terça-feira, 15 de maio de 2018

Boiou... aboiou


O Que É, o Que É?

A lua cheia cor de tangerina
Na paisagem nordestina

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar

Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune

Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças

Um eterno aprendiz

Vamos por aí eu e meu cachorro

Só lembrado do cachorro

Não há, ó gente, ó não

Flor, canoa, lua


Boiou

Luar do Sertão

A Morte do Vaqueiro

Pesadelo

O Que É, o Que É?


Boiou
Joyce



A lua cheia cor de tangerina
Na paisagem nordestina
Desenhada em papel
Espalha estrelas
Feito purpurina
Nos cabelos da menina
Vai boiando no céu
Boiou…

Vitória régia bóia na lagoa
Lá no alto a pipa voa
Flutuando no ar
Beira de rio, bóia uma canoa
Dentro dela uma pessoa
Que não sabe nadar
Boiou…

Tem tanta coisa que flutua
Flor, canoa, lua
Pipa e outras coisas assim
Também tem gente nesse mundo
Que não vai no fundo
Nunca chega até o fim…
Boiou….

Você pensava que sabia tudo
Toda a forma e o conteúdo
Tudo o que já passou
E agora sabe é que não sabe nada
Foi bater na porta errada
Nada entende de amor
Boiou…
Composição: Joyce Moreno

Luar do Sertão
Catulo da Paixão Cearense




 
Luar do Sertão
Luiz Gonzaga / Milton Nascimento
 
Ah, que saudade
Do luar da minha terra
Lá na serra branquejando
Folhas secas pelo chão
Este luar cá da cidade tão escuro
Não tem aquela saudade
Do luar lá do sertão

Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão

A lua nasce
Por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata
Prateando a escuridão
E a gente pega na viola que ponteia
E a canção é a lua cheia
A nos nascer no coração

Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão

A gente fria
Desta terra sem poesia
Não se importa com esta lua
Nem faz caso do luar
Enquanto a onça
Lá na verde da capoeira
Leva uma hora inteira
Vendo a lua derivar

Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão

Coisa mais bela
Neste mundo não existe
Do que ouvir-se um galo triste
No sertão se faz luar
Parece até que alma da lua
É que descansa escondida na garganta
Desse galo a soluçar

Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão

Ai quem me dera
Que eu morresse lá na serra
Abraçado à minha terra
E dormindo de uma vez
Ser enterrado numa cova pequenina
Onde à tarde a sururina
Chora a sua viuvez

Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão
Não há, oh gente, oh não
Luar como este do sertão

Composição: Catulo da Paixão Cearense


A Morte do Vaqueiro
Luiz Gonzaga




 
Numa tarde bem tristonha
Gado muge sem parar
Lamentando seu vaqueiro
Que não vem mais aboiar
Não vem mais aboiar
Tão dolente a cantar
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Bom vaqueiro nordestino
Morre sem deixar tostão
O seu nome é esquecido
Nas quebradas do sertão
Nunca mais ouvirão
Seu cantar, meu irmão
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
Sacudido numa cova
Desprezado do Senhor
Só lembrado do cachorro
Que inda chora
Sua dor
É demais tanta dor
A chorar com amor
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Tengo, lengo, tengo, lengo,
tengo, lengo, tengo
Ei, gado, oi
E... Ei...
Composição: Luiz Gonzaga / Nelson Barbalho

Pesadelo
Joyce



 
Quando o muro separa uma ponte une
Se a vingança encara o remorso pune
Você vem me agarra, alguém vem me solta
Você vai na marra, ela um dia volta

E se a força é tua ela um dia é nossa
Olha o muro, olha a ponte, olhe o dia de ontem chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

Você corta um verso, eu escrevo outro
Você me prende vivo, eu escapo morto

De repente olha eu de novo

Perturbando a paz, exigindo troco
Vamos por aí eu e meu cachorro
Olha um verso, olha o outro
Olha o velho, olha o moço chegando
Que medo você tem de nós, olha aí

O muro caiu, olha a ponte
Da liberdade guardiã
O braço do Cristo, horizonte
Abraça o dia de amanhã

Olha aí...
Olha aí...
Olha aí...
Composição: Maurício Tapajós / Paulo César Pinheiro


O Que É, o Que É?
Gonzaguinha 




Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita

E a vida
E a vida o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Êh! Ôh!

E a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é?
Meu irmão

Há quem fale
Que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo

Há quem fale
Que é um divino
Mistério profundo
É o sopro do criador
Numa atitude repleta de amor

Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer

Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser

Sempre desejada
Por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte
Só saúde e sorte

E a pergunta roda
E a cabeça agita
Eu fico com a pureza
Da resposta das crianças
É a vida, é bonita
E é bonita

Viver
E não ter a vergonha
De ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser
Um eterno aprendiz

Ah meu Deus!
Eu sei, eu sei
Que a vida devia ser
Bem melhor e será
Mas isso não impede
Que eu repita
É bonita, é bonita
E é bonita
Composição: Gonzaguinha

Referências

https://youtu.be/_Ww_PcZcDv4
https://youtu.be/KzR9R5-6fBk
https://youtu.be/jSWwftxuSQQ
https://youtu.be/4iylHxlNHYA
https://youtu.be/ykv9mqOC8pE

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