Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 5 de janeiro de 2025
Entre o Tempo e o Espaço: Reflexões sobre Paz, Política e a Jornada da Humanidade
-------------
Un poco de Ludovico Einaudi, Hans Zimmer, Max Richte(playlist)
------------
------------
"Neste trabalho, buscaremos conectar as análises de dois autores, de diferentes gerações, sobre o contexto geopolítico global. O primeiro autor, Lourival Sant’Anna, em seu texto 'Trump pode beneficiar adversários', examina as implicações da política externa de Donald Trump, especialmente em relação às alianças internacionais e ao equilíbrio de poder mundial. Já o segundo autor, Antonio Fausto do Nascimento, em 'Sobre um editorial', reflete sobre o movimento pela paz e os desafios contemporâneos relacionados às armas nucleares, enfatizando a importância de um movimento global para a preservação da paz e da cooperação entre os povos. Ao longo dessa análise, procuraremos correlacionar as visões de tempo e espaço que ambos os textos trazem, observando como os cenários do passado e do presente influenciam o futuro das relações internacionais."
Compartilhar
_________________________________________________________________________________________________________
---------
----------
"domingo, 5 de janeiro de 2025
Trump pode beneficiar adversários - Lourival Sant’Anna
O Estado de S. Paulo
Perda de credibilidade americana atrairá novos países para a influência da China
A partir do que se sabe hoje, 2025 será marcado por uma guerra de tarifas, uma complexa negociação para o fim da guerra Rússia-Ucrânia, o fortalecimento das alianças na Europa e na Ásia-Oceania, Israel em posição de força e aumento de influência da China.
Donald Trump vê os impostos de importação como arma para impor sua vontade. Tarifas desorganizam a cadeia global de valores e causam inflação, que induz ao aumento de juros e a outras distorções na economia.
A principal prejudicada por essa política poderá ser, paradoxalmente, a indústria americana, que depende de componentes fabricados em países visados por Trump, como China e México. As tarifas deslocarão fábricas para outras partes da Ásia e para os EUA, gerando custos extras para os produtos.
Trump não pretende honrar os compromissos dos EUA com seus aliados, como Taiwan e Ucrânia, que se verá obrigada a negociar coma Rússia, que ocupa um quinto de seu território. A Europa, por sua vez, tentará a todo custo evitar que a retirada do apoio americano seja um incentivo para invasões russas no futuro.
Os presidentes da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e da França, Emmanuel Macron, discutiram com Trump as condições para um eventual acordo com a Rússia, durante a reinauguração da Catedral de Notre Dame, em dezembro. Ela inclui a mobilização de soldados europeus – Zelenski gostaria de incluir americanos, mas é improvável que Trump aceite – para monitorar a resultante linha de cessar-fogo.
Isso representa um guarda-chuva da Otan à Ucrânia contra as agressões russas. Embora não seja o mesmo que a proteção completa da aliança, é um passo nessa direção. O desengajamento de Trump reforçará os arranjos de defesa da Europa com Japão, Coreia do Sul, Austrália e Índia, ameaçados por China e, nos dois primeiros casos, Coreia do Norte, aliadas da Rússia.
A perda de credibilidade americana atrairá novos países para o guarda-chuva da China. Taiwan estará mais vulnerável a uma invasão chinesa.
A volta de Trump dará maior liberdade para Israel atuar na Faixa de Gaza, sem as pressões dos EUA, que lhe fornecem US$ 3,8 bilhões em ajuda militar anual, com poder de veto sobre o uso de suas armas. Trump brindará Israel com apoio incondicional.
Israel já está em situação de força, com a degradação dos arsenais do Hamas e do Hezbollah e consequentemente o enfraquecimento do Irã. Isso incentivará o Irã a avançar em seu programa nuclear, com ajuda da Rússia."
-----------
_________________________________________________________________________________________________________
Esse artigo analisa potenciais impactos da política e diplomacia sob uma possível presidência de Donald Trump em 2025. Ele destaca os seguintes pontos principais:
Guerra comercial e impacto econômico:
Trump planeja usar tarifas de importação para atingir objetivos políticos e econômicos.
Isso pode prejudicar a indústria americana e aumentar os custos de produção, afetando negativamente a economia global e americana.
Desafios geopolíticos e aliados:
Trump não estaria inclinado a manter compromissos fortes com aliados como Taiwan e Ucrânia.
A Europa terá que assumir um papel mais proativo em defesa da Ucrânia, possivelmente com soldados europeus monitorando cessar-fogo em território ucraniano.
Influência da China e vulnerabilidade de Taiwan:
A perda de credibilidade americana poderia levar países a buscarem apoio da China.
Taiwan se tornaria mais suscetível a ações militares chinesas.
Fortalecimento de alianças asiáticas e australianas:
A retirada do apoio dos EUA fortaleceria as alianças entre Europa, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Índia, para contrabalançar ameaças da China, Rússia e Coreia do Norte.
Israel e o Oriente Médio:
Israel teria maior liberdade de ação sob Trump, especialmente em Gaza, sem a supervisão rigorosa dos EUA.
O enfraquecimento de grupos como Hamas e Hezbollah poderia intensificar o foco do Irã em seu programa nuclear, apoiado pela Rússia.
A análise sugere que uma postura mais isolacionista de Trump pode gerar instabilidade geopolítica e deslocar o equilíbrio de poder global.
_________________________________________________________________________________________________________
-------
-----------
"domingo, 5 de janeiro de 2025
Sobre um editorial - Antonio Fausto do Nascimento*
Bom editorial de O Globo de hoje, 4/01, sobre risco de guerras com armas nucleares. Quase que feneceu vigoroso movimento pela paz mundial na segunda metade do Século XX, evitando que fossem usadas nos conflitos da Coréia, do Vietnã, dos mísseis soviéticos em Cuba e durante a Guerra Fria.
Desde o apelo de Estocolmo, chegou a ser movimento de massas na Europa Ocidental Grandes escritores, artistas e cientistas como Bertrand Russel, Noberto Bobbio, Albert Einstein, Pablo Picasso, Jane Fonda, Angela Davis e tantos outros.
No Brasil, chegou a ter um núcleo ativo na ABI, tendo como coordenador o saudoso Modesto da Silveira, advogado de presos políticos e Deputado Federal.
Necessário reviver essa militância pela paz, o desarmamento e a cooperação entre os povos. Guerra com armas nucleares, na atualidade, implicaria na quase extinção da vida sobre a Terra e imenso retrocesso civilizatório.
Tudo isso precisa ser reconstruído pelo movimento democrático e socialista no Brasil e no Mundo.
*Foi secretário do Governo Arraes (1963/1964)"
_________________________________________________________________________________________________________
Este texto, assinado por Antonio Fausto do Nascimento, reflete sobre um editorial publicado em O Globo e a importância de reviver o movimento pela paz mundial. Os principais pontos destacados são:
1. Histórico do Movimento pela Paz Mundial:
O movimento pela paz ganhou força na segunda metade do século XX, contribuindo para evitar o uso de armas nucleares em crises como:
Guerra da Coreia,
Guerra do Vietnã,
Crise dos Mísseis em Cuba,
Tensões durante a Guerra Fria.
Personalidades notáveis, como Bertrand Russell, Albert Einstein e Pablo Picasso, deram visibilidade à causa.
2. Participação no Brasil:
No Brasil, a luta pela paz teve apoio significativo, incluindo um núcleo ativo na Associação Brasileira de Imprensa (ABI), coordenado por Modesto da Silveira, conhecido por sua defesa de presos políticos e atuação como deputado.
3. Riscos Atuais:
O autor alerta para o perigo atual de guerras nucleares, que poderiam levar à quase extinção da vida na Terra e a um retrocesso civilizatório sem precedentes.
4. Necessidade de Mobilização:
Ele defende a reconstrução do movimento pela paz e pelo desarmamento, com uma cooperação internacional liderada por movimentos democráticos e socialistas, tanto no Brasil quanto globalmente.
O texto é um chamado à ação, enfatizando que a luta pela paz e contra as armas nucleares é essencial para a preservação da humanidade e do progresso civilizatório.
_________________________________________________________________________________________________________
-----------
-----------
Anote o nome mais perigoso em torno de Trump
oglobo.globo.com/opiniao/dorrit-harazim/coluna/2025/01/anote-o-nome-mais-perigoso-em-torno-de-trump.ghtml
Stephen Miller
Convém falar de Stephen Miller. Primeiro, porque faltam poucos dias para o triunfal retorno de Donald Trump à Casa Branca como 47º presidente dos Estados Unidos. Segundo, porque, ao contrário dos crepitosos nomes já elencados para compor o primeiro escalão do novo governo, fala-se pouco de Stephen Miller. Ele prefere assim, basta-lhe saber ser o membro mais influente, temido, autoritário e perigoso da constelação trumpista. Deve achar ridículas as ostentações de ego de um Elon Musk ou Robert Kennedy Jr., pois prefere movimentar-se à sombra do poder. É de lá que pretende continuar a semear sua ideologia do ódio.
Influência do El Niño: Brasil registra o ano mais quente da história em 2024, com temperatura média de 25,02°
Miller, de apenas 39 anos, é a matriz teórica da agenda supremacista adotada por Trump. Está na órbita do movimento Make America Great Again desde a eleição de 2016, quando mal tinha dobrado a curva dos 30 — primeiro como autor dos discursos de campanha de Trump, depois como idealizador obsessivo das políticas anti-imigração encampadas pelo chefe. Agora, em 2025, volta a assumir seu poder influenciador sem ocupar qualquer ministério ou cargo que exija confirmação pelo Senado. Será apenas “vice-chefe de políticas”, o que não quer dizer nada, mas, no seu caso, é tudo o que quer: acesso irrestrito e gabinete vizinho a Trump.
Cálculo do Dieese: Novo salário mínimo de 2025 terá impacto de R$ 81,5 bilhões na economia
Segundo duas renomadas publicações (The New Yorker e The Atlantic) que se aventuraram a perfilar Miller, ele é obsessivo e vingativo, arrogante na voz monocórdia e dado a pitis quando contrariado. Ao final de uma reunião tensa, segundo relato de um depoente, Miller surpreendeu a todos com um último comentário:
— Eu não pretendia ser tão duro, mas essa questão é tudo o que me importa. Eu não tenho família. Eu não tenho nada além disso. Isso é a minha vida — disse então, referindo-se a sua obsessão com o tema da composição populacional dos Estados Unidos.
Capa do audio - Pedro Doria - Vida Digital CBN
Vale ressaltar que foi de Stephen Miller a decisão de implantar a política de separação forçada de famílias que cruzavam a fronteira ilegalmente. Passou a exercer pressão máxima sobre o Departamento de Justiça para que os adultos ilegais fossem processados criminalmente. Foi assim que mais de 2.500 crianças (102 das quais menores de 5 anos) se viram apartadas de suas famílias em centros de detenção semelhantes a jaulas. Miller chegou a declarar ao New York Times que 90% da opinião pública apoiaria a medida. Felizmente, errou. Graças ao vazamento de uma gravação feita num dos centros improvisados, onde crianças choravam e chamavam pelos pais (e um guarda de fronteira reclamava com desdém: “Pronto, começou a orquestra!”), a opinião pública americana se voltou contra a medida. Trump engavetou a gritante desumanidade 48 horas após a gravação viralizar e culpou quem nada tinha a ver com a medida. Miller saiu ileso — ele sabe como poucos quando e como desaparecer, sem nunca sair de cena.
Miller cultiva simultaneamente uma imagem pública de homem severo — difícil flagrar sua silhueta esguia sem terno e gravata — e a de polemista provocador. Nascido em família abastada da Califórnia, dedica-se desde a puberdade a se fazer notar pelo ativismo antiliberal. Deleitava-se em chocar e ofender as sensibilidades progressistas de seus colegas da exclusiva Santa Monica High School e da Duke University, onde se formou em ciência política.
— Ele gosta de irritar a quem despreza e se deleita com o desdém alheio. Corteja a infâmia — descreve o jornalista McKay Coppins na Atlantic.
Quando Miller diz que a missão contra imigrantes é tudo o que tem na vida, que ele não tem família, talvez queira enterrar as origens de sua ascendência materna. Quem explica é seu tio neuropsicanalista, David Glosser, irmão de Miriam, mãe de Miller. Os irmãos Glosser foram criados por pais democratas rooseveltianos, como 70% ou 75% de judeus americanos daquela geração. Cresceram em meio a publicações sobre direitos civis, leituras republicanas e a consciência do acolhimento que seus pais haviam recebido nos Estados Unidos ao fugirem do nazismo. Em entrevista doída para o programa Frontline, Glosser assim define o sobrinho:
— As mesmas besteiras [que ele diz sobre os imigrantes hispânicos] diziam dos judeus, de nossa família quando viemos para este país. Diziam que roubaríamos seus empregos, que éramos rombudos, que éramos criminosos. Que formávamos grupos, não nos integrávamos, quando na verdade não podíamos comprar imóveis em certos bairros, não podíamos abrir determinados negócios, não podíamos cursar certas universidades (...). Particularmente no caso de Stephen, ou de qualquer judeu cuja família tenha sido forçada a emigrar, é quase como deletar seu banco de memória e substituí-la por outra (...). Penso que a força que move Trump e Stephen está em estimular medos e ansiedades coletivos para manipulação política, para conquistar e manter o poder. É ânsia de poder, ânsia de influência.
Ao pesquisar na internet por imagens de Miller, a colunista bateu no link, que, uma vez visto, nunca mais se conseguirá desver. A semelhança com Joseph Goebbels assusta.
_________________________________________________________________________________________________________
----------
-----------
"ATÉ QUE ENFIM UM PETISTA INTELIGENTE!!!"
-------------
jamaicasfoneoficial
•
maricainfo•Áudio original
_________________________________________________________________________________________________________
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário