No
calor da hora?
Mourão
acusa o PT por atentado a Bolsonaro
Brasil 06.09.18 18:50
O vice na chapa de Jair Bolsonaro, o general Antonio
Hamilton Mourão, falou a Crusoé e acusou diretamente o PT pelo
atentado ao candidato em Juiz de Fora.
“Eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado
é do PT”, afirmou Mourão ao repórter Eduardo Barretto.
O general disse ainda: “Se querem usar a violência,
os profissionais da violência somos nós”.
O
candidato a vice-presidente de Lula, Fernando Haddad (PT-SP), comentou o
atentado a Jair Bolsonaro (PSL-RJ) durante comício em Juiz de Fora.
Em sua conta no twitter, Haddad disse: “Repudio
totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair
Bolsonaro”.
Míriam
Leitão: As polêmicas dos vices
- O Globo
Não haverá um vice anódino: candidatos sabem o que
querem e alguns admitem que almejam mais do que só substituir o presidente
O general Hamilton Mourão justifica as mortes de
adversários políticos ocorridas dentro dos quartéis na ditadura, a senadora
Kátia Abreu mantém sua posição contra a divulgação da lista suja do trabalho
escravo e a relação de conflito com ambientalistas, a senadora Ana Amélia
defende o PL dos agrotóxicos que foi condenado por instituições científicas. O
ex-deputado Eduardo Jorge quer a redução do rebanho bovino e o ex-prefeito
Fernando Haddad sustenta a política dos campeões nacionais.
Durante a semana, participei, junto com colegas, das
entrevistas da Globonews com os candidatos a vice nas cinco principais
campanhas e ficou claro que, de uma forma ou de outra, eles são polêmicos. Há
duplas mais homogêneas, em que os dois têm os mesmos pensamentos. É o caso de
Bolsonaro-Mourão e Marina-Jorge. Há bastante divergência entre Kátia e Ciro. O
candidato do PDT se apresenta como de esquerda, e a sua vice é pessoa que se
identifica com a direita. No caso de Alckmin e Ana Amélia há harmonia, mas ela
o leva a defender a posição atual mais polêmica do agronegócio, que é o PL que
amplia o uso de agrotóxicos no país. O candidato em situação mais inusitada é
Fernando Haddad, que se prepara para assumir a cabeça de chapa, se vencer as
brigas intestinas do PT, mas que no legado petista tem que tentar separar o que
defender e o que reconhecer como erro. Uma coisa é certa, não haverá vices
anódinos. Eles são, para o bem ou para o mal, pessoas que sabem o que querem e alguns
admitem claramente que almejam mais poder do que o de substituir o presidente.
Foi o que disse o general Mourão. Ana Amélia quer ser ministra da defesa.
Com voz serena, e depois de pregar a união nacional,
o general Mourão disse coisas duríssimas. Não reconhece o erro de ter chamado
os índios de indolentes e os negros de malandros. Ele tenta usar “teses
sociológicas” e diz que temos que saber quem somos. Mourão admitiu que errou ao
defender o golpe numa de suas entrevistas, mas a partir daí ele passou a
reafirmar seu pensamento. Disse que as Forças Armadas têm a responsabilidade de
intervir quando um dos poderes não está funcionando. Lembrado de que a
Constituição só prevê a intervenção das Forças Armadas se os poderes
constituídos convocarem, ele defendeu o direito de o comandante interpretar a
letra da Constituição. Heraldo Pereira lembrou que quem interpreta é o Supremo
Tribunal Federal. Ele insistiu na responsabilidade das Forças Armadas e, diante
de uma pergunta de Merval Pereira, admitiu o autogolpe, caso em que um
presidente convoca as Forças Armadas. Na pergunta que eu fiz sobre Carlos
Alberto Brilhante Ustra, que comandou o Doi-Codi no período em que 47 presos
foram mortos, Mourão sustentou que ele é seu herói, e concluiu: “heróis matam.”
Eduardo Jorge tem várias identidades com Marina,
como a defesa do ambientalismo, mas seu sonho é radical. Ele quer que em algum
momento no futuro não haja a exploração de rebanhos bovinos. Seu forte é
política de saúde. Ele é um dos autores do SUS, das políticas dos genéricos,
mas nessa área há uma dissonância com Marina porque, como médico, ele defende o
aborto, para evitar mortes de mulheres que hoje o fazem em condições precárias.
Kátia Abreu é tão aguerrida na defesa de suas ideias
quanto Ciro, mas sua agenda é de direita. Defendeu que não se divulgue a lista
dos que foram flagrados praticando trabalho escravo. Numa resposta a mim, ela
garantiu que nunca desmatou e na verdade há um processo contra ela por
desmatamento ilegal de 777 hectares na fazenda Ouro Verde, no Tocantins, como
mostrou o Fato ou Fake. A data da infração foi 21 de junho de 2004.
Ana Amélia defendeu o projeto de lei que já recebeu
notas públicas de condenação de entidades como SBPC, Fiocruz, Instituto
Nacional do Câncer. E diz que o faz em nome da ciência. Só que a ciência está
condenando o projeto. Mas ela o defende por ser a bandeira atual do
agronegócio.
Haddad é um vice que pode não ser. Ele tenta ignorar
a ruína econômica em que acabou o governo petista, por isso escolhe o que quer
ressaltar e culpa a oposição pela recessão. Acabou defendendo a política de
campeões nacionais como o caminho certo. Ficou claro que isso será repetido
numa eventual volta do PT. Haddad avisou que o PT não vai escrever uma nova
“carta ao mercado”. A carta de 2002 foi aos brasileiros.
Luiz
Carlos Azedo: Nosso herói usou o bisturi
Correio Braziliense
Há outros exemplos de atentados que catalisaram
grandes eventos políticos, como o da Rua Toneleiros, contra Carlos Lacerda, no
qual foi morto o major Rubens Vaz, cujos desdobramentos resultaram no suicídio
de Getúlio, em 1954. Felizmente, Adélio Bispo não logrou seu objetivo. No
episódio, o grande herói usou um bisturi: o cirurgião vascular Paulo Gonçalves
de Oliveira Júnior largou ao meio o almoço com a família e foi para Santa Casa
socorrer Bolsonaro. Localizou o local da hemorragia e evitou a morte do
ex-capitão. De acordo com a tabela do SUS, receberá R$ 367,06 pela operação; a
Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora será reembolsada em R$ 1.090,80, nos
revelou a revista Piauí. Heróis salvam vidas!
São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de
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2004 FOLHA DE S. PAULO brasil
VARGAS - 50 ANOS Dois novos livros afirmam que capangas do chefe da guarda pessoal de Getúlio Vargas não pretendiam matar Carlos Lacerda "Crime da rua Tonelero" ainda gera dúvida
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO Nos primeiros minutos de 5 de agosto de 1954, uma quinta-feira como hoje, foi assassinado o major-aviador Rubens Vaz em frente ao prédio onde morava o jornalista Carlos Lacerda, em Copacabana, no Rio. Após 19 dias de crise política, o presidente Getúlio Vargas se matou. Exatos 50 anos depois do assassinato, o "crime da rua Tonelero" continua despertando paixões, versões e dúvidas. De acordo com o Inquérito Policial Militar realizado entre agosto e setembro de 1954, Gregório Fortunato, chefe da Guarda Pessoal de Vargas, foi o mandante de um atentado que tinha Lacerda como alvo. O jornalista, que fazia em seu jornal, a "Tribuna da Imprensa", campanha contra Vargas, foi ferido no pé. O oficial da Aeronáutica que o acompanhava levou dois tiros enquanto brigava com o pistoleiro Alcino João do Nascimento. Essa é a versão oficial, confirmada em júri popular em 1956. Mas ela ainda é contestada por pessoas - em especial admiradores de Vargas - que apontam buracos no inquérito e procuram respostas para antigas perguntas. Dois livros vêm agora renovar a lenha dessa fogueira histórica. "Vitória na Derrota" (Casa da Palavra), do sociólogo Ronaldo Conde Aguiar, e "Getúlio" (Record), do jornalista e escritor Juremir Machado da Silva, têm muitas diferenças entre si, mas a convicção de que os enviados de Gregório Fortunato não tinham o objetivo de matar Lacerda. Machado da Silva, cuja obra chega às livrarias em duas semanas, fez um romance histórico, repetindo a opção de Rubem Fonseca em "Agosto". Apesar dessa liberdade, passou três anos lendo tudo sobre o caso e entrevistando pessoas, incluindo o assassino de Vaz. O livro se inclina por ver Lutero Vargas, filho de Getúlio, por trás do que seria um "susto" ou uma "surra" em Lacerda, não um homicídio. Para o escritor, o pistoleiro Alcino e Climério Euribes de Almeida, membro da Guarda Pessoal que também estava na Tonelero, não tinham condições de realizar o atentado. "Eles eram incompetentes, e a história montada era muito amadora", afirma. O amadorismo a que se refere é o mesmo que leva Conde Aguiar a contestar a idéia de atentado: Alcino usou uma arma das Forças Armadas; Nélson Raimundo de Souza, o motorista de táxi que foi chamado por Climério para o serviço e retirou Alcino do local, fazia ponto em frente ao Palácio do Catete; e não havia plano de fuga para Climério e Alcino, que foram presos dias depois. Ou seja, para um atentado contra aquele que era o mais ruidoso adversário de Vargas, havia pistas demais apontando para o Catete. Isso contribuiu para que Conde Aguiar acrescentasse em seu livro mais uma hipótese para o "crime da rua Tonelero". "Havia um grupo seguindo Alcino e Climério. Um grupo que não queria matar Lacerda, mas o militar que estivesse com ele, para precipitar a crise política. Os reais mandante e pistoleiro não foram descobertos", diz ele. Paixão Versões como essa têm origem no tom passional que sempre cercou o crime. Getulista assumido, Conde Aguiar escreve em seu livro que, depois de morto, Getúlio "passou a viver na memória e no coração do povo brasileiro". Por outro lado, o IPM da Aeronáutica tem várias expressões como "mentiroso depoimento", num tom anti-Vargas acalorado demais para um relatório. Durante o inquérito, não foi feita reconstituição do crime ou acareação entre Lacerda e Alcino. O resultado é que até hoje não se sabe exatamente o que aconteceu na Tonelero. Rubens Vaz Júnior, 55, um dos quatro filhos do major assassinado e estudioso do caso, confia no resultado do IPM e afirma que a justiça foi feita. Para ele, Alcino já atravessou a rua atirando em Lacerda, acertando-o no pé. Quando Lacerda fugiu para a garagem com seu filho Sérgio, então com 15 anos, Vaz partiu, desarmado, em direção ao pistoleiro, dando uma chave-de-braço nele e aí tomando o primeiro tiro. Ao cair, tomou o segundo. Não teria havido outro, como dizem os que acreditam em pelo menos mais um homem na cena. "Meu pai era um homem de vida simples, mas determinado. Ao decidir, juntamente com outros oficiais, acompanhar Lacerda, ele sabia que corria perigo, mas era consciente de que estava fazendo o melhor pelo país", afirma Vaz Júnior, lembrando que seu pai estava com Lacerda substituindo outro oficial, Gustavo Borges, que lhe pedira para trocar o turno.
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0508200408.htm
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Governo
Café Filho (1954-1955): Os 14 meses do vice de Vargas
Vitor Amorim de Angelo Especial para a Página 3
Pedagogia & Comunicação 16/10/200712h31
Atualizado em 23/07/2013, às 13h17
João Fernandes Campos Café Filho, ou simplesmente
Café Filho, como era mais conhecido no meio político, teve um curto mas agitado
governo. Durante os pouco mais de 14 meses em que ocupou a Presidência da
República, Café Filho teve que conciliar os problemas econômicos herdados do
governo anterior com o acirramento político provocado pelo cenário aberto com a
morte de Getúlio Vargas.
Café Filho nasceu em Natal (RN), no dia 3 de
fevereiro de 1899. Sua primeira experiência política ocorreu em 1923, quando
candidatou-se ao cargo de vereador, em Natal. Derrotado, candidatou-se
novamente em 1928, quando mais uma vez perdeu a disputa, em meio a denúncias de
fraude. Em 1934, já sob o governo constitucional de Getúlio Vargas, que
assumira o poder em 1930, Café Filho foi eleito deputado federal, cargo que
ocupou novamente em 1945, na primeira eleição realizada após o fim do Estado
Novo.
A morte de Vargas
Em 1950, seu partido, o PSP, indicou-o como vice na
chapa de Vargas à Presidência da República. O retorno de Getúlio ao Palácio do
Catete significou, entre outras coisas, a retomada do programa de
desenvolvimento nacional-estatista iniciado ainda nos anos 1930, no seu
primeiro governo.
A intensa pressão política da oposição, inclusive no
meio militar, somada às denúncias de corrupção e ao envolvimento de pessoas
ligadas ao presidente na tentativa de assassinato do seu principal crítico,
Carlos Lacerda, motivaram a opção de Vargas por uma saída radical, em 24 de
agosto de 1954: com um único e certeiro tiro no peito, "o pai dos
pobres", como passou a ser conhecido, "saiu da vida para entrar na
história", como ele mesmo fez questão de registrar em sua
carta-testamento.
Empossado como presidente da República no dia 3 de
setembro em meio a um clima de grande comoção nacional, Café Filho montou uma
equipe de governo composta basicamente por políticos, empresários e militares
de oposição a Getúlio. Ficava, claro, portanto, que o novo presidente
compartilhava das opiniões desses setores e afastava-se, assim, da política
varguista.
A sucessão presidencial
Em 1955, durante a disputa presidencial, o PSD,
partido que Vargas fundara uma década antes, lançou o nome de Juscelino
Kubitscheck à Presidência da República. Na disputa para vice-presidente, que na
época ocorria em separado da corrida presidencial, a chapa apresentou o
ex-ministro do Trabalho do governo Vargas, João Goulart, do PTB, sigla pela
qual o ex-presidente havia sido eleito em 1950.
Setores mais radicais da UDN, representados pelo
jornalista Carlos Lacerda, receosas de que a vitória de Juscelino Kubitscheck e
Jango pudesse significar um retorno da política varguista, passaram a pedir a
impugnação da chapa. Lacerda chegou a declarar, na época, que "esse homem
[Juscelino Kubitscheck] não pode se candidatar; se se candidatar não poderá ser
eleito; se for eleito não poderá tomar posse; se tomar posse não poderá
governar".
A pressão da UDN para que Café Filho impedisse a
posse dos novos eleitos intensificou-se logo após a divulgação dos resultados
oficiais, que davam a vitória à chapa PSD-PTB. De outro lado, entre os
militares, também surgiam divergências quanto ao resultado das urnas. A
principal delas ocorreu quando um coronel declarou-se contrário à posse de JK e
Jango, numa clara insubordinação ao ministro da Guerra de Café Filho, marechal
Henrique Lott, que havia se posicionado a favor do resultado.
Carlos Luz
A intenção de Lott em punir o coronel, entretanto,
dependia de autorização do presidente da República, que em meio a tantas
pressões foi internado às pressas num hospital do Rio de Janeiro. Afastado das
atividades políticas, Café Filho foi substituído, no dia 08 de novembro de
1955, pelo primeiro nome na linha de sucessão, Carlos Luz, presidente da Câmara
dos Deputados.
Próximo à UDN, Carlos Luz decidiu não autorizar o
marechal Lott a seguir em frente com a punição, o que provocou sua saída do
Ministério da Guerra. A partir de então, Henrique Lott iniciou uma campanha
contra o presidente em exercício, que terminou na sua deposição, com apenas
três dias de governo.
Acompanhado de auxiliares civis e militares, Carlos
Luz refugiou-se no prédio da Marinha e, em seguida, partiu para a cidade de
Santos, no litoral paulista. Com a morte de Vargas, a internação de Café Filho
e a deposição de Carlos Luz, o próximo na linha de sucessão seria o vice-presidente
o Senado, Nereu Ramos, que assumiu a Presidência da República e reconduziu Lott
ao cargo de ministro da Guerra.
Subitamente, Café Filho tentou reassumir o cargo,
mas foi vetado por Henrique Lott e outros generais que o apoiavam. Café Filho era
acusado de conspirar contra a posse de JK e Jango. No dia 22 de novembro, o
Congresso Nacional aprovou o impedimento para que ele reassumisse a Presidência
da República. Em seu lugar, permaneceu o senador Nereu Ramos, que transmitiu,
sob Estado de Sítio, o governo ao presidente constitucionalmente eleito:
Juscelino Kubitscheck, o "presidente bossa nova".
Vitor Amorim de Angelo é historiador, mestre e
doutorando em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos.
Atualmente, é professor de história da Universidade Federal de Uberlândia,
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-cafe-filho-1954-1955-os-14-meses-do-vice-de-vargas.htm
Referências
https://www.oantagonista.com/brasil/mourao-acusa-o-pt-por-atentado-bolsonaro/
https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/haddad-sobre-atentado-a-bolsonaro-repudio-totalmente-qualquer-ato-de-violencia/
http://gilvanmelo.blogspot.com/2018/09/miriam-leitao-as-polemicas-dos-vices.html#more
http://gilvanmelo.blogspot.com/2018/09/luiz-carlos-azedo-nosso-heroi-usou-o.html#more
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0508200408.htm
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/governo-cafe-filho-1954-1955-os-14-meses-do-vice-de-vargas.htm
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