“SUS
SALVA BOLSONARO POR R$ 367,06”
“[...]
Errata: Versão anterior desta reportagem informou incorretamente que o
cirurgião Paulo Gonçalves de Oliveira Junior receberia 367 reais e seis
centavos para salvar Bolsonaro. Ele receberá uma parte disso. O valor será
dividido com os outros médicos que participaram da cirurgia.”
Piauí
LEI Nº 8.080, DE 19 DE SETEMBRO DE 1990.
Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o
funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta
e eu sanciono a seguinte lei:
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 1º Esta lei regula, em
todo o território nacional, as ações e serviços de saúde, executados isolada ou
conjuntamente, em caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou
jurídicas de direito Público ou privado.
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES
GERAIS
Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado
prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e
execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de
doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem
acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção,
proteção e recuperação.
Art. 3o Os níveis de saúde expressam a
organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o
meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o
transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços
essenciais. (Redação dada pela Lei
nº 12.864, de 2013)
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força
do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.
TÍTULO II
DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR
Art. 4º O conjunto de ações e
serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações
mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 1º Estão incluídas no
disposto neste artigo as instituições públicas federais, estaduais e municipais
de controle de qualidade, pesquisa e produção de insumos, medicamentos,
inclusive de sangue e hemoderivados, e de equipamentos para saúde.
§ 2º A iniciativa privada
poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar.
.......................................................................................................................
Art.
53. (Vetado).
Art. 53-A. Na
qualidade de ações e serviços de saúde, as atividades de apoio à assistência à
saúde são aquelas desenvolvidas pelos laboratórios de genética humana, produção
e fornecimento de medicamentos e produtos para saúde, laboratórios de analises
clínicas, anatomia patológica e de diagnóstico por imagem e são livres à
participação direta ou indireta de empresas ou de capitais
estrangeiros. (Incluído pela Lei nº
13.097, de 2015)
Art. 55. São
revogadas a Lei
nº. 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei nº. 6.229, de 17
de julho de 1975, e demais disposições em contrário.
Brasília, 19 de
setembro de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Alceni Guerra
Alceni Guerra
Este
texto não substitui o publicado no DOU de 20.9.1990
SUS
SALVA BOLSONARO POR R$ 367,06
Pago pelo sistema público brasileiro, cirurgião de
veias e artérias de Juiz de Fora é tirado de almoço de família para achar e
conter hemorragia no candidato
CONSUELO DIEGUEZ
07set2018 14h47
O
candidato é transferido de Juiz de Fora para o Hospital Albert Einstein, em São
Paulo, nesta sexta-feira, 7 de setembro REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Antes do Einstein veio o SUS. Antes dos médicos de
grife vieram os que recebem pela tabela do Sistema Único de Saúde. Foram eles
que salvaram a vida de um Jair Bolsonaro esfaqueado e exangue. Esta é a
história de um deles.
Por volta das 16 horas desta quinta-feira, o cirurgião vascular Paulo Gonçalves de Oliveira Junior participava de um almoço de família em Juiz de Fora quando seu celular tocou. Era um chamado da Santa Casa de Misericórdia da cidade para que fosse com urgência para o hospital: Bolsonaro havia sido esfaqueado e os médicos não conseguiam conter a hemorragia e nem identificar de onde vinha. O candidato a presidente pelo PSL chegara ao hospital com muita dor. Os médicos fizeram uma ultrassonografia e verificaram um hematoma na barriga, sem saber se era na parede na região epigástrica ou no fígado. Pelo quadro, resolveram iniciar imediatamente a cirurgia. Ao abrirem o abdômen, se depararam com um sangramento abundante e incontrolável. Chegaram a acreditar que o fígado havia sido atingido. Foi então que Oliveira Junior foi acionado, às pressas. O papel do cirurgião vascular seria tentar identificar onde era a hemorragia.
Quando o médico entrou na sala de cirurgia, encontrou um quadro dramático: Bolsonaro, por causa da perda de sangue, estava em choque. A pressão havia caído para 7 por 4, apesar de ter tomado um litro de soro. Com a lesão na veia do intestino, não havia nada que contivesse a hemorragia. Após exame em condições adversas, Oliveira Junior concluiu que a veia afetada fora a mesentérica, uma das mais importantes do intestino, além de um ramo dessa veia, chamada cólica média. Se a facada tivesse sido alguns centímetros acima, poderia ter atingido, segundo os médicos, a veia porta e, nesse caso, o risco de morte seria maior. Oliveira Junior imediatamente iniciou o processo de sutura das veias para conter o sangramento. O agravante é que havia uma grande lesão no cólon, o que poderia resultar em contaminação. A preocupação dos médicos era com o risco de infecção generalizada.
Os procedimentos de sutura deram resultado, e o quadro clínico do candidato se estabilizou. Na medicina o trabalho é sempre feito em equipe, e os outros cirurgiões, anestesistas e enfermeiros foram vitais. Mas, sem a intervenção do especialista em cirurgia de veias e artérias, provavelmente, a sucessão de eventos seria outra.
No começo da noite, Oliveira Junior mandou uma mensagem para um grupo de WhatsApp de cirurgiões vasculares amigos. Ali, ele agradece os cumprimentos dos colegas pelo trabalho e revela a tensão daquela cirurgia. “Meus amigos, muito obrigado pelos cumprimentos. Estou muito aliviado. Foi muito tenso. Quando cheguei, estava chocado, a lesão venosa estava destamponada, com muito sangue na cavidade tributária calibrosa da mesentérica superior. Talvez a cólica média junto a mesentérica superior. Lesão grande de cólon transverso com fezes livres na cavidade, quatro lesões de delgado, várias lesões linfáticas. Está estável e entubado no CTI da Santa Casa.”
Por volta das 16 horas desta quinta-feira, o cirurgião vascular Paulo Gonçalves de Oliveira Junior participava de um almoço de família em Juiz de Fora quando seu celular tocou. Era um chamado da Santa Casa de Misericórdia da cidade para que fosse com urgência para o hospital: Bolsonaro havia sido esfaqueado e os médicos não conseguiam conter a hemorragia e nem identificar de onde vinha. O candidato a presidente pelo PSL chegara ao hospital com muita dor. Os médicos fizeram uma ultrassonografia e verificaram um hematoma na barriga, sem saber se era na parede na região epigástrica ou no fígado. Pelo quadro, resolveram iniciar imediatamente a cirurgia. Ao abrirem o abdômen, se depararam com um sangramento abundante e incontrolável. Chegaram a acreditar que o fígado havia sido atingido. Foi então que Oliveira Junior foi acionado, às pressas. O papel do cirurgião vascular seria tentar identificar onde era a hemorragia.
Quando o médico entrou na sala de cirurgia, encontrou um quadro dramático: Bolsonaro, por causa da perda de sangue, estava em choque. A pressão havia caído para 7 por 4, apesar de ter tomado um litro de soro. Com a lesão na veia do intestino, não havia nada que contivesse a hemorragia. Após exame em condições adversas, Oliveira Junior concluiu que a veia afetada fora a mesentérica, uma das mais importantes do intestino, além de um ramo dessa veia, chamada cólica média. Se a facada tivesse sido alguns centímetros acima, poderia ter atingido, segundo os médicos, a veia porta e, nesse caso, o risco de morte seria maior. Oliveira Junior imediatamente iniciou o processo de sutura das veias para conter o sangramento. O agravante é que havia uma grande lesão no cólon, o que poderia resultar em contaminação. A preocupação dos médicos era com o risco de infecção generalizada.
Os procedimentos de sutura deram resultado, e o quadro clínico do candidato se estabilizou. Na medicina o trabalho é sempre feito em equipe, e os outros cirurgiões, anestesistas e enfermeiros foram vitais. Mas, sem a intervenção do especialista em cirurgia de veias e artérias, provavelmente, a sucessão de eventos seria outra.
No começo da noite, Oliveira Junior mandou uma mensagem para um grupo de WhatsApp de cirurgiões vasculares amigos. Ali, ele agradece os cumprimentos dos colegas pelo trabalho e revela a tensão daquela cirurgia. “Meus amigos, muito obrigado pelos cumprimentos. Estou muito aliviado. Foi muito tenso. Quando cheguei, estava chocado, a lesão venosa estava destamponada, com muito sangue na cavidade tributária calibrosa da mesentérica superior. Talvez a cólica média junto a mesentérica superior. Lesão grande de cólon transverso com fezes livres na cavidade, quatro lesões de delgado, várias lesões linfáticas. Está estável e entubado no CTI da Santa Casa.”
Pelo procedimento, o Sistema Único de Saúde paga 367 reais e seis centavos – na tabela do SUS, aparece como “tratamento cirúrgico de lesões vasculares traumáticas do abdômen”. Mas Oliveira Junior terá que dividir esse valor com os outros médicos que participaram do atendimento. O hospital será remunerado em 1.090 reais e 80 centavos.
Nesta sexta-feira pela manhã, o candidato foi
transferido para o Albert Einstein, em São Paulo, hospital que rivaliza com o
Sírio-Libanês a preferência dos políticos e de quem pode pagar pelos seus
serviços. Bolsonaro passou a noite na Santa Casa de Juiz de Fora, monitorado
pelos médicos que, até o início da noite, pela gravidade do quadro, entendiam
que o candidato ainda corria risco de morte. Na madrugada, com a estabilização
da pressão do paciente, foi dada autorização para a transferência para São
Paulo.
Quando a cirurgia em Juiz de Fora terminou, os médicos que participaram do procedimento deram uma entrevista coletiva. Discreto, Oliveira Junior se manteve em silêncio e saiu antes do fim da coletiva. Para um amigo médico, ele explicou, no grupo de WhatsApp: “Infelizmente não tenho o dom da palavra e prefiro não comentar. Prova disso é que, na entrevista coletiva, entrei mudo e saí calado. Mas, o ocorrido foi o que postei no grupo do vascular.”
Quando a cirurgia em Juiz de Fora terminou, os médicos que participaram do procedimento deram uma entrevista coletiva. Discreto, Oliveira Junior se manteve em silêncio e saiu antes do fim da coletiva. Para um amigo médico, ele explicou, no grupo de WhatsApp: “Infelizmente não tenho o dom da palavra e prefiro não comentar. Prova disso é que, na entrevista coletiva, entrei mudo e saí calado. Mas, o ocorrido foi o que postei no grupo do vascular.”
Oliveira Junior é descrito como bom profissional por
colegas dos seminários médicos dos quais participa. Um deles disse que o
cirurgião é uma pessoa “extremamente discreta”. No site Doctoralia, o médico é
elogiado por dois pacientes pela pontualidade, atenção e instalações. Um dos
comentários diz tratar-se de “um excelente médico! Muito competente. O melhor
especialista em angiologia e cirurgia vascular e endovascular da região.” O
site informa que o consultório fica no Centro de Juiz de Fora e que Oliveira
Junior atende pacientes particulares (sem convênio) e Unimed. E sugere entrar
em contato, para confirmar se atende o seu plano de saúde.
*
Errata: Versão anterior desta reportagem
informou incorretamente que o cirurgião Paulo Gonçalves de Oliveira Junior
receberia 367 reais e seis centavos para salvar Bolsonaro. Ele receberá uma
parte disso. O valor será dividido com os outros médicos que participaram da
cirurgia.
CONSUELO DIEGUEZ
Consuelo Dieguez, repórter da piauí desde
2007, é autora da coletânea de perfis Bilhões e Lágrimas, da Companhia das
Letras
Sos
Solidão
Lulu Santos
Se existe alguém na linha Se tem alguém no ar Por
favor, responda agora Não me faça esperar Há uma certa urgência Alô, informação
Aqui sou eu sozinho Do outro lado, não sei não Instalei uma antena E mandei um
sinal Nada no radar Procuro no dial Aviso aos navegantes Tem mais alguém aí? Só
ouço o som da minha própria voz A repetir SOS solidão (4x)
O
MÉDICO INTERNO
Crêem muitos discípulos do Espiritualismo que todas
as ocorrências desagradáveis da existência terrestre resultam de punições da
Divindade ou de resgates impostos pelos erros do passado, próximo ou anterior.
Certamente a crença generalizada merece reparos, por
não se ajustar totalmente à linguagem dos fatos.
O conceito sobre uma Divindade punitiva e cruel
encontra-se defasado diante da nova compreensão do amor, que é recurso dinâmico
a viger em todo o Universo.
Jamais a Consciência Cósmica se imiscuiria mediante
atos de perversidade aplicados contra as frágeis criaturas humanas, ignorantes
da sua realidade e destinação, ainda atravessando as áreas primárias do seu
desenvolvimento.
Deus-Amor irradia-se em energia vitalizadora e
reparadora, a tudo e a todos mantendo em equilíbrio, mesmo quando,
aparentemente, algumas desconexões e desarranjos parecem perturbá-lo.
O processo de evolução dá-se através do desgaste
como do aprimoramento, da doença e da saúde, da queda e do soerguimento...
Da mesma forma, há ocorrências que são conseqüências
da invigilância, da irresponsabilidade, do desamor de cada ser. Nem sempre,
portanto, as enfermidades podem ser consideradas como processos cármicos em
mecanismos de reparação.
O organismo é excelente máquina constituída por equipamentos
delicados, que são comandados pelo Espírito através do cérebro.
Quando o indivíduo tem a propensão para o
pessimismo, o ressentimento, o desamor, cargas deletérias são elaboradas e
atiradas nos mecanismos encarregados de preservar-lhe a organização somática,
produzindo-lhe inúmeros males.
Igualmente, as disposições otimistas e afetuosas
produzem energias refazentes, que recuperam os desarranjos momentâneos dos
complexos órgãos que constituem a maquinaria fisiológica.
O corpo humano é laboratório de gigantescas
possibilidades, sempre suscetível de autodesarranjar-se ou auto-recompor-se
conforme as vibrações emitidas pela mente.
A mente representa-lhe o centro de controle que
envia as mensagens mais diversas para todos os pontos da sua organização.
Uma emoção qualquer ocasiona descarga de adrenalina
na corrente sangüínea, produzindo sensações equivalentes ao tipo de agente
desencadeador.
Assim sendo, encefalinas e endorfinas são secretadas
pelo cérebro sob estímulos próprios, produzindo imediatos efeitos no aparelho
físico. Enzimas outras são produzidas com cargas positivas ou negativas,
conforme a ordem mental, que contribuem para a manutenção da saúde ou a
piora da enfermidade.
Auto-reparador, o aparelho circulatório, de imediato
à agressão, reúne a fibrina dos vasos procurando elaborar coágulos-tampões que
impedem a hemorragia e preservam a vida. Também ocorre o mesmo em referência às
enfermidades - o câncer, a "aids", as paralisias, as enfermidades
cardíacas e outras - que sob o comando mental correto vitalizam o sistema
imunológico, produzindo diversas células com poder quimioterápico mediante o
qual bombardeiam as células rebeldes e doentes, destruindo-as, da mesma forma
isolando as portadoras de degenerescência e favorecendo as saudáveis, assim restaurando
a saúde ou facultando maior sobrevida.
Afinal, o mais importante na área da saúde não é o
tempo de vida - o número de anos que se frua - mas a intensidade, o bem-estar,
a alegria e os objetivos vivenciados.
A morte é inevitável e constitui bênção em relação à
experiência física; no entanto, a forma como cada qual se comporta no corpo é
que se torna essencial.
Há, no corpo humano, um médico às ordens
da mente, que o Espírito encarnado comanda, aguardando a diretriz para agir
corretamente.
Desconsiderado, deixa de atuar, superado pelos
fatores destrutivos, igualmente ínsitos na organização fisiológica, prontos à
desgastante tarefa da doença e da degenerescência celular.
Esse médico interior pode e deve ser
orientado pelo pensamento seguro, pelas disposições do ânimo equilibrado, pela
esperança de vitória, pela irrestrita fé em Deus e na oração, que estimulam
todas as células para o desempenho correto da finalidade que lhes diz respeito.
Joanna de Ângelis
(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira
Franco, em 22 de março de 1995, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA,
conforme publicado no "Reformador" de setembro de 1995)
Foto: Sor Juana Inés de la Cruz (1648-1695), Joanna
de Āngelis - pintura de Aurora Parpal
Referências
https://uploads.metropoles.com/wp-content/uploads/2018/09/06200239/bolsonaro-operado.jpeg
https://www.metropoles.com/brasil/politica-br/cirurgiao-que-salvou-vida-de-bolsonaro-custou-r-36706-ao-sus
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm
https://piaui.folha.uol.com.br/wp-content/uploads/2018/09/imagem_interna.jpg
http://piaui.folha.uol.com.br/sus-salva-bolsonaro-por-r-36706/?doing_wp_cron=1536343684.3513228893280029296875
https://youtu.be/2797WLVqpfI
https://www.letras.com.br/lulu-santos/sos-solidao
http://ghiorzi.org/mensjoan.jpg
http://ghiorzi.org/mensagem.htm
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