terça-feira, 3 de setembro de 2019

Não foi publicada no Brasil





Deu no New York Times


                                                    
Internacionalização da Amazônia




Durante debate ocorrido no mês de Novembro/2000, em uma universidade nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque, foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro.
Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta.
Ele respondeu:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro, ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

Cristovam Buarque foi governador do Distrito Federal e reitor da Universidade de Brasília nos anos 90. É palestrante e humanista respeitado mundialmente.




Prefiro a censura ao sectarismo. O censor tenta impedir a verdade, o sectário tenta impor suas mentiras.

Houve um tempo que a censura por parte do governo nos impedia de saber. Agora o sectarismo de vários lados tenta nos impedir de pensar.

Difícil de acreditar. E onde vamos parar?



BUARQUE, Cristovam
*gov. DF 1994-1998; min. Educ. 2003-2004; sen. DF 2004-2010; 2011-  


        

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque nasceu em Recife no dia 20 de fevereiro de 1944, filho de Durval Buarque Lima e de Benedita Cavalcanti Queirós. É filho de um casal de classe média baixa – os pais trabalhavam em uma tecelagem e o adolescente Cristovam ajudava a vender panos e a fazer a contabilidade comercial dos negócios. Quando estudante, trabalhava ministrando aulas particulares de física e matemática, especialidade que o fez optar pelo curso de engenharia mecânica, aproveitando assim o clima desenvolvimentista do país nos anos 50 e 60. Foi o primeiro de sua família a ter nível superior.






Internacionalização do Mundo

Vídeo sobre discurso de Cristovam Buarque sobre a internacionalização da Amazônia

Música
In The Raft
Artista
Eugenio Matos
Álbum
Ship of the Savannah





Deu no New York Times


W/ Brasil (Chama o Síndico)
Jorge Ben Jor





Alô, Alô W o Brasil
Alô, Alô W o Brasil

Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

O trem corre no trilho
Da Central do Brasil
O trem corre no trilho
Da Central do Brasil

Incluindo paixão antiga
E aquele beijo quente
Que eu ganhei da sua amiga
E o que é que deu?
Funk na cabeça
E o que é que deu?
Funk na cabeça

Alô, Alô W o Brasil
Alô, Alô W o Brasil

Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

E o que é que deu?
Funk na cabeça
E o que é que deu?
Funk na cabeça
Deu no New York Time
Fernando, o Belo
Não sabe se vai
Participar
Do próximo campeonato
De surf ferroviário

Surfista de trem
Surfista de trem
Deu no New York Time
A Feira de Acari
É um sucesso

Tem de tudo
É um mistério
Deu no New York Times
Dizem que Cabral 1
Descobriu a filial
Dizem que Cabral 2
Tentou e se deu mal
Dizem que Cabral 1
Descobriu a filial
Dizem que Cabral 2
Tentou e se deu mal

Amor! Dor! Dor!
Lá da rampa mandaram avisar
Que todo dinheiro será devolvido
Quando setembro chegar
Num envelope azul indigo
Num envelope azul indigo
Chama o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!

Alô, Alô W o Brasil
Alô, Alô W o Brasil

Da Central passando
Pela Mangueira
Dando uma volta na Pavuna
E chegando em Madureira
É lá!
Que o samba rola de primeira
É lá!
Que o samba rola de primeira

Alô, Alô tia Léia
Se tiver ventando muito
Não venha de helicóptero
Alô, Alô tia Léia
Se tiver ventando muito
Não venha de helicóptero

Alô Alô, W o Brasil
Alô Alô, W o Brasil

-Alô telefonista
Me desperte às 7: 15 por favor
Rádio táxi 9 e meia
Senão o bicho pega
Eu também quero graves
Médios e agudos

Eu vou chamar
Jacarezinho! Avião!
Jacarezinho! Avião!
Cuidado com o disco voador
Tira essa escada daí
Essa escada é prá ficar
Aqui fora
Eu vou chamar o síndico
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia! Tim Maia!
Tim Maia!

Composição: Jorge Ben Jor




Referências

https://youtu.be/MjnRphcOfSI
https://www.youtube.com/watch?v=MjnRphcOfSI
https://twitter.com/Sen_Cristovam?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor
http://www.fgv.br/Cpdoc/Acervo/dicionarios/verbete-biografico/cristovam-ricardo-cavalcanti-buarque
https://youtu.be/awniNjJ0eC0
https://www.youtube.com/watch?v=awniNjJ0eC0
https://youtu.be/bkM1u4GxHzw
https://www.letras.mus.br/jorge-ben-jor/46650/

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