domingo, 12 de novembro de 2023

NÃO CONHEÇO

32 BRASILEIROS CONSEGUEM DEIXAR A FAIXA DE GAZA ------------ ___________________________________________________________________________________ “Uma ocasião, me perguntaram o que era ser feliz. E eu disse que era desejar o ‘máquissimo’ e se contentar com o mínimo. Essa é a definição de ser músico no Brasil.” Mozart Camargo Guarnieri ___________________________________________________________________________________ ---------- ----------- Camargo Guarnieri - Valsa No.1 (Belkiss Carneiro de Mendonça, piano) ----------- Instituto Piano Brasileiro - IPB ___________________________________________________________________________________ ------------ --------- Maria Clara Gueiros - Vem cá, te conheço? LeonardoSeJ ----------
-------------- ---------- Música | Edu Lobo, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno, Zé Renato e A.Montarroyos em Ponteio de E. Lobo e Capinan ----------- -------------- Situação dos brasileiros resgatados de Gaza está “resolvida”, diz Mauro Vieira | CNN BRASIL ------------ CNN Brasil 12 de nov. de 2023 #CNNBrasil O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse neste domingo (12) que a situação dos 32 brasileiros que deixaram a Faixa de Gaza está “momentaneamente resolvida”, mas que a situação do conflito com Israel é “gravíssima”. #CNNBrasil ___________________________________________________________________________________ ------ ------------ Não há lista oficial para mais brasileiros deixarem Gaza, diz embaixador no Egito à CNN | AGORA CNN ---------- CNN Brasil 12 de nov. de 2023 #CNNBrasil À CNN, o embaixador do Brasil no Egito, Paulino Franco de Carvalho, disse neste domingo (12) que não há uma segunda lista para brasileiros deixarem a região da Faixa de Gaza. #CNNBrasil ___________________________________________________________________________________________
----------- O Estado de S. Paulo – Israel não cometeu genocídio, mas comete crimes de guerra em Gaza; leia a análise Omer Bartov THE NEW YORK TIMES — As operações militares israelenses criaram uma crise humanitária inaceitável, que apenas piorará com o tempo. Mas as ações de Israel — conforme argumentam oponentes do país — constituem limpeza étnica ou, mais explosivamente, genocídio? Enquanto historiador do genocídio, eu acredito que não há prova de que um genocídio ocorra atualmente em Gaza, mas é muito provável que crimes de guerra e até crimes contra a humanidade estejam ocorrendo. O que significa duas coisas importantes: primeiro, nós precisamos definir o que estamos vendo; e segundo, nós temos chance de impedir o problema antes que a situação piore. A história nos ensina que é crucial alertar a respeito de possíveis genocídios, em vez de condenar tardiamente depois do ocorrido. E acho que ainda temos tempo. É evidente que a violência diária lançada sobre Gaza é tanto insuportável quanto inadmissível. Desde o massacre perpetrado pelo grupo terrorista Hamas em 7 de outubro — em si um crime de guerra e um crime contra a humanidade — o ataque militar aéreo e terrestre de Israel matou mais de 10,5 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, número que inclui milhares de crianças. É bem mais de cinco vezes a quantidade de pessoas assassinadas pelo Hamas em Israel, mais de 1,4 mil. Ao justificar seu ataque, líderes e generais israelenses emitiram pronunciamentos assustadores, que indicam uma intenção genocida. Ainda assim, o horror coletivo do que nós estamos assistindo não significa que um genocídio, de acordo com a definição do termo segundo o direito internacional, já esteja em andamento. Já que o genocídio, às vezes classificado como “o pior dos crimes”, é percebido por muitos como o crime mais extremo, há com frequência um impulso de descrever qualquer assassínio em massa e matança como genocídio. Mas essa urgência em rotular todos os eventos atrozes como genocídio tende a ofuscar a realidade, em vez de explicá-la. O direito humanitário internacional identifica diversos crimes graves em conflitos armados. Os crimes de guerra foram definidos nas Convenções de Genebra, de 1949, assim como protocolos subsequentes, como violações graves de leis e costumes da guerra em conflitos armados internacionais contra combatentes e civis. O Estatuto de Roma, que estabeleceu o Tribunal Penal Internacional, define crimes contra a humanidade como extermínio de população civil ou outros crimes em massa contra civis. O crime de genocídio foi definido em 1948 pelas Nações Unidas como “a tentativa de destruir, inteiramente ou em parte, um determinado grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Portanto, para provar que um genocídio está em andamento, nós precisamos demonstrar a existência de uma intenção de destruir direcionada contra um grupo em particular. Genocídio enquanto conceito jurídico difere do conceito de limpeza étnica porque este segundo ato, que não é reconhecido em si como crime pelo direito internacional, pretende remover uma população de um determinado território, com frequência violentamente, enquanto o genocídio pretende destruir essa população onde quer que ela esteja. Na realidade, qualquer dessas situações — e especialmente a limpeza étnica — pode escalar e tornar-se genocídio, como ocorreu no Holocausto, que começou como uma intenção de remover os judeus dos territórios controlados pela Alemanha e se transformou numa tentativa de exterminá-los fisicamente. Minha maior preocupação ao assistir os desdobramentos da guerra Israel-Gaza é que existe uma intenção genocida que pode facilmente descambar para um ato genocida. Em 7 de outubro, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu afirmou que os habitantes de Gaza pagariam um “preço enorme” pelas ações do Hamas e que as Forças de Defesa de Israel, ou IDF, transformariam “em escombros” partes dos centros urbanos densamente povoados de Gaza. Em 28 de outubro, acrescentou ele, citando o Deuteronômio, “Vocês devem se lembrar do que Amalek fez com vocês”. Como muitos israelenses bem sabem, em vingança ao ataque de Amalek, a Bíblia conclama a “morte de homens e mulheres, crianças e lactentes”. A linguagem profundamente alarmante não termina aí. Em 9 de outubro, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou, “Nós estamos combatendo animais e estamos agido como corresponde”, uma declaração que indica desumanização, com ecos genocidas. No dia seguinte, o major-general Ghassan Alian, comandante israelense de atividades governamentais nos territórios, fez um pronunciamento em árabe direcionado à população de Gaza: “Animais tem de ser tratados como tal”, afirmou ele, acrescentando: “não haverá eletricidade nem água, haverá apenas destruição. Vocês desejaram o inferno e terão o inferno”. No mesmo dia, o major-general aposentado Giora Eiland publicou no jornal Yedioth Ahronoth, “O Estado de Israel não tem escolha a não ser transformar Gaza em um lugar temporariamente ou permanentemente inabitável”. Ele acrescentou, “Criar uma crise humanitária severa em Gaza é um meio necessário para alcançar o objetivo”. Em outro artigo, ele escreveu que “Gaza se tornará um lugar onde nenhum ser humano conseguirá existir”. Aparentemente, nenhum representante do Exército ou político denunciou essa declaração. Eu poderia citar muitas outras. Consideradas em conjunto, essas declarações poderiam facilmente ser interpretadas como uma intenção genocida. Mas está realmente ocorrendo um genocídio? Comandantes militares israelenses insistem que estão tentando limitar as baixas civis e atribuem o grande número de palestinos mortos e feridos a táticas do Hamas de usar civis como escudo humano e instalar seus centros de comando sob estruturas humanitárias, como hospitais. Mas, em 13 de outubro, relatou-se que o Ministério de Inteligência de Israel emitiu uma proposta para mover toda a população da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, que é governada pelo Egito (o gabinete de Netanyahu afirmou que se tratava de um “documento conceitual”). Elementos de extrema direita no governo — também representada nas IDF — celebraram a guerra classificando-a como uma oportunidade de livrar-se dos palestinos de uma vez por todas. Neste mês, emergiu nas redes sociais um vídeo do capitão Amichai Friedman, rabino da Brigada Nahal, dizendo a um grupo de soldados que agora ficou claro que “a terra é nossa, toda a terra, incluindo Gaza, incluindo o Líbano”. Os soldados vibraram entusiasticamente; as IDF afirmaram que sua conduta “não se alinha” com os valores e diretrizes da corporação. E portanto, ainda que não possamos afirmar que os militares israelenses estejam mirando civis explicitamente, funcionalmente e retoricamente nós podemos estar assistindo a uma operação de limpeza étnica que pode rapidamente involuir e transformar-se em genocídio, como já ocorreu no passado. Nada disso ocorre num vácuo. Ao longo de vários meses recentes, eu me angustiei enormemente com os eventos que transcorreram em Israel. Em 4 de agosto, eu e vários colegas circulamos uma petição alertando que a tentativa de golpe no Judiciário do governo Netanyahu tinha objetivo de perpetuar a ocupação israelense no território palestino. O documento foi assinado por cerca de 2,5 mil acadêmicos, religiosos e personalidades públicas revoltadas com a retórica racista de membros do governo, seus esforços antidemocráticos e a crescente violência dos colonos, aparentemente apoiados pelas IDF, contra palestinos na Cisjordânia ocupada. O que nós vínhamos alertando — que seria impossível ignorar a ocupação do território e a opressão de milhões de pessoas por 56 anos e o cerco de Gaza por 16 anos sem consequências — escancarou-se em 7 de outubro. Após o massacre de judeus civis e inocentes perpetrado pelo Hamas, nosso grupo emitiu uma segunda petição denunciando os crimes cometidos pelo Hamas e instando o governo israelense a desistir de perpetrar violência e mortes em massa de palestinos civis e inocentes em Gaza como resposta à crise. Nós escrevemos que a única maneira de pôr fim a esses ciclos de violência é buscar políticas de concessões mútuas com os palestinos e o fim da ocupação. É hora dos líderes e acadêmicos veteranos de instituições dedicadas a pesquisa e memória do Holocausto se manifestarem publicamente contra a retórica repleta de ódio e ressentimento que desumaniza a população de Gaza e pede sua extinção. É hora de criticar publicamente a escalada da violência na Cisjordânia perpetrada por colonos e soldados israelenses, que agora também parece estar descambando na direção de uma limpeza ética acobertada pela guerra em Gaza; vários vilarejos palestinos esvaziaram-se, segundo relatos, sob ameaças de colonos. Eu conclamo veneráveis instituições como o Museu Memorial do Holocausto dos EUA, em Washington, DC, e o Yad Vashem, em Jerusalém, para interceder agora mesmo e se unir à vanguarda que alerta contra crimes de guerra, crimes contra a humanidade, limpeza étnica e o pior dos crimes, o genocídio. Se nós acreditamos verdadeiramente que o Holocausto nos ensinou uma lição a respeito da necessidade — ou realmente o dever — de preservar nossa dignidade humana protegendo vítimas de atrocidades, é hora de nos levantarmos e nos pronunciarmos claramente, antes que a liderança de Israel mergulhe no abismo levando consigo seus vizinhos. Ainda há tempo de impedir Israel de converter suas ações em genocídio, mas nós não podemos esperar mais nenhum instante. / TRADUÇÃO DE AUGUSTO CALIL *Omer Bartov é professor de estudos sobre genocídio e o Holocausto na Universidade Brown ____________________________________________________________________________________ -----------
----------- ---------- O Estado de S. Paulo – Três razões que colocam Israel em risco na guerra contra o Hamas; leia a coluna de Thomas Friedman Thomas Friedman THE NEW YORK TIMES — Pessoas me avisaram, antes de eu vir a Tel-Aviv, alguns dias atrás, que Israel pós-7 de outubro é um país no qual eu nunca havia estado. Elas estavam certas. É um país no qual os israelenses nunca tinham vivido, que os generais israelenses nunca tinham tido de proteger, um aliado que os Estados Unidos nunca tinham tido de defender — certamente não com a urgência e a determinação que levariam um presidente americano a voar para cá e dar coragem ao país inteiro. Após circular por Israel e pela Cisjordânia, eu entendi que muita coisa mudou. É evidente para mim que Israel está realmente em perigo — mais que em qualquer momento desde sua Guerra da Independência, em 1948. E por três razões críticas: Primeiro, Israel está diante de ameaças de uma série de inimigos que combinam visões de mundo teocráticas e medievais com armamentos do século 21 — e não se organizam mais em pequenos bandos de milicianos, mas como exércitos modernos, com brigadas, batalhões, capacidades cibernéticas, foguetes de longo alcance, drones e apoio técnico. Eu estou falando dos grupos apoiados pelo Irã, como o Hamas, o Hezbollah, as milícias xiitas no Iraque e os houthis no Iêmen — e agora até Vladimir Putin anuindo abertamente ao Hamas. Esses inimigos estão por aí faz tempo, mas todos parecem ter emergido juntos neste conflito, como dragões ameaçando Israel com uma guerra em 360 graus de uma só vez.] Como uma democracia moderna vive sob tamanha ameaça? É esta exatamente a dúvida que essas forças diabólicas querem inculcar nas mentes de todos os israelenses. Elas não estão buscando concessões mútuas com o Estado judaico. Seu objetivo é demolir a certeza dos israelenses de que seus serviços de defesa e inteligência são capazes de protegê-los de ataques surpresa transfronteiriços — e então os israelenses primeiro deixam as regiões mais próximas às suas fronteiras e logo mudam-se do país definitivamente. Eu fiquei impressionado pela maneira que tantos israelenses sentem este perigo pessoalmente, não importando onde vivam — começando com uma amiga que mora em Jerusalém contando-me que ela e seu marido acabam de obter licenças para manter pistolas em casa. Ninguém vai roubar seus filhos e enfiá-los em um túnel. O Hamas, infelizmente, cavou túneis de medo dentro de muitas, muitas mentes israelenses longe das fronteiras de Gaza. O segundo perigo que percebo é que a única maneira concebível de Israel ser capaz de gerar legitimidade, recursos, tempo e aliados para travar uma guerra tão difícil, contra tantos inimigos, é o país ter parceiros firmes no exterior, liderados pelos EUA. O presidente Joe Biden, bastante heroicamente, tem tentado ajudar Israel com seu objetivo imediato e legítimo de desmantelar o regime terrorista e messiânico do Hamas em Gaza — que ameaça tanto o futuro de Israel quanto os palestinos em Gaza ou na Cisjordânia que anseiam por um Estado próprio e decente. Mas a guerra de Israel contra o Hamas em Gaza implica em combates urbanos que invadem residências e provocam milhares de mortes de civis — homens, mulheres e crianças inocentes — entre os quais o Hamas se insere deliberadamente para forçar Israel a ter de matar essas pessoas inocentes para conseguir matar a liderança do Hamas e destruir sua extensa rede de túneis de ataque. Mas o presidente Biden só será capaz de gerar o apoio que Israel precisa de forma sustentável se Israel estiver disposto a se envolver em algum tipo de iniciativa diplomática de tempo de guerra direcionada para os palestinos na Cisjordânia — e com sorte na Faixa de Gaza pós-Hamas — que indique o interesse de Israel em discutir algum tipo de solução de dois Estados se as autoridades palestinas conseguirem unificar sua política e pôr ordem na casa. O que nos traz à minha terceira — e profunda — preocupação. O Estado de Israel é governado pelo pior líder em sua história, talvez o pior líder na história do judaísmo — que não tem vontade nem capacidade de produzir uma alternativa desse tipo. Pior ainda, eu fico estarrecido com a intensidade com que este líder, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, continua a colocar o interesse de garantir o apoio de sua base de extrema direita — e culpou preventivamente os serviços de segurança e inteligência de Israel pela guerra — à frente de manter a solidariedade nacional ou fazer qualquer uma das coisas mais básicas que o presidente Biden precisa para conseguir os recursos, os aliados, o tempo e a legitimidade que Israel precisa para derrotar o Hamas. Biden não conseguirá ajudar Israel a construir uma coalizão com parceiros dos EUA, da Europa e de países árabes moderados para derrotar o Hamas se a mensagem de Netanyahu para o mundo continuar sendo: “Ajudem-nos a derrotar o Hamas em Gaza enquanto nós trabalhamos para expandir assentamentos coloniais, anexar a Cisjordânia e construir por lá um Estado judaico supremacista”. Aprofundemo-nos nesses perigos. Na noite do sábado passado, um comandante aposentado do Exército de Israel passou no meu hotel em Tel-Aviv para compartilhar sua perspectiva sobre a guerra. Eu o levei ao lounge executivo do 18.º andar para conversarmos, e quando nós entramos no elevador para subir, nos juntamos a uma família de quatro — mãe, pai, um filho pequeno e um bebê num carrinho. O general israelense perguntou de onde eles eram. “Kiryat Shmona”, respondeu o pai. Quando saímos do elevador, eu brinquei com o general dizendo-lhe que seu relato não era mais necessário. Apenas 18 andares e aquelas duas palavras — “Kiryat Shmona” — eram suficientes para definir o novo dilema estratégico perversamente complexo de Israel criado pelo ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro. Kiryat Shmona é uma das cidades israelenses mais importantes na fronteira com o Líbano. Aquele pai contou que fugiu com a família da linha fronteiriça do norte juntamente com outras milhares de famílias israelenses após a milícia pró-Irã Hezbollah e milícias palestinas no sul do Líbano começarem a disparar foguetes e artilharia e a fazer incursões em solidariedade ao Hamas. Quando eles poderão voltar para casa? Eles não têm ideia. Como mais de 200 mil outros israelenses, eles se refugiaram com amigos ou em hotéis por todo este pequeno país de 9 milhões de habitantes. E levou apenas poucas semanas para os israelenses aumentarem os preços dos imóveis nas cidades mais centrais e aparentemente seguras. Para o Hezbollah, somente este fenômeno já representa uma missão cumprida, sem nem mesmo ter de invadir, como o Hamas. Juntos, o Hamas e o Hezbollah estão conseguindo fazer Israel encolher. No domingo, eu fui de carro até um hotel no Mar Morto, para encontrar-me com alguns dos centenas de sobreviventes que viviam no Kibutz Be’eri, que tinha cerca de 1,2 mil moradores, incluindo 360 crianças — uma das comunidades atingidas mais severamente pela investida do Hamas, com mais de 130 mortos, além de centenas de feridos e vários sequestros de crianças e idosos. O governo israelense abrigou a maioria dos sobreviventes do massacre no kibutz na região do Mar Morto, onde eles agora organizam suas escolas no salão de baile do hotel. Eu perguntei a Liat Admati, de 35 anos, uma sobrevivente do ataque do Hamas que administrou uma clínica de cosmética facial por 11 anos em Be’eri, o que tornaria possível ela retornar para sua casa na região da fronteira de Gaza, onde foi criada. “O principal é eu me sentir segura para voltar”, afirmou Admati. “Antes desta situação, eu sentia que confiava no Exército. Agora eu sinto que essa confiança se quebrou. Eu não quero sentir que nós estamos nos escondendo em muros e abrigos o tempo todo enquanto atrás daquela cerca tem pessoas que farão aquilo de novo. Neste momento, eu realmente não sei qual é a solução.” Antes de 7 de outubro, Admati e seus vizinhos achavam que a ameaça era os foguetes, afirmou ela, então todos construíram abrigos seguros — mas agora que os atiradores do Hamas apareceram e carbonizaram pais e filhos dentro de seus abrigos seguros, quem vai saber o que é seguro? “O quarto seguro foi projetado para nos proteger dos foguetes — não de outro humano que aparece para nos matar em razão do que nós somos”, afirmou ela. O mais desalentador, concluiu Admati, é alguns cidadãos de Gaza que trabalhavam no kibutz terem, aparentemente, fornecido ao Hamas mapas do local. Muitos israelenses ouviram a gravação publicada pelo Times of Israel de um atirador do Hamas que participou do massacre de 7 de outubro, identificado por seu pai como “Mahmoud”, ligando para os pais do telefone de uma judia que ele acabara de assassinar e implorando-lhes para checar suas mensagens no WhatsApp para ver as fotos que ele tinha tirado de mais de 10 judeus que ele mesmo havia matado no kibutz de Mefalsim, próximo à fronteira com Gaza. “Olhem quantos eu matei com as minhas próprias mãos! Seu filho matou judeus”, afirma ele, segundo uma tradução para o inglês. “Mamãe, seu filho é um herói”, acrescenta ele depois. Do outro lado, ouve-se os pais aparentemente em júbilo. Esse tipo assustador de exuberância — o Estado de Israel foi construído para que isso jamais pudesse acontecer — explica a mensagem de uma placa não oficial que eu vi na calçada quando dirigia pelo bairro judaico da Colina Francesa, em Jerusalém, outro dia: “Ou nós ou eles”. A fúria eufórica de 7 de outubro que matou cerca de 1,4 mil soldados e civis não apenas endureceu os corações israelenses em relação ao sofrimento dos civis de Gaza, também infligiu uma sensação profunda de humilhação e culpa sobre o Exército e o establishment de defesa de Israel por suas corporações terem fracassado em sua missão mais básica: proteger as fronteiras do país. Como resultado, há uma convicção no Exército de que a força deve demonstrar para toda a vizinhança — ao Hezbollah no Líbano, aos houthis no Iêmen, às milícias islâmicas no Iraque, ao Hamas e a outros combatentes na Cisjordânia — que nada impedirá Israel de restabelecer a segurança de suas fronteiras. Mesmo insistindo que atende às leis da guerra, o Exército israelense quer mostrar que ninguém é mais doido que Israel em seu impulso de expulsá-los desta região — mesmo que os militares israelenses tenham de desafiar os EUA e não tiverem nenhum plano sólido para governar Gaza na manhã seguinte ao fim da guerra. Conforme o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse a repórteres na quarta-feira: “Israel não pode aceitar uma ameaça tão ativa sobre suas fronteiras. Toda a ideia de pessoas vivendo lado a lado no Oriente Médio foi colocada em risco pelo Hamas”. Este conflito retornou às suas raízes mais bíblicas e primordiais. E este momento parece de olhos por olhos e dentes por dentes. A formulação da política da manhã seguinte terá de aguardar o luto que se seguirá. É por este motivo que eu me preocupo tanto a respeito da atual liderança de Israel. Eu estava circulando pela Cisjordânia na terça-feira quando ouvi que Netanyahu tinha acabado de dizer à ABC News que Israel planeja reter “responsabilidade geral sobre a segurança” em Gaza “por um período indefinido” depois de sua guerra com o Hamas. Sério? Considerem o contexto: “De acordo com o Escritório Central de Estatísticas de Israel, no fim de 2021, 9,449 milhões de pessoas viviam em Israel (incluindo israelenses em assentamentos na Cisjordânia)”, noticiou no ano passado o Times of Israel. “Entre esses indivíduos, 6,982 milhões (74%) são judeus; 1,99 milhão (21%), árabes; e 472 mil nem judeu nem árabe. O Escritório Palestino de Estatística coloca a população palestina da Cisjordânia em pouco mais de 3 milhões, e a de Gaza em pouco mais de 2 milhões.” Portanto, Netanyahu está dizendo que 7 milhões de judeus controlarão indefinidamente as vidas de 5 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza — sem oferecer-lhes nenhum horizonte político, nada no sentido do estatuto de Estado poder ocorrer algum dia sob condições desmilitarizadas. No começo da manhã de 29 de outubro, conforme o Exército israelense entrava em Gaza, Netanyahu tuitou e logo deletou um post em rede social no qual culpou o establishment de defesa e inteligência de Israel por não conseguir antecipar o ataque surpresa do Hamas. (De alguma maneira, Netanyahu se esqueceu da frequência com que os comandantes militares e diretores de inteligência israelenses o tinham alertado a respeito de seu totalmente desnecessário golpe contra o sistema Judiciário estar fraturando o Exército e os inimigos de Israel estarem notando sua vulnerabilidade.) Após ser criticado pelo público por apunhalar nas costas digitalmente seus chefes militares e de inteligência em meio a uma guerra, Netanyahu publicou um novo tuíte. “Eu errei”, escreveu ele, acrescentando que “as coisas que eu disse após a conferência de imprensa não deveriam ter sido ditas, e eu me desculpo por isso. Eu apoio totalmente os diretores dos serviços de segurança (israelenses)”. Mas o estrago estava feito. Quanta confiança vocês supõem que esses comandantes militares têm no que Netanyahu dirá se a campanha em Gaza empacar? Que líder verdadeiro se comportaria dessa maneira no início de uma guerra por sobrevivência? Permitam-me não medir as palavras, porque este momento é obscuro, e Israel, como eu disse, corre perigo real. Netanyahu e seus asseclas fanáticos de extrema direita impregnaram Israel com seus vários arroubos de imaginação no ano passado: dividindo o país e o Exército sobre uma fraudulenta reforma no Judiciário e arruinando seu futuro com investimentos massivos em escolas religiosas que não ensinam matemática e em assentamentos judaicos na Cisjordânia que não ensinam nada de pluralismo — ao mesmo tempo fortalecendo o Hamas, que jamais seria um parceiro para a paz, e esgarçando a Autoridade Palestina, a única parceira possível para a paz. Quanto mais cedo Israel substituir Netanyahu e seus aliados de extrema direita por um governo de unidade nacional verdadeiro, que reúna centro-direita e centro-esquerda, melhor será sua chance de manter-se unido durante o que será uma guerra infernal e seu desfecho. E melhor será a chance do presidente Biden — que pode estar por baixo nas pesquisas nos EUA mas aqui seria eleito de lavada pela empatia e fortaleza que ele demonstrou em Israel numa hora de necessidade — não ter de atrelar sua credibilidade e a nossa a um Estado de Israel de Netanyahu que nunca será capaz de nos ajudar totalmente a ajudá-lo. A sociedade israelense é muito melhor que seu líder. Pena que foi preciso uma guerra para isso se fazer evidente. Ron Scherf é veterano de forças especiais de elite e fundador do grupo Brothers in Arms — uma associação ativista composta por ex-militares e reservistas que se opõem ao golpe de Netanyahu no Judiciário. Imediatamente após a invasão do Hamas, o grupo providenciou o envio de reservistas e socorristas para o front — de esquerda, de direita, religiosos, seculares, não importa — muitas horas antes deste governo incompetente conseguir organizar e acionar sua resposta. Trata-se de uma história notável de mobilização popular que mostrou quanta solidariedade ainda está oculta logo abaixo da superfície deste lugar e pode ser desenterrada por um primeiro-ministro diferente, que seja agregador, não o contrário. Ou, como Scherf colocou-me: “Quando vamos para o front, nós somos sobrepujados pela dimensão da nossa perda”. / TRADUÇÃO DE GUILHERME RUSSO ___________________________________________________________________________________ ----------
------------ Nas entrelinhas: Se Rússia e Israel podem, por que a China não pode? Publicado em 12/11/2023 - 08:24 Luiz Carlos AzedoChina, EUA, Israel, Literatura, Memória, Militares, Palestina, Política, Política, Rússia Joe Biden e Xi Jinping deverão se encontrar na Califórnia, durante a 30ª reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico A primeira nação a atacar o povo judeu após o êxodo do Egito foi Amalek, um antigo povo bíblico de Canaan. Há muito essa nação desapareceu, mas continua viva nos corações israelitas, como lembrou Omer Bartov, professor de estudos sobre o genocídio e o Holocausto na Universidade de Brown, em artigo publicado no “The New York Times” e reproduzido no Estadão. “Vocês devem se lembrar do que Amalek fez com vocês”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em 28 de outubro, ao anunciar que a retaliação de Israel ao ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro seria arrasadora. Mas está sendo muito mais violenta do que se imaginava, inclusive para os Estados Unidos, que apoiam Israel incondicionalmente. Antes, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, dissera:“Nós estamos combatendo animais e estamos agindo como corresponde”. O major-general Ghassan Alian, comandante israelense de atividades governamentais nos territórios, endossou:“Animais tem de ser tratados como tal”; “não haverá eletricidade nem água, haverá apenas destruição. Vocês desejaram o inferno e terão o inferno”. Diante dos assassinatos de crianças, mulheres e idosos pelos terroristas do Hamas em território Israelense, era uma reação previsível. As comparações bíblicas são claríssimas. Amalek cresceu na família de Esaú e adquiriu o ódio patológico aos judeus. Seus descendentes se tornaram a nação de Amalek, ao sul da Terra de Israel, no Deserto de Negev. Depois da travessia do Mar Vermelho, quando os judeus se recuperavam em Refidim, Amalek lançou um covarde ataque de surpresa sobre eles. Moisés, líder dos judeus, ordenou que seu discípulo Yehoshua, à frente de uma tropa de elite, contra-atacasse e matasse os guerreiros de Amalek, o que foi feito. Moisés prometeu varrer totalmente a lembrança de Amalek da face da terra, numa guerra eterna. Seu nome e trono não estariam completos até que Amalek fosse destruído. Quarenta anos depois, quando o rei canaanita de Arad lançou um ataque selvagem contra os judeus, os sábios concluíram que Arad e seus soldados eram amalequitas disfarçados. O plano fracassou, os judeus foram vitoriosos e continuaram a entrar na Terra de Israel. Por essa razão, no Shabat anterior à festa de Purim, a ação de Amalek é lembrada na leitura da Torá. Em Purim, os judeus foram salvos do perverso Haman, um descendente do rei amalequita. Comemora-se a destruição de Amalek até hoje nos lares israelitas. O rabino da Brigada Nahal, capitão Amichai Friedman, antes da entrada em Gaza, exortou seus soldados: “A terra é nossa, toda a terra, incluindo Gaza, incluindo o Líbano”. Na Torá, o livro de Deutoronômio (11:24), citado por Netanyahu, diz: “Todo lugar onde vocês puserem os pés será de vocês. O seu território se estenderá do deserto do Líbano ao do rio Eufrates ao Ocidental”. O ataque terrorista do Hamas legitimou internamente a política de Benjamin Netanyahu para a Cisjordânia, que é ocupada por Israel e está sendo gradativamente colonizada, e o projeto de limpeza étnica da Faixa de Gaza, cujo Norte já se tornou inabitável. O plano de estado-maior do Ministério de Inteligência de Israel já era mover toda a população palestina da Faixa de Gaza para a Península do Sinai, o que só não acontece agora porque o Egito fechou a fronteira e impediu o êxodo dos refugiados. Donbass, Gaza e Taiwan Entretanto, a guerra de Gaza tornou-se o epicentro de uma disputa muito maior. Ao contrário do Brasil, na presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), a China ainda não convocou nenhuma reunião do órgão. Quem tem pressa agora são os Estados Unidos, para recuperar o controle sobre a crise em Gaza. A Rússia não faz nenhuma questão de aprovar uma resolução, depois do veto americano à proposta de cessar-fogo humanitária brasileira, que foi aprovada por 12 votos a um e duas abstenções. O massacre de civis palestinos em seu território legitima a ocupação da região de Donbass, na Ucrânia, e um novo ataque à Odessa, cujo controle é uma das ambições do presidente russo Vladimir Putin, pode ocorrer a qualquer momento. O Exército russo tem 350 mil homens posicionados na fronteira para uma nova ofensiva. No próximo dia 15, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente chinês, Xi Jinping, deverão se encontrar na Califórnia, durante a 30ª reunião dos líderes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), que ocorrerá de 11 a 17 de novembro, com a participação de 21 países, que representam metade do comércio mundial e 40% dos habitantes da Terra. Os dois países protagonizam uma guerra comercial que está se transformando em nova guerra fria. A China nunca reconheceu a independência de Taiwan, que está para os Estados Unidos no Mar das China como Israel no Oriente Médio. O apoio incondicional dos Estados Unidos à ocupação da Palestina permitiria à China, moralmente, invadir e exigir a reintegração de Taiwan ao seu território, como aconteceu com as ilhas de Hong Kong (Reino Unido) e Macau (Portugal). Entretanto, o mundo estaria à beira da Terceira Guerra Mundial. Biden e Jinping, porém, juntos, têm condições de promover o cessar-fogo na Ucrânia e/ou em Gaza, se resolverem dar um basta à instabilidade mundial. Compartilhe: ___________________________________________________________________________________ ----------
Os gráficos que mostram recordes de mortes e devastação do 1º mês da guerra Israel-Hamas Quatro pessoas caminham perto de destroços na rua; elas carregam malas e mantimentosCRÉDITO,EPA Legenda da foto, Pessoas deixam a Cidade de Gaza a pé Article information Author,Amira Mhadhbi Role,BBC Arabic 8 novembro 2023 Nas primeiras horas de sábado dia 7 de outubro, o grupo palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel, matando cerca de 1.400 pessoas e fazendo mais de 200 reféns, segundo dados das autoridades israelenses. Desde esse dia, e já há mais de um mês, os contínuos ataques aéreos israelenses à Faixa de Gaza e a recente invasão terrestre mataram milhares de pessoas e causaram danos devastadores ao território. Milhares de mortos e feridos nos dois lados Israel afirma que mais de 1.400 israelenses e cidadãos estrangeiros foram mortos em consequência do ataque de 7 outubro lançado pelo Hamas — considerado um grupo terrorista no Reino Unido, na União Europeia e nos EUA. As autoridades israelenses identificaram 1.159 dos mortos naquele dia, incluindo 828 civis e 31 crianças. Entretanto, do lado palestino, quando a guerra entrava na sua quinta semana, o número de mortos em Gaza e na Cisjordânia atingiu um marco sem precedentes. Pule Matérias recomendadas e continue lendo Matérias recomendadas Joshua Loitu Mollel e Clemence Felix Mtenga Gaza: os estudantes africanos sequestrados pelo Hamas Benjamin Netanyahu, Yoav Gallant e Benny Gantz sentados numa mesa cercados por bandeiras de Israel Israel não tem plano para Gaza depois da guerra, dizem especialistas Operações de busca e resgate continuam depois que ataques israelenses destruíram edifícios em Khan Younis, Gaza, em 3 de novembro de 2023 Conflito Israel-Hamas: estão sendo cometidos crimes de guerra? O que diz a lei internacional Duas mulheres choram e se abraçam em um funeral para um homem assassinado pelo Hamas Israel: angústia e sofrimento um mês após ataques do Hamas Fim do Matérias recomendadas O Ministério da Saúde palestino em Gaza, dirigido pelo Hamas, informou em 6 de novembro que mais de 10 mil pessoas tinham sido mortas, entre elas mais de 4.100 crianças. Ou seja, em média, uma criança foi morta a cada 10 minutos. Alguns políticos, incluindo o presidente dos EUA, Joe Biden, questionaram a exatidão dos números fornecidos pelo Ministério da Saúde palestino, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma acreditar que os números são confiáveis. Gráfico crianças vítimas A guerra deixou cerca de 5.400 feridos em Israel e mais de 25.400 feridos em Gaza e na Cisjordânia, segundo as autoridades israenses e o Ministério da Saúde palestino, respetivamente. Cerca de 2.260 estão desaparecidos em Gaza, incluindo 1.270 crianças. Acredita-se que a maioria dos desaparecidos esteja soterrada sob os escombros. A grande crise dos reféns O ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro criou uma das maiores crises envolvendo reféns já vistas. Segundo as autoridades de Israel, cerca de 242 cidadãos nacionais e estrangeiros estão detidos pelo Hamas, incluindo mais de 30 crianças. O Hamas afirma que 57 dos reféns foram mortos por ataques israelenses em Gaza. Quatro reféns civis, incluindo uma jovem de 17 anos, foram liberadas pelo Hamas desde 20 de putubro. O exército israelense disse ter resgatado, em operação terrestre realizada em 29 de outubro, uma soldada mantida em cativeiro desde 7 de outubro. Mais de metade da população de Gaza se deslocou internamente A Faixa de Gaza tem população de mais de 2,2 milhões de pessoas, das quais mais de metade são crianças. Em 13 de outubro, Israel determinou que os civis evacuassem o norte de Gaza em direção ao sul. Após um mês de ataques aéreos israelenses, mais de 200 mil unidades habitacionais em Gaza foram danificadas ou destruídas — isto é, cerca de metade das unidades no território, segundo as autoridades de Gaza. Em 5 de novembro, a ONU e órgãos palestinos estimavam que cerca de 1,5 milhão de pessoas em Gaza haviam se deslocado internamente no território e estavam abrigadas em escolas, igrejas, hospitais, abrigos das Nações Unidas, edifícios públicos ou em casas de outras famílias. Sair de Gaza não é uma opção para os habitantes do território, uma vez que a passagem de Erez para Israel está fechada e a passagem de Rafah para o Egito abre apenas para evacuar cidadãos estrangeiros e alguns dos feridos. Gráfico população de Gaza Trabalhadores essenciais mortos O Ministério da Saúde palestino em Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que 16 dos 35 hospitais (46%) e 51 dos 76 centros médicos na Faixa de Gaza estão fora de serviço devido a ataques ou à falta de combustível desde 5 de novembro. Cerca de 50 ambulâncias foram danificadas, 31 delas estão fora de serviço e pelo menos 175 profissionais de saúde foram mortos, segundo o ministério. Sob o direito internacional, os trabalhadores humanitários, as equipes de saúde e as suas instalações devem ser protegidos. Gráfico de danos à estrutura de saúde em Gaza A ONU afirma que pelo menos 88 funcionários que trabalhavam para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) foram mortos, juntamente com 18 trabalhadores da defesa civil. Até 5 de novembro, foram mortos também 46 jornalistas — cuja segurança e trabalho devem ser protegidos de acordo com a Convenção de Genebra de 1949. A contagem é do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA). O conflito entre Israel e o Hamas culminou no mês mais mortal para jornalistas que cobrem guerras nas últimas três décadas, de acordo com o Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). Gráfico - Trabalhadores essenciais mortos Falta de água catastrófica Para aqueles que conseguiram sobreviver à guerra até agora, a vida é extremamente difícil em Gaza, com escassez de alimentos, pouca água disponível e riscos iminentes para a saúde. A OMS afirmou em meados de outubro que as famílias e crianças em Gaza estavam dependendo de apenas três litros de água por pessoa por dia para beber, cozinhar e usar na higiene. O mínimo descrito como limite de emergência é de 15 litros por pessoa por dia. Ultimamente, muito pouco abastecimento de água entrou em Gaza através da passagem de Rafah. A infraestrutura de abastecimento de água também foi danificada. Em 5 de novembro, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários informou que o consumo de água em Gaza tinha diminuído em média 92% em comparação com os níveis anteriores à guerra, e que a maioria das 65 estações elevatórias de esgoto não estavam operando. Em 31 de outubro, a OMS alertou que os deslocamentos em massa, a superlotação e os danos na infraestrutura de saneamento poderiam causar uma "catástrofe iminente de saúde pública" em Gaza. *A UNOCHA afirma que não verificou de forma independente os números fornecidos por autoridades palestinas e israelenses. Tópicos relacionados Israel & Palestina Territórios Palestinos Oriente Médio Israel Hamas https://www.bbc.com/portuguese/articles/cqeplqy3e3eo ___________________________________________________________________________________________

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