"O
cretinismo parlamentar consistia numa espécie de delírio que acometia as suas
vítimas, as quais acreditavam que todo o mundo, o seu passado e o seu futuro se
governavam por uma maioria de votos ditada por aquela assembleia (…) e tudo o
que se passava fora daquelas quatro paredes muito pouco ou nada significavam ao
lado dos debates importantes".
Marx, Revolução e Contrarrevolução na Alemanha
Marx, Revolução e Contrarrevolução na Alemanha
Lênin – ‘’Saudações aos comunistas italianos,
franceses e alemães’’
“A pantomima de
Jandira Feghali e o fascismo das esquerdas nababescas. Ou: Mais respeito com
Roberto Freire! Ou ainda: Que o meu texto seja lido no Conselho de Ética da
Câmara!"
“Assisti nesta
quarta, na Câmara, a um dos espetáculos mais asquerosos dos últimos tempos. A
protagonista foi a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), uma notória criadora de
caso, que diz as mais estúpidas barbaridades com aquele seu ar de suposta
superioridade moral. E põe suposta nisso! Seu pensamento é detestável. Sua
argumentação é pilantra. Seu feminismo é burro e obscurantista. E até Dilma
Rousseff, que hoje tenta pegar carona em tudo o que é rebarba nas redes
sociais, resolveu entrar no debate. A principal vítima da baixaria foi o
deputado Roberto Freire (PPS-SP), um homem decente e correto, de 73 anos.
Tudo começou quando o
deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), 43 anos distribuídos numa massa
relativamente corpulenta, resolveu ter um faniquito porque as galerias haviam
jogado no plenário uma chuva de “PTrodólares”, notas que imitavam a moeda
americana, com as efígies de Dilma, Lula e João Vaccari Neto. O comunista do
Brasil surtou e, junto com os petistas, cobrou que os manifestantes fossem
retirados da Câmara. Ainda lembrarei como os aliados de Orlando costumam ser
delicados com aqueles de que discordam.
Freire se aproximou
do microfone que fica no plenário para contraditar Silva. Um senhor de 73 anos
tocou os ombros do jovem de 43 não para agredi-lo, mas para chamar a sua
atenção. Pode não ter sido o melhor meio, mas terá sido aquilo agressão? Foi o
que bastou para que Jandira, metida a Mulher Comunista Maravilha, se pusesse
entre os dois. Ora vejam! Mãe Jandira, 57, queria proteger um correligionário
de 43 da suposta agressão de um senhor de 73! É ridículo! É patético! É
asqueroso! É moralmente doloso!
Ali no
empurra-empurra, o deputado do PPS teria tocado ou, sei lá, puxado o braço de
Jandira, que começou a gritar feito uma doida, afirmando que estava sendo
agredida por um homem. Acusou o “machismo” de Freire e a sua suposta
truculência. O nome disso é assédio moral, é falsa comunicação de um crime, é
oportunismo político. Eu assistia a tudo enojado, quase vomitando.
O deputado Alberto
Fraga (DEM-DF) foi ao microfone em defesa de Freire. Afirmou que estava ao
lado, que assistiu a tudo e que o deputado do PPS não havia agredido ninguém. E
disparou a seguinte frase: “Quem bate como homem tem que apanhar como homem”.
Ah, aí Jandira viu o
pretexto ideal para a sua pantomima. Como soava um pouco ridículo se dizer
agredida por Freire, a deputada e outros esquerdistas mixurucas viram em Fraga
a vítima ideal. Afinal, como não cansam de lembrar meus coleguinhas de esquerda
na imprensa, ele é “coronel da reserva da PM do DF” e membro de uma tal
“bancada da bala”, inventada por jornalistas “progressistas”.
É evidente que ao
empregar o verbo “bater”, o deputado não estava se referindo à porrada, mas ao
embate natural num Parlamento. Até porque, ali, as pessoas não trocam socos. A
sua frase, em essência, é menos sexista e discriminatória do que o teatro de
quinta estrelado por Mãe Jandira. Aliás, não há nada de sexista: ela trata é de
igualdade. Num Parlamento, não existem homens, mulheres, brancos, negros, gays,
héteros… Num Parlamento, existem representantes do povo. Qualquer discriminação
de identidade reduz o papel da representação. Se cada um se portasse de acordo
com a sua condição e votasse pensando apenas em protegê-la, jamais haveria
mudança.
Ah, mas aí começou a
gritaria, como se Fraga estivesse advogando que se batesse em mulher.
Infelizmente, vi e vejo essa interpretação ser repetida nos jornais. Na Folha
desta quinta, por exemplo, Bernardo Mello Franco escreve: “Líder da bancada da
bala, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) (…) afirmou que uma colega merecia
‘apanhar como homem’”. FRAGA NÃO DISSE ISSO. E MELLO FRANCO SABE MUITO BEM. ATÉ
A GRAMÁTICA, NÃO FOSSE O CONTEXTO, EXPLICA POR QUE NÃO. Na própria Folha
Online, leio um desdobramento da cena lamentável de ontem. Não há a menor
menção a Freire e à origem da confusão, que explica o resto. Não é assim que se
faz.
Tenham mais respeito
Jandira Feghali foi à tribuna. Cascateou à vontade, afirmando que quem lutou no Araguaia não teme machismo. Que nojo! Os primeiros guerrilheiros começaram a chegar à região em 1967, quando ela tinha 10 anos e ainda, suponho, brincava de boneca. Quando a coisa acabou, estava com 17. Não lutou no Araguaia. “Ah, Reinaldo, ela se referia ao PCdoB…” Entendi! Agora existe a “guerrilha herdada”. Vão se catar!
Roberto Freire era
comunista quando essa escolha rendia cadeia e morte, como, aliás, aconteceu com
alguns de seus contemporâneos. Sim, eu repudio a ideologia à qual ele estava
ligado, mas tenho apreço pela coragem. Jandira ingressou no PCdoB em 1981. Em 1985,
o partido já estava legalizado. O único risco que sempre correu é o de ser
atropelada pelos fatos, pela verdade e pela história. E Orlando Silva? É um
comunista do Brasil desde 1988…
Tenham mais respeito,
os dois, por Roberto Freire. Se não têm a grandeza de reconhecer a sua coragem
e a sua retidão, tenham ao menos o decoro de não se dizer ameaçados por um
homem de 73 anos, que nunca agrediu ninguém.
Ademais, fosse para
escolher, qualquer pessoa decente ficaria com Freire, que foi comunista quando
isso podia implicar tortura e morte. Jandira e Orlando são comunistas quando
isso significa poder e cargos.
Parece que Jandira
vai denunciar Fraga no Conselho de Ética. O deputado pode usar, se quiser, esse
meu texto como contribuição à sua defesa. Não o conheço. Nunca falei com ele.
Mas sei que a frase “Quem bate como homem apanha como homem”, além de ser um
chavão frequentemente repetido por aí, sem intenção machista, não significa
estímulo ao espancamento de mulheres. Quer dizer apenas que, ao escolher determinadas
formas de luta, as pessoas escolhem também a forma do contra-ataque. Só isso.
Qualquer linguista
sabe que os termos são permutáveis sem mudança de sentido:
“Quem bate como mulher apanha como mulher”;
“Quem bate como gay apanha como gay”;
“Quem bate como corintiano apanha como corintiano”;
“Quem bate como vegetariano apanha como vegetariano”;
“Quem bate como idiota apanha como idiota”.
E vai por aí.
Eu só não reconheço a
validade da frase “Quem bate como Jandira apanha como Jandira”. Sabem por quê?
Porque espero que seus adversários não adotem, na resposta, a baixeza a que ela
recorreu no ataque.
Ela e Orlando Silva
devem desculpas a Freire! E setores da imprensa devem a Fraga a leitura do que
ele disse, não do que ele não disse. Têm o direito de não gostar dele, mas não
o de lhe atribuir o que não lhe pertence.
Ah, sim, quase me
esqueço. No Twitter, algum estafeta de Dilma escreveu: “A política fica menor –
com p minúsculo – quando é praticada com base no sexismo e no machismo. Minha
solidariedade à deputada Jandira Feghali, ameaçada no plenário da Câmara, na
noite de quarta-feira (6), por expor suas ideias”.
Cuidado, presidente!
Quem bate como Dilma apanha como Dilma. Fosse eu Fraga, cobraria da petista um
esclarecimento. Quem fez a ameaça? Mesmo quando se é chefe do Executivo, a
calúnia e a difamação não parecem ser boas escolhas.”
Cuidado, presidente!
Quem bate como Dilma apanha como Dilma. Fosse eu Fraga, cobraria da petista um
esclarecimento. Quem fez a ameaça? Mesmo quando se é chefe do Executivo, a
calúnia e a difamação não parecem ser boas escolhas.”
Textopublicado originalmente às 23h56 desta quinta
Triste Figura
O CAVALEIRO DA TRISTE FIGURA
Queixo Quebrado e Apêndices
Denúncia de Jandira Feghali contra Freire
chega à Comissão de Ética da Câmara Federal junto com a de Cunha em sintomática
coincidência.
Constrangimento
Para a Deputada Jandira?
Lamentável a triste figura desempenhada
pela Camarada do PC do B, Jandira Feghali, no plenário da Câmara dos Deputados
em Brasília.
Quem acompanhou aquelas atitudes ao vivo
pela TV Câmara e depois leu as interpretações e manifestações pela mídia, vai
ter que dar razão ao odiado colunista de Veja; odiado pela autodenominada
esquerda ancorada em um cretinismo parlamentar de araque que até Marx e Lenin
repudiariam pelo oportunismo e charlatanismo interesseiros e covardes.
Deputados do PC do B! Releiam pelo menos
a história da bancada comunista do Brasil na Assembleia Nacional Constituinte de 1946.
Não é mais difícil ter acesso a essas informações. Leiam por exemplo, de Mário
Magalhães, a biografia de Marighella e os senhores e as senhoras notarão o mico
que estão a pagar por uma atitude vexatória contra um senhor de 73 anos,
democrata e resistente nas lutas sociais desse país.
Tenham respeito pela história e peçam
desculpas ao par se são incapazes de reconhecer a grandeza de um camarada.
Saudações Democráticas!
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