sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Das memórias de Lula...

Que ainda não vieram


Já deixaram as do Cárcere de Graciliano e O Processo de Kafka em qualquer desvão da história.

Desmoronando tudo que é sólido e desmiolando o rijo.

Uma condenação enigmática me espera.

Carta ao pai não escreverei.

Lula: O mito estraçalhado
A trajetória de Lula o levou da posição de “sindicalista combativo”, por meio da qual se projetou no país, a lobista das grandes empreiteiras. Um fim melancólico para quem, no passado, representou uma esperança de grande parte do povo brasileiro
Por: Francisco Weffort
21 abr 2016



As primeiras pancadas de Palocci anunciam o nocaute de Lula.
Se também Palocci está mentindo, o ex-presidente corrupto é vítima da mais feroz conspiração forjada por velhos companheiros.
Por Augusto Nunes
7 set 2017, 19h54

Para manter-se no emprego depois da descoberta do Mensalão, Lula começou a trucidar os fatos em 2005. Nunca mais parou. Essas sessões de tortura se intensificaram com a entrada em cena da Operação Lava Jato, e se tornaram mais frequentes e muito mais selvagens desde que o juiz Sergio Moro o condenou a nove anos e meio de prisão. Estuprar a verdade para safar-se da gaiola é o que o ex-presidente corrupto faz o tempo todo. Claro que diria que também Antonio Palocci resolveu mentir para livrar-se da cadeia.  Ele sempre recita a mesma lengalenga de 171 quando um ex-comparsa aceita colaborar com a Justiça e contar o que efetivamente aconteceu.

Faz de conta que só Lula esteja certo. Faz de conta que todos os outros ─ o juiz, os procuradores, os delegados e agentes da Polícia Federal, os homens honestos, as mulheres sensatas e, naturalmente, os delatores ─ estejam mentindo. Se a hipótese correta for a segunda, Lula não é um perseguido político: por motivos misteriosos, é vítima de uma feroz e harmoniosa ópera dos traidores, encenada pelo elenco que inclui velhos amigos e antigos parceiros do maior dos governantes desde Tomé de Souza.

Quem quiser engolir esse conversa fiada precisa explicar a afinação do diversificado grupo de atores que inclui Léo Pinheiro, Marcelo Odebrecht, Delcídio do Amaral, Paulo Roberto Costa, João Santana, Mônica Moura, Emílio Odebrecht, Nestor Cerveró, Joesley Batista e, desde 6 de setembro de 2017, o protagonista Antonio Palocci. Fora o resto e sem contar os figurantes. Ninguém erra a letra. No ato que evoca as maracutaias envolvendo a Odebrecht, por exemplo, todos cantam em coro que Lula é o Amigo, que Palocci é o Italiano, que Guido Manega é o Pós-Itália ou que Gleisi Hoffmann é a Amante.

Lula anda mesmo sem sorte. Ele estava pronto para celebrar o sucesso da caravana que foi um fiasco quando soube que seu açougueiro predileto conseguiu anular a meia delação premiadíssima e terá de revelar o que fizeram juntos. Levado às cordas, ficou grogue com as novas denúncias da Procuradoria-Geral. Os socos no queixo aplicados por Palocci precipitaram o nocaute iminente.

A abertura da caixa-preta que mais apavorava o partido que virou bando deixou Lula mais perto do que nunca de uma cela em Curitiba. É o fim da linha para o chefão do maior esquema corrupto de todos os tempos.

Por Augusto Nunes
7 set 2017, 19h54



A seita PT não pode duvidar da santidade de seu profeta

Desde que chegou ao poder, em 2003, o PT deixou de ser um partido para se transformar em uma seita que adora um único santo, um certo Luiz Inácio Lula da Silva.

Não é uma constatação nova nem apenas minha. Mas o depoimento do ex-ministro e eterno petista Antonio Palocci e as reações do petismo a ele tornaram ainda mais explícito o espírito de seita. Leia por exemplo o que disse quem conhece bem o partido, o deputado Chico Alencar (ex-PT, hoje PSOL), ao “Estadão”:

“O que Palocci começou a dizer indica que o partido, de ideais originais tão transformadores, adaptou-se a tudo o que sempre combateu. Palocci, peça central nos governos Lula e Dilma, não pode ser acusado de perseguir seu partido e companheiros”.

Alencar cobra em seguida: “Será que nem assim o PT se disporá a reconhecer graves desvios e fazer autocrítica?” Não vai, não, Chico. Alguém postou no Facebook nesta sexta-feira (8) uma frase que diz tudo. É mais ou menos assim: mesmo que Lula confesse tudo, haverá quem diga que é preciso apresentar provas.

Não dá para o lulismo aceitar que seu sumo sacerdote não seja santo. Fazê-lo destruiria os pilares em que se sustenta a seita. Guardadas as imensas diferenças, a reação às denúncias contra Lula lembra a proclamação de um certo Jim Jones, da seita “Templo do Povo”, que se suicidou e levou ao suicídio mais de 900 pessoas. Proclamava que agências de inteligência conspiravam contra o Templo e avisava que iriam “atirar em alguns dos nossos bebês inocentes” e “torturar nossos filhos, torturar alguns dos nossos membros, torturar nossos idosos”.

É o que diz Lula agora –e repetem seus seguidores– a respeito da Lava Jato, do juiz Sergio Moro e dos procuradores. Só não prega o próprio suicídio ou de seus seguidores porque a seita não quer o céu, quer mesmo os bens terrenais advindos dos negócios devidamente apontados primeiro pelos próprios Odebrecht (o pai Emílio e o filho Marcelo) e agora por Palocci.

Nem chega a ser novidade: a promiscuidade de Lula com as empreiteiras (não apenas com a Odebrecht) é notória faz algum tempo. O que Palocci fez foi substituir a palavra “promiscuidade” por “pacto de sangue” –que é bem mais eloquente e mais suscetível de ser elevada às manchetes.

Vê-se agora que o profeta Lula não é bom em profecias. Em abril, dia 26, soltara nota em que dizia: “Palocci é meu amigo, uma das maiores inteligências políticas do país. Ele tá trancafiado, mas não tenho nenhuma preocupação com delação dele”.

Quando uma das maiores inteligências políticas do país abandona a seita e confessa os pecados que testemunhou, é hora de procurar outro santo. Ou, de preferência, voltar a ser uma partido político com propostas e não com “bravatas” como o próprio Lula, já presidente, definiu as ideias que o partido proclamava antes de chegar ao poder federal.

Por Clóvis Rossi

8 de setembro de 2017


Referência

UMA ESCRITA DAS MEMÓRIAS DO CÁRCERE: DEVIR COM A HISTÓRIA, DEVIR COM KAFKA Jairo de Oliveira Ramos
Disponível em: <http://www.poscritica.uneb.br/revistaponti/arquivos/v1n1/v1n1-107-136.pdf>
Acesso em: 08/09/2017

http://mundovelhomundonovo.blogspot.com.br/2016/04/cios-do-poder.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário