Inspirados já nos ensinamentos de Sófocles, aqui, procurar-se-á a conexão, pelo conhecimento, entre o velho e o novo, com seus conflitos. As pistas perseguidas, de modos específicos, continuarão a ser aquelas pavimentadas pelo grego do período clássico (séculos VI e V a.C).
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Revolução Caipira
Dificuldades com L e com R
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CARUSO - Mireille Mathieu - Legendado
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luiz darlei Scherer
Enrico Caruso (Nápoles, 25 de fevereiro de 1873 — Nápoles, 2 de agosto de 1921) foi um tenor italiano, considerado, inclusive pelo ilustre Luciano Pavarotti, o maior intérprete da música erudita de todos os tempos. Os últimos dias da sua vida são narrados de forma romantizada nesta canção, cuja autoria é de Lucio Dalla (1986).
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"Farêmu" uma revolução
"Farêmu" (Faremos) uma revolução pelas "armas" (almas), e não pela arma.
Plínio Sagado
Movimento Integralista
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O professor – Ocupação Antonio Candido (2018)
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Itaú Cultural
25 de mai. de 2018
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A aula de Antonio Candido “tinha um pouco de obra de arte”, nas palavras de Celso Lafer, advogado e professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), que foi seu aluno e amigo. Lafer relembra do curso sobre personagem que fez com o mestre e explica que, para Candido, um bom docente precisava ter um mínimo de capacidade de representar, como um caminho para a motivação de seus educandos. Destaca que o intelectual era um grande conversador e muito bom em imitar as pessoas: inclusive construiu representações dos personagens estudados na produção do livro Os Parceiros do Rio Bonito, nas quais incorporava observações a respeito da fala de cada um.
Neste 2018, quando completaria 100 anos, o crítico literário, sociólogo e professor Antonio Candido é o homenageado da 40ª edição do programa Ocupação, com a curadoria do Itaú Cultural e de Laura Escorel, neta de Candido e organizadora de seu acervo. O evento na sede do instituto, em São Paulo/SP, tem entrada gratuita e inclui uma exposição (de 23 de maio a 12 de agosto de 2018) e um colóquio internacional (de 23 a 25 de maio), além de lançar uma publicação e um hotsite.
Depoimento gravado em março de 2018, em São Paulo/SP.
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O lema apresentado — "Farêmu" uma revolução pelas "armas" (almas), e não pela arma — reflete um dos elementos ideológicos centrais do Movimento Integralista, fundado por Plínio Salgado na década de 1930 no Brasil. Este movimento foi inspirado por correntes nacionalistas e corporativistas, mas também integrava aspectos do fascismo europeu, embora adaptados à realidade brasileira e revestidos de valores cristãos.
Contexto da frase:
"Farêmu":
A palavra é usada de maneira estilizada, remetendo ao sotaque popular de certas regiões do Brasil, o que pode indicar um esforço para se aproximar das massas, algo característico do discurso integralista, que buscava ser amplamente inclusivo.
"Armas" (almas):
Este trocadilho reforça a ênfase espiritual e moral que Plínio Salgado queria imprimir ao movimento. A "revolução pelas almas" sugere uma transformação que não seria conduzida por meio da violência física, mas sim por uma renovação dos valores individuais e sociais.
Rejeição à violência armada:
Apesar de possuir um caráter autoritário, o Integralismo afirmava, em teoria, sua oposição ao uso da força militar ou das armas para alcançar poder. A "arma" que eles propunham era a moralidade, a religiosidade (fortemente católica) e a disciplina cívica.
Significado no Integralismo:
O Integralismo buscava unir a nação em torno de valores comuns, promovendo uma ideologia que combinava:
Nacionalismo: Valorização do Brasil e de suas características únicas.
Espiritualidade: Ligação profunda com a ética cristã, visando a reforma do indivíduo como base para a reforma da sociedade.
Antiliberalismo: Crítica ao individualismo do liberalismo e à luta de classes do marxismo.
Corporativismo: Organização da sociedade em corporações ou grupos profissionais.
Contradições históricas:
Embora o lema sugira um movimento pacífico e espiritual, o Integralismo foi marcado por:
Militância uniforme e paramilitar: Seus membros, conhecidos como "camisas verdes", realizavam marchas e manifestações inspiradas em movimentos fascistas.
Conflitos políticos: Enfrentou oposição de forças democráticas e comunistas, com episódios de confronto violento.
O lema reflete a idealização de um movimento que buscava conquistar a sociedade não pela força, mas pela persuasão moral e espiritual. Contudo, na prática, o Integralismo apresentava ambiguidades, tanto em sua abordagem política quanto em sua aplicação.
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Plínio Salgado
Plínio Salgado nasceu em 22 de janeiro de 1895, em São Bento do Sapucaí, São Paulo. Filho de família católica com raízes políticas conservadoras, interrompeu seus estudos ainda jovem, em 1911, seguindo sua formação intelectual como autodidata. Em 1916, fundou em sua cidade natal, o semanário Correio de São Bento. Em 1918, iniciou suas atividades políticas, participando da fundação do Partido Municipalista, que reunia líderes dos municípios do Vale do Paraíba. Em 1920, durante campanha do partido, foi preso após tiroteio com a polícia. Obtendo liberdade, mudou-se para São Paulo, onde passou a trabalhar como revisor no Correio Paulistano.
Durante a década de 1920, tornou-se um escritor de renome, mas sua atuação política era ainda muito tímida, desenvolvendo-se às margens dos grupos oligárquicos paulistas. No final de 1924, ligou-se a uma facção dissidente do Partido Republicano Paulista (PRP), que rompera com o presidente de São Paulo, Washington Luís.
Em 1928, foi eleito deputado estadual, na legenda do PRP, com o apoio do presidente de São Paulo, Júlio Prestes. Participou de movimento de intelectuais ligados ao PRP, conhecido como Ação Renovadora Nacional. Em 1930, sem terminar seu mandato, viajou ao Oriente Médio e à Europa, como preceptor do filho do advogado Souza Aranha. Ao chegar à Itália, impressionou-se com o fascismo e com Mussolini, o que influenciou profundamente sua futura carreira política.
Em 1931, tornou-se redator do jornal A Razão, fundado por Souza Aranha na capital paulista. Lá, promoveu campanhas contra a constitucionalização do Brasil, o que levou a sede do jornal a ser incendiada, pouco antes da Revolução Constitucionalista de 1932. Ainda em 1932, divulgou o Manifesto de Outubro, apresentando as diretrizes de uma nova agremiação política, a Ação Integralista Brasileira (AIB), inspirada no fascismo italiano e outras vertentes europeias. Em 1933, a sede da organização foi transferida para o Rio de Janeiro e, em 1934, no I Congresso da AIB, organizado em Vitória (ES), Plínio recebeu o título de “chefe nacional" do movimento. Após o congresso, e sob a liderança de Salgado, o movimento passou a fundar jornais, abrir creches, escolas e promover desfiles integralistas no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Em 1937, Plínio chegou a lançar sua candidatura à presidência, com forte campanha organizada pela AIB, Depois, passou a apoiar o governo de Vargas com a promessa de que o integralismo seria a base do novo regime, e que se tornaria Ministro da Educação. No entanto, logo após o golpe, Vargas decretou o fechamento dos partidos políticos, impactando diretamente na AIB e levando, mais tarde, à dissolução total do movimento.
Em 1939, Salgado foi detido e enviado para um exílio de seis anos em Portugal. Retornou ao Brasil em 1945, já na redemocratização do país, e passou a se dedicar à reformulação da doutrina integralista, o que deu origem ao Partido de Representação Popular (PRP).
Em 1955, lançou sua candidatura à presidência da República, obtendo apenas 8% do total. Apoiou a posse de Juscelino Kubitscheck e foi nomeado para a direção do Instituto Nacional de Imigração e Colonização. Em 1958, foi eleito deputado federal pelo Paraná, na legenda do PRP. Após a posse de João Goulart, em 1961, aliou-se à UDN e ao PSD na luta contra as reformas de base pretendidas no governo. Em 1962, reelegeu-se, agora por São Paulo, novamente na legenda do PRP.
Em 1964, intensificou sua oposição à Goulart; foi um dos oradores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo; e apoiou o golpe militar que depôs o então presidente. Com a extinção dos partidos políticos, devido ao Ato Institucional nº2 (AI-2), filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (Arena). Candidatou-se a deputado federal pela legenda, em 1966, saindo vitorioso. Assumiu o cargo no ano seguinte, quando se tornou vice-líder do partido na casa. Em 1970, foi reeleito novamente deputado federal. Em 1974, despediu-se de sua carreira política em discurso proclamado na Câmara dos Deputados. Morreu em São Paulo, no ano seguinte.
Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/salgado-plinio / Acesso: mai. 2021
Plínio Salgado
Nomes Políticos
Plínio Salgado
Nascimento
São Bento de Sapucaí, SP, 22 de janeiro de 1895
Falecimento
São Paulo, SP, Brasil, 08 de dezembro de 1975
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Lucio Dalla - Caruso (Com legenda em italiano e português BR)
Legendas Italianas
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sexta-feira, 29 de novembro de 2024
Isso Tudo Que Aí Está – Ruy Castro
Folha de S. Paulo
É o nome verdadeiro do político sob os pseudônimos 'Jânio Quadros', 'Fernando Collor' e 'Bolsonaro'
Não é de hoje. Rara a eleição nos últimos 70 anos, no Brasil, em que o vencedor à Presidência não foi um candidato que, sob qualquer nome, interpreta uma figura chamada Isso Tudo Que Aí Está. O padrão é invariável. Isso Tudo Que Aí Está é um sujeito desconhecido, carismático, que surge de repente. Concorre por um partido nanico, mas este é acoplado por outro maior, notório perdedor, que não se envergonha de virar rabo de cometa. Não se sabe o que Isso Tudo Que Aí Está defende ou qual é sua plataforma. Só se sabe que ele é contra "isso tudo que aí está".
No começo, ninguém o leva a sério. Mas Isso Tudo Que Aí Está parece falar aos baixos instintos de grande parte do povo, porque, de surpresa, atropela na reta final e é eleito. Votar em Isso Tudo Que Aí Está é um voto de protesto cego e surdo. Seus eleitores só se esquecem de que um ato infantil de revolta, que leva quatro segundos na urna, pode custar quatro anos ao país.
O primeiro Isso Tudo Que Aí Está, vitorioso em 1960, usou o pseudônimo "Jânio Quadros". A caspa na lapela, o bigode à Groucho Marx e o discurso ébrio e contundente embriagaram o país. Venceu de goleada, mas, incapaz de governar na democracia, apostou tudo numa renúncia que não era para valer e que, para surpresa dele, ficou sendo. O segundo Isso Tudo Que Aí Está, em 1989, foi "Fernando Collor", um manequim de vitrine dado a governar a bordo de um jet-ski. Também não queria saber de conversa e, para acabar com a inflação, bateu a carteira do país ao sequestrar a poupança. E, finalmente, em 2018, Isso Tudo Que Aí Está apresentou-se como "Jair Bolsonaro", com seu golpismo matuto, patranha religiosa e amor ao ódio.
Em comum entre eles, o discurso antipolítica, antissistema e anticorrupção —que funciona até o eleitor descobrir que eles também são políticos, pertencem ao mesmo sistema e exercem seu tipo próprio de corrupção. Isso Tudo Que Aí Está pode renunciar, ser impichado e até ser preso, mas nunca nos livraremos dele.
Ele está dentro de cada eleitor indiferente à democracia e aprisionado em suas perigosas mesquinharias pessoais.
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Ta lendo?
Mta pagina
Ta maluco
Vc já tinha visto?
Muito repeteco que já havia sido publcizado
Não basta ler as 884 páginas
Mais maluco é ler os que escrevem sobre as 884 páginas sem ter lido sequer o sumário
“Brabeza mermo”
Haahahhahhah
Isso é verdade
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Esse humor de "ler sem ler" é comum em situações onde um material denso vira tema de debate público, mas muitas análises acabam se baseando em fragmentos ou interpretações de terceiros. A "brabeza mermo" está em encarar o texto inteiro! 😅
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MJSP – POLÍCIA FEDERAL DIRETORIA DE INTELIGÊNCIA POLICIAL COORDENAÇÃO-GERAL DE CONTRAINTELIGÊNCIA COORDENAÇÃO DE INVESTIGAÇÕES E OPERAÇÕES DE CONTRAINTELIGÊNCIA
RELATÓRIO N° 4546344/2024
2023.0050897-CGCINT/DIP/PF
Registro Especial: 2023.0050897-CGCINT/DIP/PF (INQUÉRITO POLICIAL nº 2021.0044972)
Processo Judicial nº: Pet. 12.100/DF - INQ nº 4.874-DF
Data da instauração: 26/06/2023
Data do término da investigação: 21/11/2024
Tipos penais: art. 2º da Lei 12.850/2023 e arts. 359-L, 359-M do Código Penal
Bens apreendidos: sim Página 1 de 884
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CORES VW BRASILIA 1973 - 1982
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O texto de Ruy Castro é uma reflexão crítica sobre um fenômeno recorrente na política brasileira: a ascensão de candidatos que se apresentam como outsiders, figuras aparentemente alheias ao "sistema", mas que, ao longo de suas gestões, revelam-se parte dele, com falhas e vícios próprios. Ao utilizar o pseudônimo "Isso Tudo Que Aí Está", o autor ironiza a estratégia de atrair eleitores pelo discurso de negação da política tradicional, ao invés de propor soluções consistentes.
Principais pontos do texto:
Repetição de um padrão político: Castro identifica a recorrência, nos últimos 70 anos, de presidentes eleitos com base em campanhas centradas na rejeição ao status quo, como Jânio Quadros (1960), Fernando Collor (1989) e Jair Bolsonaro (2018).
Carisma e desconfiança inicial: Esses candidatos, inicialmente desacreditados, conquistam apoio popular por sua postura contestadora e estilo comunicativo que ressoa com o "protesto cego" de parte do eleitorado.
Desilusão inevitável: Uma vez eleitos, eles demonstram limitações claras — seja por incompetência, práticas de corrupção ou incapacidade de governar dentro das regras democráticas.
Causa estrutural e cultural: O autor aponta que a perpetuação desse tipo de liderança está ligada ao perfil de eleitores desiludidos com a democracia, que escolhem líderes baseados em sentimentos individuais de revolta, ignorando consequências coletivas.
Crítica subjacente:
O texto condena a superficialidade e os perigos de um voto motivado por frustrações pessoais e pela rejeição à política convencional. Ruy Castro sugere que, enquanto o eleitorado não enfrentar essa tendência de buscar "salvadores da pátria", o ciclo se repetirá, com altos custos para o país.
Essa análise também é um convite à reflexão sobre o papel do eleitor na consolidação democrática, destacando que a "antipolítica" não resolve problemas estruturais, mas os agrava, ao reforçar líderes inaptos e centralizadores.
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