Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
"eu também"
"yo también".
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"Yo También" é uma canção marcante composta por Luis Rubinstein e interpretada por Rodolfo Biagi com a participação de Jorge Ortiz. A letra traz um lamento profundo sobre a passagem do tempo, a perda do amor e o sentimento de vazio e derrota que muitas vezes acompanha essas experiências.
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Papo de Futuro
- Por que a verdade é a primeira vitima das guerras?
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Gabriel Lazzari | Procura da Poesia | Carlos Drummond de Andrade
Toda Poesia
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Wagner do Cavaco e alunos - Rafael (Delegado Chico Palha)
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"E eu pensei como ela encarava com realismo, não diminuindo a importância do dinheiro e não procurando fazer declarações de amor eterno."
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"Pero no soy el único
Pero no soy el único"
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Aqui está a imagem pictórica baseada na palavra "IMAGINE"! Ela evoca um estilo surreal e sonhador, cheio de criatividade e possibilidades. 😊
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O texto apresenta a visão de Vlad Vexler sobre o valor universal da liberdade política, afirmando que ela surgiu antes da história registrada, quando os primeiros seres humanos buscaram resolver conflitos dentro de comunidades. Ele explica essa ideia por meio da distinção entre os desejos de dois personagens fictícios, Korr e Zorr, e como isso levou ao conceito de liberdade política. Esse conceito, segundo ele, transcende diferentes culturas, mas compartilha a preocupação comum de evitar que pessoas fiquem sob o poder arbitrário de outras.
Se precisar de algo mais sobre o texto ou sua interpretação, é só avisar! 😊
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Mas eu não sou o único
But I'm not the only one
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Revolução de 1930: Miguel Costa chega a São Paulo
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História do Brasil 001
4.232 visualizações 8 de fev. de 2015
Miguel Costa, líder tenentista e um dos comandantes da Coluna Prestes nos anos 20, chega a São Paulo durante a eclosão da Revolução que depôs Washington Luís e levou ao poder Getulio Vargas, em 1930. Posteriormente, seria nomeado pelo interventor João Alberto comandante da Força Pública paulista e secretário de Segurança do estado.
Música
1 músicas
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Piano Trio No. 2: II. Berceuse - Barcarolla
Monique Duphil, Jay Humeston, Antonio Nunez
Villa-Lobos: Cello Sonata No. 2 / Piano Trio No. 2
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Alfabeto russo
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RISOS
RASOS
REZAS
ROSAS
RÚSSIAS
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Pres. Luiz Inacio Lula da Silva visita Mujica em sua chácara, em Montevideo Sérgio Lima - 05.dez.2024 PODER360 5.dez.2024 (quinta-feira) - 23h19
Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/poder-governo/assista-a-lula-entregando-medalha-para-pepe-mujica/)
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Resumo:
O "Eu também" de Mujica, em resposta ao elogio do presidente brasileiro, revela uma postura de diplomacia cortês, mas também de distanciamento irônico da superficialidade política. Embora mantendo a educação, Mujica manifesta sua resistência à bajulação insincera e à demagogia, que muitas vezes permeiam a política. Essa resposta encapsula sua crítica à falta de compromisso com a verdade de fato, refletindo sua visão de que a política moderna muitas vezes é dominada por interesses vazios, manipulação e falsidade.
Epígrafes:
"A verdade nunca é negociável, mas a política, sim." — José Mujica
"A democracia é mais do que um jogo de palavras. Ela exige honestidade." — Reflexão sobre a política contemporânea
Epítáfio:
"Aqui jaz aquele que não se curvou à bajulação, mas usou a ironia para manter sua verdade intacta."
Pensamento Filosófico:
Mujica, em sua resposta, reflete a filosofia da honestidade radical, que se opõe à dissimulação e à manipulação políticas. Ele destaca a importância da autenticidade como um princípio moral, resistindo à tentação da política que prefere agradar aos outros em vez de confrontar as realidades dolorosas.
Música:
"Imagine" de John Lennon — A música que sonha com um mundo mais honesto, onde as divisões sejam superadas, poderia ressoar com a ideia de Mujica de um mundo onde a sinceridade prevalece, em oposição à manipulação e à falsidade.
Poema:
"O verdadeiro é simples como a flor, Mas a mentira é tecida em seda e ouro, Falamos o que os outros querem ouvir, Mas só a verdade nos faz existir."
Neste contexto, a simplicidade da resposta "Eu também" se torna uma expressão poética de resistência contra a falsidade, enfatizando a pureza e a complexidade da verdade em contraste com o discurso vazio.
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Imagine
John Lennon
Letra
Tradução
Significado
Pratique inglês
Imagine
Imagine que não exista paraíso
Imagine there's no heaven
É fácil se você tentar
It's easy if you try
Nenhum inferno sob nós
No hell below us
Acima de nós apenas o céu
Above us only sky
Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Vivendo o presente
Living for today
Imagine que não há países
Imagine there's no countries
Não é difícil
It isn't hard to do
Nenhum motivo para matar ou morrer
Nothing to kill or die for
E nenhuma religião também
And no religion too
Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Vivendo a vida em paz
Living life in peace
Você pode dizer que sou um sonhador
You may say I'm a dreamer
Mas eu não sou o único
But I'm not the only one
Eu espero que algum dia você se junte a nós
I hope someday you'll join us
E o mundo será um só
And the world will be as one
Imagine que não existam posses
Imagine no possessions
Eu me pergunto se você consegue
I wonder if you can
Sem necessidade de ganância ou fome
No need for greed or hunger
Uma irmandade dos homens
A brotherhood of man
Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Compartilhando o mundo inteiro
Sharing all the world
Você pode dizer que sou um sonhador
You may say I'm a dreamer
https://www.letras.mus.br/john-lennon/90/traducao.html
Eu espero que algum dia você se junte a nós
I hope someday you'll join us
E o mundo viverá como um só
And the world will live as one
Composição: Yoko Ono / John Lennon.
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Violência policial pôs Tarcísio na berlinda
Publicado em 06/12/2024 - 10:26
Luiz Carlos Azedo
Bahia, Cidades, Eleições, Guerra, Justiça, Literatura, Memória, Música, Política, Rio de Janeiro, São Paulo
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, transformou a cultura de truculência policial na centralidade de sua política de segurança
Existe uma cultura de violência policial no Brasil que precisa ser estudada e combatida pelo próprio sistema de segurança, porém, isso se torna mais difícil porque foi banalizada. Encontra apoio em parte da população e se tornou uma bandeira eleitoral que levou ao poder políticos, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Uma cultura diretamente relacionada ao passado escravocrata do país, como também acontece nos Estados Unidos, e que normatiza as relações entre a polícia e a população pobre das periferias. Negros e pardos são tratados como suspeitos, e não como cidadãos.
Um velho samba de 1938, de autoria de Tio Hélio e Nilton Campolino, cantado nos terreiros do Morro da Serrinha e de Madureira, berço do Império Serrano e da Portela, respectivamente, traduz a mentalidade policial da época, hoje, na voz de Zeca Pagodinho: “Delegado Chico Palha/ Sem alma, sem coração/ Não quer samba nem curimba/ Na sua jurisdição/ Ele não prendia/ Só batia/ Era um homem muito forte/ Com um gênio violento/ Acabava a festa a pau/ Ainda quebrava os instrumentos”.
Caetano Veloso, na letra da música Haiti, retrata o mesmo fenômeno no carnaval baiano: “Quando você for convidado pra subir no adro/ Da fundação casa de Jorge Amado/ Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos/ Dando porrada na nuca de malandros pretos/ De ladrões mulatos e outros quase brancos/ Tratados como pretos/ Só pra mostrar aos outros quase pretos/ (E são quase todos pretos)/ Como é que pretos, pobres e mulatos/ E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados”.
Essa cultura é registrada também na nossa literatura. Euclides da Cunha (1866-1909), por exemplo, na sua obra-prima, Os Sertões, narra os sangrentos acontecimentos da Guerra de Canudos (1896-1897). Euclides descreve o sertão nordestino (o relevo, a fauna, a flora e o clima), o homem (o sertanejo, o jagunço, o cangaceiro e o líder messiânico) e, finalmente, a luta (as quatro inglórias campanhas do Exército para destruir o pequeno arraial de 20 mil habitantes).
Foi a primeira vez em que a questão social no Brasil fora abordada com tanto realismo, mesmo considerando-se a campanha abolicionista, que fora consagrada pela Lei Áurea 14 anos antes. Foi uma guerra inglória, tendo como justificativa para o massacre de sertanejos uma suposta ameaça à consolidação do regime republicano, devido ao caráter sebastianista do movimento liderado pelo místico Antônio Conselheiro e seus fanáticos jagunços.
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados” – descreve Os Sertões.
O homem descrito por Euclides da Cunha, que fez a cobertura jornalística da Guerra de Canudos como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, quase 130 anos depois, vive nas periferias e favelas dos centros urbanos do país, seja na condição de trabalhador informal, a maioria, ou seja como traficante ou miliciano. A iniquidade social é a mesma. A diferença é que já não é possível resolver o problema à bala, como em Canudos, embora alguns continuem tentando.
Leia também: Gilmar Mendes, Lewandowski e Tarcísio debatem sobre segurança pública
Perda de controle
Um fio de história em Abusado (2003), de Caco Barcellos, mostra a mesma iniquidade social que deu origem ao povoado de Canudos, no sertão baiano, presente no Morro Dona Marta, na encosta de Botafogo, no Rio de Janeiro. No lugar de Antônio Conselheiro, um líder messiânico, surge Marcinho VP, um traficante carioca. O soldado do tráfico é um jagunço urbano; os milicianos, a “volante” dos “coronéis”. O mesmo homem que povoava os sertões nordestinos hoje habita as cidades brasileiras com igual resiliência.
Uma cena do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, em que o soldado amarelo aplica uma surra humilhante e traumática no vaqueiro Fabiano, traduz a mesma situação em que um homem suspeito é atirado de uma ponte num córrego de São Paulo, na segunda-feira, ou uma senhora idosa também é espancada pelos policiais, dois dias depois, ao tentar impedir que o marido e o filho fossem surrados, depois de arrancados de dentro de casa. O soldado amarelo é um personagem antagonista que representa a opressão do poder institucional. Mostra a arbitrariedade do uso da farda, que lhe dá a condição de representante da Justiça, sem nenhum mérito para exercê-lo.
O vértice desse poder institucional, nesses dois casos, é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que transformou essa cultura de violência policial na centralidade de sua política de segurança, por oportunismo ou convicção, e acabou na berlinda. Agora, diante da forte repercussão negativa das violações de direitos humanos pela Polícia Militar de São Paulo, admitiu que perdeu o controle da situação: tinha “uma visão equivocada” sobre o uso de câmeras corporais na farda dos policiais militares. “Hoje, estou completamente convencido de que é um instrumento de proteção da sociedade e do policial. E nós vamos não apenas manter, mas ampliar o programa. E tentar trazer o que tem de melhor em termos de tecnologia.”
Será?
Leia ainda: Tarcísio diz que errou e agora defende câmeras corporais para polícia
Nas entrelinhas: todas as colunas no Blog do Azedo
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Papo de Futuro
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EP#48 - Por que a verdade é a primeira vitima das guerras?
31/10/2023 -
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EP#48 - Por que a verdade é a primeira vitima das guerras?
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Márcio: O Brasil e o mundo estão imersos na guerra da desinformação que vem do Oriente Médio ou da Rússia, locais que são palco de guerras brutais e muito dolorosas. Estamos falando da guerra entre Israel e Hamas e entre a Rússia e a Ucrânia. A desinformação não é apenas a morte da verdade. Ela é uma máquina de poder que move o capitalismo digital. Estamos na era da pós-verdade. O Papo de Futuro hoje é dedicado a explicar por que a mentira que se espalha como fogo na internet tem um poder de destruição igual, ou até maior, que os tanques de guerras e as bombas.
Será que você já se perguntou como eu posso acabar com as guerras no mundo? Se fosse possível, você faria a sua parte para que palestinos e israelenses entrassem em acordo? Por acaso alguém já te disse que a paz também está nas suas mãos?
Pois então me responda às seguintes perguntas: quantos vezes você viu imagens chocantes de pessoas vitimadas pelas guerras, que te deixam atordoados? Quanto vezes você compartilhou essas imagens? Quantas vezes você polarizou o debate em cima de informações cercadas de juízos e acusações ao “outro lado”, fazendo comentários cheios de intolerância e incitação à violência.
Se você não percebeu, estamos em meio a várias guerras, e a maior de todas elas é a guerra da desinformação. Todo mundo que posta e compartilha conteúdo sensacionalista, de culta à barbárie, imagens de corpos humanos sem vida ou informações sobre o ataques, chacinas, atrocidades sem checar, está fazendo parte do exército da desinformação.
Em outras palavras, você está trabalhando de graça para as big techs ganharem mais dinheiro, pois a desinformação viaja sete vezes mais rápido do que a informação checada de fonte fidedigna.
Eu conversei com o Marco Schneider (1), ele é Professor de ética jornalística na Universidade Federal Fluminense e do Programa de pós-graduação em Ciência da Informação, no Ibict, Pesquisador da Faperj e do CNPq e autor do livro “A Era da Desinformação: pós-verdade, fake news e outras armadilhas”, publicado no ano passado, 2022, pela Editora Garamond. (2)
E explica como as empresas de tecnologia e as redes sociais são partícipes das guerras, ao permitir que notícias fraudulentas sejam patrocinadas na rede mundial de computadores: “além de impulsionamento pago e verdadeiros exércitos de bots e pessoas mal pagas, como a desinformação é marcada por apelos emocionais, ao medo, à raiva, ela gera mais engajamento do que informações verdadeiras e racionais, o que, por sua vez, aumenta o lucro das big tech, que, portanto, pouco fazem para conter a desinformação, justificando a negligência com a defesa da liberdade de expressão.”
As redes sociais, onde estão mais de 66% da população brasileira, são hoje a principal fonte de informação. Se esta informação está contaminada por mentiras ou fraudes, essas empresas deveriam remover este conteúdo não é Beth. Ou serem responsabilizadas, se não o fizerem.
Imagina Márcio, se a gente ouvisse no rádio e na TV uma noticia de que os alienígenas estão invadindo a Terra e isso causasse pânico e milhares de mortes. As emissoras de rádio e TV seriam processadas por isso, não acha? Seriam até mesmo fechadas, verdade? Teriam sua licença de transmissão cassada?
Hoje, a desinformação que é, segundo o Marco Schneider, uma informação total ou parcialmente falsa cujo objetivo é tão somente enganar e manipular, é patrocinada nas redes sociais, pois o apoio da opinião pública é fundamental para vencer o adversário.
É aí que entra a pós-verdade, que, segundo o dicionário Oxford (3), se refere a “algo que denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos influência para definir a opinião pública do que o apelo à emoção ou crenças pessoais”.
E a pandemia da Covid foi um bom exemplo desse laboratório gigantesco em que a internet se tornou na guerra de ideologias, manipulações e jogo de mentiras sem pensar nas consequências para a sociedade: “quanto à guerra da desinformação, não no sentido estritamente militar, mas no político ideológico, ela se materializa na internet como expliquei acima e, essa sim, faz de todos nós vítimas. Principalmente milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas na pandemia da Covid-19, além de toda angústia, ansiedade que se cria quando países como Estados Unidos e Brasil parecem se transformar, em alguns momentos, em hospícios coletivos a céu aberto.”
A questão aqui é discutirmos até que ponto a liberdade de expressão não alcança todos os tipos de manifestações na internet. Pois, teoricamente, todos nós somos livres para manifestar o nosso pensamento, expressar a nossa opinião.
Usar o apelo emocional ou espalhar medo para promover atos de terror, incitar a violência, atacar a dignidade humana com a divulgação de corpos mutilados ou demonizar o inimigo de guerra com notícias criminosas, promover o culto ao herói no caso de terrorismo, ataques a civis, massacres em escola e tudo que move a indústria da desinformação não é liberdade nem está protegido pela lei ou pela Constituição brasileira. É crime.
A má notícia é que a mobilização do ódio na sociedade tem raízes muito profundas no modelo de negócios que tomou conta da internet dos grandes oligopólios, que usam algoritmos para vender publicidade em cima do que há de pior na humanidade em termos de escárnio, sensacionalismo e manipulação.
Essas big techs agem sozinhas ou aliadas com governos e são controladas pelo grande capital, como explica Marco Schneider:
“Mas o que há de novo nisso? Essas práticas sempre existiram. O que diferencia então desinformação de golpe, fraude, engano ingênuo, delação etc. é o momento histórico e a infraestrutura tecnológica da nossa época, marcada por quatro fatores centrais: crise da hegemonia do capitalismo ocidental; crise ecológica; recrudescimento da extrema direita; e massificação das tecnologias de informação e comunicação, na forma de smartphones com acesso a mídias digitais, controladas pelas grandes corporações conhecidas por big tech, com suas “plataformas” de produtos, serviços, vigilância e extração de dados, valiosíssimos no mercado da publicidade programática, entre outros negócios.
O Papo de Futuro está muito pesado hoje. A gente queria que tudo isso fosse uma grande “Fake News” ou desinformação... ou apenas uma brincadeira de mau gosto.
Mas o trote hoje vem do mercado estadunidense das big techs que fingem monitorar conteúdos virulentos, nocivos e criminosos na rede.
Esta é uma guerra por si só. A maior de todas... Por isso, não compartilhe conteúdos sobre os conflitos militares sem checar as fontes de informação. Há diversas redes de checagem da desinformação na internet (4), mas isso a big tech não te diz, não patrocina e nem publiciza essas redes do bem.
Talvez você não saiba, mas pense nisso: as big techs são uma arma de guerra? E você, com a sua inocência, quer mesmo fazer parte desse exército da desinformação?
No seu artigo no jornal El País de 22 de outubro passado (5), ao comentar a guerra no Oriente Médio, o filósofo da internet, Yuval Harari, disse: "do lado de fora, aqueles que não estão dominados pela dor deveriam fazer um esforço para empatizar com todos os seres humanos que estão a sofrer, em vez de se limitarem a contemplar preguiçosamente uma parte da terrível realidade.
Em outras palavras: seja um mensageiro da paz.
Eu termino este programa com um longo silêncio...
Você ainda pode enviar a sua sugestão de tema, crítica ou sugestão para o WhatsApp da Rádio Câmara (61) 99978-9080 ou para o e-mail papodefuturo@camara.leg.br.
SCHNEIDER, Marco. CCI/7: competência crítica em informação (em 7 níveis) como dispositivo de combate à pós-verdade. In: BEZERRA, Arthur Coelho; SCHNEIDER, Marco; PIMENTA, Ricardo M.; SALDANHA, Gustavo S. iKritika. Estudos críticos em informação. Rio de Janeiro: Garamond, 2019. Disponível (grátis) em: https://www.garamond.com.br/loja/ikritika-ebook. Acesso em 24.08.2020.
SCHNEIDER, Marco. A Era da Desinformação: pós-verdade, fake news e outras armadilhas. Rio de Janeiro: Garamond, 2022.
https://www.academia.org.br/nossa-lingua/nova-palavra/pos-verdade#:~:text=“Pela%20definição%20do%20dicionário%20%5BOxford,à%20emoção%20ou%20crenças%20pessoais%27.
Pesquisas. Disponível em: https://rncd.org/pesquisas/. Acesso em: 27 set 2023.
https://elpais.com/opinion/2023-10-22/el-mundo-debe-conservar-un-espacio-para-la-paz.html
Comentário – Beth Veloso
Apresentação – Marcio Achilles Sardi
Papo de Futuro
Coluna semanal sobre as novas tendências e desafios na comunicação no Brasil e no mundo, da telefonia até a internet, e como isso pode mudar a sua vida.
Terça-feira, às 8h
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