Que
ainda não vieram
Já deixaram as
do Cárcere de Graciliano e O Processo
de Kafka em qualquer desvão da história.
Desmoronando tudo que é sólido e desmiolando o rijo.
Uma condenação enigmática me espera.
Carta
ao pai não escreverei.
Lula:
O mito estraçalhado
A
trajetória de Lula o levou da posição de “sindicalista combativo”, por meio da
qual se projetou no país, a lobista das grandes empreiteiras. Um fim
melancólico para quem, no passado, representou uma esperança de grande parte do
povo brasileiro
Por: Francisco Weffort
21 abr 2016
As
primeiras pancadas de Palocci anunciam o nocaute de Lula.
Se
também Palocci está mentindo, o ex-presidente corrupto é vítima da mais feroz
conspiração forjada por velhos companheiros.
Por Augusto Nunes
7 set 2017, 19h54
Para manter-se no emprego depois da descoberta do
Mensalão, Lula começou a trucidar os fatos em 2005. Nunca mais parou. Essas
sessões de tortura se intensificaram com a entrada em cena da Operação Lava
Jato, e se tornaram mais frequentes e muito mais selvagens desde que o juiz
Sergio Moro o condenou a nove anos e meio de prisão. Estuprar a verdade para
safar-se da gaiola é o que o ex-presidente corrupto faz o tempo todo. Claro que
diria que também Antonio Palocci resolveu mentir para livrar-se da cadeia. Ele sempre recita a mesma lengalenga de 171
quando um ex-comparsa aceita colaborar com a Justiça e contar o que
efetivamente aconteceu.
Faz de conta que só Lula esteja certo. Faz de conta
que todos os outros ─ o juiz, os procuradores, os delegados e agentes da
Polícia Federal, os homens honestos, as mulheres sensatas e, naturalmente, os
delatores ─ estejam mentindo. Se a hipótese correta for a segunda, Lula não é
um perseguido político: por motivos misteriosos, é vítima de uma feroz e
harmoniosa ópera dos traidores, encenada pelo elenco que inclui velhos amigos e
antigos parceiros do maior dos governantes desde Tomé de Souza.
Quem quiser engolir esse conversa fiada precisa
explicar a afinação do diversificado grupo de atores que inclui Léo Pinheiro,
Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral, Paulo Roberto Costa, João Santana,
Mônica Moura, Emílio Odebrecht, Nestor Cerveró, Joesley Batista e, desde 6 de
setembro de 2017, o protagonista Antonio Palocci. Fora o resto e sem contar os
figurantes. Ninguém erra a letra. No ato que evoca as maracutaias envolvendo a
Odebrecht, por exemplo, todos cantam em coro que Lula é o Amigo, que Palocci é
o Italiano, que Guido Manega é o Pós-Itália ou que Gleisi Hoffmann é a Amante.
Lula anda mesmo sem sorte. Ele estava pronto para celebrar
o sucesso da caravana que foi um fiasco quando soube que seu açougueiro
predileto conseguiu anular a meia delação premiadíssima e terá de revelar o que
fizeram juntos. Levado às cordas, ficou grogue com as novas denúncias da
Procuradoria-Geral. Os socos no queixo aplicados por Palocci precipitaram o
nocaute iminente.
A abertura da caixa-preta que mais apavorava o
partido que virou bando deixou Lula mais perto do que nunca de uma cela em
Curitiba. É o fim da linha para o chefão do maior esquema corrupto de todos os
tempos.
Por Augusto Nunes
7 set 2017, 19h54
Não é uma constatação nova nem apenas minha. Mas o depoimento do ex-ministro e eterno petista Antonio Palocci e as reações do petismo a ele tornaram ainda mais explícito o espírito de seita. Leia por exemplo o que disse quem conhece bem o partido, o deputado Chico Alencar (ex-PT, hoje PSOL), ao “Estadão”:
“O que Palocci começou a dizer indica que o partido, de ideais originais tão transformadores, adaptou-se a tudo o que sempre combateu. Palocci, peça central nos governos Lula e Dilma, não pode ser acusado de perseguir seu partido e companheiros”.
Alencar cobra em seguida: “Será que nem assim o PT se disporá a reconhecer graves desvios e fazer autocrítica?” Não vai, não, Chico. Alguém postou no Facebook nesta sexta-feira (8) uma frase que diz tudo. É mais ou menos assim: mesmo que Lula confesse tudo, haverá quem diga que é preciso apresentar provas.
Não dá para o lulismo aceitar que seu sumo sacerdote não seja santo. Fazê-lo destruiria os pilares em que se sustenta a seita. Guardadas as imensas diferenças, a reação às denúncias contra Lula lembra a proclamação de um certo Jim Jones, da seita “Templo do Povo”, que se suicidou e levou ao suicídio mais de 900 pessoas. Proclamava que agências de inteligência conspiravam contra o Templo e avisava que iriam “atirar em alguns dos nossos bebês inocentes” e “torturar nossos filhos, torturar alguns dos nossos membros, torturar nossos idosos”.
É o que diz Lula agora –e repetem seus seguidores– a respeito da Lava Jato, do juiz Sergio Moro e dos procuradores. Só não prega o próprio suicídio ou de seus seguidores porque a seita não quer o céu, quer mesmo os bens terrenais advindos dos negócios devidamente apontados primeiro pelos próprios Odebrecht (o pai Emílio e o filho Marcelo) e agora por Palocci.
Nem chega a ser novidade: a promiscuidade de Lula com as empreiteiras (não apenas com a Odebrecht) é notória faz algum tempo. O que Palocci fez foi substituir a palavra “promiscuidade” por “pacto de sangue” –que é bem mais eloquente e mais suscetível de ser elevada às manchetes.
Vê-se agora que o profeta Lula não é bom em profecias. Em abril, dia 26, soltara nota em que dizia: “Palocci é meu amigo, uma das maiores inteligências políticas do país. Ele tá trancafiado, mas não tenho nenhuma preocupação com delação dele”.
Quando uma das maiores inteligências políticas do país abandona a seita e confessa os pecados que testemunhou, é hora de procurar outro santo. Ou, de preferência, voltar a ser uma partido político com propostas e não com “bravatas” como o próprio Lula, já presidente, definiu as ideias que o partido proclamava antes de chegar ao poder federal.
A
seita PT não pode duvidar da santidade de seu profeta
Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT deixou de
ser um partido para se transformar em uma seita que adora um único santo, um certo Luiz Inácio Lula da Silva.
Não é uma constatação nova nem apenas minha. Mas o depoimento do ex-ministro e eterno petista Antonio Palocci e as reações do petismo a ele tornaram ainda mais explícito o espírito de seita. Leia por exemplo o que disse quem conhece bem o partido, o deputado Chico Alencar (ex-PT, hoje PSOL), ao “Estadão”:
“O que Palocci começou a dizer indica que o partido, de ideais originais tão transformadores, adaptou-se a tudo o que sempre combateu. Palocci, peça central nos governos Lula e Dilma, não pode ser acusado de perseguir seu partido e companheiros”.
Alencar cobra em seguida: “Será que nem assim o PT se disporá a reconhecer graves desvios e fazer autocrítica?” Não vai, não, Chico. Alguém postou no Facebook nesta sexta-feira (8) uma frase que diz tudo. É mais ou menos assim: mesmo que Lula confesse tudo, haverá quem diga que é preciso apresentar provas.
Não dá para o lulismo aceitar que seu sumo sacerdote não seja santo. Fazê-lo destruiria os pilares em que se sustenta a seita. Guardadas as imensas diferenças, a reação às denúncias contra Lula lembra a proclamação de um certo Jim Jones, da seita “Templo do Povo”, que se suicidou e levou ao suicídio mais de 900 pessoas. Proclamava que agências de inteligência conspiravam contra o Templo e avisava que iriam “atirar em alguns dos nossos bebês inocentes” e “torturar nossos filhos, torturar alguns dos nossos membros, torturar nossos idosos”.
É o que diz Lula agora –e repetem seus seguidores– a respeito da Lava Jato, do juiz Sergio Moro e dos procuradores. Só não prega o próprio suicídio ou de seus seguidores porque a seita não quer o céu, quer mesmo os bens terrenais advindos dos negócios devidamente apontados primeiro pelos próprios Odebrecht (o pai Emílio e o filho Marcelo) e agora por Palocci.
Nem chega a ser novidade: a promiscuidade de Lula com as empreiteiras (não apenas com a Odebrecht) é notória faz algum tempo. O que Palocci fez foi substituir a palavra “promiscuidade” por “pacto de sangue” –que é bem mais eloquente e mais suscetível de ser elevada às manchetes.
Vê-se agora que o profeta Lula não é bom em profecias. Em abril, dia 26, soltara nota em que dizia: “Palocci é meu amigo, uma das maiores inteligências políticas do país. Ele tá trancafiado, mas não tenho nenhuma preocupação com delação dele”.
Quando uma das maiores inteligências políticas do país abandona a seita e confessa os pecados que testemunhou, é hora de procurar outro santo. Ou, de preferência, voltar a ser uma partido político com propostas e não com “bravatas” como o próprio Lula, já presidente, definiu as ideias que o partido proclamava antes de chegar ao poder federal.
Por Clóvis Rossi
8 de setembro de 2017
Referência
UMA ESCRITA DAS MEMÓRIAS DO CÁRCERE: DEVIR COM A
HISTÓRIA, DEVIR COM KAFKA Jairo de Oliveira Ramos
Disponível em: <http://www.poscritica.uneb.br/revistaponti/arquivos/v1n1/v1n1-107-136.pdf>
Acesso em: 08/09/2017
http://mundovelhomundonovo.blogspot.com.br/2016/04/cios-do-poder.html
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