terça-feira, 8 de abril de 2025

É até pecado morrer

É até pecado morrer Por Amanuense Gaúcho Zapeava-se. Era um domingo. A tarde tinha aquele ritmo morno e respeitoso das horas que sabem que não precisam se apressar. E então, no salto de um canal para outro — não por intenção, mas por acidente mágico — deparei-me com uma senhora de 103 anos. Não se apresentava como tal. Aliás, não se apresentava. Apenas existia com tamanha inteireza, que parecia recém-chegada ao mundo. A cena se passava dentro do coração de um Cristo. Literalmente. Uma estátua de 43 metros de altura fincada em Encantado, interior do Rio Grande do Sul. Dentro do peito da estátua — há um recorte em forma de coração — ali, respirava ela, a mocinha centenária. Diz-se por aí que o tempo é linear. Mas ali, diante daquela mulher, o tempo parecia ter desobedecido. Recuava, serpenteava, brincava com a lógica e pedia conselhos à magia. E no instante exato em que o repórter lhe perguntou como se sentia, ela, sem pedir licença à razão, nem consulta ao IBGE, respondeu com um sorriso irrepreensível: "É até pecado morrer." Houve silêncio. O tipo de silêncio que se instala quando uma frase preenche todos os cantos do ar. Era como se, por um segundo, todas as constituições — a de 1824, a de 1891, a de 1937, a de 1946, a de 1967, a de 1988 — estivessem ali, sentadas à sombra daquele Cristo, reverenciando uma frase sem parágrafo único. Porque ali, em Encantado, ela não quis ser chamada de Encantada. Ainda não. Não agora. Há um flerte em curso com a eternidade, é verdade — mas um flerte não é compromisso. Enquanto isso, prefere seguir viva. Viva com gosto. Com o coração no lugar — e o lugar, curiosamente, era mesmo o coração do Cristo. Cristo Protetor de Encantado – onde a vida se espanta de ser tão viva. Se fosse na Constituinte de 1988, Dr. Ulysses provavelmente diria: “Registre-se em ata — e que conste dos anais — que viver bem é cláusula pétrea.” E Nelson Jobim, com seu rigor lógico-mágico, talvez incluísse um artigo: “Art. 103. É vedado morrer com o coração em festa.” E que Encantado siga em frente. Porque sua mais jovem habitante — aos 103 anos — ainda está escrevendo capítulos com a tinta rara dos que sabem viver. Não se despede. Apenas contempla. E, vez ou outra, solta uma daquelas frases que deveriam ser esculpidas, não em pedra, mas em escuta. É até pecado morrer. Pois que se viva. Até que a própria morte se sinta, ela sim… encantada.
Art. 103. da Constituição da República Federativa do Brasil (texto atual) CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL TÍTULO IV DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES CAPÍTULO III DO PODER JUDICIÁRIO Seção II Do Supremo Tribunal Federal Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (Redação dada por Emenda Constitucional nº 45 de 08/12/2004)Proposições em tramitação I – o Presidente da República;Proposições em tramitação II – a Mesa do Senado Federal;Proposições em tramitação III – a Mesa da Câmara dos Deputados;Proposições em tramitação IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada por Emenda Constitucional nº 45 de 08/12/2004)Proposições em tramitação V – o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada por Emenda Constitucional nº 45 de 08/12/2004)Proposições em tramitação VI – o Procurador-Geral da República;Proposições em tramitação VII – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;Proposições em tramitação VIII – partido político com representação no Congresso Nacional;Proposições em tramitação IX – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.Proposições em tramitação § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.Proposições em tramitação § 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias. § 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado. § 4º (Revogado) (Incluído por Emenda Constitucional nº 3 de 17/03/1993) (Revogado por Emenda Constitucional nº 45 de 08/12/2004) Este texto não substitui o publicado no Diário Oficial.
terça-feira, 8 de abril de 2025 Trump não está jogando Xadrez 4D - Joel Pinheiro da Fonseca Folha de S. Paulo Não há genialidade tática prestes a nos surpreender; americano defende tarifas desde os anos 1980 O trabalho do colunista —ou do comentarista— é, em boa medida, revelar alguma ordem na torrente de fatos e dados em que estamos imersos diariamente. É fácil se afogar na multiplicidade. Precisamos daquilo que organiza: relações causais, narrativas que deem sentido, conhecimento das intenções e planos dos envolvidos, ainda que ocultos. O dia a dia do comentarista consiste em incorporar novos fatos às narrativas possíveis, sempre reavaliando quais delas ainda fazem sentido e quais estão ruindo diante da realidade. A tentativa de encontrar ordem, porém, parte da nossa mente. A realidade nem sempre colabora. Aleatoriedade, incompetência, erro; tudo isso também existe. E tudo indica que é o caso do tarifaço de Trump. Desde que foi anunciado, deixou todo mundo perplexo. As tarifas vieram muito acima do previsto, e sem qualquer relação com a ideia de "reciprocidade tarifária" que supostamente guiaria o plano. Países que mal taxam produtos americanos, como Suíça e Israel, foram alvos de tarifas pesadas. Outros, notoriamente protecionistas, como o Brasil, ficaram com a tarifa mínima de 10%. Tem sido quase divertido assistir às acrobacias de muitos liberais econômicos tentando justificar o tarifaço. Segundo alguns, as tarifas anunciadas no dia 2 são apenas uma jogada inicial: um blefe calculado, que abriria espaço para negociar taxas menores num futuro próximo. Só esqueceram de combinar com o próprio Trump. Ele tem sido claro em defender a volta dos empregos industriais aos EUA. Se daqui a algumas semanas ele recuar para tarifas inferiores às que já existiam, não haverá renascimento industrial nenhum. Além disso, ele não pode retroceder demais por causa do buraco fiscal. Precisa de tarifas robustas para compensar, ainda que parcialmente, os cortes de impostos com os quais pretende aquecer a economia, e que devem reduzir a arrecadação em cerca de US$ 5 trilhões ao longo da próxima década. Caso contrário, o rombo nas contas públicas pode se transformar em uma crise ainda mais grave. As tarifas, portanto, vieram para ficar. Não duvido que Trump queira, mediante negociações, reduzi-las a um patamar menos catastrófico —mas não será abaixo do que já estava em vigor. Ainda que se aceite que o protecionismo é mesmo a política econômica, contudo, resta a pergunta: por que essa tabela desigual, com tarifas personalizadas para cada país, baseadas numa equação arbitrária dos fluxos comerciais? E por que mudar as regras com tanta frequência, a ponto de ninguém saber se a tabela ainda estará de pé em duas semanas? A incerteza, por si só, já tem cobrado seu preço, inclusive nas bolsas. Em vez de procurar um plano oculto, talvez caiba reconhecer algo mais simples: 1) Trump realmente gosta de tarifas, como vem dizendo desde os anos 1980. 2) Ele não faz ideia do que está fazendo e os bajuladores a seu redor são incapazes de limitá-lo. Não há xadrez 4D. Não há plano secreto. Não há genialidade tática prestes a nos surpreender. Quem insiste nisso está apenas procurando, a cada novo desastre, um motivo para não admitir que errou. Às vezes, uma burrada é apenas uma burrada.
----------- Moses and the Tablets A Velha A Fiar Palavra Cantada Murucututu Estava a velha no seu lugar, veio a mosca lhe incomodar. A mosca na velha e a velha a fiar. Estava a mosca no seu lugar, veio a aranha lhe fazer mal. A aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava a aranha no seu lugar, veio o rato lhe fazer mal. O rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o rato no seu lugar, veio o gato lhe fazer mal. O gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o gato no seu lugar, veio o cachorro lhe fazer mal. O cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o cachorro no seu lugar, veio o pau lhe fazer mal. O pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o pau no seu lugar, veio o fogo lhe fazer mal. O fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o fogo no seu lugar, veio a água lhe fazer mal. A água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava a água no seu lugar, veio o boi lhe fazer mal. O boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o boi no seu lugar, veio o homem lhe fazer mal. O homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava o homem no seu lugar, veio a mulher lhe incomodar. A mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava a mulher no seu lugar, veio a morte lhe levar. A morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha a fiar. Estava a morte no seu lugar. veio a vida lhe incomodar. A vida na morte, a morte na mulher, a mulher no homem, o homem no boi, o boi na água, a água no fogo, o fogo no pau, o pau no cachorro, o cachorro no gato, o gato no rato, o rato na aranha, a aranha na mosca, a mosca na velha e a velha fiar. Compositor: Dominio Publico _______________________________________________________________________________________________________ Se É Pecado Sambar Elza Soares Producer: Milton Miranda Associated Performer, Vocals: Elza Soares Composer: Manoel Sant' Ana ________________________________________________________________________________________________________

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Na Paulista: A outra volta do obelisco

------- “Popcorn and ice cream sellers sentenced for coups to attack in Brazil.” Ou seja, corneteiro, sorveteiro e pipoqueiro dando golpe de Estado no Brasil. É uma vergonha. Condenar mais esses dois por um crime que, segundo alguns, não existiu. De fato, o golpe não se consumou. Posto que, se tivesse ocorrido, os supostos condenados, pela lógica cartesiana ensinada nas aulas das escolas militares, não seriam aqueles do campo afetado. Houve, sim, tentativa de golpe — crime este tipificado no Código Penal, recentemente reformulado para incorporar dispositivos antes previstos na revogada Lei de Segurança Nacional. O Rancho da Goiabada João Bosco Os boias-frias quando tomam umas biritas Espantando a tristeza Sonham com bife à cavalo, batata frita E a sobremesa É goiabada cascão, com muito queijo, depois café Cigarro e o beijo de uma mulata chamada Leonor, ou Dagmar Amar, um rádio de pilha um fogão jacaré a marmita O domingo no bar, onde tantos iguais se reúnem Contando mentiras pra poder suportar ai São pais de santos, paus de arara, são passistas São flagelados, são pingentes, balconistas Palhaços, marcianos, canibais, lírios pirados Dançando, dormindo de olhos abertos À sombra da alegoria Dos faraós embalsamados Composição: Aldir Blanc / João Bosco. Essa música, “O Rancho da Goiabada”, composta por Aldir Blanc e João Bosco, é uma verdadeira crônica cantada da vida dos trabalhadores pobres brasileiros — especialmente os boias-frias, trabalhadores rurais assalariados que vivem em situação de extrema precariedade. Vamos analisar os elementos principais e o contexto: 🎵 Contexto e Intenção Composta durante os anos 1970, em plena ditadura militar no Brasil, essa canção é uma crítica social embutida em lirismo e sarcasmo. A dupla João Bosco e Aldir Blanc ficou conhecida por suas letras carregadas de conteúdo político e social, usando metáforas e ironia para driblar a censura. 🧾 Síntese A canção pinta o retrato duro e poético dos trabalhadores marginalizados — pessoas que sonham com comida simples, afeto, lazer barato, enquanto enfrentam uma realidade brutal. O título, “O Rancho da Goiabada”, remete ao prato humilde e popular, mas também pode ser interpretado como uma metáfora para um Brasil utópico, onde a felicidade está em prazeres pequenos, quase inalcançáveis. 🔍 Análise de trechos “Os boias-frias quando tomam umas biritas…” → Introduz a figura do trabalhador rural que, mesmo exausto e pobre, busca alguma alegria no álcool e em fantasias cotidianas. “Sonham com bife à cavalo, batata frita...” → Sonhos simples, de conforto e dignidade básica. “Cigarro e o beijo de uma mulata chamada Leonor ou Dagmar” → Desejo por afeto, prazer e companhia. “O domingo no bar, onde tantos iguais se reúnem” → O coletivo dos marginalizados que compartilham dores e escapam da realidade contando “mentiras”, ou seja, histórias para suportar a vida dura. “São pais de santos, paus de arara…” → Um desfile de personagens brasileiros — religiosos, migrantes nordestinos, artistas, loucos — todos misturados no caldeirão da exclusão social. “Dançando, dormindo de olhos abertos à sombra da alegoria dos faraós embalsamados” → Uma crítica ao Brasil que vive de aparência, de espetáculo, enquanto seu povo sofre. Os “faraós embalsamados” podem representar as elites ou os governantes distantes da realidade popular. 🧠 O que pretendia? Blanc e Bosco pretendiam dar voz ao povo oprimido, pintando um quadro cruel, mas lírico, do Brasil real, com todas as suas contradições. A música tem um tom ácido, mas é profundamente humana e empática.
----------- Essa imagem poderosa capturada por Oswaldo Luiz Palermo em 24 de agosto de 1954, no Largo São Francisco, em São Paulo, registra um dos momentos mais simbólicos do impacto imediato do suicídio de Getúlio Vargas sobre a juventude acadêmica — especialmente a da tradicional Faculdade de Direito da USP. A fotografia carrega uma densidade simbólica tremenda: A tensão política do momento está estampada nas posturas, nos olhares e na multidão aglomerada. O país vivia um divisor de águas. O gesto de arriar a bandeira paulista foi um ato emblemático. Em vez de luto, essa bandeira foi retirada — quase como uma punição simbólica à postura do estado (ou de suas elites) frente ao governo Vargas. A frase “Esta daí, não!”, ouvida naquele instante, marca bem essa cisão: enquanto a bandeira do Brasil foi colocada a meio-mastro em sinal de luto, a de São Paulo foi retirada por completo. A leitura é clara: parte da população responsabilizava setores paulistas pela pressão que levou ao trágico fim do presidente. A inscrição visível “NON DVCOR DVCO” — lema da cidade de São Paulo, que significa “Não sou conduzido, conduzo” — também adquire uma ironia histórica nesse contexto. A cidade, naquele instante, era acusada por muitos de ter conduzido Vargas ao desespero. Esse momento de coreografia quase teatral, como bem diz o texto, sintetiza o conflito entre nacionalismo e regionalismo, entre luto e celebração, entre símbolos e ações.
Revista do Globo, Porto Alegre, 18.11.1930, ano II, n. 21, capa. Acervo do Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. A imagem compartilhada é a capa da Revista do Globo de 18 de novembro de 1930, Ano II, Nº 21. Ela é um poderoso registro visual do movimento revolucionário de 1930 que levou Getúlio Vargas ao poder no Brasil. A fotografia mostra tropas gaúchas montadas a cavalo na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, amarrando os cavalos ao obelisco — uma cena icônica que simboliza a vitória dos revolucionários sulistas sobre a oligarquia da República Velha. A legenda da época destaca o simbolismo: “No famoso obelisco da avenida Rio Branco, durante tanto tempo convertido pelos reacionários em pelourinho do fundador do Rio Grande, os gaúchos amarram afinal os cavalos, na manhã de 1° de novembro de 1930.” Esse "pelourinho simbólico" faz referência ao brigadeiro Silva Pais, que, apesar de não ser diretamente mencionado como personagem da imagem, representa para os gaúchos o sofrimento imposto pela ordem da República Velha. O gesto de amarrar os cavalos, portanto, não é apenas prático, mas carregado de sentido histórico e político — como se finalmente os vencidos fossem os que haviam oprimido o sul do país por tanto tempo.
STF antecipa julgamento do "Núcleo 2" de acusados por tentativa de golpe Ministros da Primeira Turma irão analisar as denúncias contra ex-assessores da Presidência da República em 22 e 23 de abril Por Maiara Marinho postado em 04/04/2025 14:26 / atualizado em 04/04/2025 14:35 Compõem a Primeira Turma, que fará a análise da denúncia, o presidente Cristiano Zanin e os ministros Alexandre de Moraes, relator, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux - (crédito: Antonio Augusto/STF) A análise da denúncia de mais um grupo de acusados de tentativa de golpe de Estado, no Supremo Tribunal Federal (STF), foi antecipada para os dias 22 e 23 de abril. Foram reservadas três sessões pelo ministro Cristiano Zanin, presidente da Primeira Turma. No dia 22, às 9h30 e às 14h, e no dia 23, das 8h às 10h. No Núcleo 2, os denunciados são Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal), Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República), Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor da Presidência da República), Marília Ferreira de Alencar (delegada da Polícia Federal), Mário Fernandes (general da reserva do Exército) e Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal). Leia também: Julgamento de trama golpista: STF nega recursos e mais detalhes do 1° dia Leia também: Moraes libera análise de denúncia do golpe para julgamento; Zanin deve marcar data A sessão marcada pelo STF irá analisar se a denúncia contém os requisitos legais para enquadrar os denunciados nos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, envolvimento em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Caso seja aceita, uma ação penal deverá ser aberta. Compõem a Primeira Turma, que fará a análise da denúncia, o presidente Cristiano Zanin e os ministros Alexandre de Moraes, relator, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux. Confira as datas Núcleo 2: 22 e 23 de abril Núcleo 3: 20 e 21 de maio Núcleo 4: 6 e 7 de maio Saiba Mais Política Caiado lança pré-candidatura à Presidência e foca em segurança pública durante discuso Política Sergio Moro: "Brasil cometeu grande erro ao colocar Lula de volta no poder" Política Taxar ricos é 'ato populista' de governo que gasta muito, diz Caiado à BBC MM Maiara Marinho + Tags golpe de estado julgamento primeira turma stf tentativa de golpe
STF julga novos réus por atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro Os ministros da Corte devem manifestar o voto em plenário virtual até esta sexta-feira (11/4). Caso tenha pedido de vista, poderá ser prorrogado por até 90 dias. Ou, em caso de destaque, poderá ir para plenário presencial Por Maiara Marinho postado em 07/04/2025 11:52 O relator, ministro Alexandre de Moraes, manifestou o voto em 16 processos, indicando penas alternativas pela prática de associação criminosa - (crédito: Fellipe Sampaio/STF)x O relator, ministro Alexandre de Moraes, manifestou o voto em 16 processos, indicando penas alternativas pela prática de associação criminosa - (crédito: Fellipe Sampaio/STF) O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a julgar, na última sexta-feira (4/4), 17 réus acusados de incitação ao crime e associação criminosa por envolvimento nos atos realizados no dia 8 de janeiro de 2023, na Praça dos Três Poderes, como parte da trama de tentativa de golpe de Estado. Leia também: STF antecipa julgamento do "Núcleo 2" de acusados por tentativa de golpe O relator, ministro Alexandre de Moraes, manifestou o voto em 16 processos, indicando penas alternativas pela prática de associação criminosa. Em seu voto, ele condena os réus a 1 ano de reclusão com prestação de serviços à comunidade e realização de curso sobre estado e democracia, proíbe o uso de redes sociais, determina multa, suspende o passaporte e revoga o pedido ou porte de arma. Próximo vídeo em 3Cancelar Leia também: STF começa a decidir o destino de Bolsonaro O único voto não apresentado é do caso de uma mulher, denunciada por incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais e associação criminosa. O caso A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou pessoas envolvidas nos atos do dia 8 de janeiro, que resultaram em depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional, da Suprema Corte, e tinham como objetivo o golpe de Estado. Iniciado em plenário virtual, os ministros da Corte devem manifestar o voto no julgamento das ações penais até esta sexta-feira (11/4). Caso tenha pedido de vista, poderá ser prorrogado por até 90 dias. Ou, em caso de destaque, poderá ir para plenário presencial. Desde o início dos julgamentos, o STF já condenou quase 900 pessoas por atos antidemocráticos. Saiba Mais Política Quatro cidades elegeram novos prefeitos neste domingo Política Análise: ato pró-anistia na Paulista foi demonstração de força da direita Política Em ato pró-anistia, bolsonaristas pressionam Motta e atacam Moraes Política Governo Lula freia queda de popularidade e aliados falam em virada Política Após alterações, governo Lula tenta tirar PEC da Segurança do papel Política Tarcísio discursa em ato pró-anistia em SP: 'Se está tudo caro, volta Bolsonaro' MM Maiara Marinho + Tags 8 de janeiro Alexandre de Moraes golpe de estado PGR réus stf
Por questão processual, STF rejeita prisão domiciliar a presos pelo 8 de janeiro que ainda aguardam julgamento Ministro Cristiano Zanin não analisou mérito e aplicou jurisprudência de que não cabe HC contra decisões da Corte 04/04/2025 16:53 - Atualizado há 3 dias atrás Detalhe do edifício-sede do STF, com folhagem em primeiro plano Foto: Gustavo Moreno/STF O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um Habeas Corpus (HC 254397) em que o deputado federal Luciano Lorenzini Zucco pedia a concessão de prisão domiciliar aos presos que ainda aguardam julgamento pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. A decisão é processual, sem análise de mérito, e segue a jurisprudência consolidada do STF de que não é possível o recebimento de habeas corpus contra atos de órgão colegiado ou de qualquer ministro da Corte. O parlamentar pedia a extensão da decisão do ministro Alexandre de Moraes de converter a prisão preventiva de Débora Rodrigues dos Santos em prisão domiciliar a todos os réus cujas ações penais ainda não foram julgadas e que se enquadrem nas hipóteses do artigo 318 do Código de Processo Penal: ser maior de 80 anos, estar extremamente debilitado por motivo de doença grave, ser responsável imprescindível pelos cuidados de criança menor de seis anos ou com deficiência, estar gestante, ser mulher com filho de até 12 anos anos ou homem, caso seja o único responsável pelos cuidados de filho dessa faixa etária. Aos já condenados, o deputado pedia a extensão do regime domiciliar concedido por Moraes a Jaime Junkes. Jurisprudência Ao negar o pedido, o ministro Zanin aplicou entendimento consolidado do STF (Súmula 606) e reafirmado pelo Plenário no sentido da impossibilidade da recebimento de habeas corpus contra ato de órgão colegiado da Corte ou de qualquer ministro. No caso de Débora Rodrigues, a medida foi concedida pelo próprio relator da ação penal a que ela responde, e especificamente no seu caso. Leia a íntegra da decisão. (Suélen Pires//CF)
Análise: ato pró-anistia na Paulista foi demonstração de força da direita Ficou claro para muitos presentes à manifestação — e, inclusive, para quem não foi e nem apoia Bolsonaro — que o ato foi uma demonstração de força da direita brasileira que, se conseguir praticar a união que promoveu ontem, dificultará e muito a vida de Lula na campanha reeleitoral Bolsonaro se reuniu com 7 governadores antes de subir ao trio - (crédito: Reprodução)x Bolsonaro se reuniu com 7 governadores antes de subir ao trio - (crédito: Reprodução) A manifestação na Avenida Paulista nesse domingo (6/4) serviu para que os bolsonaristas começassem a alinhavar um acordo de cavalheiros com os governadores interessados em concorrer ao Planalto nos seguintes termos: vocês, gestores estaduais, ajudam a levar adiante a proposta de anistia aos acusados pelo quebra-quebra de 8 de janeiro de 2023, reforçando o discurso de que não houve golpe de Estado, e, lá na frente, se continuar inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro apoiará quem estiver mais condições de vencer Luiz Inácio Lula da Silva. E mais: ficou claro para muitos presentes ao ato — e, inclusive, para quem não foi e nem apoia Bolsonaro — que o ato foi uma demonstração de força da direita brasileira que, se conseguir praticar a união que promoveu ontem, dificultará e muito a vida de Lula na campanha reeleitoral. Esses acertos, porém, estão longe de serem cumpridos. Os governadores não têm o domínio das bancadas na Câmara para forçar uma união geral pela anistia. Tentarão, a partir de agora, buscar esses votos no varejo. Jair Bolsonaro, por sua vez, ciente da sua força política, não escolherá nem tão cedo um nome a apoiar para 2026. Ele se mantém como "o candidato" e continuará assim, pelo menos, até o fim de 2025. E a depender do cenário, nem no fim do ano o ex-presidente abrirá mão de uma potencial candidatura para apoiar um outro nome. O receio de alguns bolsonaristas mais fiéis é que o capitão termine perdendo protagonismo, caso desista de concorrer para apoiar um aliado. Leia também: Bolsonaro reúne líderes religiosos e governadores em ato pró-anistia Por último, a sonhada união dos partidos de direita está longe de ocorrer na prática. O mais próximo dessa união hoje é o projeto de federação entre União Brasil, presidido por Antônio Rueda, e o PP, comandado pelo senador Ciro Nogueira. Na hipótese de Bolsonaro não se apresentar como candidato, a tendência é uma profusão de candidatos que se unirão apenas no segundo turno, e olhe lá. Dos sete governadores presentes ontem, pelo menos quatro são considerados no páreo de 2026. O de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que, inclusive, já lançou oficialmente uma pré-candidatura, o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o do Paraná, Ratinho Jr. Se tem um consenso entre os conservadores, é que, a preços de hoje, Jair Bolsonaro aglutina os votos da direita e terá mais chances de sucesso quem atrair o fiel eleitorado do ex-presidente. Tarcísio, por exemplo, chegou a puxar um "volta Bolsonaro" em sua fala na Paulista. E, de todos os potenciais candidatos ao Planalto com viés de direita, foi o único a quem o ex-presidente derramou elogios e a quem Michelle Bolsonaro chamou de "melhor ministro" do governo do marido. Leia também: Nikolas chama Moraes de "covarde" em ato pró-anistia Se quiser Tarcísio como o representante do seu time na corrida eleitoral de 2026 ao Planalto, o ex-presidente terá que tomar uma decisão ainda este ano. Isso porque Tarcísio precisaria preparar a própria sucessão em São Paulo, onde os conservadores têm uma profusão de nomes: do prefeito Ricardo Nunes (MDB) ao presidente do PSD, Gilberto Kassab, passando o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL). Diante de tantos ensaios políticos, o ato terminou mantendo todos em campo e pontes abertas. Porém, ainda estamos muito longe do desfecho desta temporada, seja para a anistia, seja para a definição de candidatos. Saiba Mais Política Tarcísio discursa em ato pró-anistia em SP: 'Se está tudo caro, volta Bolsonaro' Política Bolsonaro diz que recebeu aviso divino para sair do Brasil em 2022 Política Michelle Bolsonaro exalta união religiosa e símbolo feminino da luta por justiça Denise Rothenburg + Tags bolsonaro direita eleições 2026 governadores PL da Anistia Jair Bolsonaro amarra direita na Paulista | Meio Dia em Brasília - 07/04/2025 O Antagonista Transmissão ao vivo realizada há 4 horas Meio-Dia em Brasília - 🎧 PODCAST | 2025 O programa Meio-Dia em Brasília desta segunda-feira, 7, fala sobre a manifestação a favor da anistia para os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, que ocorreu neste domingo, 6, na Avenida Paulista, em São Paulo. Além disso, o jornal aborda o desabamento de bolsas de valores na Europa e na Ásia, na esteira do tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. Assista: Meio Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília. Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil. Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado. https://www.youtube.com/watch?v=uneT2KwLyTc ____________________________________________________________________________________________________

domingo, 6 de abril de 2025

TUDO RESSOAVA EM UNÍSSONO

Aos Acordes da Conveniência: Quando Não Bate Mais a Saudade Quando bate uma saudade — diz Paulinho da Viola — ela vem carregada de emoção. Mas e quando não bate? Quando nem a saudade tem mais serventia porque os sentimentos foram esterilizados pela razão estratégica? Quando a política já não arde, nem no reverso inevitável da paixão? 🎧 Ouça aqui: “Quando Bate uma Saudade” – Paulinho da Viola (Letras.mus.br) Aperte o play. Sinta o clima. Este texto começa aí. É nesse vazio emocional que se instala a lógica do poder em sua versão mais cínica. “Quem não tem Marx no coração, corta o coração e vai de razão.” A frase, aguda, revela mais do que uma provocação ideológica: escancara uma época onde os ideais foram relegados à retórica, e o coração, abandonado na soleira do cálculo. O que resta, então, senão o descompasso entre a memória do que fomos e a conveniência do que aceitamos ser? Às favas, senhor presidente, neste momento, toda a ética da convicção e os escrúpulos de consciência. E que se vá também, como já se foi antes, toda coerência revolucionária, todo projeto de transformação que ousava querer mudar o mundo sem perder a ternura. Todos os marxismos de conveniência, ignoramo-los, senhor presidente. Paulinho canta: “Quase sempre um coração amargurado Pelo desprezo de alguém É tocado pelas cordas de uma viola É assim que um samba vem.” Mas não há samba no Planalto. Não há viola que toque o coração de quem fez da política um exercício de sobrevivência fria. A paixão, aquela que movia multidões, deu lugar à blindagem de alianças, à distribuição de emendas, à matemática eleitoral. E assim, quem tem um ideal e o abandona, ou não tinha o ideal, ou age por oportunismo, como dizia Saramago. Quem não tem cão, caça com gato. Entrega os anéis para salvar os dedos. Acende uma vela para Deus e outra para o Diabo. Tudo isso se faz sorrindo, disfarçado de estratégia. “Lágrimas são as pedras preciosas da ilusão”, diz o poeta. Mas hoje, nem lágrimas restam — só a ilusão crua, útil e reciclável nas próximas eleições. No plano internacional, como alerta Sergio Fausto, a maré montante da autocracia avança. A democracia americana, longe de ideal, agora desaba também simbólica e institucionalmente. A erosão interna da ordem liberal, somada ao abandono da política externa multilateral, deixa o mundo à deriva — dividido entre potências autocráticas que jogam o xadrez global com o cinismo das cartas marcadas. E agora, para arrematar, a política comercial virou o novo teatro da força bruta. Como mostra Lourival Sant’Anna, Trump transformou tarifas em instrumentos de dominação política. São alíquotas arbitrárias, aleatórias, extorsivas — uma diplomacia da chantagem disfarçada de “reciprocidade”. Um jogo de soma zero, no qual a sobrevivência de empresas e países passa a depender do humor do novo imperador. E o mundo, em resposta, começa a se reorganizar — não mais com base em valores comuns ou contratos, mas por pura necessidade de sobrevivência. A guerra comercial, diz Sant’Anna, reforçará os instintos autoritários. Os políticos competirão entre si para ver quem protege melhor “seu povo” de um mundo hostil. Nacionalismo, populismo, protecionismo. A saudade da política com paixão vira luxo, artigo fora de mercado. E então, voltamos ao começo: “Quando, surge a luz da criação no pensamento / Ele trata com ternura o sofrimento / E afasta a solidão.” Talvez ainda haja espaço, mesmo que pequeno, para tratar com ternura o que resta do nosso ideal democrático. Talvez ainda caibam um verso, um samba, uma memória — antes que tudo vire silêncio. E que o coração, ainda que esquecido, volte a bater. Porque sem ele, o que resta... é só cálculo.
"Do ronco da cuíca à voz rouca das ruas, tudo ressoava em uníssono." Roncou, roncou Roncou de raiva a cuíca Roncou de fome Alguém mandou Mandou parar a cuíca, é coisa dos home A raiva dá pra parar, pra interromper A fome não dá pra interromper A raiva e a fome é coisas dos home A fome tem que ter raiva pra interromper A raiva é a fome de interromper A fome e a raiva é coisas dos home É coisa dos home É coisa dos home A raiva e a fome A raiva e a fome Mexendo a cuíca Vai tem que roncar Composição: Aldir Blanc / João Bosco. O Ronco Da Cuíca | João Bosco • Ivan Lins • Gonzalo Rubalcaba O saudoso Dr. Ulysses Guimarães dizia: "a única coisa que mete medo em político é a voz rouca das ruas". MARIA ALCINA - MARIA BOA Que vantagem que Maria tem É boa Como é que Maria vive À toa Com quem é que Maria vive Comigo Onde é que Maria mora Não digo Não digo, não digo Porque tenho certeza Certeza porque sou escolado Mulher é negócio de lado E amigo é melhor separado Que vantagem que Maria tem É boa Como é que Maria vive À toa Com quem é que Maria vive Comigo Onde é que Maria mora Não digo Não digo, não digo Porque tenho certeza Certeza que a minha Maria Não vai com a cara do homem Que tem a falinha macia Composição: Assis Valente. ____________________________________________________________________________________________________
"Iniciado em 2005, o Prouni troca isenção fiscal de instituições privadas por bolsas de estudos para alunos de baixa renda. Entre 2005 e 2024, beneficiou 3,4 milhões de estudantes, a maioria (2,5 milhões) com bolsas integrais, os demais com 50%. O que é um bom negócio para as faculdades, porém, pode não ser para os alunos. O Brasil de 2025 não é o mesmo do de 2005. As aspirações dos jovens mudaram, a tecnologia deu um salto, a sociedade se transformou. Um programa desenhado para aquela época precisa ser adaptado aos tempos atuais, diante das novas demandas e da dinâmica do mercado. Há que preservar o aspecto positivo, como a baixa evasão dos participantes, e corrigir o que não tem dado certo. Se há mais vagas que interessados, algo não está funcionando." Esvaziamento do Prouni revela que modelo do programa está esgotado O Globo Em 2024, foram preenchidas apenas 26% das mais de 650 mil vagas abertas pelas universidades
"Charles Ponzi, criador da célebre pirâmide dos anos 1920 nos Estados Unidos, foi apanhado e a Viúva tomou-lhe até a roupa do corpo. Ele passou 12 anos na cadeia, costurando cuecas. Solto, acabou em Pindorama, em 1939. Ponzi morreu aos 67 anos em 1949 num hospital público do Rio. Ele vivia no Engenho Novo, com uma aposentadoria de 700 dólares mensais do fundo de pensão dos comerciários, cerca de R$ 5 mil em dinheiro de hoje." Banqueiros audaciosos gostam de Pindorama domingo, 6 de abril de 2025 O pesadelo do banco Master- Elio Gaspari O Globo Astuciosa engenharia da compra pelo BRB tirará a instituição do colo do fundo dos banqueiros, levando-o para o colo da Viúva, já que ele é estatal
Economia Banco Master contratou mulher de Alexandre de Moraes, diz jornal São Paulo Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2025/04/03/banco-master-contratou-mulher-de-alexandre-de-moraes-diz-jornal.htm?cmpid=copiaecola
Ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski fará parte de comitê consultivo estratégico do Banco Master Comitê contará ainda com o ex-presidente do Banco Central e sócio da consultoria Tendências Gustavo Loyola e o ex-funcionário do BC Geraldo Magela, além do presidente do Master, Daniel Vorcaro, e o CEO do banco comercial, Augusto Lima Por Álvaro Campo Este trecho é parte de conteúdo que pode ser compartilhado utilizando o link https://valor.globo.com/financas/noticia/2023/08/31/ex-ministro-do-stf-ricardo-lewandowski-fara-parte-de-comite-consultivo-estrategico-do-banco-master.ghtml ou as ferramentas oferecidas na página.

sábado, 5 de abril de 2025

Conflito

My Way (A Mi Manera) Interpretado Por Leyendas - Especial 1k Suscriptores Gverb Studios Descubra o seu interior. Nele, com bons pensamentos, você vai encontrar grandeza, equilíbrio, paz, esperança e vida. Poesia | Poema da Velhice, de José Saramago Acho então esta lei em mim: quando quero fazer o bem, o mal está comigo. – Paulo. (Romanos, 7:21.) Os discípulos sinceros do Evangelho, à maneira de Paulo de Tarso, encontram grande conflito na própria natureza. Quase sempre são defrontados por enormes dificuldades nos testemunhos. No instante justo, quando lhes cabe revelar a presença do Divino Companheiro no coração, eis que uma palavra, uma atitude ligeira os traem, diante da própria consciência, indicando-lhes a continuidade das antigas fraquezas. A maioria experimenta sensações de vergonha e dor. Alguns atribuem as quedas à influenciação de espíritos maléficos e, geralmente, procuram o inimigo no plano exterior, quando deveriam sanar em si mesmos a causa indesejável de sintonia com o mal. É indubitável que ainda nos achamos em região muito distante daquela em que possamos viver isentos de vibrações adversas, todavia, é necessário verificar a observação de Paulo, em nós próprios. Enquanto o homem se mantém no gelo da indiferença ou na inquietação da teimosia, não é chamado à análise pura; entretanto, tão logo desperta para a renovação, converte-se o campo íntimo em zona de batalha. Contra a aspiração bruxuleante do bem, no dia que passa, levanta-se a pesada bagagem de sombras acumuladas em nossas almas desde os séculos transcorridos. Indispensável, portanto, grande serenidade e resistência de nossa parte, a fim de que o progresso alcançado não se perca. O Senhor concede-nos a claridade de Hoje para esquecermos as trevas de Ontem, preparando-nos para o Amanhã, no rumo da luz imperecível. 136 Conflito Pão Nosso #136 - Conflito NEPE Paulo de Tarso | Evangelho e Espiritismo Transmitido ao vivo em 31 de out. de 2023 Série de estudos, com Artur Valadares, da obra "Pão Nosso", de Emmanuel/Chico Xavier. ----------
📜 Transcrição Completa: A divisão do trabalho, entre as jovens filhas, através do rodízio das tarefas semanais, contribuía para a harmonia do ambiente. Meca sofria ainda as crises. E os filhos tinham muito cuidado com ela, secundando o carinho de Eurípedes e do pai. Mas, havia as compensações para as duras labutas diárias. À tarde, reuniam-se na residência de Mogico, jovens conhecidos e amigas da família para pequenos divertimentos, como: música ao som de uma sanfona, jogos de salão, cantigas de roda. Às vezes, dançavam alegremente. Eurípedes não dançava, mas gostava que suas irmãs se divertissem. Porém, a hora de fechar a porta para a chefe da casa era sagrada. Todos sabiam que nove horas era o tempo de despedir-se. E assim acontecia. Meca efetuava algumas vezes por ano um passeio à Gruta dos Palhares (12) e, para aproveitar bem o tempo, levava sua roca e demais apetrechos para o preparo de fios e linhas. Os filhos acompanhavam-na, inclusive os pequenos. Eurípedes mais sobremaneira essas “excursões” e delas guardava gratas lembranças. Amigas e conhecidas se juntavam à Meca para realizarem juntas a tarefa da cardadura do algodão. Lá passavam o dia, pois muniam-se de merendas necessárias para o lanche. Outro fato interessante marcou a vinda da primeira máquina de costura a Sacramento. Meca esperava o décimo primeiro filho, quando a notícia – de que a Baronesa de Rifaina adquirira uma máquina que costurava – chegara à cidade. A nota alvoroçou as mulheres, que se apressavam a visitar tal raridade. Iam a cavalo, o automóvel não era inventado ainda. Meca aprontou-se para ver a máquina. Mas ao dar conhecimento do fato a Mogico, este recusou-se terminantemente a permitir a viagem da mulher, embora pequena, até Rifaina. – “Fique sossegada, Meca. Você também terá sua máquina.” E mandou buscar na praça de S. Paulo, uma máquina para a esposa. A primeira máquina de costura que a cidade conheceu veio amenizar a tarefa de Meca na confecção de roupas para a família. (13) Notas de rodapé: (12) A Gruta dos Palhares dista quatro quilômetros da cidade. É um dos pontos mais belos e pitorescos do Município de Sacramento. (13) A referida máquina encontra-se na Sala de Eurípedes, no Lar de Eurípedes, em Sacramento, MG.
✍️ Resumo do Texto: O texto retrata momentos da vida cotidiana da família de Eurípedes Barsanulfo. Destaca-se a harmonia doméstica alcançada pelo rodízio de tarefas entre as filhas, o cuidado com a saúde de Meca (a mãe), e os momentos de lazer com amigos, como música e jogos. Eurípedes, embora não dançasse, incentivava as irmãs a se divertirem. A rotina incluía passeios à Gruta dos Palhares e tarefas como cardar algodão em grupo. Um evento marcante foi a chegada da primeira máquina de costura à cidade de Sacramento. Meca, grávida, desejava ver a novidade em Rifaina, mas seu marido Mogico, preferiu presenteá-la com uma máquina vinda de São Paulo. Isso facilitou muito o trabalho de Meca com as roupas da família. Essa máquina histórica encontra-se hoje na Sala de Eurípedes, no Lar de Eurípedes, em Sacramento-MG. ESE CAP 8 – itens 1 a 4 – Simplicidade e Pureza. Canal Fraternidade Luz e Fé 30 de jul. de 2018 Exposição Doutrinária com o tema ESE CAP 8 – itens 1 a 4 – Simplicidade e Pureza. Realizada na Sociedade Espírita Fraternidade Luz e Fé em 20/06/2018 e apresentada pelo expositor Marcelo Silveira. Blumenau / SC. Capítulo VIII — Bem-aventurados os que têm coração puro Simplicidade e pureza de coração. 1. Bem-aventurados os que têm puro o coração, porquanto verão a Deus. (S. Mateus 5:8.) 2. Apresentaram-lhe então algumas crianças, a fim de que ele as tocasse, e, como seus discípulos afastassem com palavras ásperas os que lhas apresentavam, Jesus, vendo isso, zangou-se e lhes disse: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham. — Digo-vos, em verdade, que aquele que não receber o reino de Deus como uma criança, nele não entra rá.” — E, depois de as abraçar, abençoou-as, impondo-lhes as mãos. (S. Marcos, 10:13 a 16.) 3. A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui toda ideia de egoísmo e de orgulho. Por isso é que Jesus toma a infância como emblema dessa pureza, do mesmo modo que a tomou como o da humildade. Poderia parecer menos justa essa comparação, considerando-se que o Espírito da criança pode ser muito antigo e que traz, renascendo para a vida corporal, as imperfeições de que se não tenha despojado em suas precedentes existências. Só um Espírito que houvesse chegado à perfeição nos poderia oferecer o tipo da verdadeira pureza. É exata a comparação, porém, do ponto de vista da vida presente, porquanto a criancinha, não havendo podido ainda manifestar nenhuma tendência perversa, nos apresenta a imagem da inocência e da candura. Daí o não dizer Jesus, de modo absoluto, que o reino dos céus é para elas, mas para os que se lhes assemelhem. 4. Pois que o Espírito da criança já viveu, por que não se mostra, desde o nascimento, tal qual é? Tudo é sábio nas obras de Deus. A criança necessita de cuidados especiais, que somente a ternura materna lhe pode dispensar, ternura que se acresce da fraqueza e da ingenuidade da criança. Para uma mãe, seu filho é sempre um anjo e assim era preciso que fosse, para lhe cativar a solicitude. Ela não houvera podido ter-lhe o mesmo devotamento, se, em vez da graça ingênua, deparasse nele, sob os traços infantis, um caráter viril e as ideias de um adulto e, ainda menos, se lhe viesse a conhecer o passado. Aliás, faz-se necessário que a atividade do princípio inteligente seja proporcionada à fraqueza do corpo, que não poderia resistir a uma atividade muito grande do Espírito, como se verifica nos indivíduos grandemente precoces. Essa a razão por que, ao aproximar-se-lhe a encarnação, o Espírito entra em perturbação e perde pouco a pouco a consciência de si mesmo, ficando, por certo tempo, numa espécie de sono, durante o qual todas as suas faculdades permanecem em estado latente. É necessário esse estado de transição para que o Espírito tenha um novo ponto de partida e para que esqueça, em sua nova existência, tudo aquilo que a possa entravar. Sobre ele, no entanto, reage o passado. Renasce para a vida maior, mais forte, moral e intelectualmente, sustentado e secundado pela intuição que conserva da experiência adquirida. A partir do nascimento, suas ideias tomam gradualmente impulso, à medida que os órgãos se desenvolvem, pelo que se pode dizer que, no curso dos primeiros anos, o Espírito é verdadeiramente criança, por se acharem ainda adormecidas as idéias que lhe formam o fundo do caráter. Durante o tempo em que seus instintos se conservam amodorrados, ele é mais maleável e, por isso mesmo, mais acessível às impressões capazes de lhe modificarem a natureza e de fazê-lo progredir, o que torna mais fácil a tarefa que incumbe aos pais. O Espírito, pois, enverga temporariamente a túnica da inocência e, assim, Jesus está com a verdade, quando, sem embargo da anterioridade da alma, toma a criança por símbolo da pureza e da simplicidade. Exclusivos Web Roda Viva | José Saramago | 1992 O Roda Viva recebeu, em 1992, o escritor português contemporâneo e também conhecido por sua incansável militância política, José Saramago. Ele veio visitar o Brasil, onde abriu o Congresso Internacional promovido pela Universidade de São Paulo, a USP, sobre o tema “América 92: raízes e trajetórias” e discutiu, neste programa, alguns assuntos como literatura e política, dentre outros. Participaram da bancada de entrevistados Luiz Antonio Giron, repórter do jornal Folha de S. Paulo; Hamilton dos Santos, editor do suplemento Cultura, do jornal O Estado de S. Paulo; Edla Van Steen, escritora; Gilberto Mansur, jornalista e escritor; Roberto Pompeu de Toledo, editor-especial da revista Veja; Fábio Lucas, crítico e professor da Universidade de Brasília; Ivan Ângelo, editor-executivo do Jornal da Tarde; e Jayme Martins, jornalista da TV Cultura. O programa não contém edição e foi ao ar em 1992. ________________________________________________________ Solamente Una Vez Interpretado Por Leyendas - Especial Navideño (Original) Gverb Studios 24 de dez. de 2023 Que tal amigos, aquí les presento un video especial para estos tiempos festivos y otra entrega en la serie “Interpretado Por Leyendas”. Estoy conciente que este tema de Agustin Lara técnicamente no se puede considerar “navideño”, pero es un bolero muy bello y figure que mejor momento que ahorita para sacar a la luz esta edición. Y la verdad es un milagro que pude sacar esto ya que volviendo al tema de mi compu pasado que se murió, el archivo de este proyecto totalmente se alboroto y me costó mucho recuperar todo los archivos y samples de audio y otro sin fin de cosas. Estoy contento del resultado final y me sorprendió bastante la cantidad de cantantes que han interpretado esta canción, tanto cantantes hombres como mujeres. Me hubiera gustado incluir a más cantantes ya que omite varios por mencionar algunos, Jose Carreras Nat King Cole, Francisco Céspedes, Los Panchos. Y de lado de las mujeres aún más: Rocio Durcal, Ana Gabriel, Thalia, Manoella Torres, Guadalupe Pineda, Natalia Lafourcade, Etc.. Pero lo que más me dolió fue omitir la voz de José José porque nunca lo canto y ni tampoco existe ningún audio en vivo. Si algún día sale a la luz un audio de Don José cantando, lo volveré a hacer de nuevo jaja. Ojala les agrade esta edicion.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

Blah Blah Blah Blah

GO JA JA JA Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah Blah. ALL WE EVER HEAR FROM YOU IS BLAH BLAH BLAH ALL WE EVER DO IS GO JA JA JA AND WE DON'T EVEN CARE ABOUT WHAT THEY SAY CAUSE IT'S JA JA JA JA BLAH BLAH BLAH BLAH
Manhã de Sábado Uma crônica muito séria sobre um esquecimento, três estações e a tragicomédia da vida urbana, em público e em filas. Manhã de sábado. Aquela manhã com gosto de fim de mês e cheiro de segunda-feira ruim, já anunciada na televisão: os preços dos remédios subirão. Para mais. Sempre para mais. Um senhor de idade já negociada com a previdência, empunha sua receita médica como quem leva uma carta da ONU. Folha de papel ofício, timbrada pela urgência de viver. Ele percorre o centro de Juiz de Fora com a alma aos pedaços e os bolsos em alerta. Cada farmácia é uma estação. Cada compra, uma concessão ao absurdo. Última parada: Souza da Batista. Ritual conhecido. Primeiro, a fila para o balcão. O balconista examina a receita com olhos clínicos e dedos apressados. Confere, calcula, separa. Depois, o caixa. Pagamento. Suspira. A cruz pesa mais com o comprovante. Terceira estação: o balcão de retirada. Um funcionário lento, zen e quase transparente, recolhe o papel, organiza os remédios em sacolas e estende ao ar — como quem segura o cálice numa missa. Mas o senhorzinho sai sem as sacolas. Esquece. Minutos depois, o retorno. Esbaforido, bufando, com o rosto vermelho de indignação e calor, ele vocifera: — “Por que não me avisaram antes?” O funcionário, sem sequer franzir a sobrancelha, ergue o braço. Entrega a sacola. Silêncio. A cruz volta para os ombros de quem a carregou. O senhor sai novamente. E novamente retorna. Desta vez, o esquecimento é eletrônico: o celular ficou no balcão. O funcionário mineiríssimo, quase um haicai em forma de gente, aponta para o aparelho: — “O senhor esqueceu isso aqui também.” E mais uma vez, o velho volta. Mais pesado. Mais resignado. Talvez menos zangado. Ou mais acostumado. Fim da cena. O narrador — este fofoqueiro que vos fala — não conseguiu ver o rosto do senhorzinho ao receber o celular. Estava de costas. Mas o silêncio falou mais do que qualquer reclamação. E como não há lição nem moral, só nos resta admitir: A vida é mesmo esse teatro em três atos, com sacolas esquecidas, celulares largados e funcionários que não se abalam. É a comédia da vida privada… em público. Epílogo Musical: Castigo Lupicínio Rodrigues & Alcides Gonçalves Interpretada em pensamento, ao fundo, por um rádio antigo na farmácia.
Eu sabia que você um dia Me procuraria em busca de paz Muito remorso, muita saudade Mas afinal o que é que lhe traz? A mulher quando é moça e bonita Nunca acredita poder tropeçar Quando os espelhos, lhe dão conselhos É que procuram em quem se agarrar E você pra mim foi uma delas Que no tempo em que eram belas Viam tudo diferente do que é Agora que não mais encanta Procura imitar a planta As plantas que morrem de pé E eu lhe agradeço por de mim ter se lembrado Entre tantos desgraçados que em sua vida passou Homem que é homem faz qual o cedro Que perfuma o machado que o derrubou
E como homenagem visual, uma charge do próprio cronista-inspiração: 🔗 kimcartunista.com.br – Veríssimo por Kim

COMUNICADOS: COMEÇOS E FINS

A Resenha: O Velho Está Morrendo e o Novo Não Pode Nascer A ResenhaO velho está morrendo e o novo não pode nascer; neste interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparece”. A frase de Gramsci, inspiração do título do livro, exemplifica, para Nancy Fraser, o momento que vivemos atualmente. A filósofa, consagrada pelos seus escritos sobre a teoria do reconhecimento e sobre feminismo, embarca em uma análise sucinta, mas precisa da crise política global. Heloísa Cristina Ribeiro 19/05/2022
"A influência disruptiva do trumpismo une, de maneira transgressora, oposições e governos ao redor do mundo, chegando também às terras de Vera Cruz. Figuras políticas, à margem do cenário tradicional, mostram-se desorientadas, como quem perde o rumo em meio à turbulência da mudança. O indicador Farol Quaest aponta 53, às vésperas de 54, entre mulheres, e 64, evocando lembranças sombrias, entre os jovens, revelando uma crescente rejeição ao status quo representado pelo polo oposto." Sombra de futuro em batalhas Um estudo do Exército britânico sobre o fenômeno "sombra de futuro" demonstrou que os soldados dos dois lados ganhavam tempo para sobreviver até o final da guerra. No "esconde-esconde", o outro lado sabia onde o adversário estaria e/ou atiraria.
"Sombra de Futuro" Meus amigos e minhas amigas, [...] Companheiros e companheiras, [...] Deixou de ser pior, [...] Pode voltar a crescer. [...] Foi ótimo, [...] Foi bom, [...] Foi ruim. "Nem tudo que você pretende fazer há de ser comunicado abertamente. Nesta parte do caminho, é melhor frear seu impulso de falar, guardando seus planos em silêncio ou os compartilhando em pedaços esparsos." Quem foi que inventou o brasileiro? Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril, Dois meses depois do carnaval. Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril Dois meses depois do carnaval Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril Dois meses depois do carnaval Ai, seu Mé! Ai, Mé, Mé! Lá no Palácio das Águias, olé Não hás de pôr o pé Ai, seu Mé! Ai, Mé, Mé! Lá no Palácio das Águias, olé Não hás de pôr o pé Ó Seu Toninho Da terra do leite grosso Bota cerca no caminho Que o paulista é um colosso Puxa a garrucha Finca o pé firme na estrada Se começa o puxa-puxa Faz do seu leite coalhada Seu Julinho vem, Seu Julinho vem Se o mineiro lá de cima descuidar Seu Julinho vem, Seu Julinho vem Vem, mas custa, muita gente há de chorar Seu Julinho vem, Seu Julinho vem Se o mineiro lá de cima descuidar Seu Julinho vem, Seu Julinho vem Vem, mas custa, muita gente há de chorar Há uma forte corrente contra você Toma cuidado Que o seu vizinho do lado Já anda desconfiado e você sabe o porquê Há uma forte corrente contra você Toma cuidado Que o seu vizinho do lado Já anda desconfiado e você sabe o porquê Bota o retrato do velho outra vez Bota, no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar Bota o retrato do velho outra vez Bota, no mesmo lugar O sorriso do velhinho Faz a gente trabalhar Ninguém perde por esperar A vitória do Ademar Será de bonde ou de avião, mas ele vem Prometeu e não vai faltar! Ninguém perde por esperar A vitória do Ademar Será de bonde ou de avião, mas ele vem Prometeu e não vai faltar! Meu Brasil segue em frente Vamos na onda moçada Jota, jota Oba, oba Foi a maior barbada Meu Brasil segue em frente Vamos na onda moçada Jota, jota Oba, oba Foi a maior barbada O que passou, passou Vamos trabalhar! Vamos tirar petróleo do solo belo Jota, jota Oba, oba Salve o pendão verde e amarelo! Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril Dois meses depois do carnaval Composição: Careca e Freire Júnior / Francisco Alves e Orestes Barbosa / Freire Júnior / Haroldo Lobo e Marino Pinto / Jorge de Castro e Wilson Batista / Lamartine Babo
Lula mantém favoritismo apesar da queda de popularidade A mais recente pesquisa Genial/Quaest revela que, apesar da queda em sua popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém-se competitivo na disputa eleitoral para 2026. Embora 62% dos entrevistados considerem que ele não deveria concorrer à reeleição, sua vantagem persiste, sustentada pelo alto índice de rejeição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que permanece inelegível. No cenário atual, Lula e Bolsonaro aparecem em empate técnico (44% x 40%), enquanto outros possíveis candidatos, como Tarcísio de Freitas (15%) e Michelle Bolsonaro (14%), apresentam índices inferiores. O levantamento também aponta que 80% do eleitorado ainda não definiu um nome preferido. As simulações de segundo turno indicam que Lula enfrentaria desafios contra diversos candidatos, mas manteria vantagem. Contra Michelle Bolsonaro, por exemplo, venceria por 44% a 38%; contra Tarcísio de Freitas, por 43% a 37%. Apesar da estabilidade de Lula nas pesquisas, sua rejeição cresceu para 55%, e sua vantagem contra adversários como Romeu Zema, Ratinho Jr. e Ronaldo Caiado tem diminuído progressivamente. O artigo relaciona o contexto político à obra A Arte da Guerra, de Sun Tzu, argumentando que a estratégia ideal para Lula seria neutralizar adversários sem confrontá-los diretamente. Nesse sentido, Tarcísio de Freitas surge como o opositor mais promissor, mas sua possível candidatura à presidência pode ser contida devido à viabilidade de sua reeleição como governador de São Paulo. Assim, a disputa segue indefinida, com o cenário eleitoral ainda em aberto. https://blogs.correiobraziliense.com.br/azedo/lula-mantem-favoritismo-apesar-da-perda-de-popularidade/

quarta-feira, 2 de abril de 2025

A Campanha de Vacinação contra a Influenza, vírus causador da gripe, começa em Juiz de Fora na próxima segunda-feira (7).

----------- Campanha de vacinação contra a gripe começa na próxima segunda-feira em Juiz de Fora Aplicação acontecerá em todas as Unidades Básicas de Saúde da cidade Por Tribuna 02/04/2025 às 18h24- Atualizada 02/04/2025 às 18h47 A Campanha de Vacinação contra a Influenza, vírus causador da gripe, começa em Juiz de Fora na próxima segunda-feira (7). O imunizante, segundo a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), será disponibilizado em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, obedecendo o horário de funcionamento. A Prefeitura não informou, até a noite desta quarta-feira, se a vacina também estará disponível no Serviço Saúde do Idoso (Sasi), para pessoas com mais de 60 anos, e o Departamento de Saúde da Mulher, Gestante, Criança e Adolescente (DSMGCA), para grávidas, puérperas, e crianças que têm entre seis meses e seis anos de idade. A Tribuna questionou a PJF. sobre a aplicação do imunizantes nos dois locais, e aguarda atualizações. Públicos-alvo da campanha: Crianças a partir de seis meses e menores de seis anos (5 anos, 11 meses e 29 dias); Pessoas com 60 anos ou mais; Gestantes e puérperas (até 45 dias pós-parto); Trabalhadores da saúde com 18 anos ou mais; Trabalhadores dos Correios; Professores; Pessoas em situação de rua; Profissionais das forças de segurança, salvamento e das Forças Armadas; Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, independentemente da idade; Pessoas com deficiência permanente; Caminhoneiros; trabalhadores de transporte coletivo rodoviário para passageiros urbanos e de longo curso; População privada de liberdade e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas. LEIA MAIS notícias sobre Juiz de Fora aqui Tópicos: gripe / influenza / UBS / vacina / vacinação _____________________________________________________________________________________________________

DO BALANÇO DA INFÂNCIA AO FERRO DA MEMÓRIA

Resumo O tempo, como uma gangorra em perpétuo movimento, oscila entre passado e presente, entre raízes e caminhos, entre fragilidade e resistência. A partir de três imagens simbólicas – uma gangorra de madeira, um galho caído e uma escultura de ferro – este poema reflete sobre a transitoriedade da existência e a transformação da matéria e da memória. O equilíbrio da infância, a queda inevitável do que um dia foi vivo e a solidez forjada pelo tempo dialogam com a migração do homem do campo para a cidade, ecoando os versos da canção "Casa de Barro", de Pena Branca e Xavantinho. Citação Contextualizada "Tudo que é sólido desmancha no ar." – Karl Marx A gangorra de madeira, o galho tombado e o homem de ferro são metáforas do tempo que nos constrói e nos desfaz. A citação de Marx ressoa na oscilação entre progresso e perda, entre construção e dissolução. Assim como a madeira se desgasta, o ferro se enferruja e o homem se desloca de sua terra, a solidez da existência é sempre passageira. DO PAU-BRASIL DOS ANDRADES AO MINÉRIO DE FERRO DE ANDRADE Avenida Paulista verticalizada. Itabirito de Minas subterraneizado. GANGORRA, GALHO E FERRO: A VIDA QUE OSCILA
Quatro estacas de madeira, postas em pares cruzados. Um travessão firme, atravessando as forquilhas que o sustentam. Parafusos de aço prendem e asseguram, correntes presas ao tempo, um assento de madeira, ecoando memórias e balanços.
Mas eis que o galho cai, curvado sobre a terra úmida. Testemunha de um vento forte, ou de um cansaço antigo. Ele já foi tronco, já foi vida, agora repousa no chão, sem saber se renasce ou se vira pó.
E adiante, ergue-se o homem de ferro, forjado, enferrujado, erguido à força. Braços ao alto, desafiando o céu, feito de cortes e cicatrizes, como se do minério brotasse carne, como se do aço nascesse alma. A vida é uma gangorra ou um galho seco? É ferro erguido ou madeira quebrada? É ascensão ou queda, permanência ou ruína? Gangorra, galho e ferro, o tempo nos molda, a gravidade nos chama, e no balanço entre céu e terra, somos instante. Ecos da Terra Perdida A poeira do chão vermelho sobe em caracol, o roceiro parte em um caminhão, trocando a terra batida pela frieza do asfalto. A enxada vira lembrança. O campo, saudade. E entre madeira, ferro e tempo, sabe, seu moço, esse mundo é uma escola. E no vai-e-vem da gangorra, na queda do galho, no peso do ferro, a terra canta: 🎵 Aquela casa de parede barreada Lá na beira da estrada, já não tem mais morador... 🎵 _____________________________________________________________________________________________________

terça-feira, 1 de abril de 2025

Um Inimigo do Povo e Calabar: Censura, Poder e Verdade no Teatro

HAMLET "Ser ou não ser: eis a questão: Saber se é mais nobre na mente suportar As pedradas e flechas da fortuna atroz Ou tomar armas contra as vagas das aflições E, ao afrontá-las, dar-lhes fim. [...] -----------
-------------- Hamlet Capa comum – 12 agosto 2015 Edição Português por William Shakespeare (Autor), Lawrence Flores Pereira (Tradutor) Leitura obrigatória da UERJ. Neste clássico da literatura mundial, um jovem príncipe se reúne com o fantasma de seu pai, que alega que seu próprio irmão, agora casado com sua viúva, o assassinou. O príncipe cria um plano para testar a veracidade de tal acusação, forjando uma brutal loucura para traçar sua vingança. Mas sua aparente insanidade logo começa a causar estragos - para culpados e inocentes. Esta é a sinopse da tragédia de Shakespeare, agora em nova e fluente tradução de Lawrence Flores Pereira, que também oferece uma alentada introdução à obra. A edição traz ainda um clássico ensaio do poeta T.S. Eliot sobre o texto shakespeariano. Hamlet é um dos momentos mais altos da criação artística, um retrato - eletrizante e sempre contemporâneo - da complexa vida emocional de um ser humano. -----------
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Noite, sala de estar da residência do médico. O ambiente é sóbrio, embora bem-arranjado e mobiliado. Na parede à direita, há duas portas: a mais distante conduz à antecâmara e a mais próxima, ao gabinete do médico.

Na parede oposta, junto à porta que dá para a antecâmara, há outra porta que leva aos aposentos íntimos da família, no andar superior. No meio dessa parede, está a estufa ladrilhada e, mais ao primeiro plano, um sofá encimado por um espelho. À frente do sofá, há uma mesa ovalada sobre um tapete. Acima da mesa, pende uma lâmpada acesa, coberta por uma cúpula.

No plano de fundo, vê-se uma porta aberta que leva à sala de jantar. Lá dentro, entrevê-se a mesa posta e a lâmpada acesa.

Billing está sentado à mesa, com um guardanapo sobre o colo. Junto à mesa, a senhora Stockmann lhe estende uma bandeja com uma grande peça de carne assada. Os demais lugares à mesa estão vazios, e as louças e talheres em desalinho indicam que a refeição chegou ao fim.



Um Inimigo do Povo Peça em cinco atos, 1882
Henrik Ibsen

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----------- Aqui está a imagem do cenário descrito. _____________________________________________________________________________________________________ O teatro, como expressão artística e social, tem sido historicamente um espaço de contestação e resistência. Entre as muitas obras que desafiaram estruturas de poder, Um Inimigo do Povo, de Henrik Ibsen, e Calabar: O Elogio da Traição, de Chico Buarque e Ruy Guerra, destacam-se por seu enfrentamento direto com forças autoritárias e seus questionamentos sobre a verdade, o poder e a moralidade pública. Um Inimigo do Povo: O embate entre verdade e interesse coletivo Escrita em 1882, a peça de Ibsen retrata a história do Dr. Thomas Stockmann, um médico que descobre que as águas do balneário de sua cidade estão contaminadas, representando um perigo à saúde pública. No entanto, ao tentar divulgar essa verdade, Stockmann se depara com uma forte resistência dos líderes políticos e da própria população, que temem os prejuízos econômicos que a revelação pode causar. O protagonista passa, então, de benfeitor a inimigo da sociedade, evidenciando como a verdade pode ser suprimida quando desafia interesses estabelecidos. A obra de Ibsen carrega uma crítica contundente à manipulação da opinião pública e à hipocrisia política, temas universais e atemporais. A peça revela como a maioria pode ser conduzida por discursos de conveniência e como o poder é exercido para manter privilégios, mesmo em detrimento do bem-estar coletivo. Calabar e a censura no Brasil de 1973: O teatro como resistência Quase um século depois, no Brasil sob a ditadura militar, Chico Buarque e Ruy Guerra escrevem Calabar: O Elogio da Traição, uma peça que reinterpreta a história de Domingos Fernandes Calabar, personagem histórico do século XVII que passou para o lado dos holandeses na luta contra os colonizadores portugueses. A obra questiona o conceito de traição e sugere que a história é contada a partir da perspectiva dos vencedores, colocando em xeque a própria noção de patriotismo imposta pelo regime militar. A montagem de Calabar foi proibida pela censura antes mesmo da estreia, pois o governo temia que a peça servisse como uma metáfora para a situação política do Brasil. A ditadura, que controlava rigidamente as manifestações culturais, via na obra uma ameaça por seu subtexto de resistência e por sua crítica à manipulação da história oficial. O diretor Fernando Peixoto tentou negociar a liberação, mas a repressão do governo impediu qualquer possibilidade de encenação. Paralelos entre as duas peças: Verdade, poder e censura Tanto Um Inimigo do Povo quanto Calabar lidam com a problemática da verdade diante dos interesses do poder. Stockmann e Calabar são personagens que desafiam a narrativa dominante e, por isso, são tachados de traidores ou inimigos da sociedade. Em ambos os casos, o embate entre indivíduo e sistema se dá no campo da informação e da opinião pública, demonstrando como os discursos oficiais são construídos para manter determinadas estruturas de poder. Além disso, a censura à montagem de Calabar em 1973 ecoa a perseguição simbólica que Stockmann sofre na peça de Ibsen. Assim como a sociedade norueguesa da ficção rejeita a verdade inconveniente trazida pelo médico, a ditadura brasileira temia qualquer voz que desafiasse a versão oficial dos fatos. O teatro, nesses dois momentos históricos, mostra-se uma ferramenta de denúncia e reflexão, sendo alvo de repressão exatamente por seu potencial de subversão. Conclusão: O teatro como espelho da sociedade O confronto entre a verdade e os interesses dominantes atravessa os séculos e se reflete tanto na Noruega do século XIX quanto no Brasil do século XX. Henrik Ibsen e Chico Buarque, cada um à sua maneira, expõem os mecanismos de manipulação e censura que sustentam o status quo. A recepção de Um Inimigo do Povo e a proibição de Calabar demonstram que o teatro não é apenas entretenimento, mas um espaço de embate ideológico e resistência política. Ambas as obras, ao serem encenadas ou censuradas, comprovam o poder do teatro em provocar debates fundamentais sobre democracia, liberdade de expressão e a luta pela verdade. _____________________________________________________________________________________________________ ----------- ------------ CALABAR O ELOGIO DA TRAIÇÃO Eduardo Henriques Henriques _____________________________________________________________________________________________________ ------------ ------------ Chico Buarque - Chico Canta Full --------- Mara Ferreira 16 de jun. de 2017 Mara Ferreira Música 10 músicas -----------
----------- Prólogo (O Elogio Da Traição) Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Cala A Boca, Bárbara Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Tatuagem Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Ana De Amsterdam Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Bárbara Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Não Existe Pecado Ao Sul Do Equador/Boi Voador Não Pode Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Fado Tropical Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Tira As Mãos De Mim Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Cobra De Vidro Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Vence Na Vida Quem Diz Sim Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Não Existe Pecado Ao Sul Do Equador/Boi Voador Não Pode Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Fado Tropical Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Tira As Mãos De Mim Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Cobra De Vidro Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição Vence Na Vida Quem Diz Sim Chico Buarque Calabar – O Elogio da Traição _____________________________________________________________________________________________________ ----------
----------- "Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar." William Shakespeare _____________________________________________________________________________________________________

segunda-feira, 31 de março de 2025

Memórias afetivas trazidas e traídas

O Z da Parada Memórias afetivas trazidas e traídas: Catarse Não Vale Tudo? ---------- ----------- Anistia: seminário relembra 40 anos da Lei - 27/08/19 ----------- Câmara dos Deputados 27 de ago. de 2019 Um seminário aqui na Câmara, relembrou os 40 anos da Lei de Anistia, que tratou do perdão político a brasileiros contrários ao regime militar e também aos agentes do estado. Em agosto de 1979, deputados e senadores aprovam a proposta, fruto de uma intensa mobilização popular e que ganhou força durante o primeiro ano de mandato do General João Baptista Figueiredo. _____________________________________________________________________________________________________
Neto de presidente da ditadura não se defende em denúncia de trama golpista
Dos 34 denunciados pela PGR por tentativa de golpe de Estado, ele é o único sem data marcada para julgamento no STF. Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho • Arquivo - Reprodução/X/realpfigueiredo
Isabella Cavalcante - CNN, Brasília
27/03/2025 às 08:47 | Atualizado 27/03/2025 às 08:47

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário e neto de João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, ainda não apresentou sua defesa contra a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) a respeito da suposta organização de golpe de Estado. A denúncia contra outros oito citados no caso, incluindo Jair Bolsonaro (PL), foi aceita na quarta-feira (26) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Documento da Secretaria Judiciária notou que, até a última sexta-feira (21), Paulo Figueiredo não havia se manifestado. Desde então, nenhum pronunciamento dele foi incluído no processo da denúncia da PGR.

Apesar disso, ele poderá se manifestar em outro momento. Dos 34 denunciados pela procuradoria, ele é o único sem data de julgamento no STF e está sozinho no núcleo 5 da denúncia.

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Paulo mora nos Estados Unidos e foi notificado por um edital, o que é necessário quando a Justiça não consegue contatar uma parte do processo.

Ele participou da programação da rádio Jovem Pan, mas foi afastado em 2021 e depois demitido, quando já era alvo de investigação por disseminar informações falsas.

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Os outros 33 denunciados foram divididos em quatro núcleos:

  • Crucial para a organização - que é o de Bolsonaro;
  • Gerenciamento de ações - com o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques;
  • Militares - com agente da Polícia Federal (PF) e coronéis do Exército;
  • Disseminação de desinformação - com ex-membro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e outros militares.
Tópicos
STF (Supremo Tribunal Federal) ------------- Luar do Sertão - Gravação original de 1914
Canal do Amil
14 de dez. de 2019

Interpretação de Eduardo das Neves e o coro que o acompanhou na antiga gravadora Odeon.

A autoria única desta música, defendida com veemência por Catulo da Paixão Cearense, sempre foi contestada por João Teixeira Guimarães, mais conhecido como João Pernambuco.

João Pernambuco reclamava a coautoria, pois dizia que Catulo havia usado a melodia de "Meu engenho é do Humaitá", que era sua, para compor "Luar do Sertão". A questão nunca foi pacificada, mas hoje já se credita a coautoria dessa canção a João Pernambuco.


Vale Tudo - Tim Maia

Vale, vale tudo
Vale, vale tudo
Vale o que vier
Vale o que quiser

Só não vale
Dançar homem com homem
Nem mulher com mulher
O resto vale

Vale, vale tudo
Vale, vale tudo
Vale o que vier
Vale o que quiser

Só não vale
Dançar homem com homem
Nem mulher com mulher
O resto vale

Vale, vale tudo
Vale, vale tudo
Vale o que vier
Vale o que quiser

Só não vale
Dançar homem com homem

Uma ditadura jamais superada
Personagens históricos mostram por que a política não saiu do ambiente militar, mesmo depois de seis décadas do golpe que depôs João Goulart, em 31 de março de 1964.
Tanque e soldados na frente do Congresso. Reflexos de 1964 são percebidos na tentativa de golpe de 2022 - (crédito: Arquivo público do DF).
"(No 8 de Janeiro) o Exército estava pela legalidade. A não ser os que estavam no governo, como agora se fala das articulações na tentativa de golpe de Estado..."
Saiba Mais Tags: 8 de janeiro, Bolsonaro, democracia, golpe militar, Supremo Tribunal Federal

"Civil-Militar uma ova"

O golpe foi militar
O governo foi militar
Falta do que pensar

Jânio de Freitas - Jornalista

Assista à transmissão completa aqui.

Sístole e Diástole

  • A Monarquia acabou com as guerras, elevando generais e almirantes a barões, duques e viscondes.
  • A República Velha elevou o moral da cúpula de generais a marechais.
  • O Estado Novo encerrou o movimento tenentista, promovendo tenentes a capitães.
  • A democratização pós-2ª Guerra Mundial elevou os pracinhas da Itália a heróis nacionais.
  • A Constituição Cidadã de 1988 continua a nos guiar.

Liberdade

Dona Ivone Lara

Liberdade desfrutei
Conheci quando na minha mocidade
A ternura de um amor sem falsidade
E confiante sempre na felicidade
E eu cantava, sentia tudo que sonhei
Mas depois surpreendeu-me a solidão
Foi o fim da ilusão

E agora esta desilusão
Existe uma lição que vive em mim
Tudo que é feliz não tem direito a eternidade
Porque sempre chega a vez
De entrar em cena, a saudade

Às sombras desta recordação
Um gesto de perdão que eu não fiz
O remorso traz aquela triste melodia
Que me faz infeliz

Composição: Délcio Carvalho / Dona Ivone Lara.

Luar do sertão Canção de Chitãozinho & Xororó ‧ 1996 LetrasOuvirOutras gravações Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Oh, que saudade do luar da minha terra Lá na serra, branquejando folhas secas pelo chão Esse luar, lá da cidade, tão escuro Não tem aquela saudade do luar lá do sertão Se a lua nasce por detrás da verde mata Mais parece um sol de prata, prateando a solidão E a gente pega na viola que ponteia E a canção e a lua cheia a nos nascer do coração Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Coisa mais bela nesse mundo não existe Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar Parece até que a alma da Lua é quem descansa Escondida na garganta desse galo a soluçar Ah, quem me dera eu morresse lá na serra Abraçado à minha terra e dormindo de uma vez Ser enterrado numa grota pequenina Onde, à tarde, a sururina chora a sua viuvez Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Não há, oh, gente, oh, não Luar como esse do sertão Fonte: Musixmatch Compositores: Ricardo Lunardi / Catulo Da Paixão Cearense Letra de Luar do sertão _____________________________________________________________________________________________________
A telenovela está em crise e vai acabar ou o tradicional gênero ainda tem fôlego? Fracassos em tramas originais como "Mania de você", investimento em reprises e remakes de sucessos do passado como "Vale tudo" e o êxito de produções em novo formato para o streaming como "Beleza fatal" acendem debate sobre o futuro da novela Início Diversão e Arte O futuro das telenovelas - (crédito: kleber sasless)x O futuro das telenovelas - (crédito: kleber sasless) Se você perguntar a um estrangeiro quais são as referências que ele tem do Brasil, a resposta passará por três símbolos: carnaval, futebol e novela. Essa última, há mais de 60 anos faz parte dos hábitos dos brasileiros, sendo considerada o produto de maior audiência e repercussão da televisão, não somente no consumo interno, mas também no mercado internacional. Paixão avassaladora, os folhetins criados pelo que o produtor Daniel Filho denominou de "circo eletrônico" eram capazes de reunir famílias na frente da tevê até mesmo na noite de Natal — como ocorreu quando a vilã Odete Roitman, de Vale tudo, foi assassinada em 24 de dezembro de 1988 — e abastecer discussões acaloradas em salões de beleza, mesas de bar e, agora, na internet. Com a popularização das redes sociais e do streaming — frutos diretos dos tempos modernos —, porém, o gênero tem passado por transformações que colocam em xeque a sua popularidade. Clássico atemporal, "Vale tudo" retorna atual nesta segunda-feira (31/3) No passado, títulos como Vale tudo — que retorna, nesta segunda-feira (31/3), 37 anos depois, como remake —, A próxima vítima (1995) e Avenida Brasil (2012) não somente pararam o Brasil nas exibições de seus últimos capítulos, como percorreram o mundo, levando o nome e a cultura do nosso país para territórios diversos e fazendo com que a nossa teledramaturgia se tornasse um modelo a ser seguido. Regina Duarte e Glória Pires em Vale Tudo 1988 Regina Duarte e Gloria Pires em cena de "Vale tudo", em 1988 (foto: Bazilio Calazans/Memória/Globo) Cheiro de naftalina No entanto, após a pandemia, o público passou a rejeitar os novos títulos produzidos pela tevê aberta — em especial pela Globo. Não por acaso, o canal aposta não somente em reprises de obras que fizeram grande sucesso — como Tieta, de 1989, em cartaz no programa Vale a pena ver de novo, que será substituída por A viagem, de 1994 —, mas também em remakes — como Pantanal, da extinta Manchete; e Renascer, da própria Globo. A primeira trouxe resultados positivos, mas o efeito não foi o mesmo com a segunda. Agora, com o fracasso registrado em Mania de você — trama original que sucedeu Renascer e antecedeu Vale tudo —, a releitura daquela que a opinião especializada chama de "a novela das novelas" divide opiniões: a solução para a crise no gênero está no investimento em histórias já contadas? Análise: por que “Mania de você” se despede sem deixar saudades Para Mauro Alencar, consultor e doutor em Teledramaturgia pela Universidade de São Paulo (USP), raras são as produções que realmente encantaram. "Uma produção audiovisual é o retrato fidedigno de um tempo, de um espaço, de uma construção em conjunto entre autor, diretor, produção e, meu Deus!, dos atores! É a atriz, o ator quem irão nos encantar e nos seduzir para acompanhar a trama e guardá-la em nosso subconsciente", avalia o autor do livro A Hollywood Brasileira — Panorama da telenovela no Brasil (Senac Rio, 176 páginas). Globo está preparando um filme de “A viagem” Mas, de acordo com Amauri Soares, diretor-executivo dos Estúdios Globo, da TV Globo e das Afiliadas, recontar histórias faz parte de todo o mundo: "As histórias clássicas são aquelas que resistem ao tempo. Vale tudo é um clássico da telenovela. Em 1988, teve a primeira versão; nós estamos fazendo uma nova versão hoje; e eu imagino que, daqui a 30 anos, uma nova geração de profissionais da televisão fará uma nova versão. Porque faz parte da contação da história". Autora escolhida para adaptar Vale tudo — uma obra de Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères—, Manuela Dias endossa a teoria. "As histórias que não foram recontadas nós nem conhecemos. Os remakes provocam encontros de gerações, de pessoas que viram com pessoas que não viram (a novela), e fazem a gente se repensar como sociedade", defende a criadora da exitosa antologia Justiça e da popular novela Amor de mãe. Cena da novela Pantanal Juma ( Alanis Guillen ) Em 2002, a Globo fez o exitoso remake de "Pantanal", um grande sucesso da TV Manchete de 1990 (foto: João Miguel Junior/ TV Globo) Geração TikTok Mauro Alencar explica que, "em plena Quarta Revolução Industrial, em que reina a cultura da virtualidade real", não dá mais para considerar a telenovela como uma paixão nacional. "Em uma era em que a cultura está fragmentada e diluída (o tal mundo líquido moderno na compreensão precisa do sociólogo Zygmunt Bauman), é praticamente impossível que você tenha um produto cultural como paixão nacional. As paixões é que se pulverizaram também, e cada grupo vai encontrando o que melhor completa os seus desejos conscientes ou não, mas tendo a teledramaturgia como grande catalisadora", ressalta o especialista. Se na tevê aberta a novela parece saturada, o mesmo não se pode dizer do streaming. Escrita pelo estreante no gênero Raphael Montes, de 34 anos, com supervisão do veterano Silvio de Abreu, 82, a original Beleza fatal uniu inovação e tradição, marcando a entrada triunfal da gigante Max (por meio da parceria Warner Bros. Discovery) no segmento, com resultados bem-sucedidos não apenas na audiência como também na popularidade, — com o frisson pelo último capítulo que não se via desde Avenida Brasil. Fãs verão desfecho de “Beleza fatal” ao vivo na sexta-feira (21/3) Na avaliação da vice-presidente de Conteúdo da WBD no Brasil, Mônica Pimentel, o melodrama — essência de um bom folhetim — tem potencial duradouro, mas deve ser reimaginado para o público atual. "O melodrama, por sua essência, sempre terá potencial para se conectar com o público, devido às suas características fundamentais de emoção e identificação. No entanto, para que esse gênero se mantenha relevante, é crucial adaptá-lo às novas realidades contemporâneas", afirma a executiva, que tem na manga, totalmente produzida, a releitura de Dona Beja, exibida originalmente pela Manchete em 1986, ainda sem data para estrear. Ambos os títulos possuem o mesmo formato: apenas 40 capítulos. Raphael Montes reforça que, há alguns anos, fala-se que é o fim da novela, mas o brasileiro ainda quer assisti-la — e comentá-la. "Acredito em uma mudança na maneira de fazer e de assistir, no tamanho dos capítulos, e no sentido de que os autores devem olhar para o público atual, já que estamos em uma geração TikTok", argumenta o escritor. "Eu percebo isso pelo que chega a mim por mensagens nas redes sociais e também por dados que me foram passados. Mas é importante frisar que o padrão de audiência do passado não é o mesmo. Não dá mais para comparar com os tempos áureos. Mas, sim, Beleza fatal provou que o brasileiro ainda quer novela", acrescenta. Camila Pitanga tem retorno triunfal às telenovelas com Beleza fatal A vilã carismática Lola (Camila Pitanga), de "Beleza fatal", se tornou a queridinha das redes sociais (foto: Divulgação/Max) "O gênero ou formato (a depender da corrente teórica) telenovela vem falhando na falta de sintonia com o consumidor desta Quarta Revolução Industrial. Daí o sucesso extraordinário de Beleza fatal. A produção, porém, seria uma novela para ser exibida às 22h ou 23h e, mesmo assim, com cortes nas cenas mais ousadas sexualmente. Mas acredito que se fosse bem trabalhada para a sua exibição e em uma empresa organizada e com tradição em telenovela, sim, poderia fazer sucesso, talvez não tão alarmante como no streaming", salienta Mauro Alencar. Essa tendência não é ignorada pela tevê aberta. A Globo, por exemplo, por meio da plataforma Globoplay, que nasceu para disponibilizar seu acervo histórico ao estilo Netflix, também investe no formato para novas novelas — antes mesmo das gigantes internacionais, inclusive, com títulos bem-sucedidos como Verdades secretas II (2021) e Todas as flores (2022). Ainda em 2025, a plataforma lançará Guerreiros do sol, outra produção para o streaming totalmente gravada. Sol (Sheron menezzes) e Ben (Samuel de Assis), protagonistas de Vai na fé A original "Vai na fé" foi o último grande sucesso da Globo (foto: Globo/Divulgação) Para mais 100 anos O diretor-executivo da Globo, Amauri Soares, pontua que a telenovela é um gênero tradicional, que nasceu no rádio, mas tem todas as características do conteúdo digital do presente e do futuro. "É um gênero que se reinventou e que se mostra muito moderno. O nosso dever é encontrar as histórias adequadas para o dia de hoje, que caibam nesse formato, mas eu não tenho dúvida que (o gênero) está aí para mais 100 anos", aposta. Rosane Svartman, que escreveu o livro A telenovela e o futuro da televisão brasileira (Cobogó, 248 páginas), como desdobramento de uma tese de doutorado na Universidade Federal Fluminense (UFF), também defende a longevidade do gênero. "Não há crise, mas oportunidade. Tanto que o melodrama migrou para o streaming com muito êxito. É recente e transformador", conclui a autora de Vai na fé (2023), considerado o último grande sucesso do gênero na tevê aberta, e de Dona de mim, aposta da Globo para o horário das 19h a partir de abril. Entrevista | Mauro Alencar Consultor e doutor em Teledramaturgia pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de A Hollywood Brasileira — Panorama da telenovela no Brasil (Senac Rio, 176 páginas) e da biografia Susana Vieira: Senhora do meu destino Para começar, a telenovela ainda pode ser considerada uma paixão nacional? Do ponto de vista da formação social do Brasil, incluindo a criação de uma identidade nacional e do inconsciente coletivo, sim. O que quero dizer com isso: a telenovela faz parte do constructo nacional como o carnaval e o futebol (independentemente dos resultados, por exemplo, da seleção brasileira). Tomo, portanto, por base, os conceitos de antropologia cultural e sociologia. Particularmente, a primeira ciência, pois por meio da telenovela compreendemos como se formou a cultura do Brasil e da América Latina como um todo: os hábitos, costumes, valores, religião, culinária e a História de maneira mais ampla. Não por acaso, se a Europa, mais especificamente, a Inglaterra respira teatro, o Brasil respira telenovela, pois a telenovela é uma invenção da América Latina. Entretanto, em termos de consumo dentro da indústria cultural e do entretenimento, não mais, pelo fato de que estamos em plena era da Quarta Revolução Industrial onde reina a cultura da virtualidade real. Desse modo, ao mesmo tempo em que assistimos cada vez mais a integração da comunicação eletrônica, o avanço das redes sociais, das comunidades virtuais, do mundo globalizado, enfim, observamos o fim da audiência de massa. E era essa audiência que fazia da telenovela uma “paixão nacional”. Lembremos que hoje o mundo da teledramaturgia (novelas e séries) está ao nosso alcance, com qualidade e variedade. Também não existe mais a idolatria aos atores como se via em décadas passadas, nem mesmo acompanhamos a trajetória e o estilo dos autores de telenovela. Relação arte – plateia/ público/ audiência que vinha dos tempos da radionovela nas décadas de 1940 e 1950 e que migraram com muito mais força para a televisão. Do mesmo modo, os diretores também não são mais endeusados como víamos em outros tempos. Isso não quer dizer que a telenovela deixou de ser importante para a economia criativa. Muito pelo contrário, ela segue como um dos principais produtos culturais, mesmo que não tenha a relevância psicossocial de outrora. Haja vista o sucesso explosivo de Beleza fatal no streaming. Uma grata e necessária surpresa! Sintetizando: numa era onde a cultura está fragmentada e diluída (o tal mundo líquido moderno na compreensão precisa do sociólogo Zygmunt Bauman), é praticamente impossível que você tenha um produto cultural como “paixão nacional”, ainda que tenha uma abrangência extraordinária tanto na televisão aberta quanto em plataformas digitais. As paixões é que se pulverizaram também e cada grupo vai encontrando o que melhor completa os seus desejos conscientes ou não, mas tendo a teledramaturgia como grande catalisadora. Ao longo dos últimos 10 anos, poucas telenovelas mantiveram o sucesso que o gênero costumava manter. Após Avenida Brasil (2012), algumas produções — como Amor à vida (2013), Império (2014), Totalmente demais (2015), Eta mundo bom (2016) e A força do querer (2017) — se destacaram na década passada, mas, de 2020 para cá, tivemos uma grande queda, com apenas Pantanal (2022) — um remake —, reavivando o horário das 21h após a pandemia, e uma às 19h, Vai na fé (2023), que, até então, é considerada a melhor obra da década. Na sua opinião, onde é que o gênero telenovela vem falhando tanto? Você acaba de confirmar o que eu respondi acima! E a última grande união do público com a telenovela foi em 2012, com Avenida Brasil. O gênero ou formato (a depender da corrente teórica) telenovela vem falhando na falta de sintonia com o consumidor desta Quarta Revolução Industrial. Daí o sucesso extraordinário da produtora Coração da Selva com Beleza fatal exibida pela Max. Beleza fatal chegou, como uma grande aposta da Max, mostrando que ainda é possível fazer um novelão clássico. Mas, será que todo esse sucesso seria possível na tevê aberta, se ela fosse adaptada para o horário das 21h? Certamente, Beleza fatal seria uma novela para ser exibida às 22h ou 23he, mesmo assim, com cortes nas cenas mais ousadas sexualmente. Mas acredito que se fosse bem trabalhada para a sua exibição e numa empresa organizada e com tradição em telenovela, sim, poderia fazer sucesso, talveznão tão alarmante como no streaming. De qualquer maneira, acompanho com muito entusiasmo a interação de nossas novelas (e, até o momento, Beleza fatal está em primeiríssimo lugar) com as redes sociais. Vivemos o que já havia sido preconizado por Jesús Martín Barbero, o saudoso mestre colombiano sobre os meios e suas mediações. Observo que Beleza fatal é o produto mais bem acabado de nossa nova dinâmica cultural. Você acredita que o streaming, especialmente o Globoplay, que traz praticamente todas as novelas já produzidas pela Globo a um clique, prejudicou o que se produz para o gênero atualmente? O que observo, escuto e leio é que essa estratégia (quem iria saber?) abriu um abismo entre passado e presente, pois as décadas de 1970, 80 e 90 foram a “época de ouro da telenovela brasileira”. Qual é a sua opinião sobre os remakes? Essa adaptação de Vale tudo é um tiro no pé ou um grande acerto no alvo? Particularmente não aprecio remakes de telenovela ou filmes pelos mais diversos motivos. Raras são as produções que realmente encantaram como Mulheres de areia, A viagem, A gata comeu, Pantanal (Globo) e Éramos seis (SBT). Uma produção audiovisual é o retrato fidedigno de um tempo, de um espaço, de uma construção em conjunto entre autor, diretor, produção e, meu Deus!, dos atores! É a atriz, o ator quem irá nos encantar e nos seduzir para acompanhar a trama e guardá-la em nosso subconsciente. Sobre Vale tudo, como diria minha primeira mestra Helena Silveira (pioneira jornalista e cronista da TV), “ainda é cedo para deitar cartas na mesa”. Aguardemos a novela começar... O que o público noveleiro 40+, de classe média, espera das novelas atuais? E como fazer para resgatar esse público? Acredito que devemos buscar histórias, temas, personagens que dialoguem com a faixa etária muito bem observada por você. E novelas onde a produção fique atenta à época em que vivemos — tanto na forma quanto no conteúdo — aos desejos do público consumidor. Você tem o produto, a mídia para exibi-lo e público–alvo. Compreender e procurar preencher esse processo da melhor maneira possível é o dever de executivos e produtores. E como fisgar a turma mais jovem, acostumada com a instantaneidade das mídias digitais? Beleza fatal fez isso, mas outra poderá conseguir, mesmo no streaming? Beleza fatal já é um ícone dos novos tempos. O importante é que, dentro do mesmo processo de produção, não fique um hiato muito longo entre uma produção e outra e que procure se encontrar temas que interessem a esse grupo mais jovem dentro da dinâmica existencial em que eles vivem. O desafio dessa nossa Era é grande, mas fascinante. Saiba Mais Diversão e Arte O forte desabafo de Zé Neto sobre depressão e afastamento dos palcos Diversão e Arte Bruno Mars prepara novo álbum e promete ser o maior sucesso Diversão e Arte Como está a atual relação de Chappell Roan com os fãs Diversão e Arte Odete Roitman vence The Masked Singer; saiba quem era o artista na fantasia Patrick Selvatti + postado em 31/03/2025 06:40 _____________________________________________________________________________________________________
Sérgio Abranches: Como se julga um golpe inacabado? "Espero que a maioria do Congresso aprenda com o julgamento e não aprove qualquer anistia que proteja os golpistas de hoje" Início Política 08/08/2017. Credito: Minervino Junior/CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Mercado de cursos juridicos. Estatua da Justiça na Universidade Catolica de Brasilia. - (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)x 08/08/2017. Credito: Minervino Junior/CB/D.A. Press. Brasil. Brasilia - DF. Mercado de cursos juridicos. Estatua da Justiça na Universidade Catolica de Brasilia. - (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press) O Brasil está aprendendo a julgar e punir os responsáveis pelo comando, planejamento, financiamento e execução de um golpe inacabado. Golpes acabados não se julgam. Só os crimes da ditadura decorrente, com a volta da democracia. Os crimes previstos na Lei 14.197 são tentar abolir o Estado democrático de direito e tentar depor o governo legitimamente constituído, por meio de violência ou grave ameaça. Tentativa de golpe é um golpe interrompido por razões estranhas à vontade dos agentes que dele participaram. Logo, um golpe inacabado. Daí não procede o argumento do réu Jair Bolsonaro de que não houve decreto assinado e tropas nas ruas. São crimes diferentes, praticados pela mesma associação golpista. Um presidente em exercício pode abolir o Estado democrático de direito com um ou mais atos autocráticos. É o que Viktor Orbán fez na Hungria, Putin, na Rússia, Trump está fazendo nos Estados Unidos e Netanyahu, em Israel. Este acaba de aprovar uma lei que submete o Judiciário ao controle dos políticos. Bolsonaro e seus parceiros no Congresso tentaram fazer o mesmo. Um ex-presidente que não tenha conseguido impor a autocracia durante o seu mandato pode conspirar para depor o governo legitimamente constituído, por meio de um golpe de Estado. A combinação entre o desmanche do Estado democrático de direito e o golpe cria o crime híbrido. Por isso, o grupo liderado por Bolsonaro é réu pelos dois crimes, praticados em sequência. É o que está dito na denúncia ao "grupo crucial", de comando e planejamento, do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e aceito por unanimidade pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal. O PGR e o relator, ministro Alexandre de Moraes, identificaram o início das ações a partir de 29 de junho de 2021. Em capítulo de livro ainda inédito, no qual procuro analisar a anatomia e a dinâmica de um golpe inacabado, reconstruo a maquinação com base apenas em declarações públicas de Bolsonaro, seus filhos e vários dos integrantes da, ora denominada, organização criminosa. Assinalo que as insinuações sobre a necessidade de abolir os estatutos do Estado democrático de direito começam poucos meses após a posse de Bolsonaro, em 2019, e vão até o trágico desfecho em janeiro de 8/1/23. As ações violentas contra as sedes dos Três Poderes não conseguiram nem a decretação de uma GLO, garantia da lei e da ordem, pelo já presidente Lula, nem um levante de tropas. O golpe foi interrompido. Essa longa trajetória da trama golpista coincide com o que disse a ministra Cármen Lúcia em seu voto, "não se faz um golpe em um dia", eu acrescentaria, nem em um mês, ou mesmo, em um ano. Também guarda paralelo com a minuciosa reconstrução do golpe de 1964 por Heloisa Starling, em seu excelente livro A máquina do golpe. A mentalidade autoritária e golpista que Bolsonaro sempre mostrou publicamente, nos seus pronunciamentos como deputado e nas suas declarações e ações como presidente, jamais se ajustou aos limites constitucionais do estado democrático de direito, que ele minimiza em "quatro linhas". Estamos aprendendo agora como se julga um golpe, em um país cuja biografia pode ser recontada pelos golpes que sofreu. É a primeira vez que se tem uma lei que tipifica os crimes de tentativa de golpe, paradoxalmente promulgada pelo próprio Bolsonaro, quando esteve no poder. Mas a lei não é dele. É do Congresso Nacional, instituição que perde a vida ou a substância nos regimes autoritários. É o primeiro julgamento de um golpe inacabado. É, igualmente, inédito que generais e militares de alta patente sejam julgados pela justiça civil por crimes políticos. E talvez venha a ser também inaugural o julgamento desses militares pelo Superior Tribunal Militar, que pode retirar-lhes a patente por "indignidade para o oficialato". A corporação sempre teve tutela autônoma sobre os seus e muitas vezes teve a tutela sobre o poder civil, via artigo 142 da Constituição. Todas as constituições tiveram o seu 142. Este aprendizado não é trivial. Ele se completa com a memória do golpe cruento que levou 21 anos para acabar. Lembrar, para não repetir. Julgar e punir para que outros não tentem o mesmo. Não julgamos os crimes da ditadura, como o Chile e a Argentina. Espero que a maioria do Congresso aprenda com o julgamento e não aprove qualquer anistia que proteja os golpistas de hoje. Se o fizer, estaria construindo o caminho para novas tentativas de golpe. A biografia do Brasil já é maculada por golpes e sua contínua impunidade. Saiba Mais Política Tentativa de golpe: 542 fizeram acordos com a PGR; 246 não aceitaram propostas Política Ato contra a anistia em São Paulo reúne 18,3 mil pessoas, calcula USP Política Manifestantes em BH pedem prisão de Bolsonaro em ato contra anistia Política Manifestantes fazem ato no Eixão contra a anistia dos presos pelo 8/1 Política Moraes concede prisão domiciliar a condenado no 8 de Janeiro que está com câncer Política Parte II — Anarquia militar mexe com governo, diretas e sucessão Tags análise política Sérgio Abranches SA Sérgio Abranches + postado em 31/03/2025 03:50 _____________________________________________________________________________________________________ ----------- Professora da Unicamp e pesquisadora, Ana Penido defende a reforma das Forças Armadas Instituto Conhecimento Liberta 9 de dez. de 2024 Professora da Unicamp e pesquisadora, Ana Penido defende a reforma das Forças Armadas Veja mais no Portal ICL Notícias: iclnoticias.com.br ----------- ANA PENIDO - CIENTISTA POLÍTICA EM DETALHES 31/03/ 10:34 O NÚCLEO DOS MILITARES: AS PECULIARIDADES DO GRUPO DE DENUNCIADOS PELA PGR "Comandantes São extremamente punitivos." _____________________________________________________________________________________________________
--------- questões ideológicas Quando os socialistas fazem o “L” Em vinte anos, o Psol foi de oposição intransigente a base fiel do governo Lula. Agora, vai reescrever seu programa partidário para se adaptar aos novos tempos Gabriela Sá Pessoa, de São Paulo Revista Piauí - UOL Quando os socialistas fazem o “L” - revista | 31 mar 2025_09h40 Era junho de 2004 e o governo Lula, iniciado havia pouco mais de um ano, acelerava “a rota para o precipício”. Assim dizia (ainda diz) o quinto parágrafo do programa do Partido Socialismo e Liberdade, o Psol. Aprovado em uma convenção com cerca de setecentos militantes, em pleno domingo, no Minas Brasília Tênis Clube, o texto inaugurou “a verdadeira oposição ao governo Lula”, nas palavras do então deputado federal Babá. O mundo só recebeu a notícia no dia seguinte, quando, postados em frente a um pôster de Che Guevara, no Senado, um trio de parlamentares – Luciana Genro (RS), Heloísa Helena (AL) e, claro, Babá (PA) – anunciou a criação do partido. Os três, mais o então deputado federal João Fontes (SE), haviam sido expulsos do PT meses antes por terem votado contra a reforma da previdência encampada por Lula. O governo, contrariando quem esperava gulags e expropriações, vinha seguindo a cartilha da austeridade preconizada pelos economistas liberais. Cortou gastos e podou aposentadorias. Por razões de disciplina partidária, e com aval do presidente, o PT defenestrou os parlamentares que se opuseram a essa agenda. A solução encontrada por eles foi fundar um novo partido, o 29º da democracia brasileira àquela altura. Demorou um ano até que coletassem o mínimo de 450 mil assinaturas exigido pelo Tribunal Superior Eleitoral. Pretendiam escolher o 10 como número de urna, mas, por questão de dias, perderam-no para o bispo Edir Macedo, que acabava de fundar seu Partido Municipalista Renovador – hoje Republicanos. O Psol se contentou com o 50. Ziraldo, simpático à causa, desenhou o Sol sorridente que até hoje serve de logotipo para o partido. “Renasceremos a cada dia como um Sol”, prometeu a então senadora Heloísa Helena, segundo registrou a Folha de S.Paulo. Nesses primeiros dias, Helena ainda se referia à agremiação como “o partido do Sol”. Em 2006, apelando ao eleitorado à esquerda de Lula, ela se candidatou a presidente e levou quase 7% dos votos, um percentual que a legenda, desde então, nunca esteve perto de igualar. Hoje, tendo completado vinte anos, o partido do Sol se vê em circunstâncias muito diferentes. Está mais próximo do PT do que jamais esteve e conta uma ministra na Esplanada – Sonia Guajajara, à frente do Ministério dos Povos Indígenas. Não sem brigas, o partido decidiu não lançar candidato a presidente em 2022, fato inédito em sua história, e aderiu prontamente à coalizão de Lula. Agora bambeia diante da possibilidade de assumir mais um ministério, já que corre em Brasília o rumor de que Guilherme Boulos, deputado federal e principal liderança do partido, assumirá a Secretaria-Geral da Presidência, hoje nas mãos de Márcio Macêdo (PT). Caso o faça, passará a despachar do quarto andar do Palácio do Planalto, um acima de Lula. O assunto é tabu. “A gente ainda está tentando entender se é uma possibilidade ou uma especulação”, disse Paula Coradi, presidente do Psol. Topar o cargo não será, segundo ela, uma contradição com os ideais do partido. “Tudo partiria de um diálogo para entender o nosso papel e quais seriam as expectativas em torno de uma presença maior nossa no governo.” Boulos não comenta. À piauí, disse apenas que compor a base do governo Lula é “raciocínio simples e ao mesmo tempo decisivo para nós”. O dilema talvez explique por que, pela primeira vez, o Psol fará agora uma revisão do programa partidário aprovado em 2004. A justificativa oficial é de que o texto precisa refletir os novos tempos. Muita coisa mudou, no mundo e na esquerda, nesses vinte anos. “Nosso programa fala da Alca [Área de Livre Comércio das Américas], que já foi derrotada há muito tempo”, disse Juliano Medeiros, que presidia o Psol até 2023 e está engajado nas discussões do novo programa. Outros anacronismos, como as críticas a Lula, ele defende que também sejam deletados do texto. “Por que vamos citar no programa do partido uma pessoa que nem é do nosso partido? Não faz sentido.” Programas partidários são uma exigência da Justiça Eleitoral e servem para que a legenda diga à sociedade a que veio. Ali estão as ideias que a inspiram, as propostas que defende, os objetivos que almeja. O cidadão que perscrutar as 5.836 palavras do programa do Psol saberá que o partido apregoa a reforma agrária, o confisco dos bens de corruptos e sonegadores, o combate ao racismo e à homofobia, a democratização dos meios de comunicação e, como horizonte final, a transição para o socialismo. Parte 1, item 3: “Rechaçar a conciliação de classes e apoiar as lutas dos trabalhadores.” Não está claro se, com a adesão à frente ampla capitaneada por Lula, a frase sobreviverá intacta no programa do Psol. As discussões sobre o novo texto começarão em abril e vão ser divididas em cinco eixos temáticos: socialismo do século XXI; democracia, direitos humanos e sociais; crise climática e transição ecológica; mundo do trabalho e modelo econômico; lutas sociais e políticas do nosso tempo. Assine nossa newsletter e-mail Avião - enviar formulário Toda sexta-feira enviaremos uma seleção de conteúdos em destaque na piauí Os dirigentes evitam falar de pautas específicas. “Estamos buscando entender o presente para gerar esperança para o futuro. A gente quer se afirmar enquanto partido da nova esquerda, um partido dinâmico, um partido que defende as lutas do nosso tempo”, desconversou Coradi, a presidente. O tesoureiro, Tiago Paraíba, diz que é preciso fazer um balanço dos últimos dez anos. Como sair da oposição para a base do governo sem perder a identidade?, ele indagou. “Não é uma equação fácil”, concluiu. Acapixaba Paula Coradi tem 39 anos e se filiou ao Psol em 2009. Como Juliano Medeiros, seu antecessor, é historiadora de formação. Também como ele, ascendeu à presidência do partido sem ter ocupado cargo público. É uma militante da máquina. Galgou espaço na Executiva Nacional do partido e foi eleita para o cargo máximo em outubro de 2023. Recebeu os votos de 67% dos 451 delegados que se reuniram no 8º Congresso Nacional do Psol, em Brasília. A vitória mais folgada até hoje, mas em ambiente inflamado: a certa altura, militantes de correntes adversárias trocaram socos. Coradi faz parte da Primavera Socialista, a maior tendência do Psol, que tem como integrante mais célebre o deputado federal Ivan Valente (SP). Junto com a Revolução Solidária, grupo de Boulos, eles formam o Psol Popular, aliança que vem conseguindo obter maioria nas disputas internas e advoga por uma proximidade maior com o governo Lula. Do lado oposto há correntes menores, à esquerda, cujos representantes mais vocais têm sido o casal de deputados Sâmia Bonfim (SP) e Glauber Braga (RJ). Grupos que andam se estranhando. A última crise, a maior de que se tem notícia, aconteceu em fevereiro, quando a liderança do Psol na Câmara demitiu o economista David Deccache de seu quadro de assessores. Inconformado, Deccache foi à imprensa e disse que estava sendo perseguido por criticar as políticas econômicas do governo Lula, o que, segundo ele, desagradava os chefes. Os deputados negaram: em nota pública, disseram que a demissão fora motivada não por discordâncias, “mas por ataques públicos do assessor [Decacche] a parlamentares e à presidente do Psol.” Braga apoiou o colega demitido – um profissional, em suas palavras, “brilhante”. Em uma live no Instagram, o deputado denunciou o que considerava “uma virada de chave por parte do campo majoritário” do partido. No final, parafraseou Lênin: “O que fazer? Se esgotou o [meu] tempo de presença no Psol?” Por ora, Braga continua filiado. Para os partidos de inspiração marxista, trata-se de uma encruzilhada tão velha quanto o próprio Marx. O quanto é possível se integrar a uma frente social-democrata sem perder de vista o socialismo? Em um artigo de dezembro de 2022, o historiador Valerio Arcary, que milita pelo Psol na corrente Resistência, adiantou o dilema que vinha pela frente. “A adesão ao governo condenaria o Psol a ser um satélite do PT. A definição como oposição de esquerda condenaria o Psol a uma solidão na marginalidade.” Os dois lados da disputa dizem defender o caminho do meio: apoiar o governo contra as investidas do bolsonarismo, sem abrir mão de suas próprias bandeiras. Discordam mesmo é no método. “Medidas de austeridade fortalecem a extrema direita. É papel do Psol fazer o enfrentamento dessas medidas, tensionando publicamente para garantir os direitos da maioria do povo”, disse Braga à piauí. Boulos deu parecer diferente: “Achar que esse é o momento adequado para colocar em pauta as diferenças na esquerda, ou situar o governo como adversário, é de uma miopia inacreditável.” Arevisão do programa partidário foi aprovada no mesmo congresso que elegeu Paula Coradi, e com votação igualmente expressiva. “A gente sentiu naquele momento que a consolidação de uma maioria de dois terços – que nunca tinha acontecido no Psol –, assim como a política de frente ampla, foram conquistas do nosso partido”, diz Juliano Medeiros, que também milita pela Primavera Socialista e pensa em sintonia com Boulos. “A gente não podia retroceder. Isso precisava estar documentado, no papel.” O objetivo, em linhas gerais, é cristalizar a nova visão dominante do partido, que se expandiu e fez concessões ao pragmatismo. Medeiros encarnou essa transformação. Presidiu o Psol por dois mandatos consecutivos, entre 2017 e 2023, período no qual o número de filiados praticamente dobrou, passando de 147 mil para 292 mil. O partido ainda sofre nas eleições majoritárias: não elegeu nenhum prefeito no ano passado e perdeu a única capital que governava, Belém, onde o mandatário sequer chegou ao segundo turno. No Congresso as coisas não vão mal. Embora não tenha senador, o partido dobrou a bancada na Câmara desde 2014. Conta hoje com treze deputados. Medeiros se filiou ao Psol em 2005, vindo do PT, numa história comum à dos integrantes da primeira geração do partido. Militava ao lado de Ivan Valente e o acompanhou quando o deputado resolveu abandonar as hostes petistas. “Lula havia sido eleito, e o desempenho do governo estava sendo frustrante para quem esperava mudanças um pouco mais profundas”, lembrou o ex-presidente do Psol. “A gota d’água para nós foi quando vieram à tona as denúncias de corrupção, como o Mensalão.” As acusações contra o PT deram ao Psol a oportunidade de empunhar a bandeira da moralidade, da qual nunca se desvencilhou totalmente. Quem melhor encarnou esse sentimento foi Heloísa Helena, primeira presidente do partido. Em 2006, a senadora chamou Lula de gângster e descreveu o PT como uma “organização criminosa capaz de roubar, matar, caluniar e liquidar qualquer um que passe pela frente ameaçando seu projeto de poder”. Palavras que hoje soam mal para os ex-colegas. “Ela, que vem de uma corrente programática, acabou virando uma pessoa-fígado”, diz Ivan Valente. Helena deixou o Psol em 2015, ano em que o partido, por força das circunstâncias, começou a calibrar o antipetismo. Dilma Rousseff iniciava o segundo mandato já nas cordas, emparedada por uma direita despudorada que emergira em 2013. O Psol cerrou fileiras com o governo e passou a buscar lideranças populares que desfizessem sua imagem de um partido de classe média. Lançou, com sucesso, as candidaturas de Marielle Franco e Talíria Petrone, ambas jovens negras eleitas vereadoras em 2016, no Rio de Janeiro e em Niterói, respectivamente. Pouco depois, Guilherme Boulos se filiou, trazendo consigo ativistas do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). A estratégia de popularização do partido foi encabeçada por Medeiros e Valente. “Eles representavam e ainda representam ideias de um partido mais arejado, mais aberto, mais amplo, que não pregue só pra convertido”, defendeu Boulos. “O que unia meu grupo ao grupo do Juliano e do Ivan Valente era a compreensão de que a gente precisava focar no enfrentamento à direita. Era preciso construir uma unidade dentro do campo progressista para lidar com o tempo difícil que estava se iniciando ali.” Quando Lula, fora da prisão, recuperou o direito de disputar eleições após uma decisão do STF, ele convidou Boulos e Medeiros para uma conversa na sede do Instituto Lula, em São Paulo. Segundo Medeiros se recorda, o petista serviu cachaça e comentou que estava pensando em ser candidato à presidência em 2022. “Ele, muito sedutor como é, tentou nos puxar para uma aliança”, contou Medeiros. “A gente disse: ‘Não, presidente. A gente tem muito respeito, o senhor é um homem fortíssimo, talvez o mais adequado para liderar a frente contra o Bolsonaro. Mas a gente precisa discutir mais coisas’”. Discutiram e se acertaram. O Psol não lançou candidato a presidente nem a governador em São Paulo naquele ano, fato que inflamou parte da militância, para quem se tratava de capitulação inaceitável. Recebeu, como contrapartida, apoio a Boulos na disputa pela prefeitura, em 2024. “Foi uma decisão não só correta, mas que nos custou menos do que poderia”, diz Medeiros. A seu ver, não fosse a aliança com Lula, o Psol teria se isolado de sua base. “A gente retrocederia dez anos de construção partidária, de abertura, para voltar a ser o Psol que fala com o gueto.” O grupo majoritário diz que o novo programa, além de excluir as análises conjunturais de 2004, servirá para posicionar o partido no novo mundo do trabalho. “Temos uma classe trabalhadora mais fragmentada, marcada pela ideologia do empreendedorismo”, disse Boulos. “O Psol precisa apostar num caminho de disputa digital, de guerra cultural, de discussão de ideias.” Coradi citou como exemplo o movimento Vida Além do Trabalho, liderado pelo vereador carioca Rick Azevedo (Psol), que pleiteia o fim da jornada de trabalho 6×1. Trata-se, ela diz, de um exemplo de “programa ao máximo” – uma maneira acessível de divulgar pautas da esquerda sem moderar o discurso. As resoluções serão discutidas em grupos de trabalho e, depois, submetidas à apreciação geral do partido. Não há previsão de quando o novo programa ficará pronto. Glauber Braga disse não saber que mudanças serão feitas no texto, nem quando. “Lula entregou-se aos antigos adversários e voltou as costas às suas combativas bases sociais históricas. Transformou-se num agente na defesa dos interesses do grande capital financeiro. Na esteira dessa guinada ideológica do governo, o Partido dos Trabalhadores foi transformado em correia de transmissão das decisões da Esplanada dos Ministérios”, diz o programa partidário do Psol aprovado no Minas Tênis Clube. Babá ainda concorda. Aos 71 anos, o ex-deputado conhecido pela longa cabeleira anunciou recentemente sua desfiliação do partido que ajudou a criar. “Eu considero um envelhecimento precoce do Psol”, disse à piauí. Do quarteto inicial de parlamentares, sobrou só Luciana Genro, deputada estadual no Rio Grande do Sul. Babá diz que aguarda, agora, o surgimento de um novo partido que represente a causa socialista. Gabriela Sá Pessoa É jornalista em São Paulo. Escreve para a The Associated Press e já trabalhou no New York Times, no Washington Post, no UOL e na Folha de S.Paulo. Foi Elizabeth Neuffer Fellow da International Women's Media Foundation em 2023. _____________________________________________________________________________________________________
Focus: mercado mantém estimativa de inflação e vê PIB menor em 2025 Segundo o Relatório Focus, do BC, inflação no Brasil em 2025 será de 5,65%, enquanto PIB deve crescer 1,97%. Selic fecharia este ano em 15% Por: Metrópoles Publicado em: 31/03/2025 08:41 Recentemente o presidente Lula (PT) disse que responsabilidade fiscal não é a prioridade do governo (Crédito: BRENO ESAKI/METRÓPOLES) Os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram inalterada a estimativa de inflação para 2025 em relação à semana passada. É o que mostra a nova edição do Relatório Focus, divulgada nesta segunda-feira (31/3). Em fevereiro deste ano, o IPCA ficou em 1,31%, uma alta de 1,15 ponto percentual em relação a janeiro e a maior taxa para o mês em 22 anos. No acumulado de 12 meses até fevereiro, a inflação no país foi de 5,06%, ainda acima do teto da meta. Confira a matéria completa no Metrópoles. ______________________________________________________________________________________________________________