Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sábado, 1 de março de 2025
São as águas de março
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A Presença Simbólica e Histórica no Oscar 2025
Na noite de 2 de março de 2025, o tapete vermelho de Hollywood testemunhou um momento histórico para o cinema brasileiro e para a memória coletiva do país. A estreia de Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, não apenas trouxe reconhecimento internacional ao cinema nacional, mas também resgatou a presença e o legado de figuras que, através do tempo, continuam a ecoar na luta por justiça e liberdade.
Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, duas das maiores atrizes do Brasil, caminharam lado a lado, simbolizando uma linha inquebrantável entre gerações de artistas e militantes. Mas não estavam só. Em espírito, Eunice Paiva também pisava naquele solo estrelado, sua presença sentida por todos que conhecem sua história de coragem e resiliência. Viúva de Rubens Paiva, morto pela ditadura militar, Eunice transformou sua dor em luta pelos direitos humanos, tornando-se uma voz fundamental contra o autoritarismo.
No palco invisível da história, Eneida de Moraes e Dra. Nise da Silveira também estavam ali. Eneida, jornalista e escritora, que desafiou a censura e a repressão com sua pena afiada, e Nise, psiquiatra revolucionária, que enfrentou preconceitos acadêmicos e políticos para humanizar os tratamentos de saúde mental no Brasil. Ambas, assim como Eunice, sofreram as garras de regimes opressores, mas não se deixaram calar.
O Brasil, um país de memória curta, foi lembrado naquele tapete vermelho de que sua história de luta é parte indissociável de sua identidade. O filme de Salles, além de ser um marco cinematográfico, é um manifesto visual que resgata memórias, reflete sobre a verdade e perpetua a presença daqueles que, mesmo ausentes, nunca deixaram de estar aqui.
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Waters Of March (Aguas De Marco)
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Tom Jobim Oficial
Waters Of March (Aguas De Marco) · Antonio Carlos Jobim
Jobim
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“São as águas de março
Fechando o verão
E a promessa de vida
No teu coração “
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Drinking Water
Frank Sinatra
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Água de beber
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Oh! Seu Oscar
Wilson Batista
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Oh! Pequetito Seu Oscar
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"Esta carta, portanto, lhe chega às mãos de um outro mundo, não ainda o de além, mas qualquer coisa de imenso que fica para aquém do rio Itabapoana."
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What a Wonderful World
Louis Armstrong
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What a Wonderful Mister Brazil
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Que admirável mundo
Tom Jobim>
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Aquém do Rio Grande
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Walter Salles: “A Anistia imposta criou uma amnésia, permitiu que a ditadura fosse romantizada”
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Bob Fernandes
Sábado, dia 1º de março de 2025
É pau
É pedra
Eunice está em Torres
Torres em Fernanda
Fernanda em Montenegro
Eneida e Dra Nise ainda estão aqui
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Estar ou não estar
Vir ou não vir
Eis a questão
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To be or not to be
That’s the question
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Querelas do Brasil
Elis Regina
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O Brazil não conhece o Brasil
O Brasil nunca foi ao Brazil
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O Brazil não conhece o Brasil
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História do Brasil (marcha/carnaval)
Lamartine Babo
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História do Brasil
Quem foi que inventou o Brasil?
Foi Seu Cabral
Foi Seu Cabral
No dia 21 de abril
Dois meses depois do Carnaval.
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025
Carnaval bom é o de todos os tempos - Ruy Castro
Folha de S. Paulo
Desde 1600, o Carnaval carioca assiste ao sucessivo predomínio de uma atração sobre as outras
A historiadora Eneida de Moraes dizia que os três inimigos do Carnaval são a chuva, a polícia e os saudosistas. Os piores são os saudosistas, com o discurso de que Carnaval bom era o "do tempo deles". Mas qual seria esse tempo? Na longa história do Carnaval carioca, cada geração teve o seu. Eis exemplos.
1600: surge o entrudo, com os foliões se atirando baldes de água com limão uns nos outros, na atual rua 1º de Março. 1641: mascarados desfilam cantando. 1748: primeiros foliões negros, com a coroação do Rei Congo. 1786: primeiros desfiles com carros alegóricos, no Campo de Santana. 1825: os nobres promovem bailes em seus palácios em Botafogo. 1831: os jornais anunciam a venda de máscaras e fantasias na rua do Ouvidor.
1846: primeiros bailes populares. 1848: primeiros blocos com música e percussão seguindo o bombo do sapateiro José Paredes, o "Zé Pereira". 1866: nascem os Democráticos, os Fenianos e os Tenentes do Diabo, com seus desfiles de luxo. 1887: primeiras ruas decoradas para o Carnaval. 1889: Chiquinha Gonzaga lança "O Abre-Alas", a primeira marchinha. 1892: surgem o confete e a serpentina. 1902: o Carnaval de rua atinge proporções gigantes, com mais de 200 blocos nas ruas.
1906: surge o lança-perfume. 1909: primeiro concurso de fantasias. 1910: o palhaço Benjamin Oliveira cria o Rei Momo. 1914: o corso de automóveis toma a avenida Rio Branco. 1928: nasce a Deixa Falar, primeira escola de samba. 1929: sambas e marchinhas já são compostos às centenas. 1932: a prefeitura oficializa o Carnaval. 1933: começa o desfile das escolas. 1938: os teatros, cassinos e clubes promovem os superbailes. Anos 1940 e 50: o Carnaval se internacionaliza. Etc. etc. e evoé.
O Carnaval sempre foi assim: uma atração sucessivamente se sobrepondo a outras. Em 1965, o Carnaval de rua foi dado como morto e as escolas passaram a reinar. As escolas continuam, mas, de 2000 para cá, os blocos voltaram com toda a força. Como será no futuro? Carnaval bom é o de todos os tempos.
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