quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Espectro do impeachment ronda?

O Catete é aqui?

1954 que não terminou ou ...
2015 que não começou?

O espectro do impeachment do Catete volta a rondar o Planalto?

Muitas perguntas, poucas respostas convincentes...

Ontem se disse que a luz de um carisma iluminou um poste.
Hoje, o espectro daquele carisma ameaça abalroar o poste.
Ontem um carisma que emitia luz.
Hoje o espectro de um carisma.
Ontem um poste apagado que se acendeu.
Hoje um poste pisca-pisca que se apaga.




O que foi, torna a ser. O que é, perde existência.
O palpável é nada. O nada assume essência.
” Goethe



Pequenos Grandes Furtos e Violações de Princípios Democráticos?

The peaceful development of any revolution is, generally speaking, extremely rare and difficult, because revolution is the maximum exacerbation of the sharpest class contradictions; but in a peasant country, at a time when a union of the proletariat with the peasantry can give peace to people worn out by a most unjust and criminal war, when that union can give the peasantry all the land, in that country, at that exceptional moment in history, a peaceful development of the revolution is possible and probable if all power is transferred to the Soviets. The struggle of parties for power within the Soviets may proceed peacefully, if the Soviets are made fully democratic, and "petty thefts" and violations of democratic principles, such as giving the soldiers one representative to every five hundred, while the workers have one representative to every thousand voters, are eliminated. In a democratic republic such petty thefts will have to disappear. V. I. Lenin The Russian Revolution And Civil War They Are Trying To Frighten Us With Civil War September 29, 1917 


O desenvolvimento pacífico de qualquer revolução é, em geral, extremamente raro e difícil, porque a revolução é a exacerbação máxima das contradições de classe mais agudas; mas num país camponês, numa altura em que a união do proletariado com o campesinato pode dar a paz aos povos desgastados por uma guerra muito injusta e criminosa, quando essa união pode dar ao campesinato toda a terra, naquele excepcional momento na história do país, um desenvolvimento pacífico da revolução é possível e provável, se todo o poder é transferido para os sovietes. A luta de partidos pelo poder dentro dos Sovietes pode decorrer pacificamente, se os soviéticos são feitos inteiramente democráticos, e "pequenos furtos" e as violações dos princípios democráticos, tais como dar aos soldados um representante para cada quinhentos, enquanto que os trabalhadores têm um representante para cada mil eleitores, são eliminados. Em uma república democrática tais “pequenos furtos” terá que desaparecer. V. I. Lenin A revolução russa e a guerra civil Eles estão tentando nos assustar Com Guerra Civil 29 set 1917



Plágio, Homenagem ou só Marketing Político?










Josias de Souza
19/12/2015 07:11

"Oficialmente, o delagado Josélio Azevedo de Sousa, da Polícia Federal, ouviu Lula como testemunha. Na prática, submeteu-o a um interrogatório de investigado clássico. Intimado, Lula compareceu perante a autoridade policial na última quarta-feira (16). Deu-se na sede da PF, em Brasília. O depoimento foi divulgado nesta sexta-feira. Ocupa nove páginas. O conteúdo revela um personagem em apuros. Crivado de interrogações sobre o escândalo da Petrobras, Lula manteve a fábula do “eu não sabia”. Mas suas contradições denunciam a dificuldade de manter o velho enredo.

No pedido que enviou ao STF para interrogar Lula, o delegado Josélio anotara que, “na condição de mandatário máximo do país” na época do assalto à Petrobras, Lula “pode ter sido beneficiado pelo esquema, obtendo vantagens para si, para seu partido, o PT, ou mesmo para seu governo, com a manutenção de uma base de apoio partidário sustentada à custa de negócios ilícitos na referida estatal.” Por isso queria ouvi-lo. E caprichou nas perguntas.

O doutor quis saber de que matéria-prima é feita a coligação partidária que dá suporte aos governos do PT. Lula tentou distrair o delegado com um conto da carochinha. Disse que o apoio que sua gestão recebeu foi “baseado na afinidade dos partidos com o programa de governo elaborado nas duas campanhas” presidenciais que venceu.

Antes que a inquirição virasse comédia, o delegado puxou Lula de volta para o drama que o assedia. E o interrogado foi ajustando o lero-lero à realidade. Lula afirmou que, “numa política de coalizões, presume-se que haja a distribuição de ministérios e cargos importantes do governo para os partidos políticos que compõem a base de apoio.”

O delegado injetou na conversa o nome de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, preso no Paraná sob acusação recolher propinas na estatal em nome do PT. Lula não se deu por achado. Disse não ter nada a ver com a nomeação de Duque. E acomodou a encrenca no colo do grão-petista José Dirceu, também preso por ordem do juiz paranaense Sérgio Moro.

Segundo Lula, o nome de Duque foi submetido ao crivo da Casa Civil da Presidência, então chefiada por Dirceu. Nessa época, Lula chamava Dirceu de “capitão do time” de ministros. “Cabia à Casa Civil receber as indicações partidárias e escolher a pessoa que seria nomeada”, disse o morubixaba do PT ao delegado.

O doutor Josélio perguntou se Duque era o homem do PT na diretoria da Petrobras. Lula disse não saber “se foi o PT ou outro partido” que o indicou. Realçou que não conhecia Duque. E quanto a Nestor Cerveró, outro ex-diretor da Petrobras preso? No caso de Cerveró a memória de Lula fez questão de prestar-lhe socorro: “Foi uma indicação política do PMDB.”

Lula repetiu que não participou do processo de escolha dos diretores da Petrobras. Espremido, afirmou que a escolha dos nomes passava pela costura de acordos políticos. Acrescentou que os acordos “eram feitos normalmente pelo ministro da área, pelo coordenador político do governo e pelo partido interessado na nomeação.”

A Petrobras pende do organograma do Ministério de Minas e energia. A ministra “da área” era Dilma Rousseff. Mas Lula se absteve de mencionar-lhe o nome. O delegado perguntou quem era o coordenador político do governo. Lula respondeu que teve vários coordenadores ao longo dos seus dois mandatos. Empilhou quatro nomes: Tarso Genro, Jaques Wagner, Alexandre Padiha e Aldo Rebelo. Alegou não se lembrar qual deles tratou das nomeações de Renato Duque e de Nestor Cerveró.

De tanto o delegado escarafunchar, Lula acabou caindo em algo muito parecido com uma contradição. Reconheceu que a palavra final sobre as nomeações era dele. Depois de ter jogado a responsabilidade sobre os ombros de Dirceu, o interrogado explicou que os partidos negociavam suas nomeações com diversos atores —os ministros da área, o coordenador político…— “nao somente com o ministro-chefe da Casa Civil.”

Foi nesse ponto do depoimento que Lula acabou premiando a insistência do delegado com o reconhecimento de que, “ao final do processo”, o fisiologismo desaguava no gabinete presidencial. Ouvido, Lula “concordava ou não com o nome apresentado”. Para não ficar mal no inquérito, Lula apressou-se em dizer que baseou suas escolhas em “critérios técnicos que credenciavam o indicado”. Deu no petrolão.

Vários delatores da Lava Jato disseram que Lula negociou diretamente com José Janene, então líder do PP na Câmara, a permanência do corrupto confesso Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento da Petrobras. Mas Lula disse ao delegado Josélio que “nunca tratou com qualquer liderança de qualquer partido sobre a indicação de algum nome para cargo na administração pública.” Hã, hã.

A certa altura, o delegado voltou a um tema que abordara no início da inquirição. Afinal, quais diretores da Petrobras foram indicados pelo PT? E Lula escorregou. Depois de dizer que não sabia que partido havia pendurado Renato Duque na diretoria da estatal petroleira, Lula afirmou que o personagem “talvez tenha sido uma indicação do PT.”

Lula responsabilizou-se pessoalmente, de resto, pela nomeação de dois personagens que passaram pela presidência da Petrobras: os petistas José Sérgio Gabrielli e José Eduardo Dutra. O segundo já morreu. Mas Gabrielli continua na alça de mira da força-tarefa da Lava Jato.

O delegado inquiriu Lula também sobre João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT preso no Paraná e já condenado em sentença de Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato. Lula disse que sua relação com Vaccari no partido “foi pequena, já que, em 1996, deixou a presidência do PT.” Quando virou presidente da Repúlica, aí mesmo é que “passou a ter menos contato”. Lorota.

Em 2003, no alvorecer do primeiro reinado de Lula, Vaccari presidia o Sindicato dos Bancários de São Paulo e exercia a atribuição de secretário de Finanças da CUT, o braço sindical do PT. Na fase de composição do governo, o petismo quis fazer de Vaccari presidente da Caixa Econômica Federal. Dois obstáculos barraram as pretensões de Vaccari: o nariz torcido de Antonio Palocci, então ministro da Fazenda, e a falta de diploma universitário. Os estatutos da Caixa exigem que o presidente tenha passagem pelos bancos de uma universidade. E Vaccari não preenchia esse quesito.

Para não deixar o companheiro ao relento, Lula abrigou-o no Conselho de Administração de Itaipu Binacional. Então ministra de Minas e Energia, de cujo organograma pende a estatal, Dilma não opôs resistência. E Vaccari foi alçado a uma das sinecuras mais cobiçadas da República. A posição de conselheiro de Itaipu lhe exigia pouco trabalho (uma reunião a cada dois meses) e rendia remuneração mensal na casa dos R$ 20 mil. Vaccari só deixou o posto depois que a Lava Jato o pendurou de ponta-cabeça nas manchetes.

Numa fase em que amigos podem se converter em delatores, Lula cuidou de afagar Vaccari no depoimento ao delegado Josélio. Lembrou que “ele assumiu a tesouraria do partido em 2010”. E disse que “soube pela direção do partido que ele fez um excelente trabalho à frente da Tesouraria do PT.” Mais: “Todos os membros da direção do partido, inclusive seu presidente, Rui Falcão, declararam a qualidade do trabalho desempenhado por Vaccari no comando da tesouraria do PT.” A Lava Jato demonstra que, sob Vaccari, a tesouraria do PT, tão elogiada por Lula, contém o anabolizante das propinas extraídas da Petrobras.

O delegado perguntou a Lula a que atribui a condenação de Vaccari na Lava Jato. O interrogado atribuiu o infortúnio às delações premiadas. E disse confiar numa reversão da sentença em instâncias superiores do Judiciário. Lula disse não acreditar que Vaccari tenha obtido “vantagens indevidas a partir de contratos celebrados pela Petrobras”. Por quê? “Ele é conhecedor da legislação.” Então tá!

Incômodo como maquininha de dentista, o delegado conduziu o interrogatório para José Carlos Bumlai, o pecuarista que tinha passe livre no Planalto e terminou na cadeia. Lula disse que o conheceu na campanha presidencial de 2002. Reconheceu que mantém com o suspeito uma “relação de amizade''. Chegou mesmo a hospedá-lo “algumas vezes” na Granja do Torto, em Brasília —com o meu, o seu, o nosso dinheiro. Mas disse jamais ter tratado com Bumlai de assuntos relacionados com “dinheiro ou valores.”

Bumlai é acusado de corrupção. Pegou empréstimo de R$ 12 milhões no Banco Schahin. Em depoimento, disse ter repassado a verba ao PT. O financiamento jamais foi pago. Em troca do perdão da dívida, Bumlai intermediou um contrato do Grupo Schahin com a Petrobras. Coisa de R$ 1,6 bilhão. Lula, naturalmente, não sabia.

A alturas tantas, o delegado perguntou a Lula por que pessoas que integraram o seu governo são alvejadas por inquéritos que tramitam no STF. Lula atribuiu o fenômeno a três fatores: “o processo de transparência e aprimoramento dos órgãos de fiscalização e controle, […] ocorrido ao longo dos últimos doze anos; b) à imprensa livre; e c) a um processo de criminalização do PT. Hummm…
Lula não disse, mas a criminalização do PT é obra do próprio PT. Revolucionário, o partido descobriu uma fórmula inédita de combate à corrupção. O PT escancara os roubos cometendo-os. Por sorte, algo de diferente sucede no Brasil: ex-presidente da República interrogado assim, como uma testemunha suspeita, é coisa nunca antes vista na história desse país."






POR BEATRIZ BULLA E GUSTAVO AGUIAR
18/12/2015, 22h40

"À Polícia Federal, ex-presidente afirmou que 'processo de escolha não contava com sua participação'

O ex-ministro José Dirceu está preso preventivamente em Curitiba. Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

O ex-presidente Lula atribuiu a José Dirceu, ex-ministro chefe da Casa Civil do seu governo, responsabilidade pela indicação de diretores da Petrobrás. Em depoimento à Polícia Federal na quarta-feira, 16, Lula disse que “cabia à Casa Civil receber as indicações partidárias e escolher a pessoa que seria nomeada”.

Dirceu chefiou a Casa Civil durante parte do primeiro mandato do petista, entre 2003 e 2005, quando estourou o escândalo do mensalão – Dirceu foi condenado a 7 anos e onze meses de prisão no mensalão e está preso desde 3 de agosto como alvo da Operação Lava Jato, que desmontou esquema de propinas na estatal petrolífera.



Investigadores já suspeitavam que Dirceu havia indicado o engenheiro Renato Duque – preso da Lava Jato desde março – para a Diretoria de Serviços da estatal petrolífera. Mas Dirceu sempre negou. “Que o nome de Renato Duque foi levado à Casa Civil da Presidência da República, à época chefiada por José Dirceu”, disse Lula à PF.
O ex-presidente disse que “não sabe se foi o PT ou outro partido politico que indicou Renato Duque para assumir a Diretoria de Serviços”. Afirmou que “não conhecia Renato Duque e que não participou do processo de escolha do nome de Renato Duque”.
Sobre o ex-diretor da Área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, que também foi preso na Lava Jato e já está condenado a 17 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente disse. “Que acha que Nestor Cerveró foi uma indicação politica do PMDB; que Nestor Cerveró era um funcionário de carreira da Petrobrás.”
Lula eximiu-se de qualquer responsabilidade na indicação dos diretores da Petrobrás. Ele afirmou que “o processo de escolha dos nomes dos diretores não contava com sua participação”.
“Que o declarante recebia os nomes dos diretores a partir de acordos políticos firmados; que este processo de acordos políticos era feito normalmente pela ministro da área, pelo coordenador politico do Governo e pelo partido interessado na nomeação; que teve vários coordenadores políticos ao longo de seus oito anos de mandato; que pode citar Tardo Genro, Jacques Wagner, Alexandre Padilha, Aldo Rebelo, etc; que não se recorda qual destes articuladores políticos tratou das nomeações de Renato Duque e também de Nestor Cerveró.”
Sobre outro ex-diretor que a Lava Jato pegou – Paulo Roberto Costa (Abastecimento) -, o ex-presidente disse que ‘seu nome foi apresentado pelo Partido Progressista’. “Como nos demais, o nome de Paulo Roberto Costa foi levado à Casa Civil para deliberação e posterior e posterior nomeação pelo declarante; que os nomes dos indicados pelos partidos não eram levados diretamente ao declarante; que, como explicado, o processo de • escolha passava pela discussão com os diversos envolvidos no aspecto politico e não somente com o ministro-chefe da Casa Civil; que, ao final deste processo, o declarante concordava ou não com o nome apresentado, a partir dos critérios técnicos que credenciavam o indicado.”
A PF quis saber de Lula se ele conversou com o ex-deputado José Janene (PP/PR, morto em 2010) sobre a indicação de Paulo Roberto Costa para assumir a Diretoria de Abastecimento da Petrobrás – Janene é apontado como o mentor do esquema de corrupção que se instalou na Petrobrás. O ex-presidente disse que ‘nunca conversou’ com Janene ‘a respeito de qualquer assunto’.
Lula também afirmou que nunca tratou com os deputados Pedro Henry e Pedro Corrêa sobre a indicação de Paulo Roberto Costa. “Nunca tratou com qualquer liderança de qualquer partido sobre a indicação de algum nome para cargo da administração pública; que os nomes eram apresentados pelo Governo, ou seja, pelos articuladores políticos que levavam O nome à Casa Civil da Presidência.”
Lula disse que ‘nunca se sentiu pressionado pela Partido Progressista a fim de que Paulo Roberto Costa fosse nomeado diretor de Abastecimento da Petrobrás’. Ele declarou que o PMDB ‘nunca ofereceu apoio político ao Governo a fim de manter Paulo Roberto Costa no cargo de diretor de Abastecimento, e se ofereceu tai apoio isto não chegou ao conhecimento do declarante’.
A PF indagou de Lula sobre quais diretores da Petrobrás foram indicados pela PT. “O declarante afirma que talvez Renato Duque tenha sido uma indicação do PT.”
Ele saiu em defesa do ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli. Neste caso disse que ‘foi uma indicação pessoal sua’. “Que indicou José Sérgio Gabrielli para  ser diretor financeiro da Petrobrás em razão do mesmo ser um economista altamente capacitado e por ser alguém de sua confiança; que, da mesma forma, a indicação de José Sérgio Gabrielli para assumir a presidência da companhia foi uma escolha do declarante.”"


21/12/2015 - 03h00
Ricardo Noblat

"Renan Calheiros é tudo, menos bobo. Enquanto mereceu a confiança de Michel Temer, disse-lhe coisas impublicáveis sobre Dilma. Tão logo achou mais vantajoso trocar de lado, aliou-se à Dilma e contou-lhe o que ouviu de Temer.

Estaria bem se não estivesse encrencado na Lava-Jato. Responde a seis inquéritos contra três de Eduardo. Mas os de Eduardo nós conhecemos bem; os de Renan, pouco. Por que será?

Lula é tudo, inclusive bobo quando lhe interessa. À Polícia Federal, em depoimento na semana passada, confessou que lhe passaram a perna mais uma vez como já acontecera no caso do mensalão.

Nomeou, sim, os diretores que roubaram a Petrobras, mas nada teve a ver com a sua indicação. Foram indicações políticas bancadas pelos chefes da Casa Civil dos seus dois governos, José Dirceu e Dilma Rousseff.

É aqui que Renan e Lula se encontram, porém não só. Se precisar, traem a pretexto de que a política real se faz também com traições. De outra forma ela não seria possível.

E em defesa de suas biografias, entregam sem remorsos os que lhes serviram com lealdade. A entrega é mais especialidade de Lula do que de Renan, e marca notável de sua trajetória política.

A situação de Renan é pior do que a de Lula. Ele é investigado pela Lava Jato. Lula, por ora, não passa de informante. Renan é acusado de ter recebido propina em negócios da Petrobras.

Lula de nada é acusado. É suspeito de muita coisa. Mas ninguém diz que é. O juiz Sérgio Moro costuma dizer que não investiga pessoas, mas fatos. Por meio deles chega às pessoas. Cuide-se, Lula!

Embora no olho do furacão, Renan imagina salvar-se do pior, que seria a cassação do seu mandato seguida de prisão, buscando o apoio de Dilma. Um precisa do outro.

Renan pode barrar no Senado o pedido de impeachment. Mas Dilma nada pode garantir a Renan, nem mesmo um telefonema para Moro. Talvez garanta que o governo o ajudará a preservar o mandato.

Por Lula, Dilma e o ministro da Justiça têm agido às sombras. Há pouco mais de 10 dias, o ministro voou de madrugada a Curitiba e, ao chegar, logo se reuniu com agentes da Polícia Federal.

Estava preocupado com Lula e com um dos filhos dele que embolsou mais de R$ 2 milhões para copiar textos da internet a título de consultoria prestada a uma empresa. O que o ministro disse e ouviu não se sabe.

Em seguida, foi Lula que voou a Brasília para depor em segredo. O que ele disse e ouviu já se sabe. O que disse serviu para reforçar os traços mais perversos do seu caráter – ou da falta dele.

José Dirceu perdeu o emprego, o mandato de deputado e a liberdade para que Lula continuasse no poder como o presidente enganado pela organização criminosa que se apoderou de parte do aparelho do Estado.

Nem por isso Lula deixou de entregá-lo pela segunda vez – desta no caso do assalto à Petrobras. Por tabela entregou Dilma, que substituiu Dirceu na Casa Civil.

Outro dia, ele já havia entregado Dilma no caso de três Medidas Provisórias suspeitas de terem sido compradas para beneficiar a indústria automobilística. Lula disse que não as assinou. Mentiu. Assinou uma delas, e Dilma as outras.

Se doravante o impeachment for ladeira a baixo, Renan e Lula ajudarão a enterrá-lo. Do contrário, Renan o levantará como o capitão do time que celebra a conquista de um título.

E Lula, fingindo-se de indignado, irá para a reserva à espera de ser convocado de novo para jogar."

Lula, José Dirceu e Dilma Rousseff (Foto: Divulgação)


HISTÓRIA, 05/08/2004
JOSÉ GOMES TALARICO, JORNALISTA E PRESIDENTE DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E LIBERDADE DE IMPRENSA DA ABI

Artigo publicado na edição n.º 49 da Revista JC

“O crime ocorrido na noite de 9 de agosto, em Copacabana, na rua Toneleros, que atentando contra Carlos Lacerda morreu o major Rubens Vaz, da Aeronáutica. Lacerda retornava em companhia do filho, Sérgio e de Rubens Vaz, seu segurança, de uma conferência no Externato São José, da Tijuca. Ao descer na frente do edifício que morava, do outro lado da rua saiu em sua direção um mulato empunhando revolver e atirando. Rubens Vaz se interpõe contra o agressor e cai ferido, Lacerda é também atingido. O mulato foge tomando um táxi na rua Paula Freitas que estava a sua espera. Os feridos são levados ao Hospital Miguel Couto, mas o major chegou ali morto.

Um vigilante municipal que se encontrava no local, anotou o número da chapa do táxi, fornecendo a informação à polícia. Era um táxi que fazia “ponto” na rua do Catete, nas aproximidades do Palácio do Catete. O motorista detido informou que fora contratado pelo investigador Climério de Almeida, da guarda pessoal da Presidência da República, Climério alertado fugiu tomando rumo ignorado. O inquérito da Polícia passou para o Ministério da Aeronáutica. Os órgãos de comunicação, jornais, emissoras de rádio e televisão fazem ampla divulgação dos fatos. Debates no Congresso Nacional.

O presidente Getúlio Vargas dissolveu a guarda e ordenou que Gregório Fortunato e demais elementos a ele subordinados fossem apresentados aos encarregados do inquérito no Galeão. Abrindo o Palácio aos encarregados do IPM. São arrolados como envolvidos com Gregório Fortunato: deputado Euvaldo Lodi, presidente da Confederação Nacional da Indústria, deputado Danton Coelho, ex-presidente do PTB, general Mendes de Moraes, ex-prefeito do Rio de Janeiro, Victor Costa, diretor da Rádio Nacional, Arquimedes Manhães e Roberto Alves, secretário do presidente.

No primeiro depoimento de Gregório apontou o general Mendes de Moraes que o influenciaram na execução do atentado. Euvaldo Lodi valendo-se da imunidade parlamentar não atendeu a convocação. Danton Coelho igualmente recusou-se a depor. Benjamin Vargas compareceu ao Galeão acompanhado de Oswaldo Aranha, eximiu-se de qualquer responsabilidade no atentado. Era imputado entretanto, de ter conhecimento do crime. O general Mendes de Moraes nega o seu envolvimento, assim como os demais relacionados.

Um antigo motorista do general confirma que Mendes de Moraes tivera relações com Gregório. Em conseqüência, o presidente do IPM, coronel Edil de Oliveira reitera a intimação ao general Mendes de Moraes, que continuou recusando atender a sua convocação. O Ministro da guerra, general Henrique Teixeira Lott e o chefe do Estado do Maior, general Fiúza de Castro pressionam Mendes de Moraes. A acareação não seria realizada no Galeão e sim no Ministério da Guerra. O general aquiesce. Gregório ao ser interrogado quem o induzira ao atentado, declarou o general Mendes de Moraes. Este em ato continuo levantou-se já com uma arma em punho, mas foi contido. Com a balburdia e confusão, a acareação foi suspensa e não mais reconvocada.

O inquérito na Polícia e no judiciário civil é encerrado com os julgamentos:

- Gregório Fortunato condenado a 25 de prisão; Alcino João Nascimento, o mulato-pistoleiro a 33 anos; Climério de Almeida, também condenado a 33 anos; João Antônio Soares, ligado à Climério na articulação do atentado a 26 anos; Nelson Raimundo de Souza, motorista que serviu Climério, inclusive na sua fuga, a 11 anos; João Valente de Souza, secretário  da guarda, a 2 meses.

O general Mendes de Moraes, argüindo incompetência da Justiça comum para processá-lo ou julgá-lo, conseguiu absolver-se.

A campanha contra Getúlio Vargas se desenvolveu no Congresso Nacional. O deputado Aliomar Baleeiros propôs o impeachment contra o Presidente da República e o deputado Afonso Arinos, líder e em nome da UDN, PL (libertador), PR e PDC, colocam o projeto na ordem do dia. Ao ser votado a deposição é derrotada por 136 votos contra 37.

O vice-presidente Café Filho nessa situação mantinha-se numa dúbia posição. Havia proposto a renúncia de Getúlio e a sua. E mantinha encontros secretos com os dirigentes udenistas, acertando ao assumir a Presidência, uma composição governamental com a UDN e partidos aliados.
Diante dos libelos contra a presidente e os rumores insistentes de golpe, das hostilidades da Aeronáutica ter efetuado vôos rasantes de jatos sobre o palácio como advertência, Oswaldo Aranha na companhia de Danton Coelho e Miguel Teixeira foram falar com Getúlio Vargas. O presidente disse aos velhos amigos que diante da situação que estava vivendo, a solução menos ruim era o sacrifício pessoal. Já tinha dito à Café Filho ao lhe propor a renúncia: daqui só me tirarão morto.

Nesse mesmo dia teve outra visita, a do marechal Mascarenhas de Moraes, chefe do Estado Maior das Forças Armadas. A ele afirmou: “em 1945, eu estava no governo mantido pela vontade das armas. Atualmente, fui eleito pelo povo e não posso sair enxotado. Não renuncio e só saio morto e o meu cadáver servirá de protesto contra injustiça”.

A bravura pessoal de Getúlio Vargas era reconhecida. Valente até a inconsciência do perigo. Frio, calculista, mas humanista. Estava com 71 anos, embora envelhecido mantinha-se resoluto.

Depois dos encontros com os velhos amigos e com o Marechal, decidiu convocar uma reunião imediata do Ministério. Presentes os Ministros do Estado, com exceção de Vicente Raó, que estava em São Paulo, os chefes dos gabinetes civil e militar, auxiliares mais próximos. Presentes também o interventor Ernani do Amaral Peixoto e seu irmão, deputado Augusto do Amaral Peixoto, seus filhos Alzira, Lutero e Maneco, o deputado Doutel de Andrade como assessor de João Goulart, que levou consigo o jornalista Murilo Marroquim e José Talarico, acompanhante do Ministro do Trabalho.

O presidente ao abrir a reunião pediu para ouvir os Ministros sobre a situação. Deu primeiro a palavra aos Ministros militares. O general Zenóbio da Costa declarou que poder-se-ia resistir, mas isso custaria sangue, muito sangue e o resultado seria incerto. Dos 80 generais que serviam no Rio de Janeiro, 37 já haviam assinado o manifesto de apoio aos brigadeiros. O Ministro da Marinha, Almirante tinham Renato Guilhobel disse que a Marinha não pensava em levantar-se nem em depor o presidente, mas vários almirantes tinham assinado o manifesto dos brigadeiros. Epaminondas dos Santos titular da pasta admitiu que a situação na Aeronáutica era incontrolável.

Após a exposição dos Ministros militares, José Américo de Almeida exortou o presidente a que afugentasse com um grande gesto os espectros que o rondavam, sombrios e ameaçadores, admitindo a renúncia que deveria ser acompanhada de um manifesto à nação, expondo seus motivos. Apolônio Sales disse que a decisão pertencia ao presidente e que o acompanharia até o fim, disposição repetida por Hugo de Araújo Faria, Mário Pinotti e Edgard Santos. Tancredo Neves propôs que a situação fosse submetida ao Congresso Nacional e aos governadores dos Estados, não sendo acolhida, tendo em vista os acontecimentos, assim este expressou sua solidariedade ao presidente.

O presidente pediu que os pronunciamentos fossem mais conclusivos, a fim de que ele pudesse tomar uma resolução que representasse, em suma, os pensamentos do Ministério. O general Zenóbio da Costa declarou que não hesitaria em prender os generais sublevados e colocar as tropas na rua, repetindo que haveria derramamento de sangue. Alzira Vargas interrompeu o Ministro para declarar que os generais assinantes do manifesto eram apenas 13, todos sem comando e por isso incapazes de se rebelar. Danton Coelho, Ernani do Amaral Peixoto, general Caiado de Castro e Maneco Vargas se manifestaram pela resistência.

Oswaldo Aranha falou por último, dizendo que no seu ponto de vista só havia três soluções: a primeira seria a resistência pessoal, ao preço da própria vida e a qual se declarava solidário, a segunda àquela que o presidente desejava evitar, seria um balanço de forças fiéis para rechaçar militarmente qualquer tentativa contra a Constituição, e afinal restava a solução da renúncia, mas esta seria uma decisão de foro intimo.

A essa altura, com os ânimos exaltados o general Zenóbio da Costa, retirou-se da reunião, declarando que iria organizar a resistência. O presidente que até então ouvira todos em absoluto silêncio, tomou a palavra e declarou: “Já que o ministério não chega a nenhuma conclusão, eu vou decidir. Determino que os Ministros militares mantenham a ordem pública. Se conseguirem, eu apresentarei o meu pedido de licença. Caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui dentro do palácio o meu cadáver.” E retirou-se da sala.

O general Zenóbio da Costa ainda foi alcançando por Oswaldo Aranha que informou a decisão do presidente Getúlio Vargas.

Os Ministros julgaram conveniente redigir um comunicado anunciando ao povo a decisão adotada. “Deliberou o presidente Getúlio Vargas com integral solidariedade dos seus Ministros, entrar em licença, passando o governo a seu substituto legal, desde que seja mantida a ordem respeitados os poderes  constituídos e honrados  os compromissos solenemente assumidos perante a nação pelos oficiais-generais das nossas  forças armadas. Em caso contrário persistiria inabalável no seu propósito de defender suas prerrogativas constitucionais com o sacrifício, se necessário de sua própria vida”.

O presidente Getúlio Vargas se recolheu aos seus aposentos. Às 6 horas da manhã, dois militares chegaram ao palácio levando uma intimação para Benjamin Vargas a comparecer imediatamente à base Aérea do Galeão, a fim de depor perante a comissão que investigava o atentado da rua Toneleros. Benjamin negou-se a cumprir a ordem sem consultar seu irmão, o presidente. Este determinou que: “se quiserem o meu depoimento que o façam aqui.” Dias depois o coronel Edil de Oliveira e os membros do IPM, negaram que tivessem expedido a referida intimação, concluindo-se que fora uma tentativa de  seqüestro. Um ardil para agarrarem Benjamin, apontado como protetor de Gregório.

Alzira também procurou o pai para informar que oficiais do Exército pediam autorização para prender Eduardo Gomes, Juarez Távora e outros  e outros conspiradores. O presidente argumentou  que a medida seria inútil àquela altura, estando à espera da resposta a seu pedido de licença.

O general Zenóbio da Costa voltou ao Ministério da Guerra, lá encontrou generais, almirantes e brigadeiros que decidiram que o pedido de licença constituía deposição. Getúlio Vargas não mais voltaria ao poder.

O General Moraes Ancora, comandante da 1º Região Militar, telefonou para Benjamin Vargas relatando a decisão de depor o presidente. Benjamin voltou ao aposento transmitindo a informação recebida. O presidente não mais descansou. Saiu do quarto para o seu gabinete de trabalho. Ao retornar, o camareiro notou que o presidente segurava  algo pesado no bolso do pijama. Às 8h e 30min ouviu-se um estampido. Dona Darcy, Alzira, Spartaco Vargas e o tenente Fitipaldi que se encontravam no 1º andar, correram para o 2º andar. Oswaldo Aranha também subiu pelo elevador privativo e eu  fui em sua companhia.

Depararam-se com o corpo do presidente recostado na cabeceira da cama, o seu braço direito caído de lado e no chão o revolver. Na mesinha junto à cama um manuscrito: “A sanha dos meus inimigos deixo o legado da minha morte. Levo o pesar de não ter feito pelos humildes tudo o que desejava”.

João Goulart que não viajara vai ao Palácio do Catete, levando consigo a carta que recebera no dia anterior do presidente que lhe recomendara seguir imediatamente para Porto Alegre e lá a abrisse. Ao seu lado Oswaldo Aranha leu a carta em voz alta, qualificando-a como a “Carta Testamento do Presidente Getúlio Vargas”.

O corpo embalsado no ataúde é colocado no hall de entrada do Palácio do Catete, transformado em câmara ardente. O impacto provocado pelo suicídio e a divulgação pelos órgãos de comunicação levaram milhares de pessoas, trabalhadores e  gente humilde ao palácio.

Na manhã de 25 de agosto, o corpo foi levado ao Aeroporto Santos Dumont, carregado nos ombros, em cortejo que reuniu a maior multidão da história do Rio de Janeiro e traslado para São Borja.

Durante o cortejo, houve incidentes do povo com os  contingentes da Aeronáutica e da Polícia Militar. Pretendendo impedir que a multidão  acompanhasse o corpo no interior do aeroporto, os soldados dispararam tiros e atiraram a cavalaria sobre as pessoas. Um sem número de vítimas, fatos omitidos pelos órgãos de comunicação sob censura baixada nessa data pelo governo da Guanabara.

Manifestações populares sucederam em todo o país, sobretudo nas capitais. No Rio de Janeiro ocorreram numerosos atos de repúdio, denunciando o envolvimento norte-americano na morte de Vargas, bem como as responsabilidades da UDN e dos partidos oposicionistas. Grupos percorreram as ruas da cidade, rasgando cartazes de propaganda eleitoral dos candidatos antigetulistas. As sedes dos jornais O Globo, Tribuna da Imprensa e Rádio Globo foram atacadas, dois caminhões de O Globo incendiados. Foram desferidos ataques à Embaixadas dos Estados Unidos e ao prédio Standat Oil,  rechaçados à bala por soldados, ferindo populares. Os edifícios da Ligth e da Telefônica também atacados. Em São Paulo, uma multidão tentou depredar o prédio dos Diários Associados. Em Porto Alegre queimaram as sedes de dois jornais antivarguistas – O Estado do Rio Grande do Sul, o Diário de Notícias e a Rádio Farroupilha. Depredaram ainda um banco e o Consulado Norte-americano. Em Belo Horizonte e no Recife  também ocorreram manifestações.

Em 26 de agosto, Getúlio Vargas foi sepultado no túmulo de sua família. Acorrem à São Borja, milhares de pessoas que saíram de todos os recantos do Estado e de Santa Catarina para participarem do sepultamento.

João Goulart, Tancredo Neves e Oswaldo Aranha, por último preferiram emocionantes discursos de exaltação a Getúlio Vargas.

A morte de Vargas marcou profundamente a vida política nacional. A UDN e os partidos aliados tornaram-se governo com Café Filho. Entretanto, viu-se obrigada a recuar diante da reação popular. A UDN esperava uma grande vitória nas eleições de outubro de 1954 acabou sendo a principal derrota.


Novo alento à aliança PSD-PTB, a despeito de suas divergências ideológicas. E a sucessão presidencial elege Juscelino Kubitscheck de Oliveira e João Goulart, derrotando mais uma vez o brigadeiro Eduardo Gomes.”


Flávio Tavares
O DIA EM QUE GETÚLIO  MATOU ALLENDE
E OUTRAS NOVELAS DO PODER
L&PM EDITORES








Muita calma nessa hora



Fumaças nos olhos diversionistas?



O petróleo é nosso e o Pré Sal!
     
Um corvo da UDN e outro tucano do PSDB

Afonso Arinos da UDN e Miguel Reale Jr. do PSDB nos impeachment.

UDN e PSDB com respectivas bandas de música

Moralismos udenistas lá atrás e peessedebistas agora

Antigetulismo e AntiLulismo

Pais dos Pobres e Mães dos Ricos

Filhos levados aqui e acolá

Um Carlos Sampaio cá e um Aliomar Baleeiro lá

Amigos interesseiros e companheiros oportunistas...



Que ninguém se iluda. A coincidência entre semelhança e igualdade é praticamente impossível na natureza, na vida e na história.

Originais?

Somente OS DO SAMBA, com Mussum no ritmo, em Canto Chorado, com toda a sofrência de Billy Blanco.




Que não nos deixa mentir Delicadamente o Tira Poeira, mas aí já são outras músicas.




Muita calma nessa hora!












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