Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
domingo, 20 de novembro de 2022
Por um triz
Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro
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Sujeito de Sorte
Belchior
https://www.letras.mus.br/belchior/344922/#radio:belchior
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Análise da pintura The Promenade de Marc Chagall
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Marc Chagall – “The Promenade” – 1918 - óleo sobre tela - 169.6 x 163.4 cm - Russian Museum, St. Petersburg, Russia
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'Em sua biografia de Chagall, Franz Meyer cita um aforismo que resume dois artistas: "Pablo Picasso estava para o triunfo do intelecto, Chagall para a glória do coração." '
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Marc Chagall
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"Se eu criar com o meu coração quase todas as minhas intenções permanecem. Se for com a cabeça, quase nada. Um artista não deve ter medo de ser ele mesmo, de expressar apenas a si mesmo. Se ele é absolutamente e inteiramente sincero, o que ele diz e faz, será aceitável para os outros." – Marc Chagall
https://www.arteeblog.com/2016/02/analise-da-pintura-promenade-de-marc.html
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Para sempre é sempre por um triz
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Beatriz (Ao Vivo)
Edú Lobo
Olha
Será que ela é moça
Será que ela é triste
Será que é o contrário
Será que é pintura
O rosto da atriz
Se ela dança no sétimo céu
Se ela acredita que é outro país
E se ela só decora o seu papel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Olha
Será que é de louça
Será que é de éter
Será que é loucura
Será que é cenário
A casa da atriz
Se ela mora num arranha-céu
E se as paredes são feitas de giz
E se ela chora num quarto de hotel
E se eu pudesse entrar na sua vida
Sim, me leva para sempre Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Pra sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz
Olha
Será que é uma estrela
Será que é mentira
Será que é comédia
Será que é divina
A vida da atriz
Se ela um dia despencar do céu
E se os pagantes exigirem bis
E se um arcanjo passar o chapéu
E se eu pudesse entrar na sua vida
álbum
Edu 70 Anos (Ao Vivo) - Edú Lobo
Gravadora: Biscoito Fino
Ano: 2014
Faixa: 18
https://www.kboing.com.br/edu-lobo/beatriz-ao-vivo/
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Coragem cívica,
havemos de convir.
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Luiz Sérgio Henriques: Quando os bárbaros bateram em retirada
Um desafio global, sistêmico, como o do comunismo histórico, é improvável que se repita....
16/02/2020
lenin
Um desafio global, sistêmico, como o do comunismo histórico, é improvável que se repita…
No tempo em que a luta final parecia ser entre sistemas irremediavelmente contrapostos, a cultura bolchevique, tradução arriscada para o “Oriente” político de um pensamento claramente ocidental, como o de Marx, protagonizou não poucos episódios de fechamento sectário sobre si mesma. Exemplar, nesse sentido, o combate prioritário que em certo ponto os partidos comunistas deram aos “social-fascistas” – rótulo infame dado à esquerda social-democrata –, mesmo diante do avanço do nazismo e do fascismo. Ou, ainda nos anos 1930, a política interna da URSS stalinizada, que proclamava estar a caminho do socialismo e contraditoriamente apregoava o acirramento incessante da luta de classes, com processos falsificados, fuzilamento de velhos bolcheviques e afirmação de uma implacável estrutura verticalizada de mando.
Evidentemente, esse poder monolítico não duraria para sempre. Em face da vida política do capitalismo avançado, muito mais articulada e complexa, mesmo a versão atenuada do comunismo no poder, com a queda do ditador e a denúncia (parcial) dos seus crimes em 1956, mostrava-se primitiva e destituída de atração. Como no poema de Kaváfis, aquela constelação de partidos-Estado era como que a fonte e a razão de ser dos bárbaros à porta da cidade, que ameaçavam invadi-la e só provocavam reações irracionais, como a dos macarthistas e demais anticomunistas de profissão. Em 1989, por isso, entre esses setores atrasados da “cidade” capitalista viria a instalar-se um sentimento de frustração: para tais setores, os bárbaros eram uma “solução”, uma motivo de viver, um pretexto para cerrar fileiras e golpear os fantasmas prediletos. E agora batiam em retirada…
Ainda na última década do século 20 um novo e estridente grito de guerra se faria ouvir. É que o inimigo, sempre igual a si mesmo, mas ainda mais insidioso, teria passado a disputar corações e mentes com as armas mais lentas e, decerto, mais letais da cultura. Em consequência, gente treinada na linguagem da guerra fria reciclou-se rapidamente, apetrechando-se para ruidosas e intermináveis “guerras culturais”. Uma situação, aliás, que se agravaria exponencialmente no novíssimo ambiente das redes “sociais”, com sua capacidade inaudita de dinamitar pontes, criar tribos irascíveis e minar o terreno comum da convivência civilizada. E isso a ponto de se poder prever que minas potentes continuarão a explodir e causar danos no futuro, ainda depois de os guerreiros culturais ensarilharem as armas ou deixarem de fazer parte da corrente principal dos acontecimentos, ao contrário do que acontece hoje.
O alvo de tais guerreiros – que dão cobertura ideológica ao “populismo”, palavra ambígua e escorregadia, mas cujo conteúdo essencial consiste num ataque à democracia representativa tal como a conhecemos – deslocou-se: o comunismo perde a dimensão de desafio estatal e identifica-se sumariamente com o legado de 1968 e com a New Left multicultural. O ano que faz questão de não terminar, na frase de Zuenir Ventura, aparece agora como um nó a atar coisas díspares, mas todas muito “perigosas”: a rebelião antiautoritária, o feminismo, o pacifismo, o ambientalismo, tudo isso reunido numa crítica aos modelos de vida e consumo das sociedades desenvolvidas. Para os populistas de direita, eis a nova face do comunismo, empenhado como sempre em destruir a propriedade, mas desta vez, sobretudo, preocupado em corroer os valores familiares e os da tradição.
Como se trata de uma visão marcadamente ideológica, construída para organizar uma extrema direita de cunho anti-institucional, nada importa que o nó representado por 1968, no contexto real das coisas, não tenha muito em comum com a antiga posição comunista. Afinal, a Primavera de Praga também incendiou a imaginação de 1968. No clima da época, o velho ascetismo revolucionário sofreu golpes fatais. E num sentido que, na verdade, os enaltece, os comunistas da tradição se chocaram com uma derivação marginal, mas extremamente problemática, do espírito soixante-huitard, a saber, a trágica sedução da violência política.
Numa avaliação mais realista, um desafio global, sistêmico, como o do comunismo histórico, é altamente improvável que se venha a repetir num mundo interdependente em termos não mais só econômicos. E a New Left “multicultural”, mesmo quando vocaliza exigências essenciais, como o combate ao racismo e a defesa do ambiente, muitas vezes reproduz a própria superfície fragmentada da vida, sem estabelecer conexões entre os variados grupos que poderiam expressar alguma hipótese de ruptura. Se este diagnóstico sumário fizer sentido, então o agressivo populismo de direita dos nossos dias aparecerá como o que de fato é: um desses fenômenos regressivos que de tempos em tempos reagem virulentamente a mudanças havidas na estrutura do mundo e tentam restaurar um passado de papelão pintado. Para quem não aceita tal regresso, trata-se de uma oportunidade e tanto para alianças que defendam e aprofundem a experiência democrática em toda a sua plenitude.
Luiz Sérgio Henriques, história, O Estado de S. Paulo, destaque, stalin, bolcheviques, URSS, atigo, comunismo histórico
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domingo, 20 de novembro de 2022
Luiz Sérgio Henriques* - A democracia como desafio global
O Estado de S. Paulo
Diante de nós está a evidente tarefa de desagregar o consenso nacional-populista, esvaziando a base de massas do autoritarismo
Menos desglobalizada do que parece, a política de diferentes países continua atravessada por riscos, tensões e até conjunturas críticas que podem ser comparadas, como as que, nas últimas semanas, marcaram as duas maiores democracias das Américas. Por aqui nos livramos da ameaça do segundo mandato do governante nacional-populista, quando costuma tomar forma não propriamente uma tradicional ditadura militar, mas um regime de controle estrito das alavancas do Estado e das instâncias da sociedade civil. Mais ao norte, nos Estados Unidos, desmentindo previsões sombrias, Joe Biden e seu partido ganharam tempo precioso até as eleições de 2024, livrando-se o presidente do destino que se reserva aos lame ducks, os governantes enfraquecidos em final de mandato.
Trata-se de dois países cujas circunstâncias, segundo insight do cientista político Jairo Nicolau, estão no ponto máximo de proximidade, a começar pela radical divisão da sociedade – e dos eleitores – e pela presença de atores com vocação subversiva. Em ambos os casos, líderes de extrema direita, com séquito de massas e traços de um fascismo reformulado, ou de um pós-fascismo, tomaram o lugar da direita constitucional, ameaçando sem nenhum pudor o mecanismo da alternância. Voto eletrônico ou impresso, eleições centralizadas ou descentralizadas, nada disso importa. O script é monotonamente previsível, os resultados só valem se o autocrata vencer.
Em cada um dos países ocorreram eleições diversas. Deixando de lado governos e Legislativos estaduais, observemos que a tarefa do presidente Biden consistia, essencialmente, em reduzir danos na Câmara dos Deputados e no Senado. Num tempo de antipolítica ou, em outras palavras, de política pretensamente “antissistema”, Biden teve a coragem de colocar no seu núcleo discursivo o tema da democracia. Coragem cívica, havemos de convir.
Ainda que sob pressão, a democracia de Biden não é frágil nem incapaz de iniciativas audaciosas, bastando ver o enfrentamento da crise econômica, do desafio climático ou de tragédias contemporâneas, como a selvagem agressão à Ucrânia. O modelo de Biden será – por ora e por algum tempo mais – inatingível, mas pode-se entrever a inspiração rooseveltiana que mostrou ser possível compatibilizar regulação progressista dos mercados e requisitos da sociedade aberta.
Se o dinamismo norte-americano vem do centro político – e não da esquerda de Bernie Sanders ou de versões mais novas, como a que Alexandria Ocasio-Cortez representa –, entre nós dá-se um movimento relativamente diferente, mas também promissor, sob a condição de ser trilhado com rigor e sem ambiguidade de nenhum tipo. Não por acaso, tiramos o pó de expressões como “frente ampla” e “frente democrática”, de largo emprego na época do regime ditatorial. E passamos a usá-las como recurso valioso para indicar a expectativa de uma nova atitude da esquerda petista e, consequentemente, vencer a disputa contra a direita populista de massas.
A frente ampla, em meados dos anos 1960, sinalizava que personalidades fortemente antagônicas podiam se unir na luta pela restauração do regime civil. Era o caso, com toda a certeza, de Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek e João Goulart. E a frente democrática que viria a se firmar alguns anos mais tarde, já nos anos 1970, pressupunha que a esquerda isolada não teria êxito naquela luta, menos ainda se estabelecesse como meta um quimérico “socialismo”. Ao contrário, sua parte mais clarividente iria aliar-se aos expoentes do liberalismo político, quem sabe deflagrando – imaginavam alguns – um processo interno de reavaliação de categorias e mesmo de partes consideráveis da sua visão de mundo.
Aqui e agora, no entanto, a iniciativa da frente só pode vir da esquerda política. Esta última é que, indo ao centro, deve assumir como missão existencial restaurar a República democrática gravemente ofendida a partir de 2019. A pergunta a que deve responder, sem descanso, gira em torno da possibilidade de haver, ou não, uma normal dialética política com a Nação partida ao meio. E, mais ainda, com esta “outra” metade constituída por concidadãos que se deixam em boa medida fanatizar por mitos arcaicos – como o “Deus, Pátria, família” da tradição fascista ou o medo-pânico de um comunismo fantasmagórico – e, por óbvio, se mostram avessos aos princípios liberal-democráticos que se propõem a todos os moradores da nossa casa comum, seja qual for o cômodo que nela queiram ocupar.
Posta a questão nestes termos, a resposta só pode ser perturbadora. Diante de nós está a evidente tarefa de desagregar o consenso nacional-populista, esvaziando a base de massas do autoritarismo. Mas, pensando bem, este é um desafio que hoje se coloca aproximadamente nos mesmos termos no Brasil, nos Estados Unidos e em muitas outras partes, pois vivemos um tempo de política irreversivelmente globalizada – um fato que serve de estímulo não só para a busca de alianças inéditas, como também para a obra urgente de estabilização das democracias e aprofundamento da democratização social.
*Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil
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Insensatez
Mercedes Sosa
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Ah, qué insensatez
mostraste ayer
corazón más descuidado
al regar dolor
sobre tu amor
un amor tan delicado
Ah, dime por qué
flaqueaste así
al ser tan desalmado
Ah, mi corazón
quien nunca amó
no merece ser amado
Ve, mi corazón,
entra en razón
ve y enfrenta las verdades
pues quien siembra vientos
sabes muy bien
que recoge tempestades
Ve, mi corazón,
pide perdón,
perdón apasionado
Ve, porque quien no
pide perdón
no es nunca perdonado
compositores: ANTONIO CARLOS BRASILEIRO DE ALMEIDA JOBIM, ROBERTO CARLOS BRAGA, VINICIUS DE MELLO MORAES
álbum
Cantora 2 - Mercedes Sosa
Gravadora: RCA Victor
Ano: 2009
Faixa: 15
https://www.kboing.com.br/mercedes-sosa/insensatez/
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domingo, 20 de novembro de 2022
Dorrit Harazim - A desrazão
O Globo
Imaginar Bolsonaro zanzando há três semanas no Palácio da Alvorada, infectado física e psicologicamente pelo medo, é esquisito
De que é feito um grande líder? Quase 200 anos atrás, a americana Margaret Fuller, autora do clássico “A mulher no século XIX”, primeira obra feminista registrada nos Estados Unidos, elencou quatro atributos essenciais: 1) ser idealista sem ser raso, ser realista sem demolir o outro; 2) abrigar empatias universais; 3) ser seguro de si; 4) entender que o poder é mais que mero espetáculo — o jogo da vida é solene, tem consequências. Primeira mulher correspondente de guerra de seu país, a pioneira Fuller foi uma jornalista engajada. Tinha horror à desrazão.
Em tempos mais recentes, quem também se ocupou do tema foi outra pioneira das letras, a colossal Octavia Butler. Autora de livros de ficção científica, Butler havia arrombado essa fatia do universo literário dominada por homens — e quase sempre homens brancos. Fora marcada pelo racismo e pelo segregacionismo dos EUA. Tampouco tinha paciência com a desrazão. Deixou ensinamentos sábios sobre a escolha de líderes. “Ser liderado por um covarde significa ser controlado por tudo o que o covarde teme. E ser liderado por um tolo é ser liderado pelos oportunistas que controlam o tolo”, escreveu em “Parábola dos talentos”. A obra também contempla líderes corruptos, mentirosos e chegados a uma tirania.
Bingo. Como não pensar no ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e no quase (ou de facto) ex- presidente do Brasil, Jair Bolsonaro? Ambos disputam primazia em covardia pessoal, bufonaria, criminalidade institucional, irresponsabilidade social. O que varia é a gradação. Trump, apesar da surra sofrida por seus candidatos nas eleições da semana retrasada, e contrariando os conselhos unânimes de seu QG político, anunciou sua intenção de tentar uma nova eleição em 2024. O evento, contudo, em nada lembrou a oficialização hollywoodiana de sua candidatura em 2015, quando desceu a monumental escadaria de sua torre nova-iorquina como um semideus que vai ter com o povo. Aquilo, sim, foi um triunfo. Seduziu a mídia de forma tão irreparável que, quando o jornalismo se deu conta, estava viciado e dependente dos absurdos produzidos por Trump.
Desta vez, o anúncio oficial, feito no salão nobre de Mar-a-Lago, sua propriedade na Flórida, foi mais para o patético. A mansão não lhe serve apenas de residência. Desde a derrota para Joe Biden em 2020, não aceita até hoje e que tentou anular por meio da invasão do Capitólio, Trump tenta imprimir a Mar-a-Lago uma aura de “sede de governo”— ele e seus seguidores mais doidos ainda o consideram o 45º presidente dos Estados Unidos em exercício. Só que, desta vez, a desrazão fabricada trombou com a realidade. Seu discurso de “reestreia” foi longo e tedioso, sem o habitual domínio de cena, desprovido de sacadas verbais. A plateia que ele deveria incandescer estava murcha. Vídeos indiscretos mostraram grupos de convidados tentando sair à francesa do salão, mas as portas permaneceram fechadas, impedindo a escapadela.
Ninguém gosta de perder eleição — seja para síndico ou presidente da Republica. Entre os ocupantes da Casa Branca, é de George H.W. Bush (pai) a descrição mais honesta e pungente de quanto lhe foi dolorido perder lisamente para Bill Clinton em 1992. Sem falar no inferno mental que tomou conta de Richard Nixon nos dias que antecederam seu impeachment, em 1974 — ele não conseguia sair da posição fetal e chorava no chão da Casa Branca.
Do lado de cá, a negação da derrota eleitoral por Bolsonaro tem tonalidade lúgubre. Imaginá-lo zanzando há três semanas no Palácio da Alvorada, infectado física e psicologicamente pelo medo, é esquisito. É medo de ser quem é, sem amparo? Medo das consequências de ter sido o presidente que foi? Sumiram ele e os filhos encrencados com a Justiça, assim como sumiram os também encrencados filhos de Donald Trump do evento em Mar-a-Lago.
— Perdeu, mané. Não amola — disse o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso ao bolsonarista que o abordou em Nova York.
A frase soou ótima, deixou meio Brasil de excelente humor. Dado o contexto, porém, o magistrado foi desdenhoso, arrogante. Ele participava do que o professor de Direito Constitucional Conrado Hübner Mendes, em coluna na Folha de S.Paulo, batizou de “micareta cinco estrelas de Nova York”, com conotação de promiscuidade judicial com evento empresarial.
A hora é particularmente imprópria para desdéns e minimizações. A histórica vitória eleitoral de Lula para liderar o país pela terceira vez é recente. Ainda está em construção e, para ser segura, será obra de longo prazo. O que não muda é o papel da imprensa: noticiar. Com uma diferença: ela espera das futuras lideranças o que nunca recebeu do governo atual — respeito e transparência. Um jatinho Gulfstream que acaba de rodar mundo com um presidente e um empresário encrencado com a Justiça desviou dessa rota.
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Smooth FM | João Ventura - Sonata ao Luar/Insensatez
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Smooth FM
26 de out. de 2018
João Ventura é pianista e cantor brasileiro formado em música clássica e apaixonado pela música popular Brasileira, vive em lisboa desde 2015.
Este ano acompanhou Toquinho na digressão comemorativa dos seus 50 anos de carreira, acompanhou Madonna na sua participação na Met Gala 2018 e está prestes a apresentar ao vivo o seu novo projecto CONTRAPONTO em Lisboa.
Passou pelo auditório da Smooth FM para um showcase onde nos brindou com Sonata ao Luar (L.V.Beethoven) x Insensatez (Tom Jobim/Vinícius de Moraes).
https://www.youtube.com/watch?v=V2IHamgLO2U
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domingo, 20 de novembro de 2022
Merval Pereira - Volta ao velho normal
O Globo
Militares têm atuado de maneira ambígua, permitindo que manifestantes acampem em áreas de “segurança nacional e alimentando desvarios negacionistas
O Brasil precisa voltar à normalidade, e os militares são parte importante desse retorno. Não é aceitável que as aglomerações em frente aos quartéis sejam consideradas normais, ainda mais quando pedem medidas inconstitucionais, como a intervenção militar para não permitir que o presidente eleito tome posse. São as novas “vivandeiras alvoroçadas” que incentivavam os militares a ações golpistas.
Não ver o que está sendo gestado nesses movimentos ilegais, ou pela continuada ação de bloqueio em estradas pelo país, é ser cúmplice, no mínimo por leniência e inação. Bolsonaro levou os militares para o centro da política partidária, prometendo reintroduzi-los na vida nacional pela porta da frente, como se precisassem do aval de um político desqualificado, “mau militar”, para ter o respeito da população.
Acabou colocando os militares em situação delicada, sendo vistos pela população como privilegiados, como no caso da reforma da Previdência, ou como agentes políticos com lado, como acontece agora. Logo que assumiu, Bolsonaro fez questão de agradecer publicamente ao General Villas Boas, em palavras cifradas: “General Villas Boas, o que nós conversamos ficará entre nós, o senhor é um dos responsáveis por eu estar aqui”.
O que terão conversado os dois? O presidente recém-eleito poderia estar se referindo à nota do General no Twitter, na véspera do julgamento de um habeas-corpus a favor de Lula que poderia tê-lo tirado da cadeia mais cedo, permitindo que disputasse a eleição presidencial de 2018.
Poderia também estar relembrando fato anterior, quando a então presidente Dilma tentou decretar o Estado de Defesa para evitar seu impeachment, e os militares não a apoiaram. O fato é que a eleição de Bolsonaro foi considerada dentro da estratégia de volta por cima dos militares na vida política do país, e a partir daí o “mau militar” passou a dar as cartas, sob a alegação de que ele, sim, tinha voto e sabia lidar com o povo.
Era comum nas discussões internas, quando havia um impasse qualquer com os militares em posições civis no entorno do presidente, alegar que ninguém ali entendia mais de política que ele. Conseguiu até mesmo demitir comandantes militares que não se alinhavam com seu projeto, sem haver crise militar. Envolveu os militares em ações polêmicas, como a produção de cloroquina durante a pandemia, ou colocando o General da ativa Eduardo Pazuello no ministério da Saúde, transferindo para a corporação as críticas às ações do governo.
Bolsonaro, ao contrário do que prometeu, levou os militares novamente para a senda golpista, abrindo um enorme fosso que os separa da sociedade civil organizada. A análise fria das manifestações histéricas dos que não aceitam a derrota nas urnas mostra que Bolsonaro está colhendo o que plantou, felizmente não a ponto de ter êxito.
A atuação dos militares na questão das urnas eletrônicas os colocou em confronto com a Justiça Eleitoral, fazendo com que atuassem como parte da disputa política. Chegou a ser patética a sugestão de que havia alguma coisa a descobrir depois da “auditoria” que fizeram das urnas, mesmo que admitissem não ter descoberto nada.
No momento, diante das manifestações ilegais e antidemocráticas em frente aos quartéis, pedindo uma intervenção militar diante da vitória de Lula na eleição presidencial, os militares atuam de maneira ambígua. Considerar que essas manifestações representam o direito de expressão livre dos cidadãos, e permitir que acampem em áreas que sempre foram consideradas de “segurança nacional”, é alimentar desvarios negacionistas.
Não tem sentido andar soltando nota oficial para discutir com as milícias digitais que acusam alguns generais de serem “melancias”, isto é, verdes por fora, vermelhos por dentro, porque seriam contrários às manifestações ilegais, ou simplesmente a favor da posse do presidente eleito, como acontece em todas as democracias.
Dar asas a essas elocubrações, como fez o General Braga Neto, candidato derrotado à vice-presidência, é perigoso. Diante de um bando de manifestantes que clamavam por uma intervenção militar, à porta do Palácio da Alvorada, Braga Neto mandou uma mensagem: “Tenham fé, é a única coisa que posso dizer agora”. Perdeu a chance de ficar calado, já que sua fala permite que muitos vejam embutidas nela intenções antidemocráticas.
Por essas e outras é que o futuro governo fará bem em nomear um ministro da Defesa civil, como era o plano original quando o ministério foi criado, no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso. Trata-se de destacar a prevalência do poder civil sobre o militar
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João Carlos Martins - Rêverie (Sonho) - A Film by Johan Kennivé and Tim Heirman
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Atração Divulga
9 de fev. de 2017
Inscreva-se no canal: http://goo.gl/XVgyo
João Carlos Martins interpreta "Rêverie" (Sonho)
► Ouça Agora:
Acompanhe:
Facebook: https://www.facebook.com/GravadoraAtr...
Instagram: http://instagram.com/gravadoraatracao
Site: http://www.atracao.com.br
Twitter: http://www.twitter.com/atracaoonline
► João Carlos Martins' Bach nas Redes Sociais:
Site Oficial:http://www.joaocarlosmartins.com.br
1.Brandenburg Concerto
2.Piano Concerto No. 2 Opus 18
3.Prelúdio Bachiana No. 4
4.Eine Kleine Nachtmusik
5.Prelude No. 2 Well Tempered
6.Piano Sonata No. 3 In a Minor Op 28
7.Brandenburg Concerto No. 1 BWV 1046
8.French Suite No. 5 In G Major BWV 816
9.Sonate No. 38
10.Concerto For Two Violins In D Minor BWV 1043
11.Brandenburg Concerto No. 5 BWV 1050
12.Concerto In C Minor
13. Concerto For Piano And Orchestra In F Minor
Após o sucesso do documentário franco-alemão "Martins Passion", João Carlos Martins passa a ser um dos poucos brasileiros que provocaram a atenção da mídia internacional e dos meios culturais pela sua atuação como músico e pelo seu exemplo de vida, cuja marca principal é a superação e determinação.
Os cineastas belgas Hohan Kennivé e Tim Heirman, após assistirem "Martins Passion", documentário biográfico já visto por mais de 1.500.000 de pessoas na Europa, resolveram fazer um segundo filme mostrando principalmente a relação de João Carlos com a música.
"Rêverie" - "Sonho" em português, traz uma retrospectiva de JCM ao piano, após o quê nos mostra com muita intensidade sua atividade agora como maestro, num exemplo de amor aliado ao sonho.
Nele pode-se observar a incrível facilidade que João Carlos tinha ao piano e no final o drama de suas mãos, que mesmo assim não se furtaram a fazer música.
Cenas regendo em Paris, Bruxelas e São Paulo fazem do roteiro que inclui uma participação do nosso Jô Soares.
#atracaofonografica #atracaodivulga
Música
MÚSICA
João Carlos Martins - Rêverie (Sonho) - A Film by Johan Kennivé and Tim Heirman - Oficial
ARTISTA
Various Artists
https://www.youtube.com/watch?v=n39UbWhuCRo
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domingo, 20 de novembro de 2022
Luiz Carlos Azedo - Nada será como antes no 3º mandato de Lula
Correio Braziliense
A ruptura entre os dois primeiros mandatos e o terceiro é uma necessidade histórica, porque existe um hiato de 12 anos entre ambos, no qual o mundo mudou e a realidade política e social do país também
Talvez a grande dificuldade para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) operar a transição e a montagem do seu novo governo decorra do fato de que existe uma lógica subliminar nas suas atitudes que não tem viabilidade política: retomar o fio da história de onde sua passagem pela Presidência foi interrompida. Essa foi a linha básica de sua campanha eleitoral, na qual explorou as realizações de seus dois exitosos mandatos como principal ativo eleitoral, ao mesmo tempo em que manteve distância regulamentar da questão ética e do fracasso político, econômico e administrativo de Dilma Rousseff, mascarado pelo discurso de que fora vítima de golpismo.
A ruptura entre os dois primeiros mandatos e o terceiro é uma necessidade histórica, porque existe um hiato de 12 anos entre ambos, no qual o mundo mudou e a realidade política e social do país também. E ainda há o enorme desgaste causado pelos escândalos do mensalão e da Petrobras, embora esse tema seja como falar de corda em casa de enforcado nessa transição. Sua Fortuna, para usar o conceito clássico de Nicolau Maquiavel, não é a mesma de 2002.
Podemos elencar ao menos cinco grandes contingências para emoldurar as novas circunstâncias: 1) o cenário mundial alterou-se completamente, com o acirramento da disputa entre os Estados Unidos e a China, a guerra da Ucrânia, a pandemônio da covid-19 e a retração da economia global; 2) se esgotaram os efeitos do chamado bônus demográfico, ou seja, da redução de número de crianças e de idosos dependentes da renda da população adulta, que possibilitou rápida expansão do mercado; 3) a crise de financiamento da saúde, da educação e da segurança pública, entre outras políticas universalistas, se agravou em decorrência da baixa atividade econômica e do desmonte das políticas sociais por Bolsonaro; 4) um Congresso mais conservador, mais patrimonialista e mais fisiológico, que hoje controla e pulveriza os investimentos federais previstos no Orçamento da União; e 5) uma oposição radical e forte, que mantém o presidente Jair Bolsonaro como uma alternativa de poder em 2026.
Essas contingências já são suficientes para que o novo governo Lula seja muito diferente do anterior. O projeto Lula 2022, no primeiro turno, era de um governo de esquerda, amparado por uma frente popular, mesmo que esta se autodenomine “frente ampla”. Esse projeto não vingou, não obteve a maioria dos votos na eleição. Isso ocorreu porque há uma contradição na construção da hegemonia de Lula: o PT manteve-se como a principal força no campo da oposição, mas perdeu a liderança moral da sociedade, que permanece em disputa por parte de Bolsonaro. Perdeu por causa da Lava-Jato, que é um assunto jurídico transitado em julgado, mas continua sendo a representação da questão ética para a sociedade.
Governo de coalizão8
Como uma porcelana quebrada, que precisa ser restaurada com liga de ouro para continuar sendo um objeto de valor, o PT precisa fazer seu aggiornamento. Nunca assumiu a responsabilidade coletiva pelos escândalos que foram protagonizados por seus quadros principais. Lula sempre se declarou inocente e jamais exigiu uma mea culpa de seu partido. A bandeira da ética manteve-se nas mãos de Bolsonaro e seus aliados, sendo esgrimida como aríete contra os resultados da eleição e futuro governo. Essa força de oposição não pode ser subestimada. Lula e os partidos de esquerda não têm como derrotá-la, a não ser ampliando as alianças ao centro, como ficou demonstrado no segundo turno.
O problema é traduzir a ampliação dessas alianças, com a plena incorporação do centro ao novo governo, um xadrez político que mal começou. Nele, o vice-presidente Geraldo Alckmin tem mais experiência do que os dirigentes petistas que formam o estado-maior de Lula: a presidente da legenda, Gleisi Hoffmann, o ex-senador Aloizio Mercadante, o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, o senador eleito Wellington Dias e o deputado José Guimarães. Na verdade, a política petista tem como espelhos na América Latina o peronismo, por causa da tradição sindical, e a Frente Ampla do Uruguai, um bloco de centro esquerda construído na resistência à ditadura. Não é por aí. Talvez a melhor experiência de alianças e de governo que podem servir de paradigma para o governo Lula seja a “Concertacion” chilena.
A chave é compartilhar o poder com os aliados, sem o hegemonismo que está impregnado no PT e transpira por todos os poros da equipe de transição. O PT e demais partidos de esquerda passam a impressão de que pretendem “aparelhar” todos os ministérios, o que faria dos aliados de centro figuras decorativas na Esplanada. Um governo de ampla coalizão democrática exige mais do que isso, em termos de compartilhamento de poder, além de um programa tático, mirando os próximos dois anos, o que significa uma política econômica menos ao gosto da esquerda e mais palatável para os liberais.
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Oscar Vilhena Vieira* - Por um triz
Folha de S. Paulo
Alguns esforços imediatos terão que ser feitos para reduzir os riscos de uma recaída autoritária
A democracia constitucional brasileira resistiu a um presidente de extrema direita e seu intenso vandalismo institucional. Sem disparar um só tiro, a maioria dos eleitores apeou do poder um governante hostil ao estado democrático de direito e cercado de apoiadores fortemente armados. Esse é um feito que devemos celebrar, especialmente em uma conjuntura na qual diversas outras democracias ao redor do mundo têm sucumbido a processos de autocratização.
O fato, porém, é que foi por um triz. Não há como negar que o projeto autoritário e regressivo de Bolsonaro atraiu amplos setores do eleitorado, como demonstra a adesão de um número significativo de pessoas às manifestações antidemocráticas que se sucederam ao término do pleito eleitoral.
Isso é sinal de que o pacto democrático estabelecido em 1988 se esgotou? Penso que não. Mas alguns esforços imediatos terão que ser feitos para reduzir os riscos de uma recaída autoritária. O primeiro desafio, no plano das relações políticas e sociais, é buscar arrefecer a polarização visceral, que contaminou o tecido democrático brasileiro, a partir de 2014.
Dada a natureza não racional dessa polarização, a cultura, as artes, o humor, os esportes e mesmo as lideranças religiosas moderadas serão essenciais para a reconstrução de uma sociabilidade política menos conflitiva. Se é fato que a cordialidade brasileira sempre foi um mito, voltado a encobrir o arbítrio e a discriminação, a cordialidade também pode servir como uma aspiração de identidade nacional. O brasileiro precisa voltar a querer ser mais cordial, boa praça e curioso. Não podemos nos contentar com uma vida política marcada pela grosseria, pela intolerância e pelo obscurantismo.
O ressentimento e a desconfiança, que alimentam essa polarização visceral, somente serão reduzidos, no entanto, se as pessoas também testemunharem que seus temores mais profundos, como o fechamento de igrejas ou invasão de suas casas, não se realizarão. Mais do que isso, precisarão experimentar, na vida real, uma maior prosperidade, o que depende da boa gestão econômica do país.
O segundo desafio está relacionado ao comportamento das instituições, que foram degradadas neste período. Há um conceito desenvolvido por agências que lidam com desastres, que determina que devemos nos concentrar em "reconstruir melhor aquilo que tínhamos no passado", para que possamos mitigar os riscos de uma nova catástrofe no futuro.
Chamo atenção aqui para apenas dois aspectos de nossa vida institucional. O primeiro deles diz respeito ao processo orçamentário. O orçamento brasileiro tornou-se um campo de batalha pelo dinheiro público entre grupos privilegiados. Sem que o Brasil adquira a capacidade de estabelecer de forma transparente suas prioridades socialmente relevantes que, de fato, contribuam para a redução das desigualdades e a promoção do desenvolvimento sustentável, o Estado continuará a ser visto como vilão a ser eliminado.
O segundo aspecto se refere à integridade na aplicação da lei. A impunidade e o arbítrio por parte do Estado fomentam comportamentos oportunistas e antissistema por parte de atores sociais, assim como a criação de um mercado perverso de imposição da ordem, seja por milicianos ou governantes autoritários.
Se o próximo governo não der respostas mais consistentes a essas promessas não cumpridas da democracia, teremos mais uma vez um encontro marcado com a extrema direita. Lembrando sempre que dessa vez foi por um triz.
*Professor da FGV Direito SP, mestre em direito pela Universidade Columbia (EUA) e doutor em ciência política pela USP.
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O Tolo
Belchior
Ouça O Tolo
Como um tolo
Fui seguindo seu caminho
Me deixando ser levado
Por suas mãos
Na ilusão do amor, sem pensar na dor
Eu me esqueci
De me resguardar, de me proteger
De pensar em mim
Na velocidade que eu vinha
Não pude mais parar
E até os sinais que os amigos deram
Eu não percebi
Tudo ultrapassei, nada respeitei
Eu só vi você, ai?
Quanta insensatez, quanta estupidez
O que eu fiz pra mim
Como um bêbado bebi suas palavras
E quando eu acordei e te procurei
Nem sequer me achei
E então enlouqueci
Fui além dos meus limites
Explodi todas as pontes tentando esquecer você
Quanta insensatez, quanta estupidez
O que eu fiz pra mim
Como um bêbado bebi suas palavras
E quando eu acordei e te procurei
Nem sequer me achei
E então enlouqueci
Fui além dos meus limites
Explodi todas as pontes tentando esquecer você
Quanta insensatez, quanta estupidez
O que eu fiz pra mim
Quanta insensatez, quanta estupidez
O que eu fiz pra mim
Ouça O Tolo
Composição: Roberto Carlos-Erasmo Carlos.
https://www.letras.mus.br/belchior/o-tolo/
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