quinta-feira, 20 de julho de 2023

CANSAÇO

O QUE HÁ EM MIM É CANSAÇO... POEMA FERNANDO ANTONIO NOGUEIRA PESSOA 1888-1935 ----------- ____________________________________________________________________________________ E lá se foi o homem conquistar os mundos lá se foi ____________________________________________________________________________________ ---------- --------- O HOMEM; AS VIAGENS - Carlos Drummond de Andrade ____________________________________________________________________________________ ----- ----------- ELIS REGINA LUNIK 9 ____________________________________________________________________________________ Tweet Claudia Costin @ClaudiaCostin 2- No dia 20/7/1969, a tripulação da Apollo 11 realizou com sucesso o primeiro pouso tripulado na Lua no Mar da Tranquilidade. Os americanos Neil Armstrong e Buzz Aldrin se tornaram os primeiros humanos a caminhar na Lua. Lembro bem, pois assisti na televisão! 5:19 AM · 20 de jul de 2023 ____________________________________________________________________________________ ---------
----------- A Pegada do Homem no Espaço O pouso na Lua, Lunik 9 e o homem na história espacial. Murillo Pocci NEW ORDER --------- Fonte: Pixabay Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar ____________________________________________________________________________________ ---------- ---------- Lunik 9 Gilberto Gil ----------- Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar Momento histórico, simples resultado do desenvolvimento da ciência viva Afirmação do homem normal, gradativa sobre o universo natural Sei lá que mais! Ah, sim! Os místicos também profetizando em tudo o fim do mundo E em tudo o início dos tempos do além Em cada consciência, em todos os confins Da nova guerra ouvem-se os clarins Guerra diferente das tradicionais, guerra de astronautas nos espaços siderais E tudo isso em meio às discussões, muitos palpites, mil opiniões Um fato só já existe que ninguém pode negar: 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1, já! E lá se foi o homem conquistar os mundos lá se foi Lá se foi buscando a esperança que aqui já se foi Nos jornais, manchetes, sensação, reportagens, fotos, conclusão A Lua foi alcançada afinal, muito bem, confesso que estou contente também A mim me resta disso tudo uma tristeza só Talvez não tenha mais luar pra clarear minha canção O que será do verso sem luar? O que será do mar, da flor, do violão? Tenho pensado tanto, mas nem sei Poetas, seresteiros, namorados, correi É chegada a hora de escrever e cantar Talvez as derradeiras noites de luar Composição: Gilberto Gil. ____________________________________________________________________________________ --------- Lunik 9 (Gilberto Gil - Álbum "Louvação" - 1967) ____________________________________________________________________________________ ---------- ------------ O HOMEM, AS VIAGENS 📝 Carlos Drummond de Andrade por Zélia Duncan #03 ---------- Zélia Duncan ____________________________________________________________________________________ ---------- #18- Drummond -"O Homem, As Viagens" --------- Sincopado - Música e História 26 de mar. de 2018 Drummond declamando um de seus poemas: "O Homem, As Viagens"! O HOMEM; AS VIAGENS O homem, bicho da Terra tão pequeno chateia-se na Terra lugar de muita miséria e pouca diversão, faz um foguete, uma cápsula, um módulo toca para a Lua desce cauteloso na Lua pisa na Lua planta bandeirola na Lua experimenta a Lua coloniza a Lua civiliza a Lua humaniza a Lua. Lua humanizada: tão igual à Terra. O homem chateia-se na Lua. Vamos para Marte — ordena a suas máquinas. Elas obedecem, o homem desce em Marte pisa em Marte experimenta coloniza civiliza humaniza Marte com engenho e arte. Marte humanizado, que lugar quadrado. Vamos a outra parte? Claro — diz o engenho sofisticado e dócil. Vamos a Vênus. O homem põe o pé em Vênus, vê o visto — é isto? idem idem idem. O homem funde a cuca se não for a Júpiter proclamar justiça junto com injustiça repetir a fossa repetir o inquieto repetitório. Outros planetas restam para outras colônias. O espaço todo vira Terra-a-terra. O homem chega ao Sol ou dá uma volta só para tever? Não-vê que ele inventa roupa insiderável de viver no Sol. Põe o pé e: mas que chato é o Sol, falso touro espanhol domado. Restam outros sistemas fora do solar a colonizar. Ao acabarem todos só resta ao homem (estará equipado?) a dificílima dangerosíssima viagem de si a si mesmo: pôr o pé no chão do seu coração experimentar colonizar civilizar humanizar o homem descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene, insuspeitada alegria de con-viver. (Livro As Impurezas do Branco) _________________________________________________________________ Edição realizada por Felipe Breier, com Adobe Premiere Pro CC 2017 ____________________________________________________________________________________ ---------- O que há em mim é sobretudo cansaço — Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto em alguém, Essas coisas todas — Essas e o que falta nelas eternamente —; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada — Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser… E o resultado? Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto… Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço, Íssimo, íssimo, íssimo, Cansaço… 9-10-1934 Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993). – 64. Compartilhar: ____________________________________________________________________________________ ----------- "Poesia e poema de autor português. Fernando António Nogueira Pessoa (1888 — 1935) foi um poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, astrólogo, inventor, empresário, correspondente comercial, crítico literário e comentarista político português. Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares." ____________________________________________________________________________________ ---------- O HOMEM; AS VIAGENS - Carlos Drummond de Andrade ----------- Odilon Esteves 2 de mai. de 2020 #espalhemospoesia Poema de Carlos Drummond de Andrade publicado no livro "As impurezas do branco", em 1973. https://www.youtube.com/watch?v=mul0js51mWw ___________________________________________________________________________________

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