quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Esse Cartola!

Divino na delicadeza

Na floresta com classe de cartola

48 Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. Mateus 5

Cartola (Angenor de Oliveira). Compositor, cantor, instrumentista.
Rio de Janeiro RJ 11/10/1908-id. 30/11/1980.



“Aquele que tem muita força.” Dicionário de Nomes Próprios


Cartola não passou, diria, “fui à vida”, necessidade imperiosa de se encontrar.


ARTIGO
Outros poetas falam
Em novembro de 1980, Carlos Drummond de Andrade publicou um artigo sobre Cartola, dizendo que o considerava um humano que se apaixonou pelo samba e fez do samba o mensageiro de sua alma delicada. Três dias depois, o homenageado morreu.

Drummond fala de Cartola
Texto publicado no Jornal do Brasil em 27 de novembro de 1980






Na Floresta
Cartola



Na floresta dei-te um ninho
E mostrei-te o bom caminho
Mas quando a mulher
Não tem brio dizem que
É malhar em ferro frio

Tudo eu fiz por você
Não quiseste atender
Os meus conselhos
E a minha opinião
Algum dia vais ver
Como é triste sofrer
E de joelhos vens pedir
O meu perdão

Na floresta dei-te um ninho
E mostrei-te o bom caminho
Mas quando a mulher
Não tem brio dizem que
É malhar em ferro frio

O teu contentamento
Foi o meu sofrimento
Não importa
Tudo isso há de acabar
E assim me contento
Esperando o momento
Que a minha porta
Pra você há de fechar
Composição: Cartola / Silvio Caldas




Pedro Bial homenageia o cantor Cartola e reúne Elton Medeiros, Teresa Cristina e Flávio Bauraqui
No 'Conversa com Bial', artistas discutem a importância do compositor e poeta no cenário da música

Por Gshow, Rio de Janeiro
26/09/2017 01h58  Atualizado 26/09/2017 02h06



Elton Medeiros e Nelson Sargento - Alvorada / Ao Amanhecer



Quem me vê sorrindo
Carlos Cachaça
 


Quem me vê sorrindo
Pensa que estou alegre
O meu sorriso
É por consolação
Porque sei conter
Para ninguém ver
O pranto do meu coração

O pranto que eu verti por este amor
Talvez
Não compreendeste
E se eu disser, não crês
Depois de derramado
Ainda soluçando
Tornei-me alegre
Estou cantando

Compreendi o erro
De toda a humanidade
Uns choram por prazer
E outros com saudades
Jurei e a minha jura
Jamais eu quebrarei
E todo o pranto esconderei.
Composição: Carlos Cachaça / Cartola



Acontece
Paulinho da Viola
 


Esquece o nosso amor, vê se esquece.
Porque tudo no mundo acontece
E acontece que eu já não sei mais amar.
Vai chorar, vai sofrer, e você não merece,
Mas isso acontece.
Acontece que o meu coração ficou frio
E o nosso ninho de amor está vazio.
Se eu ainda pudesse fingir que te amo,
Ah, se eu pudesse
Mas não quero, não devo fazê-lo,
Isso não acontece
Composição: Cartola



AUTONOMIA




Autonomia
Cartola
 



É impossível nesta primavera, eu sei
Impossível, pois longe estarei
Mas pensando em nosso amor, amor sincero
Ai! se eu tivesse autonomia
Se eu pudesse gritaria
Não vou, não quero
Escravizaram assim um pobre coração
É necessário a nova abolição
Pra trazer de volta a minha liberdade
Se eu pudesse gritaria, amor
Se eu pudesse brigaria, amor
Não vou, não quero.
Composição: Cartola



Cartola não passou, diria, segundo Drummond, “fui à vida”, expressa taxativamente na necessidade de se encontrar.

Preciso Me Encontrar
Cartola


 
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar

Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver

Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar

Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Deixe-me ir preciso andar
Vou por aí a procurar
Sorrir pra não chorar
Composição: Candeia


Como é Que Eu Posso
Cartola



Como é que eu posso
Cozinhar sem banha
Sem cebola e alho
Sem vinagre e cheiro
Como é que eu posso
Ter bom paladar
Sem você deixar
A grana pros temperos
Pois fique sabendo
Que o jeijão bichado
E o arroz quebrado
Que alguém lhe vendeu
Já despejei tudinho no terreiro
Veja bem o dinheiro
Que você perdeu
Ou você acaba com essa economia
Ou então acaba-se nossa amizade
Já reclamo isso quase todo dia
Você me responde com simplicidade
É que a cebola minha filha, está soberba
O alho e o vinagre cada vez subindo mais
Peça emprestado cada dia a uma vizinha
Ou continua fazendo sempre como você faz

Composição: Cartola/Noel Rosa




Referências

http://www.cartola.org.br/cartola.html
http://www.itaucultural.org.br/presskit/cartola/images/cartola-por-drummond.jpg?crc=4147133616
http://www.itaucultural.org.br/presskit/cartola/drummond.html
https://youtu.be/o-WPR0MYozE
https://www.letras.mus.br/cartola/95790/
https://www.cifras.com.br/cifra/cartola/a-floresta
https://gshow.globo.com/programas/conversa-com-bial/noticia/pedro-bial-homenageia-o-cantor-cartola-e-reune-elton-medeiros-teresa-cristina-e-flavio-bauraque.ghtml
https://youtu.be/hnS2cRGdXSk
https://www.letras.mus.br/carlos-cachaca/1269088/
https://youtu.be/nfl1O2uAcss
https://www.letras.mus.br/paulinho-da-viola/1125114/
blob:https://web.whatsapp.com/6098bc37-918c-402c-b720-b63f321b3af0
https://www.letras.mus.br/cartola/88703/
https://youtu.be/fUjOfsoBhMY
https://www.letras.mus.br/cartola/68347/
https://youtu.be/J3N7lFtb17o
https://www.vagalume.com.br/cartola/como-e-que-eu-posso.html

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