Porque se chamavam homens
“Que a chama não tem pavio”.
Os sonhos não envelhecem
De olhos e ouvidos no poder
“Jornalismo é tudo o que alguém quer esconder,
o resto é propaganda.”
Jornalista José Maria Trindade
Jornal da Manhã da Jovem Pan
25/12/2019
José Maria Trindade
José Maria Trindade nasceu em
Medina, região do Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais. É bacharel em
Jornalismo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Belo Horizonte
FAFI-BH/MG, na turma de 1983.
Traz na bagagem profissional a
cobertura diária de política em Brasília pela Rádio Jovem Pan, noticiando os
bastidores do Poder “como eles são”, explica no blog. Manteve até dezembro de
2011 o blog De Olho no Congresso, também sobre os assuntos de política
gerados a partir de Brasília (DF).
O quadro História de Vida exibido
pela RedeVida de televisão segunda-feira, 21 de julho, destacou o jornalista
José Maria Trindade, comentarista político do Jornal da Vida. Trindade é
repórter da rede Jovem Pan em Brasília e atua como principal jornalista da
REDEVIDA na Capital Federal.
Em 11 de maio de 2016 participou da
cobertura história da votação no Senado Federal pela admissibilidade ou não do
processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que poderia implicar no
afastamento da presidente do cargo por 180 dias e votar pelo arquivamento do
processo. Durante a cobertura que demandou um dia inteiro Zé Maria entrou ao
vivo diretamente do plenário da câmara.
Atualizado em maio/2016 – Portal dos
Jornalistas
Fontes:
http://blogjp.jovempan.uol.com.br/deolhonocongresso/tag/jose-maria-trindade/
http://redevida.com.br/programa/jornal-da-vida/historia-de-vida-jose-maria-trindade.html
https://br.linkedin.com/in/jos%C3%A9-maria-trindade-trindade-8410b837?trk=prof-samename-name
https://www.facebook.com/josemaria.trindade.5
http://blogs.jovempan.uol.com.br/deolhonocongresso/
https://twitter.com/josemtrindade
- 17/05/2019
Acima de tudo, jornalismo é caráter
Rodolfo C. Martino é jornalista
formado e pós-graduado pela Escola de Comunicações e Artes da USP
Como fica o jornalismo nesses tempos ameaçadores? – Eis a pergunta que mais ouço por parte de alunos e ex-alunos que ainda ousam persistir no desafio de ser um profissional de imprensa. Eu aplaudo a coragem dessa moçada – e faço a ressalva. Sinto uma falta danada do convívio tanto na sala de aula como fora dela. As conversas pelos corredores e jardins do campus, reconheço, por vezes são bem alentadoras e profícuas.
Como fica o jornalismo nesses tempos ameaçadores? – Eis a pergunta que mais ouço por parte de alunos e ex-alunos que ainda ousam persistir no desafio de ser um profissional de imprensa. Eu aplaudo a coragem dessa moçada – e faço a ressalva. Sinto uma falta danada do convívio tanto na sala de aula como fora dela. As conversas pelos corredores e jardins do campus, reconheço, por vezes são bem alentadoras e profícuas.
Isso posto, tento alinhavar algumas
observações sobre o atual dilema da profissão que abraçamos e que hoje vive um
grave momento de transição. Pensei em escrever “que hoje vive uma crise”, mas
achei a palavra forte demais – poderia desanimá-los – e, mais do que nunca,
precisamos do vigor para enfrentar a realidade que ora vivemos. Não há novidade
no que vou teclar a seguir.
Enumero alguns pontos que acho
importantes (inclusive para clarear minhas próprias ideias). Acomodem-se que a
conversa vai ser longa.
“Jornalismo é caráter”
Alguém aí pretende pôr em xeque a
definição do grande Cláudio Abramo, repetida por nomes como Mino Carta e
Audálio Dantas?
É intrínseco à profissão o compromisso
do profissional com o público leitor e, sobretudo, com o bem comum. Como
jornalistas, portanto, não fujam desse pilar. Valham-se da crítica, da
contextualização dos fatos e da independência. Acreditem na força do trabalho
de vocês. Ser uno, mas apostar no coletivo. Este é o primeiro grande desafio.
Os chefetes e os donos dos jornais não gostam nada. Mas, o que é que há? A
verdade factual, acima de tudo!
“Jornalismo é oposição, o resto é
armazém de secos e molhados”
Gosto da contundência de Millôr
Fernandes. Ela é atualíssima.
Ao remoer minhas pálidas convicções
sobre os desafios do bom jornalismo, assalta-me a percepção de que há um novo
tipo de imprensa em prática. Algo que obriga o profissional a ser subserviente
e agradável a quem é agradável aos interesses dos Senhores da Mídia. Estes, por
sua vez, são subservientes e agradáveis a interesses outros que esta ou aquela
fonte possa vir a representar.
Se for assim que gira a roda viva dos
nossos dias, infelizmente, meus caros, ela gira para trás… Creio que os amigos
entendem o que digo, não?
“As redações estão em crise; o
jornalismo, não”
Disse a frase em um dos
pronunciamentos que fiz durante uma das tantas cerimônias de formatura que
honrosamente pude participar ao longo do meu tempo de magistério. Retrata o meu
desalento com o jornalismo que hoje se pratica nos chamados grandes (?) e tradicionais
meios de comunicação, ampla e inteiramente comprometidos com o descontrole
social que vivemos há já algum tempo.
Sei que não sou (e não me arvoro ser)
um Alberto Dines da análise midiática, mas acho deprimente o discurso único,
maniqueísta e absurdamente tendencioso que a imprensa usou (e vem usando) na
cobertura dos fatos políticos que nos afligem.
Ponho na conta dessa cobertura
falaciosa o clima de ódio que hoje impera na sociedade. E mais: a falta de
diálogo, o justiçamento público, o esgarçamento do tecido social, a ascensão e
consolidação (querem que eu dê nomes?) de personagens que acenam com o
retrocesso, entre outros fatos e atos que destroçaram o equilíbrio da opinião
pública e apontam para o caos. Como jornalistas, nunca poderíamos ter corroborado
para tamanho retrocesso.
“Os sonhos não envelhecem”
Busco no repertório do inesquecível
Clube da Esquina a referência para dizer que os jovens jornalistas devem
apostar nos sonhos, porque essa “chama não tem pavio”. Em tudo, sobrevive,
resiste e se transforma o jornalismo.
As multiplataformas, possíveis e
cabíveis, incentivam aos novos (e não tão novos) jornalistas que inventem o
próprio espaço e deem o seu recado. Seja em um canal no YouTube, em um blog,
no Instagram, no Twitter, em uma produtora independente, em uma startup
media…, enfim, as possibilidades infinitas que hoje dispomos permitem voos
solos a todo aquele que quer exercer a profissão dentro dos pilares éticos e
profissionais, sem vínculos empregatícios com esta ou aquela empresa.
“Mas, porém, contudo, todavia…”
Valho-me da lembrança do Irmão
Fidélis, meu professor de português no colégio marista Nossa Senhora da Glória.
Sei que o momento – no País e no mundo – é de desalento e de algum temor. Faço
aqui, no entanto, minha profissão de fé. Se há algum caminho a seguir este será
o da fraternidade, o de nos fazermos um só povo e, não tenho dúvidas, será
traçado pelas novas gerações. Será delas o protagonismo desta cena.
Nós, os mais vividos, teremos, sim,
que estar juntos e lhes dar amparo. Pois nada os impedirá de seguir adiante na
construção de uma sociedade mais justa e contemporânea, pois, em essência, este
é o grande desafio de ser e se fazer jornalista.
O caráter do jornalista
Caráter
Sem nenhuma relação com definições
morais, o termo “caráter” deve ser compreendido como as qualidades que ligam os
jornalistas uns aos outros e dão a cada um deles um senso de identidade. O
“caráter” do jornalista deve ser analisado através da percepção de “como os
trabalhadores se relacionam uns com os outros através de seu trabalho”
(Sennett, 2010:77).
Clube da Esquina II
Flávio Venturini
Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço....
Porque se chamava homem
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases
lacrimogênios
Ficam calmos, calmos, calmos
E lá se vai mais um dia
E basta contar compasso
e basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração
Na curva de um rio, rio...
E lá se vai mais um dia
E o Rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente,
gente, gente...
Composição: Lô Borges / Márcio Borges
/ Milton Nascimento
Clube da Esquina ll
Milton Nascimento
Porque se chamava moço
Também se chamava estrada
Viagem de ventania
Nem se lembra se olhou pra trás
Ao primeiro passo, aço, aço
Aço, aço, aço, aço, aço, aço
Porque se chamavam homens
Também se chamavam sonhos
E sonhos não envelhecem
Em meio a tantos gases lacrimogênios
Ficam calmos, calmos
Calmos, calmos, calmos
E lá se vai
Mais um dia
E basta contar compasso
E basta contar consigo
Que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção
E o coração na curva
De um rio, rio, rio, rio, rio
E lá se vai
Mais um dia
E lá se vai
Mais um dia
E o rio de asfalto e gente
Entorna pelas ladeiras
Entope o meio-fio
Esquina mais de um milhão
Quero ver então a gente, gente
Gente, gente, gente, gente, gente
E lá se vai
Vai
Vai
Vai
Composição: Lô Borges / Márcio Borges
/ Milton Nascimento
Referências
https://www.portaldosjornalistas.com.br/wp-content/uploads/wpallimport/files/jornalistas/20122.jpg
https://jornal.usp.br/artigos/acima-de-tudo-jornalismo-e-carater/
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/25146/25146_3.PDF
https://youtu.be/4RWMzcRgYsc
https://www.letras.mus.br/flavio-venturini/88458/
https://youtu.be/-83HCIbrfWU
https://www.letras.mus.br/milton-nascimento/47417/
Nenhum comentário:
Postar um comentário