MINHA
DÍVIDA
Falando
de Pobreza
"A
mídia nacional, no capítulo luxo, é completamente desorientada. Qualquer casa
de dois pisos é mansão. Qualquer copeiro é mordomo. Igual novela de Gloria
Magadan" Hildegard
Angel
“Ninguém
está condenado a ser bom ou a ser mau só porque nasceu na pobreza.” Rachel Sheherazade
“A
vagabundagem com cachaça tira o juízo do homem.”
Dr. Gusmão In Favela Iluminada, J.L.R. Set 2017
- Futuro? A Deus pertence!” O Cortiço
“- Mas afinal de conta o que é essa tal de República, hein?
- A República deve ser o futuro.
Resenha
"O Cortiço" - Aluísio de Azevedo
Sinopse:
“conta a história do caminho que João
Romão percorre para ficar rico. Para conseguir atingir esse objetivo, ele, que
é o dono do cortiço, explora os seus empregados e até comete furtos. A sua
amante, Bertoleza, trabalha continuamente, sem folgas ou descansos. Ao
lado do cortiço mora Miranda, um comerciante bem sucedido, que entra em disputa
com João Romão por uma braça de terra que quer comprar para aumentar o seu
quintal. Como eles não entram em acordo, eles rompem relações. Movido por uma
extrema inveja de Miranda, João passa a trabalhar arduamente para conseguir
ficar mais rico do que o seu rival. Quando Miranda recebe o título de barão,
aos poucos João percebe que não basta apenas ganhar dinheiro, mas também
participar ativamente da vida burguesa, como ler livros e ir ao teatro, por
exemplo. O relacionamento entre Miranda e João Romão melhora quando João
passa a tentar imitar as conquistas do rival, tanto que o cortiço passa a ser
um lugar mais organizado e agradável e passa a se chamar Vila João Romão. João
começa uma amizade com Miranda e pede a mão de sua filha em casamento, mas tem
Bertoleza atrapalhando os seus planos. Dessa forma, João a denuncia como
escrava fugida, e em um ato de desespero, ela acaba cometendo o suicídio.
Assim, ele fica livre para se casar e se encerra O Cortiço.”
O
CORTIÇO, DE ALUÍSIO AZEVEDO (#20)
Zezé
Motta - "Rita Baiana" (1978)
Rita
Baiana
Zezé
Motta
Olha
meu nego quero te dizer
O
que me faz viver
O
que quase me mata de emoção
É
uma coisa que me deixa louca
Que
me enche a boca
Que
me atormenta o coração
Quem
sabe um bruxo
Me
fez um despacho
Porque
eu não posso sossegar o facho
É
sempre assim
Ai
essa coisa que me desatina
Me
enlouquece, me domina
Me
tortura e me alucina
Olha
meu nego
Isso
não dá sossego
E
se não tem chamego
Eu
me devoro toda de paixão
Acho
que é o clima feiticeiro
O
Rio de Janeiro que me incendeia
O
coração
Eu
nem consigo nem pensar direito
Com
essa aflição dispara no meu peito
Ai
essa coisa que me desatina
Me
enlouquece, me domina
Me
tortura e me alucina
E
me dá
Uma
vontade e uma gana dá
Uma
saudade da cama dá
Quando
a danada me chama
Maldita
de Rita Baiana
Nu
outro dia o português lá da quitanda
O
Epitácio da Gamboa
Assim
à toa se engraçou e disse:
"Oh
Rita rapariga eu te daria 100 miréis por teu amor"
Eu
disse:
Vê
se te enxerga seu galego de uma figa
Se
eu quisesse vida fácil
Punha
casa no Estácio
Pra
Barão e Senador
Mas
não vendo o meu amor
Ah,
ah, isso é que não!
Olha
meu nego quero te dizer
Não
sei o que fazer
Pra
suportar a minha escravidão
Até
parece que é literatura
Que
é mentira pura
Essa
paixão cruel de perdição
Mas
não me diga que lá vem de novo
A
sensação
Olha
meu nego assim eu me comovo
Agora
não
Ai
essa coisa que me desatina
Me
enlouquece, me domina
Me
tortura e me alucina
E
me dá
Uma
vontade e uma gana dá
Uma
saudade da cama dá
Quando
a danada me chama
Maldita
de Rita Baiana
Composição: Geraldo
Carneiro / John Neschling
A
República
-
A República.
-
A República.
-
A República.
-
A República.
-
A República.
-
A República.
-
Que foi?
-
Foi proclamada a República?
-
E o que é essa República?
-
Eu não sei não.
-
Mas afinal de conta o que é essa tal de República, hein?
-
A República deve ser o futuro.
-
Futuro? A Deus pertence!
O
Cortiço – Completo
República
-
Viva a República!
-
Viva a República!
-
Viva a República!
-
Viva a República!
-
Viva a República!
-
Viva a República!
Saudades
Da República
Luiz
Ayrão
República, república
Ai que saudades dos meus tempos de república
(estribilho 2x)
Chegava de porre no quarto
Cantando chorinho e sambão
Acordava no meio da noite
Fazendo a maior confusão
A camisa que eu mais gostava
Enxugava o chão do corredor
E uma meia da mulher amada
Era lá na cozinha o melhor coador
Estribilho
Livro emprestado não vinha
E o que vinha não ia também
Tomava o dinheiro emprestado
Depois não pagava ninguém
Nota baixa tirava de letra
Na roda de samba e batida
E brigava sem ser carnaval
Se falasse mal da portela querida
Estribilho
Requeijão que mamãe me mandava
Sumia sem nêgo saber
A pelada era de madrugada
Com bola de não sei o quê
Esse tempo agora é passado
Foi um doce de felicidade
Pois agora a barriga burguesa
Atrás de uma mesa chora de saudade
“Mas
um dia, nós nem pode se alembrá
Veio
os homis c'as ferramentas
O
dono mandô derrubá”
“Mas
um dia, nós nem pode se alembrá
Veio
os homis c'as ferramentas
O
dono mandô derrubá”
Palacete
Saudosa
Maloca
Adoniran
Barbosa
Se
o senhor não tá lembrado
Dá
licença de contá
Que
acá onde agora está
Esse
adifício arto
Era
uma casa véia
Um
palacete assobradado
Foi
aqui seu moço
Que
eu, Mato Grosso e o Joca
Construímos
nossa maloca
Mas
um dia, nós nem pode se alembrá
Veio
os homis c'as ferramentas
O
dono mandô derrubá
Peguemos
todas nossas coisas
E
fumos pro meio da rua
Apreciá
a demolição
Que
tristeza que nós sentia
Cada
táuba que caía
Doía
no coração
Mato
Grosso quis gritá
Mas
em cima eu falei:
Os
homis tá cá razão
Nós
arranja outro lugar
Só
se conformemo quando o Joca falou:
"Deus
dá o frio conforme o cobertor"
E
hoje nós pega páia nas gramas do jardim
E
prá esquecê, nós cantemos assim:
Saudosa
maloca, maloca querida
Dim-dim
donde nós passemos os dias feliz de nossa vida
Saudosa
maloca, maloca querida
Dim-dim
donde nós passemos os dias feliz de nossas vidas
Composição:
Adoniran Barbosa
"Dentro
de dez dias
Quero
a favela vazia
E
os barracos todos no chão"
Favela
Adoniran
Barbosa - Despejo Na Favela (Com Letra)
Despejo
na Favela
Adoniran
Barbosa
Quando
o oficial de justiça chegou
Lá
na favela
E,
contra seu desejo
Entregou
pra seu narciso
Um
aviso, uma ordem de despejo
—
Assinada, seu doutor
Assim
dizia a 'pedição'
"Dentro
de dez dias
Quero
a favela vazia
E
os barracos todos no chão"
—
É uma ordem superior
Ô,
ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É
uma ordem superior
Ô,
ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
É
uma ordem superior
—
Não tem nada não, seu doutor
Não
tem nada não
Amanhã
mesmo vou deixar meu barracão
Não
tem nada não, seu doutor
Vou
sair daqui
Pra
não ouvir o ronco do trator
—
Pra mim não tem 'probrema'
Em
qualquer canto eu me arrumo
De
qualquer jeito eu me ajeito
Depois,
o que eu tenho é tão pouco
Minha
mudança é tão pequena
Que
cabe no bolso de trás
...Mas
essa gente aí, hein?
Como
é que faz?
Mas
essa gente aí, hein?
Com'é
que faz?
Ô,
ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa
gente aí
Como
é que faz?
Ô,
ô, ô, ô, ô!, meu senhor!
Essa
gente aí, hein?!
Como
é que faz?
Composição: Adoniran
Barbosa
“Temos
que inventar uma versão.” Hilde In Favela Iluminada, J.L.R. Set 2017
Favela
Iluminada
PRAÇA
ONZE - (OS DEMÔNIOS DA GAROA)
Vão
acabar com a Praça Onze Não vai haver mais Escola de Samba, não vai Chora o
tamborim Chora o morro inteiro Favela, Salgueiro Mangueira, Estação Primeira
Guardai os vossos pandeiros, guardai Porque a Escola de Samba não sai
Adeus,
minha Praça Onze, adeus Já sabemos que vais desaparecer Leva contigo a nossa
recordação Mas ficarás eternamente em nosso coração E algum dia nova praça nós
teremos E o teu passado cantaremos
Praça
Onze
Herivelto
Martins
Vão
acabar com a Praça Onze
Não
vai haver mais Escola de Samba, não vai
Chora
o tamborim
Chora
o morro inteiro
Favela,
Salgueiro
Mangueira,
Estação Primeira
Guardai
os vossos pandeiros, guardai
Porque
a Escola de Samba não sai
Adeus,
minha Praça Onze, adeus
Já
sabemos que vais desaparecer
Leva
contigo a nossa recordação
Mas
ficarás eternamente em nosso coração
E
algum dia nova praça nós teremos
E
o teu passado cantaremos
Composição: Grande
Otelo / Herivelto Martin
“Há
quanto tempo, ah, quanto custa hoje em dia?”
Pobreza
Falando
de Pobreza
Luiz
Melodia
“Falando
de pobreza sem ser triste
Falando de tristeza sem ser pobre
Ah, há quanto tempo?
Ah, quanto custa hoje em dia?
Que não sei de nada
Quis saber de tudo
Nunca é tudo
Há quanto tempo, ah, quanto custa hoje em dia?
Que o amor é luto
Que o amor é tudo
Muito distante
Há quanto tempo, ah, quanto custa hoje em dia?”
Falando de tristeza sem ser pobre
Ah, há quanto tempo?
Ah, quanto custa hoje em dia?
Que não sei de nada
Quis saber de tudo
Nunca é tudo
Há quanto tempo, ah, quanto custa hoje em dia?
Que o amor é luto
Que o amor é tudo
Muito distante
Há quanto tempo, ah, quanto custa hoje em dia?”
Referência
http://criando.blogs.sapo.pt/resenha-o-cortico-aluisio-de-azevedo-22986
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