segunda-feira, 17 de março de 2025

A construção da democacia no Brasil

"O Brasil não é para principiantes" (Tom Jobim) ----------- ---------- Série lembra comício pelas Diretas Já na Candelária ----------- TV Brasil 23 de jan. de 2014 Na nossa série especial sobre os 30 anos da campanha das 'Diretas Já', vamos lembrar o comício que levou um milhão de pessoas ao centro do Rio de Janeiro. https://www.youtube.com/watch?v=9HgNGzWZOao ---------- Heráclito Fontoura Sobral Pinto foi um advogado que invocou a lei de proteção aos animais em defesa de presos torturados por agentes públicos. Contexto: Sobral Pinto defendeu Arthur Harry Berger, que foi preso e torturado por agentes públicos. O advogado exigiu do governo a aplicação do artigo 14 da Lei de Proteção aos Animais, em favor de tratamento humanitário para prisioneiros. A tese jurídica de Sobral Pinto não foi acatada, e o réu foi condenado. Como defender os animais? Opor-se à exploração animal Apoiar e ajudar os animais em necessidade que estão na natureza Voluntariar-se Considerar abandonar o uso de animais não humanos enquanto recursos Não comprar produtos feitos de animais ou plantas ameaçadas ou em perigo de extinção Separar corretamente os resíduos e evitar plásticos de uso único Apoiar as espécies ameaçadas Denúncia de maus-tratos a animais Denúncias de maus-tratos a animais podem ser feitas pelo telefone 0800 61 8080 (gratuitamente) ou pelo email para linhaverde.sede@ibama.gov.br. _______________________________________________________________________________________________________ ---------- ----------- Águas de Março Tom Jobim É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um caco de vidro, é a vida, é o Sol É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol É peroba do campo, é o nó da madeira Caingá, candeia, é o Matita Pereira É madeira de vento, tombo da ribanceira É o mistério profundo, é o queira ou não queira É o vento ventando, é o fim da ladeira É a viga, é o vão, festa da cumeeira É a chuva chovendo, é conversa ribeira Das águas de março, é o fim da canseira É o pé, é o chão, é a marcha estradeira Passarinho na mão, pedra de atiradeira É uma ave no céu, é uma ave no chão É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão É o fundo do poço, é o fim do caminho No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto É um pingo pingando, é uma conta, é um conto É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando É a luz da manhã, é o tijolo chegando É a lenha, é o dia, é o fim da picada É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada É o projeto da casa, é o corpo na cama É o carro enguiçado, é a lama, é a lama É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um resto de mato, na luz da manhã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração É uma cobra, é um pau, é João, é José É um espinho na mão, é um corte no pé São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração É pau, é pedra, é o fim do caminho É um resto de toco, é um pouco sozinho É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã É um belo horizonte, é uma febre terçã São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração Pau, edra, im, inho Esto, oco, ouco, inho Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol São as águas de março fechando o verão É a promessa de vida no teu coração Composição: Tom Jobim. ----------- ------------ Veja a íntegra do discurso do ex-presidente Jair Bolsonaro durante ato pró-anistia em Copacabana Metrópoles https://www.youtube.com/watch?v=D7e2X4OCsKo ------------
----------- "Nossa Senhora de Copacabana Jari Bosonaro Capítulo um Antes de iniciar este comício, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das anistias nacionais. Padre Malafaia ficaria com a parte moral e as citações latinas; João de Freitas aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Waldemar a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Ferreira de Azevedo Nilolas, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa." / ""O Brasil não é para principiantes" (Tom Jobim) O Brasil, não é para principiantes O Brasil não, é para principiantes O Brasil, não, é para principiantes O Brasil (não) é para principiantes" / "Série lembra comício pelas Diretas Já na Candelária - TV Brasil 23 de jan. de 2014 Na nossa série especial sobre os 30 anos da campanha das 'Diretas Já', vamos lembrar o comício que levou um milhão de pessoas ao centro do Rio de Janeiro." _________________________________________________________________________________________________________________ A construção da democacia no Brasil https://www.fundacaoastrojildo.org.br/ -----------
----------- segunda-feira, 17 de março de 2025 “Anistia ao 8 de Janeiro não é reconciliação”, diz historiador Alberto Aggio Correio Braziliense Autor de livro sobre os 40 anos da redemocratização afirma que movimento em favor dos golpistas do 8 de janeiro tem como finalidade trazer Bolsonaro de volta às urnas. E que imediatismo prejudica consensos democráticos A poucas quadras do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na Rua Capote Valente, quase esquina com Teodoro Sampaio, no bairro Pinheiros, morava o historiador Alberto Aggio. Em 21 de abril de 1985, ele decidiu fazer uma caminhada dramática. Pôs a filha de seis anos sobre os ombros e seguiu a pé até a Avenida Rebouças, a menos de 2 km de casa. Pai e filha iam acompanhar o traslado do corpo do presidente eleito Tancredo Neves pela capital paulista. Para Aggio, a incerteza que se instaurou com a morte do político mineiro, personagem central na redemocratização, este foi o primeiro momento em que a abertura política esteve ameaçada desde o declínio do regime militar. Mas não foi o último. Alberto Aggio lançou, em Brasília, o livro A construção da democracia no Brasil (1985-2025): mudanças, metamorfoses, transformismos. Na publicação, Alberto faz uma síntese de seus estudos sobre o Brasil e a América Latina contemporâneos e organiza sua interpretação sobre os 40 anos da redemocratização do país. Neste sábado, Aggio participa de evento, no Panteão da República, em comemoração ao restabelecimento de um governo civil após 21 anos de ditadura militar. Em entrevista ao Correio Braziliense, o historiador afirma que a sociedade brasileira precisa entender melhor o tempo da democracia, incompatível com imediatismos e soluções fáceis. “Queremos a democracia, mas, por ela ser complexa, e até mesmo uma novidade para nós, para a sociedade, não compreendemos muito bem a sua dinâmica, os seus tempos, os seus atores”, diz. Qual é a perspectiva do livro? Esse livro é uma síntese dos meus estudos sobre o Brasil e a América Latina contemporânea. Recolhe um conjunto de estudos e organiza uma interpretação sobre os 40 anos da democracia ou da redemocratização do país. Ele não é propriamente uma tese de mestrado ou doutorado com um tema restrito. É bem demarcado, com uma visão teórica, mas busca fazer uma interpretação e um debate com a historiografia, a ciência política, que se voltou para estudar esse processo todo de fim do regime militar, início da transição, a transição se completando com a Constituição de 88, as primeiras eleições e daí para frente, com os problemas que o Brasil enfrentou, o período do Fernando Henrique Cardoso, que aí se estabelece a reeleição, logo depois o período petista de Lula, que é o período mais abrangente de uma única força política nesses 40 anos, e vai até o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. E depois retorna em 2022 com um interregno governo Temer e depois Bolsonaro. A redemocratização foi ameaçada em algum momento? Quando Tancredo se prepara para a posse e adoece, esse é um momento muito delicado. Parecia que poderia haver um retrocesso no processo de transição que estava avançando para estabelecer a democracia no Brasil. Se nós pudermos considerar as atitudes do general que comandava o Exército em Brasília, que era um general muito estridente e que mobilizou o fechamento de Brasília para o processo de eleição do Colégio Eleitoral (Newton Cruz), a vitória do Tancredo e a organização da posse, eu acho que foi um momento muito tenso. Essa tensão acabou finalizando com a posse interina de José Sarney, por conta da doença do Tancredo Neves, às cirurgias a que ele começou se submeter e à morte em 21 de abril. Até aí, nós temos um momento que é quase uma suspensão. Ninguém sabia precisamente se a democracia ia vingar ou não. O outro momento viria décadas depois, com a vitória do Jair Bolsonaro, em 2018. Esse é o momento mais ameaçador. O governo Bolsonaro foi mais perigoso do que os impeachments de Collor e Dilma? Bolsonaro foi uma crise muito maior. Nem com o impeachment de Collor, nem com o impeachment da Dilma, a democracia esteve ameaçada. Foram dois processos seguramente difíceis, complicados, cheios de tensão, mas não creio que se possam catalogá-los como ameaça à democracia. O governo Bolsonaro, sim. Ele não se configura no sentido de impor mudanças efetivas que destruíram o caminho de democracia que nós temos. Bolsonaro não consegue fazer isso. O que ele consegue é reorganizar as forças políticas contrárias à democracia, estabelecer um clima de tensão e de ameaça, que é maior do que a sensação de ameaça. Essa sensação se tornou algo concreto? A sensação de ameaça se estabelece e cresce até a tentativa de golpe de 8 de janeiro. Aí sim essa ameaça quase se configura numa ruptura institucional. Se o 8 de janeiro tivesse vingado, seria um momento de reversão do processo que começou nos anos 1970, mas se configura em 15 de março de 1985, por conta da posse do primeiro governo civil, que nós chamamos, na época, de primeiro governo de transição. O país precisa de mais forças políticas democráticas, para além da figura do Lula e do PT, para derrotar a extrema direita nas urnas e afastar ameaças à democracia? A presença do PT e de Lula na democracia brasileira é uma questão complexa. O PT é, ao mesmo tempo, uma solução e um grande problema. Evidentemente, se nós pensarmos que há uma polarização, trata-se de uma polarização entre Lula e Bolsonaro. Essa polarização estanca as possibilidades do Brasil de avançar na democracia, na economia, no projeto de inserção na economia global, que está cada vez mais complicado com Trump, com Putin, com guerra da Ucrânia, com a China. Então, em um momento como esse, a polarização entre PT e Bolsonaro, Lula e Bolsonaro é bastante negativa, porque isso estreita o debate político, o debate de projetos para o Brasil. A polarização já poderia ter sido superada no Brasil? Em um contexto interno, com o Bolsonaro inelegível, nós poderíamos ter decantado esse processo. Se efetivamente Bolsonaro não puder se candidatar, espero que a gente possa ter um leque muito maior de possibilidades. Mas ainda estamos longe de 2026. No meu ponto de vista, as forças políticas devem se reorganizar, porque a gente não sabe precisamente o que irá ocorrer. O que pensa da anistia aos réus do 8 de Janeiro? A anistia só se pode pleitear quando os processos estiverem julgados e condenados. Então, é possível que juridicamente se possa pensar em anistia. No momento, acho absurdo propor anistia porque, efetivamente, aquelas pessoas participaram – não importa se conscientemente ou não — de um processo que daria um resultado. Imaginavam que aquela invasão dos prédios públicos no centro da República desencadearia uma ruptura da institucionalidade. E que, a partir daí, os militares ocupariam o poder. Eu não sou a favor da anistia. Acho que ela está muito mal colocada pelos próprios defensores. No fundo, eles escondem que estão pedindo anistia para Bolsonaro. Há uma diferença entre a anistia de 1979 e essa em discussão? Temos aqui uma maneira de trabalhar um tema importante da civilização, que é o perdão. A anistia configura perdão. Nós vivemos isso no passado e, no passado, a anistia foi um tema colocado para toda a sociedade brasileira, no sentido de reconciliação dos brasileiros. A anistia que estão pedindo agora não tem esse caráter de reconciliação dos brasileiros, como a anistia que se pedia nos anos 1970 contra o regime autoritário. Isso aconteceu naquele momento e resultou na Lei de Anistia. É uma lei complexa, complicada, problemática, mas favoreceu a transição política de forma pacífica, do regime militar à construção democrática. Espero que esses processos sejam julgados o mais rápido possível, para que fique muito claro que a sociedade brasileira e suas instituições defendem a democracia que nós construímos há 40 anos. Por que o golpe não vingou? Não vingou por duas razões. Primeiro porque os comandos militares não deram aval para a execução do golpe de Estado. Os comandos militares, não dando aval, bloquearam os setores militares que eram minoritários e que poderiam desencadear a ruptura. Se fizessem isso, a situação iria para um confronto de segmentos das Forças Armadas, que seria deplorável, uma tragédia para o país. Os comandos militares reconheceram que o país vive a democracia e precisa continuar dentro da democracia, inclusive com o respaldo das Forças Armadas. Por outro lado, havia também um uma divisão do ponto de vista político. Muita gente já escreveu sobre isso, inclusive o colunista do Correio Luiz Carlos Azedo, apontando claramente, coisa que eu cito no livro, que a divisão existente no núcleo político do Bolsonaro se encaminhava muito mais para evitar essa ruptura do que para realizá-la. Havia resistência? Sim. Os principais líderes do Centrão, que dava sustentação política a Bolsonaro, não queriam a ruptura institucional. É claro que o comando militar foi decisivo, evitando um encaminhamento do golpe, mas a base aliada do governo Bolsonaro não estava inteiramente favorável. O perfil de Bolsonaro também dificultava a concretização de um golpe? Penso que sim. Veja, estamos falando de um golpe dado por um presidente como Bolsonaro, um homem de facção política. Bolsonaro nunca foi um homem de unidade política. Na história brasileira, toda vez que isso foi tentado, culminou em derrota. Enfraqueceu o país, o Estado brasileiro, nossa ideia de nação, compartilhada por todos os brasileiros. Tenho a impressão de que Bolsonaro e suas hostes mais radicais, que pretenderam encaminhar o golpe 8 de janeiro de 2023, erraram profundamente na análise que fizeram das circunstâncias do país. Vivemos em uma democracia. Por que ainda é importante falar dela? Nossa democracia não nasceu de uma ruptura, de uma revolução. A nossa democracia nasceu de um processo de transição negociada, como foi na Espanha, depois da morte do Franco. Como foi no Chile, depois da derrota de Pinochet no plebiscito de 1988. Temos aqui dois exemplos de democracias que nascem de transições negociadas com segmentos do regime anterior. Essa situação por si só é muito complexa. Nem mesmo algumas forças políticas organizadas valorizaram o que foi feito. A redemocratização, na verdade, foi uma operação política muito sofisticada com apoio popular. A transição brasileira foi negociada, mas também foi uma transição com um apoio popular. Como escreveu certa vez a economista Maria Conceição Tavares, o Brasil agora não é mais o porto seguro das elites, mas também não é a Estação Finlândia dos revolucionários. Então, o que é o Brasil? O Brasil é uma sociedade de massas buscando construir a democracia. É um engano dizer que a nossa transição foi conservadora. E mais, a nossa transição, diferentemente do Chile e da Argentina, por exemplo, produziu uma nova ordem institucional, que foi a Constituição de 1988. Nenhum desses países fez isso. Hoje o Chile está ainda sob a sombra do pinochetismo. Claro que tudo foi reformulado do ponto de vista legal, mas vimos na história recente do Chile toda a discussão para se produzir uma nova Constituição e que no final redundou em fracasso, tanto de um lado, quando a Constituição projetada era muito mais à esquerda, quanto de outro, quando a Constituição projetada era mais de centro-direita, mais moderada. Nenhum dos dois modelos a população aprovou. Tivemos um processo bem-sucedido aqui? Em 1988, nós conseguimos uma assembleia constituinte, uma grande participação da sociedade discutindo diversos temas, com uma grande organização profissional, conduzida pelo Dr. Ulysses, por vários outros, respondendo aos anseios dos brasileiros. Os brasileiros gostam de mudança, pensam sempre no novo. E o novo é substancialmente a democracia, a participação, a equidade, o desenvolvimento, o progresso. A nossa democracia se conectou a maior parte do tempo com esses temas. E por que ela ainda continua sob ameaça? Quando nós chegamos à democracia, o Brasil tinha muitas ilusões em relação a ela. Percebeu-se depois que a democracia é algo muito complexo, que exige muito dos atores políticos, da sociedade. Os tempos da vida política democrática não são imediatistas, necessitam de negociação e de construção de consensos. Quando chegamos à democracia, tudo era para “já”. “Diretas Já”, isso era mais do uma expectativa, era uma ilusão do que ela seria, e fomos percebendo que não era bem assim. O imediatismo prejudica a democracia? Tenho dúvidas se toda a sociedade compreende a complexidade de tudo isso. Por essa razão surgem os discursos antipolítica, de um sujeito que diz que vai resolver tudo no ato, retoma essa ideia do imediato. Nenhuma democracia consolidada do mundo é assim. Nós não desenvolvemos uma cultura política democrática. Acreditamos na democracia, queremos a democracia, mas, por ela ser complexa, e até mesmo uma novidade para nós, para a sociedade, não compreendemos muito bem a sua dinâmica, os seus tempos, os seus atores. https://gilvanmelo.blogspot.com/2025/03/anistia-ao-8-de-janeiro-nao-e.html#more
------------ "O Brasil não é para principiantes" (Tom Jobim) Prof. Dr. Eduardo Marques da Silva A Revolução Industrial de 1760 surgira com o advento do capitalismo industrial, expandindo o desenvolvimento material e a destruição maior, mais acelerada da natureza. O colapso das economias asiáticas, o fenômeno da globalização do comércio, a redução dos comerciantes de bens e dos intermediários, o sucesso da nova tecnologia extrativa têm se multiplicado de maneira assustadora. O novidadeiro capital natural, fruto de uma melhor ambiencia do homem com a mãe natureza, permitiu que se mudassem os conceitos sobre a vida humana. Tudo agora passou a depender da economia da civilização. Descobriu-se então, o alerta: o meio ambiente estava ficando adoentado. O mundo no futuro enfrentará, como já se configura, uma assustadora escassez de bens. Basta olharmos para os sinais da moderna ‘física atômica’, que vem lançando novas luzes sobre problemas filosóficos, éticos e políticos recentemente sobre a trajetória do nosso planeta. Certamente para que se possa contribuir mais para que os fundamentos dessa acalorada discussão seja compreendida pelo maior número possível de pessoas. É o que diz Werner Heisenberg (1901-1976), com base em recordações de diálogos que teve com Einstein, Bohr, Planck, Dirac, Fermi, Pauli, Sommerfeld, Rutherford e outros colegas (Heisenberg, 2009). https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/9/47/quoto-brasil-nao-e-para-principiantesquot-tom-jobim ----------- "Nossa Senhora de Copacabana Jari Bosonaro Capítulo um Antes de iniciar este comício, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das anistias nacionais. Padre Malafaia ficaria com a parte moral e as citações latinas; João de Freitas aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Waldemar a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Ferreira de Azevedo Nilolas, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e garimpagem, faria as despesas e poria o meu nome na capa." ----------- "São Bernardo Graciliano Ramos Capítulo um Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa." chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ceyvonepimentel.wordpress.com/wp-content/uploads/2012/05/sao-bernardo.pdf ----------- "Em entrevista ao Correio Braziliense, o historiador afirma que a sociedade brasileira precisa entender melhor o tempo da democracia, incompatível com imediatismos e soluções fáceis. “Queremos a democracia, mas, por ela ser complexa, e até mesmo uma novidade para nós, para a sociedade, não compreendemos muito bem a sua dinâmica, os seus tempos, os seus atores”, diz."https://gilvanmelo.blogspot.com/2025/03/anistia-ao-8-de-janeiro-nao-e.html#more ------------
------------ Saiba usar os Pronomes de Tratamento e Vocativos em Redação Oficial ---------- "Formas de Tratamento acadêmico = Acad., Acadêm. advogado = Adv.º, Advo. almirante = Alm. arcebispo = Arc.º, Arco. bacharel, bacharela, bacharéis, bacharelas = B.el, Bel., B.ela, Bela., B.éis, Béis., B.elas, Belas. bispo = B.po, Bpo. capitão = Cap. cardeal = Card. comandante = Com., Com.te, Comte. comendador = Com., Comend., Com.or, Comor. chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/http://www2.ufac.br/ppgespa/normas/anexos/reducoes.pdf -----------
---------- Ulysses Guimarães, o ‘jurila’ e os ‘Três Patetas’ A História de Mora conta os bastidores da sucessão de Tancredo Neves Jorge Bastos Moreno 20/11/2011 - 10:03 / Atualizado em 12/12/2011 - 16:19 Tancredo Neves morreu sem ter sido empossado na Presidência da República Foto: Arquivo / Agência O Globo Tancredo Neves morreu sem ter sido empossado na Presidência da República Foto: Arquivo / Agência O Globo Newsletters Coube ao jornalista Carlos Chagas, logo no início do governo Sarney, desvendar o grande mistério que até hoje provoca discussões jurídicas no país: por que Sarney, e não meu marido, assumiu a Presidência da República, com o impedimento de Tancredo Neves? Saiba Mais Novos Artigos Todos os capítulos de "A História de Mora" Dona Mora Guimarães viveu os bastidores da política nacional Foto: Editoria de Arte Novos Artigos Moreno fala sobre a História de Mora Política Colunista do GLOBO narrará episódios da redemocratização pelo olhar da mulher de Ulysses Guimarães O colunista Jorge Bastos Moreno na sucursal de Brasíla em foto de Sérgio Marques Novos Artigos Moreno fala sobre A História de Mora Foi num almoço na casa do nosso amigo Afrânio Nabuco, em Brasília, ao qual Sarney chegou atrasado, vindo de uma inauguração em Goiás, que o jornalista, puxando Ulysses para um canto, perguntou baixinho, suavemente, quase sussurrando: — Agora que tudo já passou — e veja a cara do Sarney, todo feliz ali ao lado dos ministros militares —, diga aqui para nós, doutor Ulysses, por que o senhor não assumiu a Presidência? Ulysses olha para os lados, como se estivesse preocupado de alguém ouvir aquela conversa, e responde quase que no mesmo tom da pergunta: — Porque o meu Pontes de Miranda me cutucava com a sua espada, dizendo: "Não é você, é o Sarney! É o Sarney! É o Sarney!". A sorte de Ulysses é que o general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército escolhido por Tancredo, até hoje interpreta a frase do meu marido como elogio. A única pessoa que, até então, sabia da conversa "constitucional" entre o pobre advogado formado nas Arcadas do Largo São Francisco e o general-jurista era eu. Naquela fatídica noite da internação do Tancredo, meu marido, que era o presidente da Câmara, o então presidente do Senado, Humberto Lucena, o senador Fernando Henrique Cardoso e o próprio general Leônidas deixaram o hospital escondidos e foram bater à porta da casa do então ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Leitão de Abreu. Naquela conversa, já explorada e contada em prosas e versos, selou-se o destino de Sarney e, consequentemente, o de meu marido. Claro que não dormi naquela noite. Ulysses chegou com muita fome e perguntou o que tínhamos para o jantar. Não tínhamos nada, absolutamente nada. Estávamos em dias de gala: jantares e almoços formais, com a chegada de chefes de Estado para a posse. Lembrei-me que havia um bacalhau na geladeira. Numa das raras vezes vi Ulysses recusar comida: — Bacalhau, não, Mora. A última vez que eu comi, eu consegui dormir, mas o bacalhau, não. Optou por uma xícara de chá. Acho que estava ainda sugestionado pela internação do amigo, que nem diagnóstico tinha. — Mora, o Laviola, mordomo de Tancredo, me contou que ele come até três mangas à noite. E só consegue dormir depois de tomar um copo de leite quente! Para quem come feijoada na madrugada, era o roto falando do esfarrapado. Meu marido, enquanto tomava o chá, foi me contando tudo o que acontecera aquela noite, principalmente sua conversa com o "Pontes de Miranda". E eu perguntei: — E a conversa com Leitão? Ulysses me conta que o chefe da Casa Civil de Figueiredo também achava que era ele e não Sarney que deveria assumir. Mas, em algum momento da conversa, percebia algo estranho no olhar do ministro, o que o assustava muito. — Mora, o Leitão me olhava de um jeito esquisito. O seu discurso me era favorável, mas seus olhos, não! (Como já disse aqui, de olhar meu marido entende). Ah, se eu soubesse que a minha resposta iria fazer com que Ulysses deixasse a xícara de chá cair sobre o tapete que ganhei da minha amiga Maria da Glória Archer, juro que eu não teria dito o que disse: — Você se lembra daquele jantar na casa da Vera Brant, quando você disse que Pedro Aleixo só chamava o Leitão de Abreu de "jurila", por ter ele assessorado a Junta Militar? Tentando me ajudar a limpar o tapete apenas com um gesto de intenção, Ulysses, finalmente, vê a ficha cair: — Eu contei uma piada. Nunca neguei a competência do Leitão. Sempre o respeitei. Eu, ainda debutante em Brasília, já aprendera os códigos da corte, mais até que meu marido, que ajudou a criá-la: — Ulysses, o poder não tem parede. É como dizem nossos colunistas sociais: aqui, tudo se sabe e se vê, até o que não houve. O Marchezan (Nelson Marchezan) não veio te dizer que o Figueiredo te odeia porque você o chamou de analfabeto? — Será que alguém foi me intrigar com o Leitão? Claro que falaram. Na verdade, o problema do Leitão em relação ao meu marido tinha outras motivações: Ulysses sempre se referiu à Junta Militar como "Os Três Patetas". E o chefe da Junta foi o então ministro do Exército, Lyra Tavares, casado com Isolina, irmã do Leitão. O pseudônimo de Lyra Tavares, que o fez entrar para a Academia Brasileira de Letras, era "Adelita". Gente, o antimilitarismo do Ulysses é que sempre atrapalhou sua vida. Meu marido nunca gostou dos militares, no que, aliás, sempre foi muito bem correspondido. Se Figueiredo não queria dar posse a Sarney por motivos domésticos da ditadura, os militares nunca aceitariam meu marido na Presidência da República. Não preciso me estender muito sobre isso. Basta citar os fatos. Numa das comemorações do 31 de Março, Ulysses divulgou nota comparando o general Geisel a Idi Amim Dada, provocando enorme crise política. O MDB, basicamente, era divido entre "moderados" e "autênticos". Ulysses, ligado aos moderados, funcionava como pêndulo entre várias correntes que se abrigavam nas asas do bipartidarismo. Naquele momento, todos os seus colegas da chamada "cúpula pessedista", que comandava o MDB, brigaram com ele. Amaral Peixoto e Tancredo Neves eram os mais exaltados. E foi aí que jogaram meu marido nos braços dos "autênticos", de onde ele nunca mais saiu. Internamente, a ditadura entrou em crise também: cassar ou não cassar Ulysses. Era a velha história que já contei aqui: cassar meu marido seria um escândalo internacional. Os militares tentaram pegar Ulysses mais na frente, quando o processaram lá no "pacote de abril" de 1977. Durante a Constituinte, numa entrevista em São Paulo, Ulysses voltou a se referir à Junta Militar como "aqueles Três Patetas". Acredito até que a entrevista em si poderia ter causado o mal-estar que causou, mas o bicho pegou mesmo foi na chegada a Brasília. PUBLICIDADE Vocês vão me permitir, antes, uma explicação: sem Ulysses, a Constituinte não funcionava. Quando, por um motivo ou outro, ele ficava ausente, ao reassumir a presidência era sempre aplaudido. Isso virou rotina. Só que, na volta da entrevista sobre "Os Três Patetas", Ulysses não foi aplaudido: foi ovacionado, quase carregado pelo plenário. Mas meu marido ainda tinha contas a acertar. Ulysses era tão obsessivo na luta contra a ditadura que, para vocês terem uma ideia, logo após o encerramento da primeira campanha eleitoral de 89 para presidente da República, o "Jornal do Brasil" publicou uma pesquisa sobre o conteúdo dos discursos dos candidatos: Ulysses foi o que mais falou contra ditadura, torturas e mortes. Foi ele que encerrou a campanha eleitoral fazendo uma justa e linda homenagem àquele estudante da UnB, Honestino Guimarães. Lula, Brizola e Covas não sabiam quem tinha sido Honestino Guimarães. Nem eu. Ulysses sabia. Mas foi na promulgação da Constituição que meu marido lavou a alma e provocou um delírio coletivo, ao esconjurar: — Temos ódio à ditadura! Ódio e nojo! E naquela festa de congraçamento nacional, do chamado reencontro do Estado com a Nação, Ulysses grita: — A sociedade foi Rubens Paiva, não os facínoras que o mataram! Ao ouvir isso, um dos chefes militares se retirou da solenidade. Foi um horror! E, por uma dessas ironias do destino, vem agora o ex-senador Jarbas Passarinho, com a autoridade de ex-vice-presidente da Constituinte, revelar que, por um gesto impositivo, totalmente arbitrário e fora da lei, coube ao meu marido determinar o 13 salário dos militares. E a revelação vem com espanto do próprio Passarinho: — É curioso que esse benefício tenha vindo do homem que chamou a Junta Militar de "Os três Patetas" e o presidente Geisel de "Idi Amim". Nem eu sabia que, de "bicho-papão", Ulysses se transformaria em "Papai Noel" dos militares. O Globo, um jornal nacional: Fique por dentro da evolução do jornal mais lido do Brasil Mais lidas no Globo 1. Deputado do PSL-SP que atacou colega transexual assume ser gay Sérgio Roxo e Tiago Aguiar 2. Bolsonaro diz na TV que seus filhos não 'correm risco' de namorar negras ou virar gays porque foram 'muito bem educados' O Globo, , e 3. Musa de Godard, Anna Karina fala de suas memórias: 'Jean-Luc me ensinou tudo' André Miranda 4. Relembre as 50 frases mais polêmicas de Lula durante os oito anos de mandato Juliana Castro, , e 5. Lula deixará para seu sucessor dívida bruta de 64% do PIB, a maior dos últimos dez anos O GLOBO, , e Mais de Política Ver mais https://oglobo.globo.com/politica/ulysses-guimaraes-jurila-os-tres-patetas-3279556 ---------
----------- Heráclito Fontoura Sobral Pinto foi um advogado que invocou a lei de proteção aos animais em defesa de presos torturados por agentes públicos. -------- Contexto: Sobral Pinto defendeu Arthur Harry Berger, que foi preso e torturado por agentes públicos. O advogado exigiu do governo a aplicação do artigo 14 da Lei de Proteção aos Animais, em favor de tratamento humanitário para prisioneiros. A tese jurídica de Sobral Pinto não foi acatada, e o réu foi condenado. Como defender os animais? Opor-se à exploração animal Apoiar e ajudar os animais em necessidade que estão na natureza Voluntariar-se Considerar abandonar o uso de animais não humanos enquanto recursos Não comprar produtos feitos de animais ou plantas ameaçadas ou em perigo de extinção Separar corretamente os resíduos e evitar plásticos de uso único Apoiar as espécies ameaçadas Denúncia de maus-tratos a animais Denúncias de maus-tratos a animais podem ser feitas pelo telefone 0800 61 8080 (gratuitamente) ou pelo email para linhaverde.sede@ibama.gov.br. _______________________________________________________________________________________________________ ----------- ANEXO -----------
------------- São Bernardo Graciliano Ramos Capítulo um Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa. chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ceyvonepimentel.wordpress.com/wp-content/uploads/2012/05/sao-bernardo.pdf ----------- Análise do Texto Título e Nome do Autor "Nossa Senhora de Copacabana" sugere um tom irônico ou metafórico. Copacabana, bairro emblemático do Rio de Janeiro, evoca imagens tanto da cultura popular quanto da desigualdade social e da cena política. A evocação de "Nossa Senhora" pode remeter a um senso de devoção nacionalista ou até mesmo a uma crítica ao messianismo na política brasileira. "Jari Bosonaro" parece ser um jogo com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse artifício já sinaliza que o texto pode conter uma sátira política ou uma leitura crítica de sua figura pública. Capítulo Um – Organização do Comício O trecho inicia-se com um narrador que planeja um comício por meio da "divisão do trabalho". Há uma referência clara ao funcionamento da política e da mídia no Brasil, onde figuras públicas muitas vezes colaboram para um evento, cada uma desempenhando um papel específico. Personagens e suas funções: Padre Malafaia – Possivelmente inspirado no pastor Silas Malafaia, líder evangélico conhecido por sua influência política. O fato de ele ficar responsável pela "parte moral e as citações latinas" reforça a ideia de sua atuação na política através de um discurso moralista e de uma retórica persuasiva. João de Freitas – Responsável por "pontuação, ortografia e sintaxe", o que pode sugerir um papel de controle da linguagem e da narrativa, algo comum em discursos políticos. Waldemar – Responsável pela "composição tipográfica", indicando a importância da propaganda e do marketing na política. Lúcio Ferreira de Azevedo Nilolas – Ligado à composição literária e identificado como diretor de O Cruzeiro, revista de grande circulação no Brasil do século XX, indicando uma preocupação com o discurso midiático e sua influência. O narrador se coloca como organizador geral, responsável pelo "plano", "rudimentos de agricultura e pecuária" e "despesas". Isso sugere que a política, aqui representada por um comício, envolve planejamento econômico, manipulação da mídia e estratégias discursivas. A Citação de Tom Jobim A famosa frase "O Brasil não é para principiantes" é repetida com variações na pontuação, o que sugere múltiplas leituras possíveis: "O Brasil, não é para principiantes" → Com a vírgula, enfatiza que o país exige experiência para ser compreendido. "O Brasil não, é para principiantes" → Sugere que o Brasil não é um país para iniciantes, mas sim um espaço acessível. "O Brasil, não, é para principiantes" → Introduz um tom de hesitação, indicando incerteza. "O Brasil (não) é para principiantes" → Com o "não" entre parênteses, questiona se, de fato, é um país acessível para iniciantes ou se depende da perspectiva de quem observa. Essa desconstrução da frase pode estar relacionada ao caráter ambíguo da realidade brasileira, onde há ao mesmo tempo complexidade e superficialidade. Referência ao Comício das Diretas Já O trecho final menciona um comício histórico que reuniu um milhão de pessoas no Rio de Janeiro em 1984, um dos momentos mais marcantes da luta pela redemocratização do Brasil. A citação pode estar sendo usada para contrastar eventos políticos passados e recentes, sugerindo paralelos entre o movimento Diretas Já e a polarização política atual. Edição Sugerida Clareza e fluidez: Algumas frases poderiam ser reorganizadas para reforçar o impacto da crítica. Ênfase na sátira: O texto já sugere ironia, mas pode ser reforçado por meio de construções mais diretas. Explicitação de contrastes: Pode-se tornar mais evidente a diferença entre o comício descrito no início e o evento histórico das Diretas Já. Sugestão editada de um trecho: "Antes de iniciar este comício, imaginei organizá-lo como se fosse um empreendimento político de manual. Recrutei aliados: Malafaia cuidaria da moral, João de Freitas da gramática, Waldemar da propaganda, e Lúcio Ferreira de Azevedo Nilolas da narrativa. Eu? Eu traçaria o plano, colocaria uma pitada de agropecuária – afinal, é pop –, bancaria tudo e, claro, assinaria a autoria." Essa reescrita mantém a essência, mas acentua o tom satírico e moderniza a referência à propaganda política contemporânea. Discussão sobre o Significado O trecho dialoga diretamente com questões centrais da política brasileira: A manipulação da narrativa política: O comício descrito no início do texto é claramente artificial, meticulosamente planejado para atender a diferentes interesses – moral, linguístico, midiático e econômico. Isso ecoa a maneira como campanhas políticas modernas são conduzidas. A desconstrução da citação de Tom Jobim: Ao brincar com a pontuação da frase, o texto sugere que a interpretação da realidade brasileira depende da perspectiva de cada indivíduo ou grupo. A referência histórica: O paralelo entre o comício fictício e o comício das Diretas Já sugere uma reflexão sobre como a política no Brasil mudou – ou não – ao longo do tempo. A luta pela democracia de 1984 é posta em contraste com os discursos e articulações políticas contemporâneas. Conclusão: O texto opera no campo da sátira e da crítica social, questionando a autenticidade dos discursos políticos e o papel da mídia e da propaganda na construção de lideranças. A intertextualidade com figuras conhecidas da política e da mídia reforça sua relevância, tornando-o um material interessante para reflexão sobre os rumos do Brasil. ANEXAR: "São Bernardo Graciliano Ramos Capítulo um Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho. Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos consentiram de boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. Padre Silvestre ficaria com a parte moral e as citações latinas; João Nogueira aceitou a pontuação, a ortografia e a sintaxe; prometi ao Arquimedes a composição tipográfica; para a composição literária convidei Lúcio Gomes de Azevedo Gondim, redator e diretor do Cruzeiro. Eu traçaria o plano, introduziria na história rudimentos de agricultura e pecuária, faria as despesas e poria o meu nome na capa. " chrome-extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://ceyvonepimentel.wordpress.com/wp-content/uploads/2012/05/sao-bernardo.pdf A referência ao início de São Bernardo, de Graciliano Ramos, é essencial para entender a estrutura e a intenção do trecho que você compartilhou. O texto que você apresentou claramente dialoga com esse clássico, parodiando ou reinterpretando sua abertura dentro de um contexto político contemporâneo. Comparação entre os textos O trecho de São Bernardo e o de Nossa Senhora de Copacabana apresentam a mesma estrutura inicial, mas com mudanças estratégicas nos nomes e nas funções dos personagens. No original, Graciliano Ramos descreve um autor que delega tarefas a diferentes colaboradores para a construção de seu livro. No texto de Nossa Senhora de Copacabana, essa ideia é transposta para a organização de um comício político, sugerindo que eventos políticos são também "escritos" e encenados, com diferentes figuras desempenhando papéis específicos. Padre Silvestre → Padre Malafaia: Troca de um personagem fictício por uma figura real da política brasileira contemporânea, reforçando a sátira. João Nogueira → João de Freitas: Ambos responsáveis por gramática e linguagem, sugerindo a importância da manipulação discursiva. Arquimedes → Waldemar: Ligados à tipografia, evidenciando o papel da mídia e da propaganda na comunicação política. Lúcio Gomes de Azevedo Gondim → Lúcio Ferreira de Azevedo Nilolas: Ambos redatores de O Cruzeiro, sugerindo uma continuidade histórica na construção das narrativas midiáticas. Significado da Intertextualidade Ao reutilizar a estrutura do romance de Graciliano Ramos, Nossa Senhora de Copacabana sugere que a política é construída de maneira tão calculada quanto um romance. Se em São Bernardo o narrador é um latifundiário que vê a literatura como um empreendimento, no novo texto, a política é tratada como um projeto artificial, planejado em detalhes para atender interesses específicos. Essa intertextualidade também insinua um questionamento sobre autenticidade: se São Bernardo trata da corrupção moral de seu protagonista, Nossa Senhora de Copacabana parece apontar para a corrupção estrutural da política brasileira, na qual discursos são fabricados como produtos midiáticos. Essa paródia sugere que a política moderna se tornou um espetáculo onde cada personagem tem um papel predeterminado, e a realidade nacional é moldada por interesses discursivos, midiáticos e ideológicos. _______________________________________________________________________________________________________

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