraguaio Em 11.04.80
A
Sua Excelência o Senhor General-de-Exército Don Alfredo Stroessner Presidente
da República do Paraguai, Assunción. Senhor Presidente e ilustre Amigo: Ao
deixar o espaço aéreo paraguaio, retornando a meu País, tenho particular
satisfação em renovar a Vossa Excelência e à Senhora de Stroessner, ao
governo e ao povo paraguaios, os agradecimentos muito sinceros e calorosos de
Dulce, das autoridades que me acompanharam, e os meus próprios, pelas
inúmeras gentilezas que lhes ficamos a dever nestes dias memoráveis e,
especialmente, pela simpatia e pelo carinho de que fomos permanentemente cercados.
As conversações que mantivemos, o Tratado de Interconexão Ferroviária e os
demais instrumentos assinados durante minha grata estada em Assunção bem
demonstram o espírito que norteia as relações brasileiro-paraguaias e
testemunham as possibilidades, abertas aos nossos países, de desenvolver
ainda mais um relacionamento que pode e deve ser considerado exemplar. Não
poderíamos, Dulce e eu, neste momento, deixar de recordar o quanto nos
emocionou rever a nobre terra guarani, onde tivemos a ventura de passar uma
temporada tão feliz de nossa vida, durante a qual nos foi dado conhecer mais
de perto e admirar mais profundamente a grande Nação paraguaia. Rogo
apresentar nossos cumprimentos à Senhora de Stroessner e aceitar o abraço
reconhecido do amigo João Figueiredo 1
Presidência
da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de
Pessoas Coordenação – Geral de Documentação e Informação Coordenação de
Biblioteca
Discursos
do Sr. JOÃO FIGUEIREDO, Presidente da República Federativa do Brasil, Por
ocasião de sua visita ao Paraguai Assunção, 9.4.80
Excelentíssimo
Senhor Presidente da República do Paraguai, General-de-Exército don Alfredo
Stroessner: Vossa Excelência bem pode avaliar a emoção que experimento ao
pisar novamente o solo paraguaio, pátria de um povo altaneiro, generoso e
culto. Neste primeiro momento de minha visita oficial à República do
Paraguai, desejo saudar cordialmente a Nação irmã, na pessoa de Vossa
Excelência e na da Excelentíssima Senhora de Stroessner. Permita-me Vossa
Excelência expressar também, em meu próprio nome, no de minha mulher, e no
dos integrantes de minha comitiva, os inalteráveis sentimentos de amizade e
admiração dos brasileiros pelo fraterno povo guarani. Muito agradeço as
generosas palavras de boas-vindas com que Vossa Excelência acaba de me
receber. Elas atestam a fidalguia e a hospitalidade do povo paraguaio e
refletem a simpatia espontânea com que somos acolhidos neste país amigo.
Reencontro, nesta atmosfera impregnada de carinho, o mesmo ambiente em que
aqui se desenrolou período marcante de minha vida. Aprendi, então, a admirar
a alma paraguaia, em toda a sua complexidade e riqueza. E pude concluir que
as afinidades entre nossos povos eram o prenuncio e o fundamento sobre o
qual, um dia, haveria de erguer-se a colaboração harmoniosa entre nossas
nações. As esperanças daqueles dias transformaram-se na esplêndida realidade
de hoje. Graças à união consciente da vontade e dos esforços de nossos dois
povos, as aspirações e desejos de então puderam concretizar-se, no espaço de
tempo de nossas vidas, em formas exemplares de cooperação entre nações
soberanas — mas nem por isso menos amigas. ^ A potencialidade criadora de
nossos povos está simbolizada em obras ciclópicas, como Itaipu. Mas não se
exaurem aí as possibilidades de colaboração — às quais paraguaios e
brasileiros vimos dedi- cando o esforço fecundo dos nossos diplomatas e a
experiência dos nossos técnicos. Fertilizados pela boa vontade, e sazonados
na confiança no futuro de nossas pátrias, nossos dois governos estão prontos,
Senhor Presidente, a abrir novos caminhos e aproveitar a oportunidade que a
história nos oferece. Outros projetos — como o da Interconexão Ferroviária,
para o qual ora nos voltamos — atestam a dinâmica de nossas relações. Estão
eles em sintonia com esse grande movimento de progresso, que vemos com grande
satisfação em todos os setores da vida paraguaia, e que tende a acentuar-se
dia a dia. É com esses sentimentos de fraterna amizade e de admiração que
chego hoje à terra guarani. Sou extremamente reconhecido a Vossa Excelência,
Senhor Presidente, por esta oportunidade proporcionada por seu convite amá-
vel. Estou seguro de que nosso encontro contribuirá promissoramente para o
incremento, cada vez mais expressivo, das relações entre o Paraguai e o
Bíasil. Muito obrigado
ARTE
TUMULAR Base tumular retangular em granito negro rústico nas laterais, sendo
que a base maior representa a parte frontal do túmulo e a outra a cabeceira
(lápide). O tampo, também de formato retangular, em granito negro polido
apresenta sobre a superfície, homenagens em letras de bronze. A lápide, em
formato irregular, apresentam um relevo circular de cristo em bronze. Na
parte central o nome e datas do presiudente. LOCAL:Cemitério São João
Batista, Rio de Janeiro Foto: Guilherme Primo Descrição Tumular:HRubiales
FRANCO,
Geisa Cunha. A política externa do governo Figueiredo: a abertura
democrática e o debate na imprensa: o Brasil entre os Estados Unidos, o
Terceiro Mundo e o eixo regional. 2008. 209 f. Tese (Doutorado em Relações
Internacionais)-Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
Resumo:
O
objetivo desta tese consiste em recuperar o debate que se travou na
imprensa a respeito da política exterior brasileira executada na gestão do
chanceler Ramiro Saraiva Guerreiro, durante o governo de João Batista
Figueiredo (1979-1985). O período abrange o processo de abertura política,
com o conseqüente declínio do regime militar, e o foco da pesquisa incide
em uma das conseqüências da democratização, a saber, a emergência das
manifestações da opinião pública sobre as decisões de política exterior.
Identificam-se as correntes de pensamento que se manifestavam nos jornais a
respeito desse tema, a forma como evoluíram, suas respectivas percepções da
inserção internacional brasileira, do modelo de estado desenvolvimentista e
da política exterior a ele associada, bem como da escolha dos parceiros
preferenciais brasileiros diante das transformações que se verificavam no
sistema internacional. Para tanto, priorizam-se três eixos de abordagem: as
relações do Brasil com os Estados Unidos, com o Terceiro Mundo e com a
Argentina. Demonstra-se, no debate realizado na imprensa, a percepção da
crise do modelo desenvolvimentista e a emergência de um modelo de inserção
em moldes liberais. _______________________________________________________________________________
ABSTRACT
This paper aims at resuming the debate, which was held in the press, on the
foreign policy followed by Foreign Minister Ramiro Saraiva Guerreiro during
João Batista Figueiredo’s term of office (1979-1985). That was the moment
of democratic opening with the consequent fall of the military regime and
the study focuses, more specifically, one of the consequences of
democratization, namely the emergence of public manifestations about
political decisions. From there, the intention is to identify the currents
of thought manifested in newspapers and investigate their perceptions of
the Brazilian international insertion, of the model of developing state and
the foreign policy associated to it, as well as of the choice of Brazilian
preferential partners before the transformations which were taking place in
the international system. The research prioritizes three approaches:
Brazilian relations with the United States, with the developing countries
(Third World) and with Argentina; and it try to show, by following the
debate, the perception of the Developmental State crisis and the rise of a
liberal model of insertion.
Informações
adicionais:
Tese
(doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Relações Internacionais,
2008.
O
Presente projeto de mestrado apresenta uma proposta de dissertação que visa
resgatar/registrar uma parte das da história da eleição do General de
Exército João Baptista de Oliveira Figueiredo. O Objetivo central desse
trabalho é fazer uma revisão bibliográfica de parte da história da eleição
presidencial ocorrida em 1978, buscando traçar uma relação das ações e as
estratégicas pensadas e utilizadas na época na qual influenciaram outras
eleições pós período eleitoral de 1978 e que já faziam parte da gama de
ferramentas utilizadas pelos candidatos aos cargos de presidente do brasil.
Palavras-chave:
Eleições
presidenciais - Brasil
João Baptista de Oliveira - Presidente da repúplica
marketing político, estratégia política
campanha politica
comunicação e política
comunicação social
RÊGO,
Andréia Oliveira. A ELEIÇÃO DE 1978:UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA DE PROPAGANDA
POLÍTICA SOBRE A ELEIÇÃO DO GENERAL DE EXÉRCITO JOÃO BAPTISTA DE OLIVEIRA
FIGUEIREDO. 2011. 104 f. Dissertação (Mestrado em Processo Comunicacionais)
- Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2011.
Viajou
para Assunção em 1955 na qualidade de membro da missão militar de instrução ao
Exército paraguaio, retornando em 1958.
Promovido
a major em abril de 1953, ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ECEME), passando a instrutor no ano seguinte. Viajou para Assunção em
1955 na qualidade de membro da missão militar de instrução ao Exército
paraguaio, retornando em 1958. Em novembro desse ano foi promovido a
tenente-coronel e passou a servir na 5ª Seção (relações públicas) do
Estado-Maior do Exército (EME), de onde saiu em 1960 para cursar a Escola
Superior de Guerra (ESG)
Promovido
a major em abril de 1953, ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do
Exército (ECEME), passando a instrutor no ano seguinte. Viajou para Assunção em
1955 na qualidade de membro da missão militar de instrução ao Exército
paraguaio, retornando em 1958. Em novembro desse ano foi promovido a
tenente-coronel e passou a servir na 5ª Seção (relações públicas) do
Estado-Maior do Exército (EME), de onde saiu em 1960 para cursar a Escola
Superior de Guerra (ESG). Em 1961, durante o curto governo de Jânio Quadros,
trabalhou sob as ordens do coronel Golberi do Couto e Silva no Conselho de
Segurança Nacional.
João
Batista de Oliveira Figueiredo nasceu no Rio de Janeiro, então Distrito
Federal, em 15 de janeiro de 1918, filho de Euclides de Oliveira Figueiredo e
de Valentina Silva Oliveira Figueiredo. Seu pai destacou-se na Revolução
Constitucionalista de 1932 como comandante das tropas rebeldes que operaram no
vale do rio Paraíba, fez cerrada oposição ao Estado Novo e foi eleito deputado
pelo Distrito Federal à Assembléia Nacional Constituinte de 1946 na legenda da
União Democrática Nacional (UDN). Seu irmão mais velho, Guilherme, lutou ao
lado do pai em 1932 e tornou-se conhecido no Brasil e no exterior como
teatrólogo. Outros dois irmãos, Euclides e Diogo, seguiram a carreira militar e
alcançaram o generalato. O primeiro comandou a 1ª Divisão de Exército (Vila
Militar) no Rio e o Comando Militar da Amazônia e o segundo comandou a Escola
de Comando e Estado-Maior do Exército, também no Rio.
Ingressou
em 1923 no Colégio Santa Teresa, onde fez os primeiros estudos. Dois anos
depois, transferiu-se para a Escola Nilo Peçanha e, em 1927, acompanhou a família
para Alegrete (RS), onde seu pai, recém-promovido a coronel, assumiu o comando
da 2ª Brigada de Infantaria. Em fins de 1928 obteve o primeiro lugar no
concurso para o Colégio Militar de Porto Alegre, que começou a cursar no ano
seguinte.
Oficial
legalista, Euclides foi preso em 3 de outubro de 1930, data de eclosão da
revolução que derrubou Washington Luís e levou à formação do Governo Provisório
chefiado por Getúlio Vargas. Com a cessação dos combates e a libertação de
Euclides, a família retornou ao Rio de Janeiro e João Batista obteve sua
transferência para o Colégio Militar local. Seu pai, entretanto, tornou-se
ferrenho oposicionista do novo governo, participando ativamente da preparação e
do comando da Revolução Constitucionalista de São Paulo, derrotada em outubro
de 1932. Euclides foi então enviado para o exílio, mas retornou ao país,
anistiado, antes da formatura de João Batista no Colégio Militar, em dezembro
de 1934.
Ingressou
na Escola Militar do Realengo, no Rio, em abril de 1935. Em novembro,
apresentou-se às autoridades militares para combater a Revolta Comunista,
deflagrada no 3º Regimento de Infantaria e na Escola de Aviação Militar e
rapidamente sufocada. Em 22 de novembro de 1937, 12 dias depois do golpe que
implantou o Estado Novo, foi declarado aspirante da arma de cavalaria. Devido à
sua condição de primeiro aluno, recebeu o espadim de Vargas, cujo chefe de
polícia, capitão Filinto Müller, decretara pouco antes a prisão de seu pai.
Designado
para servir no Regimento Andrade Neves (Regimento-Escola de Cavalaria), na Vila
Militar, foi promovido a segundo-tenente em abril de 1938 e a primeiro-tenente
em dezembro de 1940, sendo então enviado para o 8º Regimento de Cavalaria, em
Uruguaiana (RS). Regressou ao Rio no ano seguinte, passando a atuar, até 1943,
como ajudante-de-ordens do general Cristóvão de Castro Barcelos, que exerceu
sucessivamente o comando da 4ª Região Militar (4ª RM), em Juiz de Fora (MG), a
inspetoria do 3º Grupo de Regiões Militares e as funções de membro da Comissão
Mista de Defesa Brasil-Estados Unidos, criada durante a Segunda Guerra Mundial
para estudar planos de defesa do hemisfério sul, ameaçado pelas investidas dos
submarinos alemães.
No
início de 1944, tornou-se instrutor de cavalaria na Escola Militar do Realengo,
sendo promovido a capitão em dezembro. Permaneceu em Realengo até fins de 1945,
quando estava em curso a redemocratização subseqüente à queda do Estado Novo.
Freqüentou em 1946 o curso da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e,
nos dois anos seguintes, tornou-se instrutor da cadeira de fortificações da
Escola Militar de Resende, mais tarde Academia Militar das Agulhas Negras.
Retornou à EsAO de 1949 a 1952 como instrutor de cavalaria. Promovido a major
em abril de 1953, ingressou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército
(ECEME), passando a instrutor no ano seguinte. Viajou para Assunção em 1955 na
qualidade de membro da missão militar de instrução ao Exército paraguaio,
retornando em 1958. Em novembro desse ano foi promovido a tenente-coronel e
passou a servir na 5ª Seção (relações públicas) do Estado-Maior do Exército
(EME), de onde saiu em 1960 para cursar a Escola Superior de Guerra (ESG). Em
1961, durante o curto governo de Jânio Quadros, trabalhou sob as ordens do
coronel Golberi do Couto e Silva no Conselho de Segurança Nacional.
Com
a posse de João Goulart na presidência em setembro de 1961, assumiu as funções
de instrutor da ECEME, comandada pelo general Jurandir Bizarria Mamede e logo
transformada em um dos principais pontos de apoio à conspiração contra o novo
governo. Na ECEME, no EME e na ESG desenvolveu-se a doutrina e formaram-se os
principais quadros do movimento político-militar que derrubou João Goulart em
31 de março de 1964, inclusive Figueiredo, participante ativo de todas as fases
desse processo.
"Dona
Dilma" abre a porta, ao lado de Vera, sua diarista. O apartamento em Porto
Alegre tem uns 70 metros quadrados no primeiro piso, com móveis amontoados,
mais uns cerca de 50 metros quadrados no piso superior.
A
patroa sobe lentamente uma minúscula escada de madeira já esbranquiçada pelo
tempo, em caracol, segurando-se no corrimão para não pisar em falso, e vai até
o segundo andar.
Lá,
duas estantes de aproximadamente três metros de largura, repletas de livros,
tomam conta da pequena sala de estar. Um sofá azul grande disputa o ambiente
onde a ex-presidente da República passa a maior parte do tempo desde o
impeachment.
"Eu
queria escrever um romance policial. Gosto muito. Li muito", diz,
contemplando exemplares de sua coleção.
Um
biombo corta parte do recinto e aguça a curiosidade dos visitantes. Por trás
dele, um espaço de uns dois metros quadrados esconde a pequena área onde faz
exercícios.
Há
algumas faixas elásticas e um espaldar em madeira onde faz alongamentos. Dilma
se exercita diariamente sozinha. Depois, roda de bicicleta pelas ruas do bairro
Tristeza, onde mora na capital gaúcha, ao lado de dois seguranças.
Ela
mostra os punhos. Desenvolveu LER (Lesão por Esforço Repetitivo) de tanto andar
sobre duas rodas, hábito cultivado nos tempos de Presidência. Mas não dá sinais
de que pretende parar.
Dilma
não parece ter ganhado peso desde que deixou Brasília. Recebe a Folhamaquiada,
com o cabelo feito, de calça preta de alfaiataria e uma jaqueta laranja. Não
tem mais compromissos durante a tarde de sexta-feira, 21 de outubro.
O
telefone toca. A dona da casa deixa dar três toques e atende. "Tá ótimo,
tá ótimo", responde apressadamente, e devolve o aparelho à base.
É
o velho e bom telemarketing. O atendente da operadora quer saber se a cliente
aprova o serviço –pela conversa, não parece saber de quem se trata do outro
lado da linha.
Dilma
desliga e murmura: "Às vezes eu finjo ser outra pessoa. Às vezes eu sou a
Janete". E sorri, como quem se diverte com a traquinagem de enganar
telefonistas.
Dona
Vera sobe com duas xícaras de café. Não há móvel para apará-las.
"Estou
pensando em trazer uma mesinha da casa da minha mãe, no Rio. Se tiver 60
centímetros de altura, os Correios transportam por um preço bom", comenta.
Dilma
se levanta e puxa uma cadeira de madeira, onde as xícaras são acomodadas.
Em
seu quarto, há apenas uma cama e uma grande TV. Há um outro quarto abarrotado
de caixas. Dilma diz que, qualquer hora dessas, pretende enfrentá-las. Nem sabe
bem o que há ali.
No
banheiro, o box de vidro permite ver um par de chinelos escorado na parede, na
diagonal, como quem os coloca lá para escorrer a água.
Trata-se
de uma típica casa de classe média. Nada parecida com os palácios em que passou
a maior parte dos últimos cinco anos.
Não
é estranho morar aqui depois de viver no Alvorada?, pergunta a reportagem.
"Não.
O Lula até me disse: 'para que você precisa de um lugar grande? Fica num
pequeno mesmo'".
Depois
diz que se habitua a tudo. E faz planos de cultivar uma horta na ampla –e
vazia– área externa do segundo andar. Ali, não há muita privacidade. Há um
prédio logo ao lado e outro ainda em construção.
No
edifício, não há porteiro nem garagem subterrânea. Os dois seguranças da
Polícia Federal a que tem direito como ex-presidente ficam no pilotis,
sentados num banquinho de praça. Não há guarita.
Dias
depois da visita da Folha, um amigo da petista contou que a síndica do prédio
colocou os seguranças para o lado de fora, na garagem de um estabelecimento que
fica de frente para o conjunto habitacional. Mas os moradores pediram para que
voltassem, sentiam-se mais seguros com eles lá dentro.
Como
está depois de tudo?
"Estou
bem. Não aguento a infelicidade", retruca.
Vai
ficar em Porto Alegre mesmo? Não fica muito sozinha por aqui?
"Vou
ficar, sim", afirma, e conta que, nos fins de semana, visita o ex-marido
Carlos Araújo, os dois netos e, vez ou outra, um par de amigos.
Das
visitas que recebe, a melhor de todas é a de Gabriel, o neto mais velho, que
passa umas duas horas por fim de semana na casa da avó. Ele desenha e vê
desenhos na TV.
Dilma
não parece ter engrenado na vida social. Não vai ao teatro e ao cinema,
programas que sempre se ressentiu de não fazer nos tempos de mandatária. Também
não sai para jantar ou almoçar fora.
"Eu
tenho 68 anos. E não tem tido nada que eu esteja querendo ver por aqui."
O
livro sobre seu anos de Presidência deve ficar para depois. Sabe-se lá quanto
depois. Ela não fala muito de projetos futuros. Fala menos ainda de política,
como se tomasse relativa distância para colocar as coisas no lugar.
Também
não toca muito no assunto impeachment. Mas afirma estar preocupada com uma onda
conservadora no país.
Quase
não faz comentários sobre Michel Temer. Nem esboça raiva de seu principal
algoz, Eduardo Cunha, naquela sexta-feira à tarde já há três dias preso.
Queixa-se
do ódio ao "lulopetismo". E trata o antecessor com deferência e
carinho.
Dona
Vera serve o segundo café, mas só para a reportagem. "Já estou ficando com
enjoo", diz Dilma.
Por
volta das 18h, quando dona Vera começa a rondar meio sem motivo a sala do andar
de cima, a patroa intervém. "A senhora está querendo ir, né, dona
Vera?".
A
funcionária responde com uma pergunta. "A senhora ainda vai precisar de
mim?"
A
Folha indaga se a ex-presidente teme pegar avião, ser hostilizada. "Disso?
O que eu posso fazer, não ir? Não fico traumatizada."
Alguma
vez, nesta crise, chegou a chorar? "Não. [Mas] sou capaz de chorar
assistindo a um filme". Ou quando se lembra dos amigos que perdeu para a
tortura.
"Eu
tenho muita dó dos que morreram, imensa. Porque é gente como eu, mas que morreu
aos 30 anos. Me dá uma gastura enorme. Não gosto de pensar", lamenta.
Quase
no fim da conversa, Dilma Rousseff pergunta: "Será que eles podem ler
livros lá na prisão?".
A
ex-presidente não diz o nome Lava Jato, mas claramente se refere aos detidos
pela operação.
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