Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
terça-feira, 7 de janeiro de 2025
GRANDE VITÓRIA
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Conexão à moda antiga
Marta Medeiros
08/09/2024
Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2024/09/conexao-a-moda-antiga.ghtml
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Região Metropolitana da Grande Vitória
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Insensatez
Tom Jobim
Composição: Antonio Carlos Jobim / Vinícius de Moraes.
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terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Contra a marcha da insensatez - Paulo Hartung
O Estado de S. Paulo
A prescrição recomenda fugir das armadilhas da repetição de erros, do desperdício das lições da História e da cegueira em face da racionalidade
Há exatos 40 anos à disposição dos leitores, o livro A Marcha da Insensatez: de Troia ao Vietnã, da historiadora norteamericana Barbara W. Tuchman (1912-1989), porta mensagem atualíssima àqueles que conduzem os destinos de nações e, também, àqueles com responsabilidades sobre o fazer político-institucional. Sua análise centra-se no fato de que, ao longo dos tempos, repetem-se ações governamentais que se voltam contra o interesse dos próprios governos e de seus governados, numa prevalência da insensatez sobre a prudência.
No livro, a autora pergunta: “Por que os detentores de altos cargos agem tantas vezes de forma contrária ao que a razão aponta e o interesse próprio esclarecido sugere?”. As repostas variam, conforme cada caso, mas o grande valor dessa abordagem é apontar que impulsos guiam, História afora, uma marcha da insensatez persistente e onipresente – e quiçá nos fazer enxergar nossa própria realidade; descobrir se também estamos na trilha dos insensatos (falta de racionalidade e bom senso), em vez de seguirmos na marcha da prudência (qualidade de quem age cautelosa e racionalmente para evitar más consequências dos seus próprios atos).
A atualidade tem motivos de sobra para requerer prudência de seus líderes. Num tempo de mergulho radical na digitalidade, extremismos vários desafiam os ideais e práticas democrático-republicanos. A globalização acelerada, tal como até recentemente testemunhamos, quando era fator de desinflação e de dinamismo ao redor do planeta, virou coisa do passado. Não acredito em desglobalização, mas estamos vivendo um tempo de rearranjo. Intrinsecamente conectada a tais movimento, está a rivalidade entre EUA e China, uma disputa pela hegemonia mundial.
A covid-19, além de seus dramáticos impactos humanos e sanitários, aprofundou desgastes nas engrenagens globalizantes, desorganizando cadeias de suprimentos que energizavam a economia mundial e gerando difusa onda inflacionária. Além disso, as guerras passaram a nublar o cotidiano do planeta, com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a escalada do conflito no Oriente Médio. O crescimento populacional acarreta desafios para alimentar o mundo, os quais são agravados pela convulsão climática. Em todo o planeta, temos sofrido severos reveses ambientais, consequência de séculos de descuidos com a natureza.
Sombreados direta e indiretamente por esses fatores críticos, nós brasileiros precisamos ter sabedoria para enfrentar problemas crônicos. É necessário investir na qualificação da educação básica, avançar nas políticas e legislações relativas à segurança pública com foco no combate ao crime organizado, além de enfrentar desmatamentos, grilagem e garimpo ilegal em nossos biomas.
O Plano Real, que já percorreu mais de três décadas, evidenciou a importância de uma moeda estável e as enormes conquistas disso decorrentes. Nesse sentido, impõe-se dar a devida atenção à questão fiscal. Não é possível ressuscitarmos a ideia de que gasto em constante expansão é pressuposto de vitalidade socioeconômica, quando a realidade é justamente o contrário, considerando que gastança gera mesmo é inflação e juros altos – e que as maiores vítimas são os mais pobres.
Dessa agenda de prioridades deve figurar com destaque a lição de que é inaceitável desperdiçar as oportunidades que se apresentam. Um sinal reluzente são as que surgem face à urgência de combater a convulsão climática e de reconfigurar o novo paradigma da economia verde.
A maior floresta tropical do mundo está em nosso território, assim como a maior biodiversidade, além de concentrarmos 12% das reservas de água doce do planeta. Nossa matriz energética já é 47% renovável. Temos sol, vento e uma experiência notável com biomassa. Em síntese, o Brasil pode ocupar posição singular na economia do clima.
Nessa caminhada, temos um robusto dever de casa a ser feito. É importantíssimo investir em segurança jurídica e normativa, abrangendo temas como tributação e agências reguladoras profissionalizadas, evitando-se o risco de que regras possam mudar no meio do jogo. Até porque, se por um lado temos potencial exuberante, por outro não dispomos de recursos econômicos em abundância, como os EUA, a China e a União Europeia. Tal limitação nos impõe a alternativa de valorizar como ninguém a segurança jurídica, a boa regulamentação, de forma a atrair investimentos externos que transformem nossas potencialidades em oportunidades.
Ou seja, neste início de ano, precisamos ter clareza dos desafios a superar e oportunidades a aproveitar, evitando a marcha da insensatez, tão bem descrita por Barbara Tuchman. Para tanto, a prescrição recomenda fugir das armadilhas da repetição de erros antigos, do desperdício das lições da História e da cegueira em face da racionalidade. Como recomendou o pensador jesuíta Baltasar Gracián, conselheiro de estadistas e nobres, no seu A Arte da Sabedoria Mundana, escrito lá no longínquo século 17, é preciso ousar, mas “ousar com prudência”.
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"Em política, seu Andreazza, os finalmente justificam os não-obstantes. Os nexos causaistas são irreverentes."
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ESTADÃO ANALISA 🎧 "Problema não é Dino ter suspendido o pagamento das emendas. O problema é ter liberado sem qualquer razão jurídica”, pontua Carlos Andreazza (
@andreazzaeditor
) #estadao150anos
12:01 PM · 6 de jan de 2025
https://x.com/estadao/status/1876282835512037578?s=48&t=gKyEEumLB0aAdrne2uBPCw
https://www.youtube.com/watch?v=gktW795jaLw
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terça-feira, 7 de janeiro de 2025
Maledicência - Carlos Andreazza
O Estado de S. Paulo
No dia 23 de dezembro de 2024, Flávio Dino suspendeu o pagamento de emendas de comissão. Já o fizera em agosto, num período em que a distribuição estava limitada pela Justiça Eleitoral. A nova suspensão, coincidente com o início do recesso parlamentar, viria logo depois de o governo aprovar o seu pacotinho fiscal. A cronologia dos atos sugere. O ministro suspendera o movimento em agosto, quando emendas não podiam ser pagas. Suspendeu-o novamente em dezembro, coincidindo com o começo das férias no Congresso – e após o governo ter aprovado seus projetos no Parlamento.
Só pode ser suspenso de novo o que fora liberado. Liberado em 2 de dezembro. Mesmo com a evidência de que a Lei Complementar 210 afrontava as determinações do Supremo.
Produto de acordo político – conciliação patrocinada pelo STF – entre Executivo e Legislativo, a LC 210 sofisticou o esquema do orçamento secreto, com a formulação do que seria, parasitando a emenda de comissão, a emenda de líder partidário. Está tudo na lei.
Lei de 25 de novembro. Semana depois, Dino liberaria o pagamento das emendas – num momento convergente com as necessidades de o governo convencer parlamentares a lhe aprovar a agenda. Não havia – não em termos jurídicos – razões para que o liberasse.
A cronologia dos atos comunica.
A LC 210 é do final de novembro. A liberação, do início de dezembro. A portaria interministerial que disciplinaria os pagamentos, de 10 de dezembro. E então o 12 de dezembro – dia da materialização da emenda de líder partidário.
O dia em que Lira paralisou o funcionamento das comissões temáticas. O mesmo dia em que 17 líderes partidários, constituindo-se em fachada da fachada para o exercício do orçamento secreto, remeteriam ao governo ofício por meio do qual tomavam as prerrogativas das comissões para ordenar, alterar e criar destinações às emendas de comissão. Conforme previa... a LC 210.
De 12 a 20 de dezembro, o governo aceleraria o empenho de emendas e aprovaria o pacotinho fiscal, sob o milagre da multiplicação de votos inexistentes pouco antes.
A cronologia dos atos constrange.
E voltamos ao início da trama circular. Aprovado o pacotinho, Dino suspendeu novamente a distribuição de emendas – em 23 de dezembro. Que liberaria de novo no dia 29, autorizado o disparo daquelas empenhadas até 23 de dezembro. Decisão em que fez constar que novas conversas terão vez entre fevereiro e março – quando já for outro o comando na Câmara.
Como uns não confiam nos outros, o Parlamento fez um seguro-Dino e deixou pendente a votação da lei orçamentária. Tudo vai se acertar. Apenas custará mais caro. Ano que começa sem Orçamento mostra já na largada o seu preço.
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"Em política, seu Andreazza, os finalmente justificam os não-obstantes. Os nexos causaistas são irreverentes."
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A frase apresenta um tom irônico e filosófico ao refletir sobre a natureza pragmática e, por vezes, cínica da política. Vamos destrinchar:
"Em política, seu Andreazza, os finalmente justificam os não-obstantes."
Aqui, há uma inversão criativa do ditado "os fins justificam os meios". Na frase, "os finalmente" parece se referir aos resultados finais ou às consequências práticas das ações políticas, enquanto "os não-obstantes" aponta para os obstáculos ou princípios que são ignorados ao longo do processo.
Em suma: na política, o que importa é alcançar o objetivo, e as justificativas são moldadas depois para desconsiderar qualquer problema ou dilema ético.
"Os nexos causaistas são irreverentes."
Essa parte critica a lógica causal na política. "Nexos causaistas" seriam os vínculos de causa e efeito, ou seja, aquilo que em teoria deveria ligar as ações às suas razões ou consequências.
Ao dizer que esses nexos são "irreverentes", sugere-se que, na política, tais conexões são tratadas com descaso ou irrelevância. Os políticos muitas vezes ignoram ou manipulam a lógica dos fatos em benefício próprio.
Em resumo, a frase denuncia, com sarcasmo, a falta de ética e a distorção dos princípios na política, onde o pragmatismo supera as justificativas morais ou racionais. O uso do termo "seu Andreazza" talvez seja uma referência pessoal ou estilística, conferindo um tom coloquial à reflexão.
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"É uma boa bisca de nove!
Por que não bisca de três?
De três só com parceiragem. Entendeu?
Claro, eu só perguntei para ouvir a sua voz."
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Jogo de Bisca
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Trata-se de um jogo de cartas de baralho que meu avô ensinou para filhos, e foi passado de geração em geração.
A história da bisca na minha família começou com meu avô Arcelino Monte que em 1940 quando tinha 10 anos aprendeu a jogar a bisca e desde então passou a ensinar. Meu avô ensinou todos seus filhos a jogarem, depois ensinou todos seus netos e hoje ensina os bisnetos. Na minha família a bisca é jogada em qualquer lugar que estivermos reunidos, seja em um aniversário ou em um simples churrasco de dia de domingo. O jogo é uma forma de entreterimento e divertimento da minha família.
Regras do jogo de bisca
* O jogo da bisca pode ter 2, 3 ou 4 jogadores. Quando há quatro, os jogadores formam duplas, que se sentarão de forma alternada.
* O baralho de cartas no jogo da bisca é composto por cartas: o 2, 3, 4, 5, 6, 7, Q, J, K, A, (comumente chamado Q= dama, J= valete, K= rei, A= Ás), de cada um dos quatro naipes. Os 4 naipes são copas com o símbolo de ♥️, espada ♠️, ouro ♦️, paus ♣️.
* Neste jogo o objetivo é fazer pontos 61 ou mais pontos, a dupla que fizer exatamente 61 ganha 2 pontos e a que fizer 59 perde 2 pontos, no caso de 60 haverá empate. A dupla que somar 4 pontos primeiro ganha. A pontuação total é 120 pontos as cartas que valem pontuação, são as cartas 7, Q, J, K, e o A de cada naipe. A Dama vale 2 pontos. O Valete vale 3 pontos. O Rei vale 4 pontos. O 7 vale 10 pontos e o Ás vale 11 pontos. As restantes cartas não valem qualquer ponto.
* O jogador que irá dar as cartas, começa embaralhando dando em seguida ao jogador que estiver à sua esquerda para cortar. Depois do corte a pessoa volta a dar as cartas a quem embaralhou, ele dará 3 cartas para cada jogador. O naipe de trunfo será a carta que foi tirada no corte.
* Uma jogada é ganha pelo jogador, ou pela dupla, que jogar a carta de valor mais alto do mesmo naipe da carta de saída dessa jogada. Porém se acontecer de algum jogador “cortar” a jogada com uma carta do naipe de trunfo. A jogada é ganha por quem jogou o trufo
* Algumas jogadas também somarão pontos como o famoso "Rela" que acontece quando um jogados joga o 7 de trunfo e o próximo jogador joga o Ás. O rela para o naipe de copas vale vale 2 pontos e para os outros naipes vale 1 ponto. A volta do sete é quando na primeira rodada a primeira pessoa a jogar jogar a carta de número 7 de trunfo e ninguém na mesa jogar o Ás para dar o rela. A rodada do 7 de copas vales 2 pontos e dos outros naipes vale 1 ponto. A queda ou rela de roda é quando a primeira pessoa na primeira rodada joga a carta de número 7 de trunfo e a última pessoa da rodada joga o Ás de trunfo. A queda ou rela de roda vale 4 pontos para a dupla de deu o rela e encerra a partida.
* O capote é quando uma das duplas fizer no fim na partida 30 pontos ou menos. A dupla que deu o capote ganha dois pontos e a dupla que fez esta pontuação perde 2 pontos.
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Globo de Ouro 2025: veja o momento do anúncio da vitória de Fernanda Torres | LIVE CNN
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_________________________________________________________________________________________________________Fêrrrnândá Tôris!
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CNN Brasil
6 de jan. de 2025 #CNNBrasil
Na noite do último domingo (5), a atriz Fernanda Torres, 59, levou o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama no Globo de Ouro, considerada uma das maiores premiações do cinema mundial. Veja o momento do anúncio da vitória da atriz. #CNNBrasil
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Conexão à moda antiga
Marta Medeiros
08/09/2024
Disponível em https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2024/09/conexão-a-moda-antiga.ghtml.Acesso em 24 set 2024.Fragmento
É temporada de propaganda eleitoral. Mais uma vez, os candidatos se esforçam para ganhar nosso voto através de atributos morais duvidosos, já que precisam negociar com Deus e o Diabo ao mesmo tempo. Difícil peneirar uma pepita de ouro em meio a tanto pedregulho. Por isso, já não levo tão em conta o currículo, e sim o jeito da pessoa.
Vale para todas as relações. Ninguém se apaixona pela inteligência, cultura ou riqueza de alguém — claro que isso empolga e abre cancelas, mas o encantamento verdadeiro vem da subjetividade, não de vantagens concretas. A pessoa se torna especial pelo jeito único que ela tem. O jeito que te escuta. O jeito que trata desconhecidos. O jeito que lida com adversidades. O jeito que, em meio a um mundaréu de gente, te dá uma piscadela à distância, reforçando a conexão entre vocês. Conexão que é rara na política.
O diferencial de Kamala Harris, por exemplo, não está em seu histórico, mas em seu sorriso: é alguém que gostaríamos de receber em casa. Ela dança. Ela usa terno com tênis. É simpática, mesmo quando calada. Então isso basta??? Ora, ninguém sabe quem dará um bom gestor até que assuma. É apenas um sintoma de humanidade neste universo cada vez mais controlado por robôs e Inteligência Artificial.
Nunca escondi minha decepção com a política como ela quase sempre é: um espaço de manutenção e sucessão de poder, voltado para os objetivos particulares dos partidos, favorecendo o bem público apenas quando este serve de alavanca para se autopromover. Sendo assim, escolho a promessa de familiaridade, em vez da sisudez prolixa. Escolho o charme e a educação, em vez da vulgaridade. Escolho o desembaraço que cativa, em vez da malandragem ensaiada.
Candidatos com jeito de gente ao menos permitem que tentemos adivinhar o que eles sentem. Os autoritários são blindados contra a emoção e os fanfarrões só despertam vergonha alheia. Deveriam abandonar seus discursos retóricos e recuperar o tom de voz que usam ao falar com amigos. Trocar as poses esdrúxulas em estúdio por imagens de arquivo de sua rotina íntima: a vez que torceram por um neto na arquibancada de um ginásio, a vez que tiraram seus amores para dançar numa festa, a vez que gritaram “bravo” ao final de uma peça de teatro — vivências de quando não estavam em campanha.
Não me dá garantia de nada, mas prefiro quem depende pouco do teleprompter, do ponto eletrônico e da decoreba de um texto escrito por marqueteiros. Quem permite que sua essência e seu espírito transluzam, mesmo arriscando parecer simplório. Quem comove pela espontaneidade e, enquanto os concorrentes grudam os olhos nas pesquisas de intenção de voto, dá uma piscadela para você em meio à multidão.
https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/coluna/2024/09/conexao-a-moda-antiga.ghtml
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