sexta-feira, 3 de novembro de 2023

QUEM ACHA VIVE SE PERDENDO

-------------- Conversa virtual. Desafios da representação política hoje, com Marco Aurélio Nogueira e convidados https://gilvanmelo.blogspot.com/2023/11/conversa-virtual-desafios-da.html ___________________________________________________________________________________ ----------- ------------ Feitio de Oração João Nogueira ----------- Quem acha vive se perdendo Por isso agora eu vou me defendendo Da dor tão cruel desta saudade Que, por infelicidade, Meu pobre peito invade Batuque é um privilégio Ninguém aprende samba no colégio Sambar é chorar de alegria É sorrir de nostalgia Dentro da melodia Por isso agora lá na Penha Vou mandar minha morena Pra cantar com satisfação E com harmonia Esta triste melodia Que é meu samba em feito de oração O samba na realidade não vem do morro Nem lá da cidade E quem suportar uma paixão Sentirá que o samba então Nasce do coração Composição: Noel Rosa / Vadico. ___________________________________________________________________________________ ------------- ------------- Jovens tardes de domingo Maurilio Nogueira ----------- Clipe Estreou em 18 de abr. de 2021 De Roberto Carlos ---------- "Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano acabaria empatado" -----------
--------- João Saldanha, jornalista, comentarista e ex-técnico da seleção brasileira, em 13/07/1990, em seleção de frases publicadas pelo GLOBO um dia após sua morte, em Roma, durante a Copa do Mundo da Itália. Uma frase semelhante também é atribuída ao lendário Neném Prancha, roupeiro, massagista e técnico de divisões de base do Botafogo Leia mais: https://acervo.oglobo.globo.com/frases/se-macumba-ganhasse-jogo-campeonato-baiano-acabaria-empatado-16726034#ixzz8I146PBO7 stest ------- ____________________________________________________________________________________ 'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan' Quem foi que disse que eu era forte? Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol... ____________________________________________________________________________________ ----------- ----------- Tarzan (o filho do alfaiate) Noel Rosa Quem foi que disse que eu era forte? Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol... O meu parceiro sempre foi o travesseiro E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol A minha força bruta reside Em um clássico cabide, já cansado de sofrer Minha armadura é de casimira dura Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos A todas as pequenas lá da praia de manhã Um argentino disse, me vendo em Copacabana: 'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan' De lutas não entendo abacate Pois o meu grande alfaiate não faz roupa pra brigar Sou incapaz de machucar uma formiga Não há homem que consiga nos meus músculos pegar Cheguei até a ser contratado Pra subir em um tablado, pra vencer um campeão Mas a empresa, pra evitar assassinato Rasgou logo o meu contrato quando me viu sem roupão Eu poso pros fotógrafos, e destribuo autógrafos A todas as pequenas lá da praia de manhã Um argentino disse, me vendo em Copacabana: 'No hay fuerza sobre-humana que detenga este Tarzan' Quem foi que disse que eu era forte? Nunca pratiquei esporte, nem conheço futebol... O meu parceiro sempre foi o travesseiro E eu passo o ano inteiro sem ver um raio de sol A minha força bruta reside Em um clássico cabide, já cansado de sofrer Minha armadura é de casimira dura Que me dá musculatura, mas que pesa e faz doer Composição: Noel Rosa / Vadico. ____________________________________________________________________________________ ---------- ----------------- Noel Rosa - Sem tostão......a crise continua - Henrique Cazes e Cristina Buarque ------------- ____________________________________________________________________________________
------------- José de Souza Martins* - Halloween ------------ Valor Econômico Do ponto de vista de nossas tradições, o Dia das bruxas é uma bobagem. No Brasil nós não temos bruxas; temos feiticeiros, que nos vêm de outras tradições, indígenas e africanas Neste final de outubro, tivemos em vários lugares do Brasil, especialmente em grandes cidades como São Paulo, o ainda esboço de uma comemoração infantil estranha, sem convicção enraizada, a do Dia das Bruxas. Faz poucos anos que no 31 de outubro, à noite, crianças em grupo batem ao portão de minha casa e me interrogam ou à minha mulher: “Doçuras ou travessuras?”. Na primeira vez em que isso aconteceu, nós não sabíamos o que fazer, não conhecíamos o “script”. Embaraçados, perguntamos às crianças o que elas esperavam que fizéssemos. Uma delas, quase adolescente, deu-nos uma aula bem didática sobre o assunto. Queriam doces. Por sorte, numa compoteira, minha mulher de vez em quando guarda balas ou bombons. Mas aquilo era insuficiente, e o desapontamento das crianças nos sugeriu que no ano seguinte nos provêssemos para não frustrá-las. Desde então, na véspera da data, compramos suficiente variedade de balas e as colocamos em algumas dezenas de saquinhos para que não faltem a nenhuma. Sociólogos, fazemos observações para decifrar e compreender essa novidade estrangeira. Na visita, são pouquíssimas as crianças de nosso bairro de classe média. Mas são numerosas as de bairros vizinhos, especialmente as das várias favelas do redor. Cada um desses grupos tem organização social peculiar. Os da classe média vêm acompanhados por um membro mais velho de uma das famílias. Fica claro que mais para proteger os pequenos visitantes contra os visitados. São eles personagens inocentes de uma sociedade imaginária de inimigos. ‘Os das favelas vêm acompanhados por alguns adolescentes, moleques, com clara responsabilidade pela ordem, pelo respeito dos mais velhos em relação aos direitos dos mais novos. Zelam pelos valores sociais. Os da classe média terminam o ato dizendo ao dono da casa “muito obrigado”. É só agradecimento, mediado pela materialidade econômica da relação. Os das favelas invariavelmente o terminam dizendo-lhe “Deus o abençoe”. É agradecimento e retribuição, pagamento moral da dádiva, com base numa concepção das sociedades tradicionais: o agradecimento só é verdadeiro se for, simbolicamente, retribuição maior do que o recebido. Não é necessário que as crianças saibam exatamente o que estão fazendo. Mas elas sabem, porque “sentem” que, se não o fizerem, alguma omissão entrou naquela relação provisória e temporariamente curta entre elas e quem as recebe e lhes dá um doce. “Halloween” é, do ponto de vista de nossas tradições, uma bobagem. No Brasil nós não temos bruxas, manipuladoras do mal. Temos feiticeiros, que nos vêm de outras tradições, indígenas e africanas, e que têm funções mágicas inacessíveis aos não iniciados. Portanto, é algo sem sentido. No Vale do Paraíba, há uns 20 anos, surgiu um movimento dos fazedores de sacis para contrapor-se ao “Halloween”, mas não pegou. No diário de um fazendeiro paulista do fim do século XIX, encontrei uma primeira referência a um Papai Noel com árvore de Natal e neve falsa, de algodão. A novidade veio através de uma loja de produtos importados, de que eram clientes os ricos de então, produtores de café, que recebiam créditos de suas exportações em moeda estrangeira. Para dar uso a esse dinheiro “de fora”, eram induzidos por seus intermediários, as casas comissárias, a consumir produtos e serviços no exterior ou do exterior. Até dentistas eram consultados na Europa e, não raro, roupa europeia era enviada para tinturarias de lá para a devida lavagem. O avô de Tarsila do Amaral, grande fazendeiro, morava na roça. Tinha por hábito tomar, ao jantar, sopa liofilizada, de vegetais desidratados, importados da França. Quando ali mesmo, ao pé do terreiro de suas fazendas, podia cultivar e delas consumir verduras frescas. Ser importado, nem a risada de Papai Noel tem algo a ver conosco. Aquele pavoroso “ho, ho, ho” é mais para assustar adulto do que para agradar criança. O nosso Papai Noel é tão estrangeiro que vem do polo Norte e não do polo Sul, aqui perto. Talvez porque aqui se tenha pinguins e seria o cúmulo se um deles, amantes do frio, nos visitasse com roupas para aquecê-lo. Ainda me lembro das celebrações de Natal e de Reis dos meus tempos de criança. Na cidade, onde morávamos, era lugar da visita de Papai Noel, que trazia ricos presentes para as crianças ricas e pobres presentes para crianças pobres. Foi meu primeiro indício de injustiça social. Na roça, na casa de meus avós, ainda se celebrava, como no período colonial, no dia 6 de janeiro, a Festa dos Santos Reis, uma festa religiosa. E não no Natal. Lá, era o dia de batata doce assada no braseiro do fogão de taipa para as crianças. Era dia de celebração religiosa diante do oratório e não dia de loja. *José de Souza Martins é sociólogo. Professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP. Professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94). Pesquisador Emérito do CNPq. Membro da Academia Paulista de Letras. Entre outros livros, é autor de “Sociologia do desconhecimento - Ensaios sobre a incerteza do instante” (ed. Unesp, 2021). ____________________________________________________________________________________ --------------- ----------- Xar e Desejo foram ensinados a odiar um ao outro, mas terão que superar as diferenças e enfrentar um mal que pode destruir seus lares. ----------- =================================================================================== O autor, José de Souza Martins, está fazendo uma análise crítica do Dia das Bruxas (Halloween) no Brasil, comparando-o com as tradições locais. Ele aborda vários aspectos: Descreve como o Dia das Bruxas começou a ser celebrado no Brasil, especialmente em grandes cidades, e como as crianças batem nas portas pedindo "doçuras ou travessuras". Ele observa que essa tradição é mais comum em áreas de classe média, mas também atrai crianças de bairros mais pobres, incluindo favelas. O autor faz uma distinção entre as respostas das crianças de diferentes origens sociais. As crianças de classe média agradecem apenas, enquanto as crianças de bairros mais pobres frequentemente dizem "Deus o abençoe", interpretando essa tradição de forma mais profunda e ligando-a a valores tradicionais de reciprocidade. José de Souza Martins argumenta que o Halloween é estranho e sem sentido no contexto brasileiro, uma vez que o país não possui tradições de bruxas, mas sim de feiticeiros de origens indígenas e africanas. Ele menciona que houve tentativas de contrapor o Halloween no Brasil, como um movimento dos "fazedores de sacis" no Vale do Paraíba, mas sem grande sucesso. O autor também destaca como a introdução de tradições estrangeiras, como o Natal com árvores e neve falsa, foi influenciada pelos ricos produtores de café e suas exportações. Ele relembra como as celebrações de Natal e de Reis em sua infância revelaram a injustiça social, com Papai Noel trazendo presentes diferentes para crianças ricas e pobres. Finalmente, José de Souza Martins enfatiza a importância de manter as tradições locais e religiosas, como a Festa dos Santos Reis, que eram celebradas em sua infância, em vez de adotar tradições estrangeiras. O texto oferece uma perspectiva sociológica sobre a introdução de tradições estrangeiras e a importância das tradições locais na cultura brasileira. =================================================================================== ------------- -------------- CÁLIX BENTO (letra e vídeo) com MILTON NASCIMENTO, vídeo MOACIR SILVEIRA ---------------
----------- Flávia Oliveira - Meta é também do Congresso O Globo Das duas Casas saíram bombas fiscais que inviabilizam o equilíbrio dos gastos O barraco desabou, e o barco (da economia) se perdeu — aqui um pretexto para celebrar Jorge Aragão, agora em remissão do linfoma diagnosticado há quatro meses — quando o presidente da República anunciou a impossibilidade de cumprimento da meta de déficit zero em 2024. Bolsa caiu, dólar subiu, juros futuros avançaram, em reação espantosa, porque rigorosamente ninguém previa equilíbrio nas contas públicas no ano que vem. E a meta nem sequer foi sacramentada em lei, que segue por ser aprovada, como lembram as professoras Mônica de Bolle (Johns Hopkins University, EUA) e Élida Graziane (FGV-SP). O compromisso com o primário zerado foi sempre insistência do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para emprestar credibilidade ao governo e pressionar Câmara dos Deputados e Senado pela aprovação de medidas que tornassem factível o novo regime fiscal. No fim de agosto, quando o governo encaminhou ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária de 2024, o Brasil soube que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, considerava crível um déficit de 0,5% do PIB, com margem de 0,25 ponto percentual para mais ou para menos, como estabelece o arcabouço que substituiu o natimorto teto de gastos. Naquela ocasião, havia tanto colegas de governo quanto parlamentares defendendo o mesmo, para afastar risco de contingenciamento de despesas e investimentos num ano de eleições municipais. Foi Haddad quem fez questão de manter a meta de déficit zero, sob o argumento razoável de que a flexibilização na origem tiraria incentivo para o Congresso aprovar as medidas econômicas de interesse do governo, quase todas no lado das receitas. A sinalização fez sentido do ponto de vista simbólico, porque na prática o mercado já não cria no alcance da meta. No boletim Focus — a sondagem semanal do Banco Central a instituições financeiras sobre inflação, câmbio, juros, PIB, balança comercial, contas públicas — jamais constou projeção de equilíbrio primário. Desde o início de junho, as estimativas para 2024 oscilaram entre déficit de 0,7% e 0,8%. Nesta semana, o relatório com base nos dados colhidos até sexta-feira, 27, dia em que Lula tratou da impossibilidade de equilíbrio, a expectativa era de -0,78%; é provável que piore, diante do disse me disse. Até o Comitê de Política Monetária do BC, nos dois últimos comunicados após cortes de meio ponto na taxa básica de juros, chamou a atenção para a importância de perseguir o déficit zero, não de cumpri-lo. Em setembro, ao fim da reunião que reduziu a Selic para 12,75% ao ano — a taxa passou um ano em estratosféricos 13,75%, mesmo com a inflação caindo a menos da metade no período —, o Copom fez referência ao equilíbrio das contas públicas: “Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reforça a importância da firme persecução dessas metas”. Anteontem, na primeira reunião após as declarações do presidente da República, a nota foi praticamente idêntica, só com “reafirma” no lugar de “reforça”. Preocupação mesmo demonstrou com o ambiente externo, pressionado pelos juros altos nos Estados Unidos, pelos solavancos na economia chinesa, pelas tensões geopolíticas com nova guerra, agora no Oriente Médio. — Condições da economia internacional estão entre as razões para não cumprimento da meta. A realidade que se impõe é incompatível com déficit zero — diz De Bolle. Se demonstrou coerência quanto à percepção sedimentada, não é de hoje, do mercado sobre a meta fiscal, o Copom perdeu a oportunidade de fustigar agentes públicos que têm responsabilidade sobre a política fiscal, mas fingem que não. Ao avisar da impossibilidade de cumprir a meta de déficit zero, Lula estava, em certa medida, denunciando a ação dos que insistem em dividir o bônus, mas se recusam a partilhar o ônus da gestão rigorosa e justa das contas públicas. Refiro-me a Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, e a Rodrigo Pacheco, número um do Senado. Nas duas Casas repousam projetos que ajudariam no equilíbrio das contas. Das duas Casas saíram bombas fiscais que o inviabilizam. Coube ao titular da Fazenda, em entrevista no início da semana, chamar a atenção para decisões do Legislativo e do Judiciário que têm desidratado a arrecadação, mesmo com a economia crescendo acima do previsto. Somos de um tempo em que expansão do PIB era diretamente proporcional ao recolhimento de impostos. Haddad informou que só a base de cálculo da CSLL e do IRPJ neste ano vem sendo diminuída em R$ 200 bilhões, porque o Congresso derrubou o veto do então presidente Michel Temer a um abatimento previsto na Lei Complementar 160/2017. Uma fabricante de cigarros, continuou, terá direito a crédito tributário de quase R$ 5 bilhões, porque o STF retirou o ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. Mesmo no projeto de taxação de fundos dos super-ricos a alíquota foi reduzida de 22,5% para 15% na passagem pela Câmara. A credibilidade do Legislativo também está em xeque. ___________________________________________________________________________________ ----------
----------- A situação fiscal brasileira ------------- =================================================================================== O texto compartilhado é uma análise crítica sobre a situação fiscal do Brasil, especialmente em relação à meta de déficit zero em 2024. Vou tentar resumir os principais pontos: O presidente da República anunciou que não será possível cumprir a meta de déficit zero em 2024, o que causou impactos no mercado financeiro, como a queda da bolsa de valores, o aumento do dólar e o avanço dos juros futuros. A meta de déficit zero não foi oficialmente aprovada em lei, e o texto sugere que a falta de crença no mercado já existia em relação à sua viabilidade. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, insistiu na meta de déficit zero como uma forma de pressionar o Congresso a aprovar medidas econômicas que aumentariam as receitas do governo. As estimativas para o déficit em 2024 oscilaram entre 0,7% e 0,8% do PIB, e o Comitê de Política Monetária do Banco Central destacou a importância de perseguir a meta de déficit zero, embora seja improvável que seja alcançada. O texto aponta que as condições econômicas internacionais, como juros altos nos EUA, problemas na economia chinesa e tensões geopolíticas, também contribuíram para a impossibilidade de cumprir a meta. A autora do texto critica agentes públicos, como o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do Senado, por não estarem fazendo o suficiente para equilibrar as contas públicas, e menciona que projetos nas duas Casas contribuíram para a situação fiscal precária. O texto destaca que decisões do Legislativo e do Judiciário têm prejudicado a arrecadação de impostos, mesmo com o crescimento econômico. Exemplos incluem reduções na base de cálculo de impostos e diminuição das alíquotas de impostos sobre fundos dos super-ricos. No geral, a autora do texto critica a falta de comprometimento das autoridades e a situação fiscal complicada do Brasil. =================================================================================== ------------- -------------- Marisa Monte - Feitio de Oração (22o. Prémio da Música Brasileira) ___________________________________________________________________________________ -------------
----------- Luiz Carlos Azedo - Haddad no fogo cruzado entre o PT e o Centrão Correio Braziliense Reduzir impostos e aumentar gastos é a lei da gravidade no Congresso. Se o presidente Lula não prestigiar sua equipe econômica, o ministro da Fazenda será encurralado Como diria Aparício Torelly, o humorista Barão de Itararé, se dependesse apenas da aerodinâmica, o besouro não poderia voar. É mais ou menos o que está acontecendo com a proposta de deficit zero para o Orçamento da União de 2024. É um objetivo estratégico para a equipe econômica resolver a crise fiscal, nos marcos do novo arcabouço aprovado pelo Congresso, e conseguir consolidar a rota de retomada do crescimento com a inflação dentro da meta de 3% ao ano. Essa meta está valendo para 2024, 2025 e 2026, conforme decisão tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e serve como eixo de atuação do Banco Central (BC), que tem na taxa de juros sua principal ferramenta para conter a inflação. A indefinição sobre a política fiscal do governo, a partir da revelação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o deficit zero não será atingido, desestabilizou as negociações entre a equipe econômica e o Congresso. Hoje, está prevista uma nova conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, que ontem deu novas declarações de que a meta de deficit zero será mantida pelo governo. Será mesmo? Essa é a interrogação do mercado, a resposta depende da aprovação da Reforma Tributária e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) — cujo relator, deputado Danilo Fortes (PP-CE), ontem conversou com integrantes da equipe econômica. “O pior dos mundos é a incerteza. O governo não tem uma posição clara e só temos 20 dias para aprovar a LDO. Tenho uma visão crítica em relação à expectativa criada em relação ao deficit zero. Sou contra aumentar impostos e, também, não concordo com o aumento de subsídios”, explicou Fortes, que pretende apresentar seu relatório sobre a LDO em duas semanas. Novas exceções Ontem, em pleno feriado, Haddad se reuniu com o relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), que incluiu no texto da novas exceções, que representam um aumento de 0,5 ponto nos subsídios em relação ao texto aprovado pela Câmara. Segundo os técnicos da Fazenda, esses benefícios vão elevar a alíquota do futuro IVA (Imposto sobre Valor Agregado) para 27,5%. Ao sair do encontro, Haddad disse que a posição da Fazenda é sempre restritiva às exceções, mas compreende as dificuldades dos relatores da reforma no Senado e na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Segundo o ministro da Fazenda, “eles sabem das dificuldades, sabem dos grupos de interesse que se manifestam ali”. E como sabem! Na versão de Eduardo Braga, terão regime diferenciados operações alcançadas por tratado ou convenção internacional, inclusive missões diplomáticas e representações consulares e de organismos internacionais; serviços de saneamento e de concessão de rodovias; operações que envolvam a disponibilização da estrutura compartilhada dos serviços de telecomunicações; serviços de agência de viagem e turismo; e transporte coletivo de passageiros rodoviários intermunicipal e interestadual, ferroviário, hidroviário e aéreo. O texto aprovado na Câmara previa o pagamento de apenas 40% da alíquota padrão pelos serviços de saúde e educação; produção de alimentos, produtos básicos de higiene pessoal e limpeza; agropecuários, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura; insumos agrícolas; produções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais, atividades desportivas e comunicação institucional; dispositivos médicos; dispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiência; bens e serviços relacionados à soberania e segurança nacional, segurança da informação e segurança cibernética; medicamentos; e produtos de cuidados básicos à saúde menstrual. De volta ao besouro, reduzir impostos e aumentar gastos é a lei da gravidade no Congresso. Se Lula não prestigiar a equipe econômica, Haddad será encurralado pelo Centrão, que cria dificuldades para aumentar a arrecadação, e a bancada do PT, que não quer abrir mão de gastos que poderiam ser evitados. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, é o vértice dessa aliança no Palácio do Planalto. ___________________________________________________________________________________ -------------
---------------- =================================================================================== O artigo de Luiz Carlos Azedo trata da questão do deficit zero no Orçamento da União de 2024 no Brasil e suas implicações políticas e econômicas. Aqui estão os principais pontos do artigo: A proposta de deficit zero para o Orçamento de 2024 é vista como um objetivo estratégico para a equipe econômica, como parte do novo arcabouço aprovado pelo Congresso, com o objetivo de resolver a crise fiscal e promover o crescimento econômico com inflação controlada. A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu a meta de inflação de 3% ao ano para 2024, 2025 e 2026, o que influencia a atuação do Banco Central, principalmente em relação à taxa de juros. A incerteza em relação à política fiscal do governo surgiu após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarar que o deficit zero não será atingido, o que complicou as negociações entre a equipe econômica e o Congresso. O autor destaca a importância da aprovação da Reforma Tributária e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para a definição da política fiscal. Há preocupações sobre a incerteza e a falta de uma posição clara do governo em relação ao deficit zero, o que pode afetar a economia. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o relator da Reforma Tributária no Senado, Eduardo Braga, que incluiu novas exceções no texto, o que aumenta os subsídios e a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Reduzir impostos e aumentar gastos é uma tendência no Congresso, o que cria desafios para a equipe econômica e coloca o ministro da Fazenda em uma posição delicada. O autor menciona o papel do Centrão e da bancada do PT nesse contexto e a importância da liderança do presidente Lula na tomada de decisões em relação à política fiscal. O artigo aborda a complexa situação fiscal do Brasil e as tensões políticas em torno das políticas econômicas, especialmente a questão do deficit zero no Orçamento de 2024. =================================================================================== ------------- ---------- ------------- Álbum: “Roberto Carlos 1977". Roberto Carlos é do tipo que emplaca pelo menos uma música por álbum. No caso de seu disco “Roberto Carlos” de 1977, não foram uma nem duas, mas pelo menos quatro canções de sucesso: “Amigo”, “Falando sério”, “Cavalgada” e “Outra vez”. Das 12 composições do disco, 5 são de autoria de Roberto e Erasmo Carlos. As outras 7 são criações de artistas como Caetano Veloso, Maurício Duboc, Carlos Colla e Isolda Bourdot, que à época já tinham canções lançadas na voz do artista. Diferentemente dos trabalhos anteriores, “Roberto Carlos 1977” foi inteiramente produzido nos Estados Unidos e arranjado pelos maestros norte-americanos Jimmy Wisner, Al Capps e Ben Lanzarone, sem o brasileiro Chiquinho de Moraes. “Amigo” é a canção que abre o disco, algo inédito em pelo menos dois sentidos. Primeiro, porque não é rock nem música romântica iniciando um trabalho. Trata-se composição temática que fala de amizade, mais especificamente da relação entre Roberto e Erasmo Carlos. Além disso, “Amigo” é uma das poucas parcerias entre Roberto e Erasmo em que um fez inteiramente a letra (Roberto) e o outro fez solitariamente a melodia (Erasmo). Quando decidiu homenagear o companheiro, Roberto precisou manter a letra em segredo. De acordo com Paulo Cesar de Araújo, Erasmo Carlos ouviu a canção dias depois de ela ter sido gravada nos Estados Unidos: “Quando a fita começou a rodar e entrou aquela abertura instrumental, Erasmo percebeu que estava diante de uma canção forte, grandiosa. E ao ouvir as primeiras palavras cantadas por Roberto Carlos, ‘Você meu amigo de fé/ meu irmão camarada/ amigo de tantos caminhos/ e tantas jornadas…’, ele não se conteve e começou a chorar. Aquela mensagem só podia ser pra ele. Erasmo chorou no início, no meio e no fim da música. ‘Choro até hoje. É a música que as pessoas escolhem quando querem me homenagear, e eu choro sempre’ […].” (ARAÚJO, Paulo Cesar de. 2006. Roberto Carlos em Detalhes, p. 274) Junto de “Detalhes”, “Outra vez” é possivelmente a música mais conhecida de Roberto, muito pedida em shows, mesmo não sendo composição sua, mas de Isolda Bourdot. Os versos iniciais “você foi o maior dos meus casos” são emblemáticos do cancioneiro de Roberto, do mesmo modo como “Emoções”( “quando eu estou aqui eu vivo esse momento lindo”) ou “Como é grande o meu amor por você” (“eu tenho tanto pra lhe falar”). “Outra vez” é a primeira composição que Isolda fez sozinha para o artista, e não em parceria com seu irmão Milton Carlos, que morreu acidente de carro em 1976. “Falando sério”, “Cavalgada” e “Nosso amor” são canções românticas mais belas do trabalho. As duas primeiras possuem arranjos lindíssimos, mas arrebatadoras mesmo são as letras. A primeira composição de Maurício Duboc e Carlos Colla, veteranos colaboradores de Roberto, e possui um dos versos mais famosos do artista: “É bem melhor você parar com essas coisas/ de olhar pra mim com olhos de promessas/ depois sorrir como quem nada quer […]” Roberto Carlos tem mais de 50 anos de carreira. As pinceladas deste texto contemplam uma parte muito pequena de sua obra, que desde 1977 foi ampliada por 23 álbuns de músicas inéditas, diversas coletâneas, versões em espanhol e italiano, além de lançamentos em outras mídias. Muitos desses trabalhos têm grandes canções; outros, nem tanto. De toda maneira, estradeiro como sempre foi, Roberto fez apresentações em todos os cantos do Brasil e divulgou sua música à exaustão. Em sua obra “Por que ler os clássicos” (1981), Italo Calvino fornece dezena de definições a respeito do que são autores e livros clássicos. Uma delas, a seguinte: “é clássico aquilo que tende a relegar as atualidades a posição de barulho de fundo […]”. Texto de Pedro Henrique Frasson Barbosa, mestre em Antropologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) Roberto Carlos - Jovens Tardes De Domingo Eu me lembro com saudade O tempo que passou O tempo passa tão depressa Mas em mim deixou Jovens tardes de domingo Tantas alegrias Velhos tempos Belos dias Canções usavam formas simples Pra falar de amor Carrões e gente numa festa De sorriso e cor Jovens tardes de domingo Tantas alegrias Velhos tempos Belos dias Hoje os meus domingos São doces recordações Daquelas tardes de guitarras Sonhos e emoções O que foi felicidade Me mata agora de saudade Velhos tempos Belos dias Velhos tempos Belos dias Hoje os meus domingos São doces recordações Daquelas tardes de guitarras Flores e emoções O que foi felicidade Me mata agora de saudade Velhos tempos Belos dias Velhos tempos Belos dias Velhos tempos Belos dias (Vejam só em que festa de arromba Outro dia eu fui parar Vejam só em que festa de arromba Outro dia eu fui parar Vinha voando no meu carro Quando vi pela frente Na beira da calçada Um broto displicente Mas, vejam só em que festa de arromba Outro dia eu fui parar Vejam só em que festa de arromba Outro dia eu fui parar) Composição: Roberto Carlos / Erasmo Carlos ___________________________________________________________________________________ ------------- -------------- Presidente dos EUA propõe pausas humanitárias a Israel | Massa lidera na Argentina MyNews Transmissão iniciada há 49 minutos #almoçodomynews #MyNews #almoçodomynews No Almoço do MyNews desta sexta-feira, 3 de outubro, Alice Rabello e Afonso Marangoni recebem o deputado Ivan Valente, do Psol, e a jornalista Sylvia Colombo, para comentar, respectivamente, a guerra no Oriente Médio, e as eleições argentinas. Os EUA pressionam por uma “pausa” nos bombardeios de Israel sobre Gaza, para liberação dos reféns do Hamas e da população civil. As pesquisas na Argentina mantêm a vantagem de Sérgio Massa para o segundo turno. Entenda, compartilhe, comente e deixe seu like! ________________

Nenhum comentário:

Postar um comentário