domingo, 14 de dezembro de 2025

CUMPRIDA SUA PARTE NO ACORDO: ACÓRDÃO INÓCUO E DEPUTADOS ACORDAM SOSSEGADOS

Martinho da Vila - Século do Progresso (Noel Rosa) José Antonio Kast é eleito presidente do Chile Ultradireitista receberá a faixa do presidente Gabriel Boric e assumirá o Palácio de La Moneda em março do ano que vem Da CNN Brasil 14/12/25 às 19:35 | Atualizado 14/12/25 às 20:12 José Antonio Kast é eleito presidente do Chile O candidato da ultradireita José Antonio Kast foi eleito neste domingo (14) presidente do Chile ao derrotar, no segundo turno, Jeannette Jara, do Partido Comunista. Kast assumirá o comando do país em março do próximo ano, quando receberá a faixa presidencial do atual presidente, Gabriel Boric. Jara telefonou ao adversário para reconhecer a derrota. “A democracia falou alto e claro. Desejei sucesso ao presidente eleito para o bem do Chile”, afirmou em publicação nas redes sociais. Perfil Filho de um imigrante alemão que integrou o partido nazista e deixou a Europa após a Segunda Guerra Mundial, Kast afirma que o pai foi recrutado à força. A família construiu um negócio no setor alimentício no sul de Santiago. Católico, casado há mais de 30 anos com a advogada Maria Pia Adriasola, Kast é pai de nove filhos. Seu irmão mais velho, Miguel Kast, foi ministro e presidente do Banco Central durante a ditadura do general Augusto Pinochet. Formado em direito, ingressou no fim dos anos 1990 na União Democrática Independente (UDI). Foi deputado por mais de uma década e deixou o partido em 2016 para disputar a Presidência como independente, obtendo menos de 10% dos votos. Em 2021, voltou à corrida presidencial pelo Partido Republicano, fundado por ele. Agenda política Com mais de duas décadas de atuação política, Kast se beneficiou do desgaste do governo de esquerda de Boric e da fragmentação do centro político, segundo analistas. Na campanha, defendeu o endurecimento das políticas de segurança pública e imigração. Inspirado em modelos dos Estados Unidos e de El Salvador, propõe a criação de uma força policial especializada, a militarização de fronteiras e a aceleração de deportações. Também elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente dos EUA, Donald Trump. Na área econômica, defende flexibilização das leis trabalhistas, redução de impostos corporativos e diminuição da regulação estatal, com sinalização de moderação nos cortes de gastos. Conservador nos costumes, Kast já declarou que pretende restringir o aborto e proibir a venda da pílula do dia seguinte. “Defendo a vida desde a concepção até a morte natural”, afirmou em debate.
José Antonio Kast, candidato presidencial do Partido Republicano durante 2º turno, em Santiago, Chile, em 14 de dezembro de 2025 — Foto: REUTERS/Rodrigo Garrido José Antonio Kast é eleito presidente do Chile O ex-deputado e advogado José Antonio Kast, de 59 anos, foi eleito neste domingo (14) presidente do Chile. Fundador e líder do Partido Republicano, de direita, ele assume o comando do país após duas tentativas anteriores frustradas. Casado há mais de três décadas com a advogada Maria Pia Adriasola, Kast é pai de nove filhos. Em 2016, então parlamentar da União Democrática Independente (UDI), renunciou ao mandato para disputar a Presidência da República, mas ficou com menos de 10% dos votos. Em 2021, voltou à corrida presidencial pelo Partido Republicano, criado por ele, sendo derrotado por Gabriel Boric, atual chefe do Executivo chileno. Na campanha vitoriosa, Kast defendeu o endurecimento das políticas de segurança pública, com ampliação do poder de atuação das polícias e o uso das Forças Armadas em regiões consideradas sensíveis. Também prometeu deter e expulsar cerca de 340 mil imigrantes em situação irregular. Entre suas propostas está a implementação de um “escudo fronteiriço” na fronteira com a Bolívia, que prevê a construção de um muro, a abertura de trincheiras e o deslocamento de 3 mil militares. Embora tenha defendido no passado o legado do regime de Augusto Pinochet, Kast afirma ser um defensor da democracia.
JOGUE FLORES NA ZAMBELLI "Pogressio, pogressio Eu sempre iscuitei falar, que o pogressio vem do trabaio Então amanhã cedo, nóis vai trabalhar" Conselho de Mulher Adoniran Barbosa Renúncia de Zambelli exime Motta de obedecer ordem de Moraes Adriana Ferraz Século do Progresso Noel Rosa A noite estava estrelada Quando a roda se formou A Lua veio atrasada E o samba começou Um tiro a pouca distância No espaço forte ecoou Mas ninguém deu importância E o samba continuou Entretanto ali bem perto Morria de um tiro certo Um valente muito sério Professor dos desacatos Que ensinava aos pacatos O rumo do cemitério Chegou alguém apressado Naquele samba animado Que cantando assim dizia No século do progresso O revólver teve ingresso Pra acabar com a valentia Um tiro a pouca distância Compositor: Noel de Medeiros Rosa (Noel Rosa) Do UOL, em São Paulo
14/12/2025 16h25 Resumo da notícia Carla Zambelli renunciou ao cargo de deputada, o que liberou Hugo Motta de seguir a ordem de cassação imposta por Alexandre de Moraes do STF. A decisão de Zambelli de renunciar alivia a tensão entre a Câmara e o STF, após tentativas da Câmara de manter seu mandato. Zambelli foi condenada por invasão hacker e outros crimes; seus direitos políticos foram cassados, mas ela fugiu para o exterior antes da prisão A renúncia da agora ex-deputada Carla Zambelli (PL-SP), anunciada hoje pela Câmara dos Deputados, exime o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de obedecer à ordem de cassação dada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. O que aconteceu Decisão de Zambelli oficializa suplente. No comunicado enviado à imprensa, Motta deixa claro que a convocação do suplente decorre do anúncio de Zambelli e não da ordem dada por Moraes na quinta-feira passada — e confirmada pela Primeira Turma do STF no dia seguinte. Em decorrência disso [a renúncia], o presidente da Câmara dos Deputados determinou a convocação do suplente, deputado Adilson Barroso (PL-SP), para tomar posse. Nota da Presidência da Câmara dos Deputados Motta desobedece ordem do STF desde junho. Quando a primeira condenação de Zambelli transitou em julgado, em junho, a ordem para cassar o mandato da então deputada já havia sido expedida pelo STF. Mas, por um cálculo político, Moraes e os demais ministros da Corte aguardaram a Câmara seguir com o trâmite de votar a perda do mandato. Mas como o plenário resolveu protegê-la, a decisão foi reforçada na semana passada. Decisão ajuda a aliviar tensão entre os Poderes. Na avaliação da defesa de Zambelli, a decisão pela renúncia ajuda a aliviar a tensão estabelecida entre a Câmara dos Deputados e o STF (Supremo Tribunal Federal) após o plenário votar pela manutenção do cargo da agora ex-deputada. "Achamos que essa seria a melhor estratégia para aliviar a tensão. Motta se sentiu aliviado", disse o advogado Fabio Pagnozzi. Condenação criminal transitada em julgado anula direitos políticos. A Constituição Federal define que "perderá o mandato o deputado ou senador que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado". Já a Lei Complementar 64/90 acrescenta que, nestes casos, a inelegibilidade é automática, ou seja, não requer nenhum tipo de ratificação. O anúncio de Zambelli, portanto, não muda o quadro, segundo juristas ouvidos pelo UOL Zambelli fugiu após a primeira condenação transitar em julgado. Desde junho, quando transitou em julgado a primeira condenação de Zambelli — por invasão hacker ao sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) —, seu mandato e seus direitos políticos estão oficialmente cassados pelo tribunal. Foi nessa época que a parlamentar fugiu do país — primeiro para os EUA e, depois, para a Itália, onde está presa. Ela também foi condenada por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal. Proteção dada pela Câmara exigiu nova decisão. Horas depois de o plenário da Câmara votar por manter o mandato de Zambelli, adotando o entendimento de que cabe à Mesa Diretora decidir sobre "cassação derivada da perda ou suspensão dos direitos políticos", Moraes reforçou que é o Poder Judiciário quem determina a perda de mandatos de parlamentares condenados criminalmente com decisão transitada em julgado. Cabe à Mesa da Câmara dos Deputados, nos termos do §3º do artigo 55 da Constituição Federal, tão somente declarar a perda do mandato, ou seja, editar ato administrativo vinculado. Alexandre de Moraes, ministro do STF Ordem de Moraes foi ratificada por demais ministros. A ordem dada por Moraes, de declarar nula a votação que manteve o mandato de Zambelli, já é apreciada pelos demais ministros da Corte, foi ratificada pelos demais ministros da Primeira Turma do STF, responsáveis por condenar tanto Zambelli como Ramagem. Palavra final é da Câmara só em caso de infração ética. Diferentemente dos casos que envolvem condenações criminais, a decisão sobre a inelegibilidade por perda de mandato derivada de infração ética ou crime de responsabilidade cabe ao plenário da Câmara. Seria o caso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), por exemplo, que foi punido com uma suspensão de seis meses.
Na democracia, lembra Marx, o Estado não cria o povo: é o povo que cria o Estado. Quando a lei se emancipa do homem e passa a servi-lo apenas como forma, a política adormece — e os acordos seguem, sossegados. CUMPRIDA SUA PARTE NO ACORDO: ACÓRDÃO INÓCUO E DEPUTADOS ACORDAM SOSSEGADOS domingo, 14 de dezembro de 2025 Opinião do dia – Karl Marx (Democracia)* “Hegel parte do Estado e faz do homem o Estado subjetivado; a democracia parte do homem e faz do Estado o homem subjetivado. Do mesmo modo que a religião não cria o homem, mas o homem cria a religião, assim também não é a constituição que cria o povo, mas o povo a constituição. A democracia, em um certo sentido, está para as outras formas de Estado como o cristianismo para outras religiões… O homem não existe em razão da lei, mas a lei existe em razão do homem.” Karl Marx, Crítica da Filosofia do Direito de Hegel, p. 50. Boitempo Editorial, 2005. 🔗 Referência: Boitempo Editorial – Crítica da Filosofia do Direito de Hegel https://www.boitempoeditorial.com.br
O Chile como bússola quebrada do ciclo progressista: entre a fadiga das promessas, a centralidade tardia da segurança e o retorno da geopolítica dura no Cone Sul. O relógio político avança — uns veem tarde, outros agem primeiro. O governo Boric, sucessão chilena e isolamento de Lula Por Luiz Carlos Azedo Correio Braziliense 🔗 Correio Braziliense https://www.correiobraziliense.com.br As eleições no Chile simbolizam o esgotamento de um ciclo da esquerda latino-americana, que não traduziu vitória eleitoral em hegemonia social nem em avanço econômico sustentável. Os chilenos vão às urnas para escolher seu novo presidente entre Jeannette Jara, militante comunista e representante das esquerdas, e José Antonio Kast, líder do Partido Republicano e expressão da direita radical. O presidente Gabriel Boric encerra um ciclo político iniciado com a promessa de renovação geracional e moral, mas marcado por maximalismos identitários, incapacidade de construir maiorias sociais estáveis e leitura equivocada das prioridades abertas após o estallido social (2019–2021). Ao final do mandato, o Chile apresenta-se mais inseguro, fragmentado politicamente e desconfiado do Estado. A aprovação presidencial manteve-se próxima de 30%, enquanto a rejeição orbitou 60%. A frustração social se consolidou quando a proposta de nova Constituição foi rejeitada em setembro de 2022 (62% a 38%), marcando o ponto de inflexão do ciclo progressista chileno. Nesse ambiente, Jeannette Jara, apesar do bom desempenho no Ministério do Trabalho e da vitória nas primárias da esquerda, chega isolada à disputa, associada à continuidade de um governo impopular. A esquerda perde capilaridade junto às classes populares, que migram para alternativas conservadoras ou populistas. A ascensão de José Antonio Kast não é episódica. Representa a consolidação de uma direita ideológica, disciplinada e conectada internacionalmente. Após a derrota em 2021, Kast moderou a forma e concentrou o discurso em segurança, crescimento econômico e controle migratório — temas centrais do novo humor social. Doutrina Monroe e o novo tabuleiro do Cone Sul Uma eventual vitória de Kast insere o Chile em um rearranjo regional mais amplo: Argentina (Javier Milei), Paraguai conservador, alternância no Uruguai e o provável realinhamento chileno desenham um Cone Sul marcado pela crítica ao Estado, centralidade da ordem e rejeição às agendas progressistas identitárias. Esse movimento articula-se à disputa geopolítica global entre Estados Unidos, China e Rússia. Washington substituiu a retórica da promoção da democracia por uma lógica de segurança hemisférica, reativando operacionalmente a Doutrina Monroe, agora sob a influência do nacionalismo trumpista. O objetivo estratégico é conter a expansão chinesa em infraestrutura, energia, minerais críticos e telecomunicações, além de bloquear a presença russa associada à cooperação militar e à desinformação. A crise venezuelana ocupa papel central nesse tabuleiro, funcionando como alerta e justificativa para políticas mais duras no continente. Líderes como Javier Milei, Nayib Bukele e, potencialmente, José Antonio Kast tornam-se parceiros preferenciais dessa estratégia. O Brasil, sob o governo Lula, encontra-se relativamente isolado: sua política externa de autonomia estratégica e diálogo com China e Rússia contrasta com o novo eixo conservador do Cone Sul e com a agenda de Washington.
Traduções simultâneas – três registros do mesmo fenômeno 1. Técnico / Análise de conjuntura ES (Boric — balanço de governo) Al ver, constató que ya había visto aquello que ahora veía: el cierre de un ciclo y la dificultad de transformar legitimidad simbólica en gobernabilidad real. EN (Trump — leitura estratégica) Seeing it, he realized he had already seen it before: a cycle ending, weak governments, and voters demanding order and security. Compatibilidade: Boric reconhece tardiamente; Trump traduz imediatamente em poder, ordem e segurança. 2. Literário / Transição de poder ES (Boric — despedida implícita) Al ver, vio que ya había visto lo que ahora veía: un país cansado de promesas y urgido de certezas. EN (Trump — narrativa política) When he saw it, he knew he’d seen it before: people tired of talk, ready for strength and results. Compatibilidade: fadiga social, centralidade da segurança e mudança de humor coletivo. 3. Experimental / Geopolítica do poder ES (Boric — consciência histórica) Viendo, se vio viendo el final de un tiempo que ya se había visto terminar en otros lugares del mundo. EN (Trump — Doutrina Monroe revitalizada) Seeing it, he saw it clearly: the same pattern again — and this time, America acts first. Compatibilidade: Boric como parte de um movimento histórico; Trump como agente de ação direta. Síntese final O Chile explicita o fim de um ciclo da esquerda latino-americana que venceu eleições, mas não construiu hegemonia social nem respondeu às prioridades de segurança e economia. No novo arranjo geopolítico do Cone Sul, o Brasil aparece relativamente isolado. Boric fala a linguagem da memória e do encerramento. Trump traduz o mesmo fenômeno em oportunidade, alinhamento e poder. A mesma realidade: um vê tarde; o outro vê primeiro. Legenda da imagem O Chile como bússola quebrada do ciclo progressista: entre a fadiga das promessas, a centralidade tardia da segurança e o retorno da geopolítica dura no Cone Sul. O relógio político avança — uns veem tarde, outros agem primeiro. P

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