sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Morro abrasado


uma penha endurecida
uma penha descalvada
E tremo em pleno estio e ardo no inverno
E tremo a mèzza state, ardemdo il verno

Ez 24:7 porque o seu sangue está no meio dela; sobre uma pedra descalvada ela o pôs; não o derramou sobre o chão, para o cobrir com o pó.

JAMAIS DESISTA! :
Ezequiel 24:127 -
AS ALEGORIAS DE EZEQUIEL

Leia atentamente a poesia de Gregório de Matos e assinale a alternativa incorreta:

Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.

Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo, que exalou, morro abrasado.

Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.

Mas ai! que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro.

a) Em: “A violência do fogo me há prostrado”, o vocábulo destacado foi empregado no sentido de “abatido”.
b) Até a terceira estrofe, o poema desenvolve a imagem detalhando as semelhanças entre o seu amor e a atração que a chama exerce sobre a mariposa.
c) O sujeito lírico faz uma comparação entre a sua situação e a da mariposa, explorando as semelhanças, para, na última estrofe, ponto culminante do soneto, estabelecer a grande diferença: seu sacrifício é mais terrível do que o dela, porque inútil.
d) Em: “Ambos de firmes anelando chamas”, o vocábulo destacado foi utilizado no sentido de “diminuindo”.
e) Em: “Essa flama girando apetecida”, o vocábulo destacado foi utilizado no sentido de “desejada, intensamente cobiçada”.



Ó tu do meu amor fiel traslado
Mariposa entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.

Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama girando apetecida;
Eu girando uma penha endurecida,
No fogo, que exalou, morro abrasado.

Ambos de firmes anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro
Nas constâncias iguais, iguais nas chamas.

Mas ai! que a diferença entre nós choro,
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro, sem chegar à luz, que adoro.



A metáfora da pedra, ou da penha, como no texto, também é um lugar - comum utilizado na linguagem cotidiana: “coração de pedra”. Porque o sujeito lírico diz que morre ”girando uma penha endurecida”?

A. Porque a mulher amada não corresponde ao seu amor
B. Porque a mulher amada lhe corresponde o seu amor
C. Porque a situação do amante é de extrema felicidade
D. Porque a mulher amada é o símbolo da felicidade
E. Porque o amante consegue realizar seu amor




Desculpa, mas não!

“O soneto nem menciona uma mulher, menciona um animal chamado mariposa porque quer dizer que assim como a mariposa gira em torno do fogo sentindo atração por ele a ponto de, inclusive morrer ao cair no fogo, o eu lírico também sente atração por outra flama: o amor de uma mulher.

Mas ele circula uma "penha endurecida" e não consegue ser correspondido por isto implora "a morte" que não significa morte em si, mas o objetivo final da mariposa que foi cair nas chamas, ele deseja o amor de uma mulher.”



Soneto XXII – Francesco Petrarca



(Petrarca e Laura, autor desconhecido)

Se amor não é qual é este sentimento?
Mas se é amor, por Deus, que coisa é a tal?
Se boa por que tem ação mortal?
Se má por que é tão doce o seu tormento?
Se eu ardo por querer por que o lamento
Se sem querer o lamentar que val?
Ó viva morte, ó deleitoso mal,
Tanto podes sem meu consentimento.
E se eu consinto sem razão pranteio.
A tão contrário vento em frágil barca,
Eu vou para o alto mar e sem governo.
É tão grave de error, de ciência é parca
Que eu mesmo não sei bem o que anseio
E tremo em pleno estio e ardo no inverno.
Francesco Petrarca
in “Poemas de amor de Petrarca”

Nota: Francesco Petrarca é considerado o inventor do soneto.

Soneto XXII original, em italiano
S’ amor non è, che dunque è quel ch’ io sento?
Ma s’egli è amor, per Dio, che cosa e quale?
Se buona, ond è effetto aspro mortale?
Se ria, ond’ è si dolce ogni tormento?
S’a mia voglia arado, ond’ è ‘I pianto e ‘I lamento?
S’a mal mio grado, il lamentar che vale?
O viva morte, o dilettoso male,
Come puoi tanto in me s’io nol consento?
E s’io ‘I consento, a gran torto mi doglio.
Fra sì contrari venti, in frale barca
Mi trivo in alto mar, senza governo,
Sí lieve di saber, d’error sí carca,
Ch’ i i’ medesmo non so quel ch’ io mi voglio,
E tremo a mèzza state, ardemdo il verno.
Petrarca
“Il Canzonieri”
POESIASPREFERIDAS.WORDPRESS.COM ♦ JULHO 23, 2013



Referências

http://www.jamaisdesista.com.br/2015/04/ezequiel-241-27-as-alegorias-de-ezequiel.html?m=1
https://www.qconcursos.com/questoes-militares/questao/f33adc5c-6a?compartilhamento_id=681967
https://questoes.grancursosonline.com.br/questoes-de-concursos/lingua-portuguesa-interpretacao-de-texto/417454
http://blog-cftw.blogspot.com/2016/09/analise-do-texto-3-o-tu-do-meu-amor.html
https://poesiaspreferidas.files.wordpress.com/2013/07/petrarca-laura.jpg?w=600
https://poesiaspreferidas.wordpress.com/2013/07/23/soneto-xxii-francesco-petrarca/

Nenhum comentário:

Postar um comentário