quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

IDADE DO CONDOR

------------ Milton Nascimento e Mercedes Sosa (TV Globo, 1987) ---------- Musicatis 2.006.207 visualizações 5 de out. de 2012 Programa Chico & Caetano, série especial da Rede Globo, exibido em 14/03/1987, com Milton Nascimento e Mercedes Sosa cantando a música "San Vicente" (M.N. e Fernando Brant), do álbum Clube da Esquina (1972). Música 1 músicas Serenata Para La Tierra De Uno Mercedes Sosa Acústico _________________________________________________________________________________________________________
------------ quinta-feira, 19 de dezembro de 2024 Nós, o Congresso e os militares - Raul Jungmann* Correio Braziliense É hora de entender que militares demandam rumos e, se o sistema político se faz ausente e nós não exercemos nenhum diálogo, regamos, todos, a semente da instabilidade No dia 25 de agosto de 2010, lá pelo fim da tarde, uma discreta comemoração estava em curso no gabinete do ministro da Defesa, Nélson Jobim. O motivo: fora aprovada a Lei Complementar 136, que instituiu a Política e a Estratégia Nacional de Defesa, além do Livro Branco da Defesa Nacional. No dia, poucas notas a respeito na imprensa — porém, pela primeira vez na nossa história, estava criado um laço entre as nossas Forças Armadas, a Defesa Nacional e o povo brasileiro, por meio de seus representantes no Congresso Nacional. As Forças Armadas não são autônomas, tanto que declarar a guerra e fazer a paz são competências exclusivas do parlamento. Porém, faltava ao Congresso o instrumento necessário para, em diálogo com os militares, determinar que Forças Armadas queremos, como um país com crescente importância no contexto global democrático. Passados 14 anos daquele 25 de agosto, o que posso dizer, como relator da Lei 136, é que a esperança se transformou numa frustração profunda. O Congresso tem se alienado do seu papel em comportamento que considero irresponsável com a Defesa do Brasil! Quase diariamente, muitos me pedem (principalmente jornalistas) uma avaliação dos recentes episódios que registram o envolvimento de militares, inclusive de altas patentes, numa trama golpista. Relatórios de quase mil páginas da Polícia Federal trazem evidências levantadas por extensa e bem documentada investigação, atestando esses fatos, que estão sob o controle do Supremo Tribunal Federal (STF). Poderia me limitar a fazer coro com o que me parece consensual, ou seja, a condenação veemente a tão grave e repulsiva atitude de um núcleo minoritário que subverteu o fundamento maior da caserna — de servir à pátria, fiel à Constituição. Isso é ponto pacífico, como também o é o fato de que as Forças Armadas, como instituição, não deram aval a essa aventura irresponsável. Os que subverteram a ordem serão responsabilizados e punidos na forma da lei, como já está acontecendo, inclusive com a cooperação das próprias Forças Armadas. Isto posto, volto a insistir na ruptura do Congresso Nacional com a inércia nessa grave matéria. A célula regenerativa é de natureza política, mas nosso Legislativo, ainda hoje, mantém a procrastinação como padrão, embora municiado de amplos conteúdos desde a criação do Ministério da Defesa, em sucessivas gestões civis. Até sua criação, eram quatro os ministérios militares: Marinha, Exército, Aeronáutica e o Estado Maior das Forças Armadas (EMFA). Em seu segundo mandato, o presidente Fernando Henrique conseguiu efetivamente criar o Ministério da Defesa, em operação coordenada pelo general Alberto Cardoso, então seu ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Sexto ministro da Defesa, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, ex-ministro da Justiça e relator da revisão da Constituinte de 88, Nelson Jobim introduz o alicerce para um novo ciclo, com as Forças Armadas subordinadas ao poder civil: a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco da Defesa Nacional, já mencionados, auxiliado por Mangabeira Unger que, mais tarde, seria ministro de Assuntos Estratégicos nos governos Lula e Dilma. A Política Nacional da Defesa define objetivos, a Estratégia Nacional de Defesa, forma e meios, e o Livro Branco funciona como uma espécie de catálogo dos instrumentos disponíveis para a realização dos dois primeiros. A matéria que relatei, aprovada com apenas um voto contrário, estabeleceu a atualização dos textos de quatro em quatro anos. Ou seja, sempre no meio dos mandatos, para evitar a contaminação política comum no princípio e no fim de governos. Aprovou-se o primeiro em 2008, para ser atualizado em 2012 e assim sucessivamente, o que não ocorreu. Paramos nesse primeiro estágio, ou seja, há 12 anos o Congresso não decide sobre a matéria. Em 2016, o presidente Temer recebeu do Congresso um arremedo, feito a toque de caixa, não precedido sequer de audiências públicas, como deve ser a tramitação. Ainda assim, 17 dias antes do término de seu mandato e por não achar lícito assiná-la ao apagar das luzes, deixou para a gestão de Bolsonaro, que a tratou como matéria de governo anterior, e não como questão de Estado. A nova atualização, de 2020 a 2024, foi enviada já pelo então ministro da Defesa, Fernando Azevedo, mas até aqui parece destinada à mesma indiferença do parlamento. Hoje, duas matérias de indiscutível urgência não estão priorizadas. A primeira é a PEC que condiciona o ingresso do militar na política ao seu afastamento da carreira, sem possibilidade de retorno às Forças Armadas, o que considero essencial para cessar a politização nos quartéis e o consequente equilíbrio constitucional. A segunda diz respeito à participação de militares no governo, que deve se dar, a meu juízo, em quatro áreas: nuclear, espacial, segurança cibernética, guarda e proteção do presidente da República, que não deve ficar a cargo das polícias. É hora de entender que militares demandam rumos e, se o sistema político se faz ausente e nós não exercemos nenhum diálogo, regamos, todos, a semente da instabilidade, num estímulo a bolsões minoritários para retomarem a ideia de tutela, o que é, registre-se, inaceitável. *Diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e ex-ministro da Defesa e da Reforma Agrária _________________________________________________________________________________________________________ ------------
--------- Microconto No silêncio do saguão, o elevador abriu-se com um estalido metálico. De dentro, emergiu o senhor Álvaro, dobrado pelos anos, com olhos que dançavam entre a memória e o esquecimento. Caminhou até a portaria onde o porteiro, um robusto senhor de cabelos quase prateados, ocupava seu posto. – Seu Alfredo, como é mesmo o nome da nova faxineira? – perguntou Álvaro, franzindo a testa como quem tenta pescar algo do fundo de um poço. – É Dênia – respondeu o porteiro, sem levantar os olhos do jornal. Álvaro hesitou por um momento. – Eu sempre esqueço. O porteiro, agora sorrindo, largou o jornal e olhou diretamente para ele. – É só lembrar DNA. Álvaro soltou uma risada seca, que ecoou no mármore do hall vazio. Pensou em algo mais para dizer, mas permaneceu calado. Sua mente, à deriva, captava uma melodia distante, quase esquecida – o canto do condor. Enquanto subia novamente pelo elevador, Álvaro sentiu um aperto no peito. "Condor", murmurou para si, a palavra carregando memórias densas, mais pesadas que o próprio esquecimento. Afinal, nem tudo o que se esquece é perdido. Alguns nomes guardam histórias que o tempo não apaga. No papel amarelado do jornal abandonado, uma manchete datada ecoava: "Operação Condor: Justiça tarda, mas não falha." _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ EL CÓNDOR PASA (letra e vídeo) com PLÁCIDO DOMINGO, vídeo MOACIR SILVEIRA Moacir Silveira 4.010.022 visualizações 7 de out. de 2013 INSCREVA-SE no canal e clique no sininho para receber novas postagens. "El Cóndor Pasa" é uma zarzuela (um ritmo peruano) de autoria do compositor peruano DANIEL ALOMÍA ROBLES, em 1913, com letra original de Julio de La Paz (pseudônimo de Julio Baudouin y Paz). Com inúmeras versões em diversos idiomas esta música é hoje considerada Patrimônio Cultural do Peru. Esta canção foi gravada por inúmeros artistas internacionais, com destaque para uma versão de Simon & Garfunkel no antológico LP "Bridge Over Troubled Water". Outras versões são de Gigliola Cinquetti, Ray Connif, Frank Pourcel e Plácido Domingo. Esta canção também possui a honra de ter sido incluída no repertório do "Disco de Ouro da Voyager", enviado ao espaço profundo em 1977, como parte do patrimônio musical que eventualmente poderia representar a humanidade ante espécies extraterrestres. Reveja agora mais este grande sucesso na versão interpretada por Plácido Domingo. EL CÓNDOR PASA Original de: Daniel Alomía Robles e Julio de La Paz Versão em espanhol: Plácido Domingo El cóndor de los Andes despertó (O condor dos Andes despertou) Con la luz de un feliz amanecer (Com a luz de um feliz amanhecer) Sus alas lentamente desplegó (Sua asa lentamente desdobrou) Y bajó al rio azul para beber (E desceu ao rio azul para beber) Tras él la Tierra se cubrió de verdor (Atrás dele a terra se cobriu de verde) De amor y paz (De amor e paz) Tras él la rama floreció y el sol brotó (Atrás dele o ramo floreceu e o sol nasceu) En el trigal (Em um trigal) En el trigal. (Em um trigal) El cóndor de los Andes descendió (O condor dos Andes desceu) Al llegar un feliz amanecer (Quando chegou um feliz amanhecer) El cielo al ver su marcha sollozó (O céu ao ver seu voo soluçou) Y volcó su llanto gris cuando se fue (E virou um pranto cinza quando ele se foi) Tras él la Tierra se cubrió de verdor (Atrás dele a terra se cubriu de verde) De amor y paz (De amor e paz) Tras él la rama floreció (Atrás dele um ramo floreceu) Y el sol brotó en el trigal (E o sol nasceu em um trigal) En el trigal. (Em um trigal) _________________________________________________________________________________________________________ -------- ------------ El Condor Pasa (No Céu Dos Braços Teus) Di Paullo e Paulino Canção Folclórica Chilena El Vuelo del Cóndor (Tradução do Quechua Tradicional para o Espanhol) Cóndor, vuela alto, vuela lejos, Sobre los Andes, testigo eterno, Tus alas llevan viento y memorias, Lamentos de pueblos bajo la sombra. Cóndor, vuela, oh guardián del cielo, Sobre las tierras que un día lloraron, La sangre callada bajo el silencio, Justicia, justicia, aún te esperamos. A melodia se entrelaça com sons de quena e charango, evocando os ventos que cortam as montanhas e o peso das histórias guardadas em suas encostas. Comentário Sarcástico e Crítico O microconto reflete o jogo entre memória individual e coletiva, explorando de forma irônica e amarga como esquecemos nomes triviais, mas carregamos, por décadas, os ecos de traumas históricos. O condor, símbolo de liberdade nas alturas, carrega o peso das ditaduras rasteiras do Cone Sul. O duplo sentido persiste: o voo que eleva e a operação que sufoca. Afinal, não é o DNA da memória que decide o que guardamos, mas o peso de suas asas. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ ------------ El Condor Pasa Raices de América Letra Tradução Significado O Condor Passa El Condor Pasa No Império Inca En el imperio incaico O índio está El indio está Sem luz, sozinho está Sin luz, solo está Triste está Triste está Por trás do silêncio é Detrás de los silencios quedará Nunca, nunca mais voltar Jamás, nunca más, volverá O Inca já se foi El inca ya se fue Morrer rumo ao sol A morir rumbo al sol E em sua alma um condor vai Y en su alma un condor va Voando para chorar sua dor A llorar su dolor volando Voa, voa o condor Vuela, vuela el cóndor Imensidão, sombra altipampa La inmensidad, sombra de la altipampa Sonho da raça americana Sueño de la raza americana Sangue da raça indiana Sangre de la raza indiana O Inca foi traído El inca ha sido traicionado As flautas estão chorando Llorando las quenas están A Pachamama ensinou Coya La Pachamama al coya enseño A morrer pela liberdade! ¡A morir por la libertad! Composição: Julio de La Paz. _________________________________________________________________________________________________________ ------------ El Condor Pasa Dante Ramon Ledesma Letra Tradução Significado El Condor Pasa el cielo del Peru, llorando Sintiendo que ya perdió la luz de la libertad Y sabe que vendrá buscar al sol y al clarín De algun decir: Americano sois, Inca! Vendrás cuando arrebienta el sol sobre la luz de algun sentir Entonces America irá libertar, sin nadie morir, Imperio Incaico al fin Libre, libre, libre! Composição: Daniel Alomía Robles / Julio BaudouinJulio De La Paz. _________________________________________________________________________________________________________ ----------- ----------- "IDADE DO CONDOR MICRO CONTO SARCÁSTICO TEMA MUSICAL CONDOR DO CHILE LETRA HISTÓRIA: UM SENHOR IDOSO DESCE DO ELEVADOR NA PORTARIA DE UM EDIFÍCIO E SE DIRIGE AO PORTEIRO DO PRÉDIO - UM SENHOR LOURO DE DESCENDÊNCIA ITALIANA - : - COMO É MESMO O NOME DA NOVA FAXINEIRA DO PRÉDIO? - É DÊNIA! - EU TINHA ESQUECIDO. - É SÓ LEMBRAR DNA..." "Desenvolver uma narrativa baseada na história apresentada, no formato de microconto, com um estilo sarcástico e repleto de ironia ácida. Incluir uma canção folclórica dos Andes chilenos. Aprimorar e polir o texto de forma a abordar delicadamente o duplo sentido da palavra 'condor,' conectando-o à trágica história da 'Operação Condor,' vinculada à repressão violenta contra movimentos democráticos e ao conluio entre regimes autoritários do Cone Sul americano nas décadas de 1960 e 1970."

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