Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
quarta-feira, 5 de março de 2025
ROSA DE OURO
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Rosas de Ouro - Samba-Enredo 2025
Samba-Enredo
O medo de perder não pode superar
A gana de vencer, o jogo vai virar!
Rosas de Ouro! A grande jogada
Pode apostar!
O destino da vida
É o sopro do vento
Em cada partida
Um novo momento
Escreve em cada canto
O encanto a sonhar
E dar as cartas de verdade
É construir a identidade
Na sorte você é meu par
Em busca da vitória, vamos lá!
Pra conquistar a glória
Lutar, fazer história!
Se tornar um herói
A cada competição
Uma nova emoção!
E mergulhar na fonte
Do saber e do lazer
Com braveza e coragem
No tabuleiro descartar
A pura ganância
A sombra do azar
Vista a fantasia!
Bom é ser criança
E conectar o mundo na palma da mão
Vai reflorescer a Rosa do meu coração!
Composição: Aquiles Da Vila / Fabiano Sorriso / Salgado Luz / Leandro Flecha / Fabio Gonçalves / Fabian Juarez / Marcos Vinícius / Daniel / Wagner Forte / BieL
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Rosa de Ouro</b>
Elizeth Cardoso
Ela tem uma rosa de ouro nos cabelos
E outras mais tão graciosas;
Ela tem outras rosas que são os meus desvelos.
E seu olhar faz de mim um cravo ciumento
Em seu jardim de rosas.
Rosa de ouro, que tesouro
Ter essa rosa plantada em meu peito!
Rosa de ouro, que tesouro
Ter essa rosa plantada no fundo do peito!
Essa rosa de ouro que eu trago nos cabelos,
E outras mais tão graciosas,
Floresceu no lindo jardim dos meus desvelos;
Brotou em meu coração e cravos ciumentos
Querem colher - o que? - a rosa.
Rosa de ouro, singela,
Quero ofertar esta rosa tão bela!
Rosa de ouro, singela,
Quero ofertar a você esta rosa tão bela!
Quero ofertar a você esta rosa tão bela!
Composição: Elton Medeiros / Hermínio Bello Carvalho / Paulinho da Viola.
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A Semiótica da Nomeação e do Esquecimento: Um Ensaio em Três Atos
I - O Nome que Não se Pronuncia
Dizem que os políticos ligados a esse senhor nunca se referem aos adversários pelos seus nomes. Por que será que seus próprios autômatos o citam sempre nominalmente? A questão, à primeira vista banal, remete à essência da linguagem e ao poder da nomeação. Desde os antigos cabalistas até os semioticistas modernos, sabemos que o nome não é mero signo arbitrário, mas um vetor de existência dentro do espaço simbólico.
No mosteiro de Jorge de Burgos, em O Nome da Rosa, a palavra era tão perigosa que o riso, veículo potencial da heresia, precisava ser contido. Nomear é dar existência; ignorar é negar a substância do nomeado. No jogo político, a estratégia de silenciar o nome de um inimigo equivale a apagá-lo do imaginário social, enquanto a repetição incessante do nome próprio fortalece sua presença. Eis a semiótica do poder: quem controla a linguagem, controla a realidade.
II - A Traição das Tradições
Barbacena, terra de loucos e profetas, ressoa desde os tempos do imperador com um dito que parece moderno na sua tradição (ou traição?): “Falem mal, mas falem de mim.” O paradoxo é antigo. Nos tratados de retórica da Antiguidade, já se reconhecia que a infâmia não raramente se transforma em propaganda. Mas há algo de peculiar nesse eco: a modernidade transformou o escândalo em estratégia de marketing, e o rumor em matéria-prima do discurso político.
A traição da tradição está na inversão do sentido. Se outrora o nome era tabu, protegido pelo mistério e pela autoridade, hoje a superexposição substitui o respeito pelo espetáculo. No império da comunicação instantânea, melhor ser um vilão lembrado do que um justo esquecido. Os Andradas e Bias já sabiam disso, talvez por instinto, talvez por vocação histórica.
III - Entre “Deixa Falar” e “Vai-Vai”
No carnaval da semiótica, duas escolas disputam a primazia da palavra: a primeira escola de samba chamou-se "Deixa Falar", mas poderia muito bem ter sido "Vai-Vai". Os nomes não são neutros; carregam consigo as direções do discurso. Se Deixa Falar implica uma permissividade, um jogo dialógico onde a palavra circula, Vai-Vai sugere movimento, impulso, destino inevitável.
Afinal, a folia vem, a folia volta. Como um signo em perpétuo deslocamento, o discurso nunca se fixa. O carnaval, metáfora da linguagem, encarna a anarquia dos significantes, onde nada é absoluto e tudo pode ser reinventado. No fim, o que permanece é o ritmo da fala, o eco do nome e a eterna disputa pelo direito de ser ouvido.
Conclusão: O Nome, o Poder e o Esquecimento
Assim como no labirinto de O Nome da Rosa, onde o conhecimento é tanto uma revelação quanto um perigo, a política e a cultura popular tecem seus próprios fios de significado. Nomear ou calar? Lembrar ou esquecer? Cada decisão carrega consigo um gesto de poder.
E a folia, como o tempo, segue sua marcha inexorável.
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Rosas de Ouro é campeã do carnaval de SP após 15 anos
O enredo 'Rosas de Ouro em uma Grande Jogada' mostrou a história dos jogos e como eles influenciaram a humanidade ao longo dos anos. É o oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte de São Paulo.
Por Redação g1 SP — São Paulo
04/03/2025 18h11 Atualizado há uma hora
A Rosas de Ouro sagrou-se campeã do Carnaval de São Paulo nesta terça-feira (4), garantindo a vitória na última nota divulgada, após uma apuração tensa no Sambódromo do Anhembi.
O título marca o fim de um jejum de 15 anos para a agremiação, que não vencia desde 2010. A escola foi a sexta a entrar na avenida na primeira noite de desfiles, na sexta-feira (28), na Zona Norte da capital paulista.
“Eu sabia que ia virar, porque foi uma grande virada. Nós fomos com tudo, quero agradecer a comunidade”, disse Angelina Basílio, presidente da Rosas.
O desfile abordou a história dos jogos ao longo dos séculos, destacando sua influência na humanidade. A apresentação começou com o dia amanhecendo e teve como destaque a fantasia neon da rainha de bateria Ana Beatriz Godoi, uma ala com integrantes vestidos de Pac Man, além de um balão com o rosto do personagem do famoso jogo eletrônico. Uma ala inteira vestida de baralho e a bateria coreografada também fizeram sucesso.
"É com trabalho e persistência que a gente chega lá. Porque a Rosas de Ouro é uma grande escola de samba de São Paulo. Tradicionalíssima”, disse a presidente.
Rosas de Ouro: veja o enredo e cante o samba
“A gente não pode esquecer da nossa ancestralidade. A Rosas de Ouro nasceu na Brasilândia. Eu nasci na Brasilândia, na estrada do Taboão e estou muito feliz. Agora é só festa. Até eu vou tomar chope", completou.
É o oitavo título da escola da Zona Norte de São Paulo. A escola já venceu o carnaval da capital paulista em 1983, 1984, 1990, 1991, 1992, 1994 e 2010.
Integrantes da Rosas de Ouro exibem o troféu de campeões do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte. — Foto: Luiz Franco/g1
Integrantes da Rosas de Ouro exibem o troféu de campeões do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte. — Foto: Luiz Franco/g1
A oitava conquista mantém a Rosas de Ouro como na quinta colocação entre as escolas que mais venceram o carnaval em São Paulo. Ela está atrás da Vai-Vai, com 15 títulos, Mocidade Alegre, com 12, Nenê de Vila Matilde, com 11, Camisa Verde e Branco, com 9.
Durante parte da apuração, a Águia de Ouro aparecia na frente, mas no último quesito, evolução, escorregou e terminou em sétimo lugar. Dois carros da escola, incluindo o que trazia Benito de Paula, homenageado pela escola, apresentaram problemas ainda na concentração. Embora eles tenham conseguido atravessar bem o percurso, o atraso na entrada resultou em alguns buracos na avenida, o que pode prejudicar a escola no quesito Evolução.
Equipe da Rosas de Ouro ergue o troféu de campeã do Carnaval 2025 em SP
O desfile
Rosas de Ouro - Grupo Especial (SP) - Íntegra do desfile de 28/02/2025
Neste ano, a escola que veste azul e rosa levou para a avenida 16 alas e quatro alegorias, que foram formadas por 1,8 mil componentes.
A comissão de frente brincou com as outras escolas que disputaram o Grupo Especial: apostas feitas em uma máquina caça-níquel sempre levavam à vitória da Rosas de Ouro.
Com tema de jogos, a primeira ala foi formada por pessoas vestidas de cartas de baralho. E o carro abre-alas era foi o "Grande Cassino Brasilândia", em homenagem à origem da escola.
Outras alas fizeram representações de jogos africanos, espartanos e chineses.
Conforme a banda passava, os jogos que apareciam eram cada vez mais modernos: Detetive, War e Banco Imobiliário, até chegar aos games tecnológicos, com Mario Bros, Pokémon e a Lenda de Zelda.
Comemoração entre integrantes da campeã Rosas de Ouro — Foto: Luiz Franco/g1
Comemoração entre integrantes da campeã Rosas de Ouro — Foto: Luiz Franco/g1
Presidente da Rosas de Ouro chora ao saber que é campeã do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte. — Foto: Luiz Franco/g1
Presidente da Rosas de Ouro chora ao saber que é campeã do carnaval de 2025, oitavo título da escola da Brasilândia, na Zona Norte. — Foto: Luiz Franco/g1
Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro — Foto: Wellington Moura / Divulgação
Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro — Foto: Wellington Moura / Divulgação
Classificação geraldo desfile das escolas de samba
Oferecido por
Escolas de samba de SP
Pontuação
1º
Logo escola Rosas
Rosas
269.8
2º
Logo escola Tatuapé
Tatuapé
269.8
3º
Logo escola Gaviões
Gaviões
269.7
4º
Logo escola Mocidade
Mocidade
269.7
5º
Logo escola Camisa
Camisa
269.7
Ver classificação completa
Veja as notas jurado a juradoApuração em Tempo real do desfile das escolas de samba
Por quesitos
Por escolas
selecionadoEnredo
Ir para nota em apuração
Escolas de samba Jurado 1 Jurado 2 Jurado 3 Jurado 4 Total
Logo escola Colorado
Colorado
10.0 10.0 9.8 9.7 29.8
Logo escola Barroca
Barroca
10.0 10.0 9.8 10.0 30.0
Logo escola Dragões
Dragões
10.0 10.0 10.0 9.9 30.0
Logo escola Mancha
Mancha
10.0 9.8 9.9 9.8 29.7
Logo escola Tatuapé
Tatuapé
10.0 10.0 9.9 10.0 30.0
Logo escola Rosas
Rosas
10.0 10.0 10.0 10.0 30.0
Logo escola Camisa
Camisa
10.0 10.0 10.0 9.8 30.0
Logo escola Águia
Águia
10.0 10.0 10.0 9.9 30.0
Logo escola Império
Império
9.9 9.9 10.0 9.6 29.8
Logo escola Mocidade
Mocidade
10.0 10.0 10.0 9.9 30.0
Logo escola Gaviões
Gaviões
10.0 10.0 10.0 10.0 30.0
Logo escola Tucuruvi
Tucuruvi
9.7 9.5 9.8 9.8 29.3
Logo escola 3º Milênio
3º Milênio
9.8 9.9 9.8 10.0 29.7
Logo escola Vai-Vai
Vai-Vai
10.0 9.9 10.0 9.9 29.9
Nota descartada
A Rosas
A Rosas quase foi rebaixada no ano passado: tirou 269,1 pontos e ficou à frente apenas da Camisa Verde e Branco, Tom Maior (rebaixada) e Independente Tricolor (rebaixada).
Com sede na Freguesia do Ó, na Zona Norte, a escola tem como origem um time de futebol da Brasilândia, o Glorioso da Vila Brasilândia.
Um grupo de amigos que acompanhava o time de várzea fazendo batucada à beira do campo fundou a escola de samba em 1971.
Um dos fundadores da escola, Eduardo Basílio é pai de Angelina Basílio, a atual presidente da agremiação.
Presidente da Rosas de Ouro: 'Agora é só festa. Até eu vou tomar chope'
Torcida da Rosas de Ouro comemora título no carnaval 2025
Atriz Julia Foti desfila pelo Rosas de Ouro em São Paulo — Foto: Leo Franco e Natália Rampinelli/AgNews
Atriz Julia Foti desfila pelo Rosas de Ouro em São Paulo — Foto: Leo Franco e Natália Rampinelli/AgNews
Apuração
Comemoração entre integrantes da campeã Rosas de Ouro — Foto: Luiz Franco/g1
Comemoração entre integrantes da campeã Rosas de Ouro — Foto: Luiz Franco/g1
A leitura das pontuações atribuídas pelos jurados foi acompanhada apenas por diretores das escolas, convidados e profissionais da imprensa.
Durante a apuração, as notas foram lidas por quesito e a menor delas foi descartada. Ao final, as quantias foram somadas e as duas escolas que tiverem as menores pontuações totais foram rebaixadas, disputando o carnaval 2026 no Grupo de Acesso I.
As notas descartadas são sempre o primeiro critério de desempate a ser aplicado. Neste ano, "Evolução" será o critério de desempate utilizado para definir as campeãs e "Enredo" será o primeiro quesito a ser lido.
Veja como foi a ordem de leitura das notas dos nove quesitos, definida no sorteio:
Enredo
Bateria
Samba enredo
Mestre-sala e porta-bandeira
Comissão de frente
Harmonia
Alegoria
Fantasia
Evolução
Comemoração Rosas de Ouro na quadra da escola — Foto: Luiz Gabriel Franco/g1
Comemoração Rosas de Ouro na quadra da escola — Foto: Luiz Gabriel Franco/g1
Como os jurados atribuem as notas
No momento em que pisam na avenida, as escolas começam o desfile com nota 10 em todas as categorias. A partir daí, os 36 jurados do grupo Especial - quatro de cada categoria - recebem um manual e, a cada décimo tirado, devem justificar com base no documento.
Além disso, os julgadores recebem uma pasta com o que foi planejado pela escola para comparar com o que foi apresentado durante o desfile.
No sábado, segunda noite de desfiles, a Liga trocou uma jurada, que se sentiu mal e pediu para ser substituída. Julia Lelli julgou normalmente na sexta e foi substituída por Luciana Miranda Marchini no sábado.
Ana Beatriz Godoi, rainha da Rosas de Ouro, usa fantasia que borrifa perfume na avenida
Entenda os quesitos avaliados pelo júri
Evolução: Julga a forma como a escola passa pela avenida, sem deixar buracos e sem correr para cumprir o tempo do desfile.
Comissão de Frente: A coreografia conta com alguns movimentos obrigatórios, como a saudação ao público e a apresentação da escola. Jurados também dão nota para a fantasia e observam se a comissão de frente atende à exigência de no mínimo seis componentes e, no máximo, 15.
Fantasia: Avalia a beleza e o significado das fantasias desfiladas. Os jurados também podem se atentar a detalhes e ao acabamento. Os itens apresentados no desfile devem corresponder ao apresentado anteriormente em desenhos pela escola.
Enredo: Nesse quesito é considerado se o tema está sendo bem contado na avenida, com a ajuda das alas e alegorias, e se o jurado e o público conseguem fazer uma leitura fácil da apresentação.
Samba-enredo: O jurado deve considerar se a letra do samba transmite o enredo proposto pela escola. Já a melodia deve provocar nos componentes a vontade de evoluir, dançar e cantar.
Bateria: Avalia o desempenho dos ritmistas e dos mestres de bateria acompanhando o samba-enredo. Além de alguns instrumentos obrigatórios, é importante que tudo esteja afinado. Também é considerada a "ousadia na performance musical", com bossa, paradinha, breque, apagão, convenção e virada.
Alegoria: Julga os carros alegóricos - a beleza e a relação com o enredo. As escolas de samba são obrigadas a desfilar com cinco alegorias.
Mestre-sala e porta-bandeira: Considera-se o entrosamento dos dois na coreografia, a graciosidade dos movimentos e, também, as fantasias.
Harmonia: Analisa se os componentes da escola estão integrados, cantando o samba conforme o ritmo da bateria e fazendo as coreografias corretamente.
Balão de PacMan da Rosas de Ouro — Foto: Deslange Paiva/g1
Balão de PacMan da Rosas de Ouro — Foto: Deslange Paiva/g1
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Rosas de Ouro
São Paulo
https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/carnaval/2025/noticia/2025/03/04/rosas-de-ouro-e-campea-do-carnaval-de-sp.ghtml
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PAULINHO DA VIOLA E OS QUATRO CRIOULOS - Rosa de Ouro
alfeuRIO
29 de out. de 2013
Música de Elton Medeiros, Hermínio Bello de Carvalho e Paulinho da Viola, álbum "Paulinho da Viola e Os Quatros Crioulos - A Música Brasileira Deste Século Por Seus Autores e Intérpretes" (2001), sêlo SESC São Paulo
Anescarzinho do Salgueiro : tamborim
Elton Medeiros: lata
Jair do Cavaquinho: cavaquinho
Nelson Sargento: violão
Paulinho da Viola: violão
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A Semiótica da Nomeação e do Esquecimento: Um Ensaio em Três Atos
Epígrafe
Rosa de OuroElizeth CardosoComposição: Elton Medeiros, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola
"Ela tem uma rosa de ouro nos cabelosE outras mais tão graciosas;Ela tem outras rosas que são os meus desvelos."
I - O Nome que Não se Pronuncia
Dizem que os políticos ligados a esse senhor nunca se referem aos adversários pelos seus nomes. Por que será que seus próprios autômatos o citam sempre nominalmente? A questão, à primeira vista banal, remete à essência da linguagem e ao poder da nomeação. Desde os antigos cabalistas até os semioticistas modernos, sabemos que o nome não é mero signo arbitrário, mas um vetor de existência dentro do espaço simbólico.
No mosteiro de Jorge de Burgos, em O Nome da Rosa, a palavra era tão perigosa que o riso, veículo potencial da heresia, precisava ser contido. Nomear é dar existência; ignorar é negar a substância do nomeado. No jogo político, a estratégia de silenciar o nome de um inimigo equivale a apagá-lo do imaginário social, enquanto a repetição incessante do nome próprio fortalece sua presença. Eis a semiótica do poder: quem controla a linguagem, controla a realidade.
II - A Traição das Tradições
Barbacena, terra de loucos e profetas, ressoa desde os tempos do imperador com um dito que parece moderno na sua tradição (ou traição?): “Falem mal, mas falem de mim.” O paradoxo é antigo. Nos tratados de retórica da Antiguidade, já se reconhecia que a infâmia não raramente se transforma em propaganda. Mas há algo de peculiar nesse eco: a modernidade transformou o escândalo em estratégia de marketing, e o rumor em matéria-prima do discurso político.
A traição da tradição está na inversão do sentido. Se outrora o nome era tabu, protegido pelo mistério e pela autoridade, hoje a superexposição substitui o respeito pelo espetáculo. No império da comunicação instantânea, melhor ser um vilão lembrado do que um justo esquecido. Os Andradas e Bias já sabiam disso, talvez por instinto, talvez por vocação histórica.
III - Entre “Deixa Falar” e “Vai-Vai”
No carnaval da semiótica, duas escolas disputam a primazia da palavra: a primeira escola de samba chamou-se "Deixa Falar", mas poderia muito bem ter sido "Vai-Vai". Os nomes não são neutros; carregam consigo as direções do discurso. Se Deixa Falar implica uma permissividade, um jogo dialógico onde a palavra circula, Vai-Vai sugere movimento, impulso, destino inevitável.
Afinal, a folia vem, a folia volta. Como um signo em perpétuo deslocamento, o discurso nunca se fixa. O carnaval, metáfora da linguagem, encarna a anarquia dos significantes, onde nada é absoluto e tudo pode ser reinventado. No fim, o que permanece é o ritmo da fala, o eco do nome e a eterna disputa pelo direito de ser ouvido.
Conclusão: O Nome, o Poder e o Esquecimento
Assim como no labirinto de O Nome da Rosa, onde o conhecimento é tanto uma revelação quanto um perigo, a política e a cultura popular tecem seus próprios fios de significado. Nomear ou calar? Lembrar ou esquecer? Cada decisão carrega consigo um gesto de poder.
E a folia, como o tempo, segue sua marcha inexorável.
Epílogo
Rosa de OuroElizeth CardosoComposição: Elton Medeiros, Hermínio Bello de Carvalho, Paulinho da Viola
"Essa rosa de ouro que eu trago nos cabelos,E outras mais tão graciosas,Floresceu no lindo jardim dos meus desvelos."
No jogo da semiótica e do tempo, há ecos que antecedem os nomes e nomes que afloram como ecos tardios. Antes de O Nome da Rosa, brilhou A Rosa de Ouro, porque na poesia e no samba, como na filosofia e na política, os signos nunca deixam de dançar.
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