Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
Último prágrafo
PROVA DE PUBLICAÇÃO — VERSÃO FINAL FORMATADA
HISTÓRIA
A política externa dos EUA: o olhar no retrovisor
Elemento gráfico (símbolo editorial)
E deixo ao leitor, que é mais prudente do que eu, a escolha da água que deseja beber. Se preferir a do Pomba, terá saúde. Se preferir a do Morte, terá ideias. Se misturá-las, poderá fundar um sistema filosófico ou um hospício — que, no Brasil, são quase sempre a mesma coisa.
Legenda:
Ícone de destaque utilizado pela editoria para assinalar pontos essenciais do texto. O balão vazio com ponto de exclamação, dentro de círculo pontilhado, representa foco, alerta e ênfase sobre conceitos-chave da política externa norte-americana ao longo do tempo.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
‘O grande porrete’ não vive duas vezes, por Demétrio Magnoli
O Globo
Opinião pública americana é avessa a uma guerra na América do Sul, especialmente a própria base ideológica trumpista
‘Fale suavemente e carregue um grande porrete.’ Trump recupera o aforismo empregado por Theodore Roosevelt na década inicial do século XX, mas com um desvio. A parte do “grande porrete” encontra-se à vista de todos, no sul do mar do Caribe, às portas da Venezuela, sob a forma do porta-aviões USS Gerald Ford e seu grupo de combate naval. O “fale suavemente” aplica-se exclusivamente a outros lugares: nas relações de Trump com Vladimir Putin e Xi Jinping.
A operação de mudança de regime na Venezuela desenrola-se à sombra de um álibi pelicular: a “guerra ao narcoterrorismo”. Destinada a conferir um verniz de legalidade a ações letais contra pretensos narcotraficantes, a fórmula se aplica à ditadura de Maduro, designado pela Casa Branca como chefe de um certo Cartel de los Soles.
Toda a narrativa dos Estados Unidos é fraudulenta, mesmo no plano factual. Narcotraficantes são criminosos comuns, não combatentes inimigos. Os ataques letais a embarcações acusadas de transportar drogas representam violações escandalosas das leis internacionais. O Cartel de los Soles não existe. A denominação é usada, na Venezuela, para identificar o fluido envolvimento da cúpula das Forças Armadas com diferentes organizações do tráfico de drogas. Maduro comanda um regime criminoso, mas não chefia um cartel.
A ditadura “cívico-militar-policial”, na definição do próprio Maduro, tem coesão e singular estabilidade, mesmo depois de perder o parco apoio popular que lhe restava. Sua argamassa assemelha-se à das máfias. A fidelidade do aparato militar, das forças policiais e das milícias civis repousa sobre um sistema compartilhado de pilhagem das rendas estatais derivadas da exploração de petróleo e ouro e do controle do comércio externo. O regime cleptocrático colabora, ainda, com narcotraficantes nacionais e colombianos.
Trump não entendeu a Venezuela. Imaginou que a combinação do poderoso dispositivo bélico deslocado para o Caribe com ofertas explícitas de anistia ao ditador e a seu círculo mais próximo, além de contatos subterrâneos da CIA com altos oficiais militares, provocaria o resultado almejado. Maduro, contudo, permanece em seu posto. Não rumou por conta própria para Havana ou Moscou, nem foi deposto por um golpe palaciano. A resistência, expressa tanto em comícios desafiadores quanto na radicalização da repressão interna, configura um dilema para os Estados Unidos.
Rússia e China não formam obstáculos. As duas potências obteriam benefícios geopolíticos com a eventual derrubada de Maduro por uma ofensiva total dos Estados Unidos. Putin e Xi interpretariam o evento como sedimentação de uma política mundial de esferas de influência: a troca da Venezuela pela Ucrânia e, mais tarde, por Taiwan. As pedras no caminho de Trump são a opinião pública americana, avessa a uma guerra na América do Sul, e especialmente a própria base ideológica trumpista.
O Maga, movimento trumpista, cuja voz mais nítida é o vice, J.D. Vance, orienta-se por um ultranacionalismo isolacionista que rejeita genericamente envolvimentos militares no exterior. O Big Stick na Venezuela foi idealizado fora da esfera do Maga, pelo secretário de Estado Marco Rubio, republicano oriundo da comunidade cubano-americana de Miami cujo sonho dourado é a deposição dos regimes chavista e castrista. Trump comprou a ideia na expectativa de obter um triunfo consagrador de política externa a preço promocional.
O preço já inflacionou. Inexiste garantia de que ataques pontuais contra alvos em terra precipitem a mudança de regime. A eventual sobrevivência de Maduro instalaria a lógica típica das escaladas militares. No fim do percurso, excluída uma impensável ocupação americana, a Venezuela poderia tornar-se palco de aventuras de grupos armados diversos e um duradouro santuário de cartéis do narcotráfico.
Nesse ponto da curva, porém, um recuo colaria à testa de Trump a imagem do célebre “tigre de papel”, expressão escolhida por Mao Tsé-Tung para, em 1956, caracterizar o “imperialismo americano”. O presidente dos Estados Unidos descobre aos poucos, dolorosamente, que o Big Stick não vive duas vezes.
Doutrina Monroe e a política do Big Stick na América Latina
Texto do artigo (transcrição estruturada)
A Doutrina Monroe (1823)
O presidente James Monroe (1817–1825), em seu discurso anual ao Congresso, em dezembro de 1823, apresentou a chamada Doutrina Monroe, que estabelecia uma oposição dos Estados Unidos a interferências europeias no continente americano. O lema “A América para os americanos” seria posteriormente utilizado, em diferentes momentos, como justificativa para intervenções e políticas de influência dos EUA sobre países do hemisfério ocidental.
A expansão territorial: Governo Polk (1845–1849)
Durante o mandato de James K. Polk, o país expandiu seu território em direção ao Oeste, em período marcado pela ideologia do Destino Manifesto. É nesse contexto que os EUA travam guerra contra o México, incorporando vastas áreas ao seu território.
Guerra Fria: Governo Dwight D. Eisenhower (1953–1961)
O presidente Dwight Eisenhower priorizou ações de contenção ao avanço do comunismo, justificando intervenções diretas e indiretas pelo mundo. Assim como outros governos norte-americanos, recorreu à doutrina de 1823 para reforçar o poder de influência dos EUA e preservar seus interesses estratégicos.
A retórica anticomunista de Ronald Reagan (1981–1989)
Segundo o historiador mencionado no texto, a Doutrina Monroe serve como lente interpretativa para compreender a política externa estadunidense ao longo de décadas. No governo Reagan, houve fortalecimento da retórica anticomunista e apoio explícito a movimentos e governos alinhados ao capitalismo, sobretudo na América Latina.
A chamada “Doutrina Trump” (2023)
No início do século XXI, a retórica de Donald Trump retoma, em certa medida, o espírito unilateralista e nacionalista da política externa norte-americana. A ênfase recai sobre prioridades internas, defesa do interesse nacional acima de pactos multilaterais e adoção de políticas que privilegiem vantagens estratégicas imediatas.
Epígrafe / Fecho Literário
(Inserir ao final da página em itálico, como bloco destacado)
**“Último parágrafo.
Do primeiro ao último, saltando os entrandos e já entrando nos finalmentes,
mentes nos finalmentes.
Círculo branco da folha de jornal: no seu interior há um balão sem texto, apenas com um ponto de exclamação, também no branco do papel-jornal. Exclamação muda dentro de um retângulo azul, com uma seta penetrando no interior do círculo, que está limitado pela circunferência pontilhada em preto que o delimita.”**
Observações de diagramação (incluídas na prova de página)
Título da editoria: Corpo 14, versalete, alinhado à esquerda.
Título principal: Corpo 17, negrito.
Intertítulos dos períodos históricos: Corpo 12, negrito.
Texto corrido: Corpo 10 ou 10,5, regular, entrelinha 1,3.
Epígrafe: Itálico leve, corpo 9, espaçamento 1,2.
Elemento gráfico: Tamanho recomendado 3,5 cm – 4 cm de largura.
Margens sugeridas: 2 cm (externa), 1,5 cm (interna).
Espaço entre blocos: 10 pts.
"Na Itália, o senador Carlo Calenda, de centro-esquerda, afirmou que o documento demonmstra que Trump é um "inimigo da Europa" da Europa e da democracia." O NYT e AP
"Pede perdão
Pela omissão
Um tanto forçada"
Samba de Orly
Composição: Chico Buarque / Toquinho / Vinícius de Moraes.
Estadão: "Em nova estratégia de segurança, Trump retoma a Doutrina Monroe".
Presidente americano pretende reorientar presença militar para restabelecer a América Latina como zona de influência dos EUA, combater imigração e narcotráfico".
WASHINGTON
"O Corolário Trump à Doutrina Monroe é uma restauração sensat e eficaz do poder e das prioridades americanas."
"Devem ser tomadas medidas, concluiu ele, para impedir que tal sistema surja nos EUA."
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