quarta-feira, 2 de maio de 2018

O mundo quer-me mal

VERSOS DE ORGULHO
O mundo quer-me mal porque ninguém
Tem asas como eu tenho! Porque Deus
Me fez nascer Princesa entre plebeus
Numa torre de orgulho e de desdém!

Porque o meu Reino fica para Além!
Porque trago no olhar os vastos céus,
E os oiros e os clarões são todos meus!
Porque Eu sou Eu e porque Eu sou Alguém!

O mundo! O que é o mundo, ó meu amor?!
O jardim dos meus versos todo em flor,
A seara dos teus beijos, pão bendito,
Meus êxtases, meus sonhos, meus cansaços...
São os teus braços dentro dos meus braços:
Via Láctea fechando o Infinito!...


© FLORBELA ESPANCA
In Charneca em flor, 1931






Florbela Espanca
Poetisa Portuguesa
Por Dilva Frazão
Biografia de Florbela Espanca
Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras feministas de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.
Florbela Espanca (1894-1930) foi uma poetisa portuguesa, autora de sonetos e contos importantes na literatura de Portugal. Foi uma das primeiras feministas de Portugal. Sua poesia é conhecida por um estilo peculiar, com forte teor emocional, onde o sofrimento, a solidão, e o desencanto estão aliados ao desejo de ser feliz.
Florbela Espanca, nome literário de Flor Bela Lobo, nasceu em Vila Viçosa, Alentejo, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1894. Filha de Antónia da Conceição Lobo e de João Maria Espanca, que era casado com Mariana do Carmo Toscano, mas não tinha filhos. Flor Bela Lobo só foi batizada no dia 20 de junho de 1895, como filha de Antónia da Conceição Lobo e de pai incógnito, que só a reconheceu como filha depois de sua morte.
Em 1903, com sete anos começou a escrever seus primeiros textos e assinar “Flor d’Alma da Conceição”. Nesse mesmo ano, escreveu “A Vida e a Morte”, seu primeiro poema, já mostrando sua opção por textos amargos. Em 1906 escreveu seu primeiro conto intitulado “Mamã!”. Em 1907, apresenta os primeiros sintomas de uma doença nervosa.
Florbela Espanca ficou órfã de mãe em 1908, sendo então criada, junto com seu irmão Apeles, na casa da madrasta Mariana e do pai. Ingressou no Liceu Nacional de Évora, onde permaneceu até 1912. Em 1913 casou-se com Alberto Moutinho, seu colega da escola. Em 1914, o casal muda-se para o Redondo, na Serra d!Ossa, onde abrem uma escola e Florbela passa a lecionar.
Em 1916, a revista Modas & Bordados publica o soneto “Crisântemos”. De volta a Évora, torna-se colaboradora do jornal “Notícias de Évora”. Nessa época conheceu outros poetas e participou de um grupo de mulheres escritoras. Em 1917, completa o curso de Letras e ingressa no curso de Direito da Universidade de Lisboa. Apresenta mais uma vez os sintomas de neurose.
Em 1919, lançou “Livro de Mágoas”. Parte de sua inspiração veio de sua vida tumultuada, inquieta e sofrida pela rejeição do pai. Sofre um aborto espontâneo, que a deixa doente por um longo período. Em 1921, divorcia-se de Alberto e sente o preconceito da sociedade. Nesse mesmo ano publica o “Livro de Mágoas”. Passa a viver com o oficial de artilharia António Guimarães. De volta a Lisboa, em 1923, publica “Livro de Sóror Saudade”. Nesse mesmo ano, sofre novo aborto e separa-se do marido.
Em 1925, casa-se com o médico Mário Laje, em Matosinhos. Em 1927, sua vida é marcada pela morte do irmão, em um acidente de avião, fato que a levou a tentar o suicídio. A morte precoce do irmão lhe inspirou a escrever “As Máscaras do Destino”. A poesia de Florbela Espanca é caracterizada por um forte teor confessional. Sua poesia é densa, amarga e triste. A poetisa não se sentia atraída por causas sociais, preferindo exprimir em seus poemas os acontecimentos que diziam respeito à sua condição sentimental. Não fez parte de nenhum movimento literário, embora seu estilo lembrasse muito os poetas românticos. Florbela Espanca suicidou-se com o uso de barbitúricos, no dia de seu aniversário, às vésperas da publicação de sua obra prima “Charneca em Flor”, que só foi publicada em janeiro de 1931.
Florbela Espanca morreu em Matozinhos, Portugal, no dia 8 de dezembro de 1930. Em 1949 foi publicado “Cartas de Florbela Espanca”.




O mundo me condena


Filosofia
Noel Rosa



 
O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome
Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim
Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo
Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia
Composição: Andre Filho / Noel Rosa




Noel Rosa
Compositor brasileiro
Por Dilva Frazão
Biografia de Noel Rosa
Noel Rosa (1910-1937) foi um compositor, cantor e violonista brasileiro. Um dos mais importantes artistas da história da música popular brasileira. Em pouco tempo de vida compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Entre suas músicas destacam-se, "Com Que Roupa", seu primeiro sucesso, "Conversa de Botequim", "Feitiço da Vila" e "Fita Amarela". Ficou conhecido como "O Poeta da Vila".
Noel Medeiros Rosa (1910-1937) nasceu no bairro de Vila Isabel, Rio de janeiro, no dia 11 de dezembro de 1910. Filho do comerciante Manuel Medeiros Rosa e da professora Marta de Medeiros Rosa foi aluno do tradicional Colégio São Bento. Muito cedo aprendeu a tocar violão e bandolim. Em 1930 ingressa na Faculdade Nacional de Medicina, mas depois de dois anos abandonou o curso. Já estava envolvido com a música e a boemia. Formou junto com os músicos Almirante, Braguinha, Alvinho e Henrique Brito, o conjunto Bando de Tangarás.
Entre os anos de 1930 a 1937, Noel compôs mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Entre seus sucessos destacam-se, "Com Que Roupa", seu primeiro sucesso, "Conversa de Botequim", "Feitiço da Vila" e "Fita Amarela". Entre os interpretes de seus sambas estão: Aracy de Almeida, Francisco Alves e Mário Reis. Mestres da Música Popular Brasileira como Chico Buarque de Holanda e Paulinho da Viola, fazem questão de realçar a influência que Noel Rosa teve em suas músicas.
Em 1934 casa-se com Lindaura, moça da alta sociedade, mas tinha várias amantes e passava noites pelos cabarés do bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, cantando, bebendo e fumando. Acometido de tuberculose, foi para Belo Horizonte para tratamento de saúde. Na volta para o Rio de Janeiro, achando-se curado, volta à vida boêmia.
Noel Rosa foi homenageado em filmes e peças de teatro. Em 2010, a Escola de Samba Unidos da Vila Isabel, apresentou o enredo do carnaval com o samba Noel: A presença do Poeta da Vila, de autoria de Martinho da Vila.
Noel Rosa faleceu no Rio de Janeiro (RJ), no dia 4 de maio de 1937.






Filosofia
Mário Reis



 
O mundo me condena,
E ninguém tem pena,
Falando sempre mal do meu nome,
Deixando de saber,
Seu eu vou morrer de sede,
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia,
Hoje me auxilia,
A viver indiferente assim,
Nesta prontidão sem fim,
Vou fingindo que sou rico,
Pra ninguém zombar de mim.

Não me incomodo,
Que você me diga,
Que a sociedade é minha inimiga,
Pois cantando neste mundo,
Vivo escravo do meu samba,
Muito embora vagabundo.

Quanto a você,
Da aristocracia,
Que tem dinheiro,
Mas não compra alegria,
Há de viver eternamente,
Sendo escrava dessa gente,
Que cultiva a hipocrisia....
Composição: Andre Filho / Noel Rosa

Referências

https://www.avozdapoesia.com.br/obras_ler.php?obra_id=9772
https://www.ebiografia.com/florbela_espanca/
https://youtu.be/9qg4aAixzRc
https://www.letras.mus.br/noel-rosa-musicas/125751/
https://www.ebiografia.com/noel_rosa/
https://youtu.be/Vp-aptG256Q

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