domingo, 19 de março de 2023

QUEM FOI QUE INVENTOU O BRASIL

"O cientista não é o homem que fornece as verdadeiras respostas; é quem faz as verdadeiras perguntas” (LÉVI-STRAUSS, 2008, p.01). ***
*** Paulo Rodrigo Alves Landim Simulação de ambiente virtual de aprendizagem de Biologia por meio de fóruns participativos criados no WhatsApp Juiz de Fora 2020 ******************************************** *** História do Brasil (marcha/carnaval) Lamartine Babo Quem foi que inventou o Brasil? Foi seu Cabral! Foi seu Cabral! No dia vinte e um de abril Dois meses depois do carnaval Depois Ceci amou Peri Peri beijou Ceci Ao som... Ao som do Guarani! Do Guarani ao guaraná Surgiu a feijoada E mais tarde o Paraty Depois Ceci virou Iaiá Peri virou Ioiô De lá... Pra cá tudo mudou! Passou-se o tempo da vovó Quem manda é a Severa E o cavalo Mossoró Composição: Lamartine Babo. ***
*** The Last Word On Nothing | Farm Hall: the Fall into Failure *** Atrás de Farm Hall "- Saber é poder. - Nessa divisão entre entre a invenção e a descoberta, onde você situa a bomba atômica, o produto mais recente e assustador do progresso técnico?" "- Os experimentos de Hahn com a fissão foram uma descoberta; a fabricação da bomba, uma invenção." "Na manhã seguinte à notícia aterradora, Carl Friedrich e eu a percorremos de um lado para outro durante horas, pensando e conversando. Começamos por expressar nossa angústia a respeito de Otto Hahn, e Carl Friedrich verbalizou a idéia que nos estava abatendo a todos:"
*** Aviação Paulista na Revolução Constitucionalista de 1932 - Piloto Policial *** O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) também ajudou efetivamente com o Movimento Constitucionalista, elaborando e fabricando armamentos, como a criação de tanques lança-chamas e até do famoso trem blindado. (..) No dia 23 de julho, em um quarto do Hotel La Plage, em Guarujá (então pertencente ao município de Santos), após ter conhecimento que aviões estavam atacando posições em terra e no mar, o grande brasileiro Alberto Santos Dumont, inventor desse meio de transporte, deprimido, pôs termo a sua vida, deixando o país de luto. (...) Mas a luta continuava. Os constitucionalistas invadiram nos primeiros dias do movimento as cidades mineiras de Guaxupé, Pouso Alegre e Três Corações, que foram retomadas pelas tropas de Minas Gerais no dia 24 de julho. (...) A ofensiva das tropas federais conseguiu, em 27 de julho, atravessar o rio Paraíba e tomar a cidade de São José do Barreiro, apreendendo material militar e fazendo inúmeros prisioneiros. Também bateram os paulistas na serra da Mantiqueira e invadiram São Paulo pelo sul de Minas. ***
*** [PDF] O Emprego do Avião na Revolução Constitucionalista de 1932 1 *** *** Aviões Paulistas X Vermelhinhos Os paulistas possuíam uma aviação militar pertencente à Força Pública, que estava baseada no Campo de Marte. (...) Ainda não existia o Ministério da Aeronáutica, e a aviação militar do governo central era constituída pela aviação militar do Exército e outra da Marinha de Guerra. Os aviões legalistas - conhecidos como vermelhinhos, em virtude de sua cor -, após serem armados com bombas, atacaram diversos pontos do Estado de São Paulo, inclusive a usina hidrelétrica de Cubatão, a Henry Borden, no dia 29 de julho, que fornecia energia elétrica para São Paulo. (...) No dia 22, foi travado o mais importante combate na região sul, em Buri. Na capital federal, o general Góes Monteiro, em palestra com Vargas e com o ministro da Guerra general Espirito Santo Cardoso, no Palácio do Catete, descreveu as deficiências da organização, as falhas do Exército, a escassez de material e a situação dúbia do governo mineiro, cujas forças policiais não queriam atacar o território paulista. Em reunião ministerial na sede do governo, na noite de 25 de agosto, foram discutidas e reiteradas as condições para a paz, já apresentadas por Mauricio Cardoso e pelo ministro da Marinha Protógenes Guimarães: deposição das armas pelos rebeldes; novo governo civil e paulista; anistia; e constituição provisória até que a futura Constituinte votasse a definitiva. (...) Apesar de ter perdido a luta por falta de armas e de estrutura, os paulistas acabaram vitoriosos politicamente, já que poucos meses depois, em 3 de maio de 1933, foram realizadas as eleições para a Constituinte, que elaborou uma nova Carta Magna para o Brasil. Com a sua promulgação, em 16 de julho de 1934, houve o retorno da tão esperada democracia. *Antônio Sérgio Ribeiro, advogado e pesquisador, é Diretor do Departamento de Documentação e Informação da Alesp. A Revolução Paulista de 1932 08/07/2011 20:00 https://www.al.sp.gov.br/noticia/?id=297456 ************************************************ ***
*** Visão do cogumelo atômico da cidade de Kure durante o bombardeio a Hiroshima, em 6 de agosto de 1945 *** Na tarde de 6 de agosto de 1945, Karl Wirtz entrou de repente, esbaforido, para me falar de um noticiário especial: uma bomba atômica fora lançada sobre Hiroshima. (...) Otto Hahn foi o que mais se abalou. A fissão do urânio, sua mais importante descoberta científica, fora o passo crucial no caminho da técnica atômica. SOBRE A RESPONSABILIDADE DO PESQUISADOR 1945-1950 CONTRAPONTO A PARTE E O TODO HEISENBERG **************************************************
*** Opinião do dia – Norberto Bobbio* *** “Na memória histórica dos povos europeus, a democracia apresenta-se pela primeira vez através da imagem da agorá ateniense, a assembleia ao ar livre onde se reúnem os cidadãos para ouvir os oradores e então expressar sua opinião erguendo a mão. Na passagem da democracia direta para a democracia representativa (da democracia dos antigos para a democracia dos modernos), desaparece a praça, mas não a exigência de “visibilidade” do poder, que passa a ser satisfeita de outra maneira, com a publicidade das sessões do parlamento, com a formação de uma opinião pública através do exercício da liberdade de imprensa, com a solicitação dirigida aos líderes políticos de que façam suas declarações através dos meios de comunicação de massa.” *Norberto Bobbio(18/10/1909-09/01/2004), filósofo político, historiador do pensamento político, escritor e senador vitalício italiano. ”Teoria Geral da Política - A Filosofia Política e as Lições dos Clássicos”. P.387.Editora Campus, Rio de Janeiro. 2000. *****************************
*** domingo, 19 de março de 2023 Luiz Sérgio Henriques* - ‘A rosa de Hiroshima’ O Estado de S. Paulo. Mal podemos imaginar o grau de beligerância num mundo em que autocratas dos mais variados coturnos conseguissem acesso irrestrito às alavancas e às salas de comando Desde 1945 imagens de “crianças mudas telepáticas” e de “meninas cegas inexatas”, entre outras, passaram a indicar, de modo irrevogável, a possibilidade de autodestruição da humanidade sob a nova condição atômica. E a tal ponto que a ameaça absoluta representada pelo cogumelo obsceno – a “rosa com cirrose”, na intuição de Vinícius de Moraes – seria percebida por políticos responsáveis de todas as correntes. A partir daí o gênio não voltaria mais à garrafa de origem e vez por outra nos assombraria. Em alguns momentos, como na crise cubana dos mísseis, escapamos por um triz. Talvez surpreenda hoje a afirmação de que um líder comunista, forjado nos anos de ferro e fogo, tenha apreendido tal ameaça em toda a sua extensão e complexidade. Palmiro Togliatti, respeitado dirigente do antigo Partido Comunista Italiano (PCI), nos anos 1950 e 1960 do século 20 interpelaria em variados momentos a cultura católica “adversária”, buscando um terreno comum a partir do qual a “luta pela paz” saísse da esfera instrumental – inclusive da parte dos comunistas – e empolgasse multidões mundo afora. Para Togliatti, a guerra já não era a continuação da política por outros meios, mas, antes, a abolição desta mesma política e, como consequência, “o possível suicídio de todos”. A Igreja de Constantino começava a definhar com os bons ares do Concílio Vaticano II e o tempo dos anátemas devia ficar progressivamente para trás. Seria, então, a hora do “diálogo” entre cristãos e marxistas, estes últimos, ainda por cima, chamados a deixar de lado aspectos ultrapassados da sua visão das religiões, herdados do iluminismo do século 18 e do materialismo do século 19. Movimentos desta grandeza não dão frutos imediatos nem nascem numa só tradição. Germinam aos poucos, confluem com outras ideias e realidades, como a afirmação dos direitos humanos, a proposição da não violência e o surgimento das Nações Unidas no rastro destrutivo da 2.ª Guerra Mundial. Não há mais o comunismo histórico, ainda que algumas das suas versões altas, como a togliattiana, mereçam revisões e releituras. Por isso, a advertência contra o apocalipse nuclear e a percepção de que caminhamos “como sonâmbulos à beira do abismo” ressurgem com insistência, estimulando uma consciência aguda dos perigos ao redor. Jürgen Habermas, por exemplo, uma espécie de “papa laico” da razão discursiva, tem forte influência na esfera pública europeia e mesmo global. Um dos últimos maîtres à penser, o filósofo não esconde afinidades eletivas com a social-democracia. Em ao menos duas intervenções, em maio de 2022 e em fevereiro de 2023, Habermas fez o que dele se esperava, denunciando inequivocamente a guerra de Putin e afastando-se dos extremos – de direita e de esquerda – que sentem o mesmo e estranho fascínio pelo autocrata. Observador das tragédias de dois séculos, que teimosamente parecem se repetir em espiral, o filósofo toma o claro partido da Ucrânia – uma nação tardia, ainda em formação – e simultaneamente adverte que não se derrota uma potência atômica. A busca de “compromissos toleráveis” é o norte da bússola habermasiana. Tais compromissos, se conseguidos, é que permitiriam afastar o cenário que, em Bakhmut e outros lugares infelizes, lembra Verdun, a terrível batalha de posições do primeiro ato da prolongada guerra civil europeia do século passado. Na consciência humana deveriam se fixar, antes de tudo, o sofrimento das vítimas e o cancelamento da vida civilizada que ora invadem nossas telas cotidianamente. A urgência dos compromissos decorre da percepção deste sofrimento inaudito e inaceitável. À Rússia de Putin não se deveria reconhecer nenhuma vantagem posterior à invasão, voltandose assim ao status quo de pouco mais de um ano atrás. O dilema ocidental está contido em momentos discrepantes que certamente escapam a reivindicações justas, mas “maximalistas”: a Ucrânia não deve perder a guerra, a qual, por seu turno, não pode deixar de joelhos o invasor. A primeira vive o tempo heroico – e, na verdade, irrefreável – típico dos processos de nation-building. No entanto, a autocracia russa, capaz de manipular a própria opinião pública e dela obter um consenso mais ou menos passivo, não será derrotada por forças de fora. Caberá aos cidadãos do grande país desafiar o ditador e seu regime, bem como desinflar o que Vladimir Lenin, a seu tempo e com grande conhecimento de causa, rotineiramente chamava de “chauvinismo grão-russo”. Há ainda, em meio à tempestade, um sinal potente para todos os democratas. Putin, aparentemente tão poderoso, é uma ponta de iceberg, um dos rostos do movimento que envolve não só ditaduras afins, como também forças de extrema direita e esquerdistas desmiolados que solapam internamente nossas democracias. Mal podemos imaginar o grau de beligerância num mundo em que autocratas dos mais variados coturnos conseguissem acesso irrestrito às alavancas e às salas de comando. Teríamos certamente de renunciar à delicada razão lírica de Vinícius e nos abandonar, sem esperança, à prosa soturna de novos Orwells. *Tradutor e ensaísta, é um dos organizadores das obras de Gramsci no Brasil *********************************************************************************** *** Rosa De Hiroshima Secos & Molhados *** Pensem nas crianças mudas, telepáticas Pensem nas meninas cegas, inexatas Pensem nas mulheres, rotas alteradas Pensem nas feridas como rosas cálidas Mas! Oh! não se esqueçam da rosa, da rosa Da rosa de Hiroshima, a rosa hereditária A rosa radioativa, estúpida inválida A rosa com cirrose a anti-rosa atômica Sem cor, sem perfume, sem rosa Sem nada compositores: VINICIUS DE MELLO MORAES, GERSON CONRADI *** álbum Dois Momentos - Secos & Molhados Gravadora: WM Brazil Ano: 1994 Faixa: 9 ****************************************
*** domingo, 19 de março de 2023 Dorrit Harazim - Nada de novo O Globo Livros não são objetos mortos. Contêm uma potência de vida tão vibrante quanto a alma que os criou Felizmente, nem tudo pode estar em todo lugar ao mesmo tempo, como pretende o filme multicampeão de Oscars de 2023. Há coisas que merecem ser contadas com vagar para ser sorvidas em profundidade. Assim fez Erich Maria Remarque quase cem anos atrás ao publicar sua obra-prima literária “Nada de novo no front”. A primeira edição, de 1929, esgotou-se no mesmo dia e, ao final daquele ano, mais de 1 milhão de cópias já haviam sido lidas com reverência. Até hoje Remarque continua sendo, ao lado de Goethe, o escritor de língua alemã mais lido no mundo. O livro, como se aprende na escola, é baseado na vivência do autor como soldado na Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O narrador é um jovem recruta, Paul Bäumer, que parte para a guerra voluntariamente ao lado de colegas de classe. Encontra a face do horror daquela que, com razão, é chamada de “A Grande Guerra”. No livro, combatentes se arrastam em trincheiras de lama e sangue, convivem com restos humanos pendurados em arame, cavalos são esturricados por bombas, explodem feio, e a soldadesca, ora faminta à beira da loucura, ora convulsionada por gases venenosos, vai silenciando. Poucos saem da narrativa com vida. O próprio protagonista, Bäumer, morre poucos dias antes da assinatura do Armistício que, na vida real, pôs fim à carnificina de mais de 40 milhões. Foi todo um mundo que ruiu e que Erich Maria Remarque compreendeu e descreveu sem retórica. Recebido de braços abertos por seu caráter pacifista e apolítico, o livro foi transformado em roteiro de filme e estreou nas telas em tempo recorde — pouco mais de 12 meses depois de publicado. Na exibição do dia 5 de dezembro de 1930, a sala do Mozart Hall de Berlim estava abarrotada. De repente, saindo do nada, uma tropa de 150 “camisas marrons” nazistas tomou de assalto a sala aos gritos de “Filme de judeu!”. Comandados pela figura reptiliana de Joseph Goebbels, jogaram bombas de efeito moral no público, soltaram ratazanas no auditório, destruíram equipamentos e surraram quem imaginavam ser judeu. — Em apenas dez minutos o cinema virou manicômio — descreveu Goebbels em seu diário. O futuro chefe da Propaganda de Hitler havia percebido no humanismo de “Nada de novo no front” uma ameaça mortal para a ideologia nazista. Em pouco tempo, o Conselho Supremo de Censura proibiu a exibição do filme na Alemanha. Era apenas o começo. Na noite de 10 de maio de 1933, com Hitler instalado no poder havia apenas quatro meses, uma multidão estimada em 40 mil cidadãos assistiu a um fogaréu gigantesco na Praça da Ópera de Berlim. Eram perto de 25 mil livros, arrancados de livrarias, bibliotecas e residências por paramilitares da SS, que ali arderam até virar cinzas. Não apenas em Berlim, como noutras 30 cidades universitárias do país. De Erich Maria Remarque a Zola, de Freud a Thomas Mann, de Einstein a H.G. Wells, mais de 150 autores alemães e estrangeiros foram considerados heréticos à pureza nacional. — É a limpeza do espírito germânico — festejou Goebbels. Entre aqueles cujas obras foram incineradas estava também Heinrich Heine, gigante poeta alemão do século XIX. — Onde quer que se queimem livros, ao final também seres humanos serão queimados — escrevera ele, presciente, na peça “Almansor”. Assim foi, como se viu de forma trágica nos campos de extermínio do Terceiro Reich de Hitler. (Apesar de não ser judeu nem comunista, Erich Maria Remarque conseguiu sair da Alemanha a tempo. Sua irmã caçula, Elfriede, presa pela Gestapo e submetida a um julgamento de fachada, terminou decapitada na guilhotina em 1943.) Aprendemos com os grandes pensadores que livros não são objetos mortos. Contêm uma potência de vida tão vibrante quanto a alma que os criou. Por isso existe uma simbologia tão gritante na sanha milenar de autoritários (seculares ou religiosos) em queimar livros: a ilusão vã de destruir ideias. O remake de “Nada de novo no front”, do diretor Edward Berger, vencedor de quatro Oscars no domingo passado, é portentoso. Até demais. Fiel à narrativa contida do protagonista do livro, Erich Maria Remarque acrescentara à edição em inglês um epílogo igualmente lacônico para a morte de seu personagem: — Ele caiu em outubro de 1918, num dia tão calmo e silencioso na frente de combate que o registro do Exército se limitou a uma única frase: “Tudo tranquilo no front ocidental”. No filme, o bravo soldado Bäumer, que no livro gradualmente vai despertando para a futilidade da guerra — de qualquer guerra —, morre em cena repleta de pirotecnia bélica, sem ter compreendido por que morria naquele descampado de Flandres. Ainda assim, filme e livro são atualíssimos — basta olhar para as trincheiras na Ucrânia. Nada de novo no front. **************************************
*** domingo, 19 de março de 2023 ‘Ameaça comunista’ ronda 44% dos brasileiros Por Nicolas Iory e Bianca Gomes / O Globo Tema disseminado pela extrema-direita e frequente dos discursos de Bolsonaro, mudança de regime no país é uma hipótese totalmente plausível para 31%, enquanto 13% concordam em parte Alardeado pela extrema-direita no mundo e tema recorrente nos discursos de Jair Bolsonaro mesmo antes de ocupar a Presidência, a hipótese de instalação de um regime comunista preocupa uma parcela dos brasileiros — ainda que a queda do Muro de Berlim, símbolo da derrocada do modelo, tenha ocorrido há pouco mais de 33 anos. Segundo o Ipec, a chance de um regime ao estilo soviético ser instaurado é plausível para 44% dos brasileiros. No ano passado, ao longo da campanha, Bolsonaro associava o “risco” à vitória de Lula. Nos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump e outros representantes do Partido Republicano usavam o mesmo expediente contra Joe Biden, vitorioso no pleito de 2020. A pesquisa mostra ainda que, no Brasil, 31% concordam totalmente com a afirmação de que o comunismo pode vigorar no país; 13% dão aval em parte, enquanto 48% discordam total ou parcialmente da possibilidade. — A maior parte das pessoas associa o comunismo na América Latina com as situações de Venezuela e Cuba, combinações de um regime autoritário com realidades como fome e desabastecimento. Isso esteve muito presente nas narrativas do Bolsonaro — diz a cientista política Camila Rocha, pesquisadora do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Em setembro de 2022, em Sorocaba (SP), Bolsonaro chamou Lula de “capeta” e disse que o petista queria “impor” o comunismo no Brasil. Não à toa, a pergunta “o que é comunismo?” foi a que mais cresceu em uma das categorias nas pesquisas dos brasileiros no Google no ano passado. Os evangélicos são os que mais acreditam na chance de o Brasil virar comunista: 57% concordam totalmente ou em parte. Considerando só os católicos, o percentual cai para 39%. Entre os evangélicos, são 43% os que acham totalmente que essa possibilidade existe com o retorno de Lula ao Palácio do Planalto, enquanto outros 14% concordam em parte que isso é possível. Pouco mais de um terço desse segmento (36%) descarta a afirmação. O dado dá a medida da desconfiança dos evangélicos, que correspondem a cerca de 40% da população brasileira, em relação a Lula. Durante a campanha eleitoral do ano passado, Bolsonaro contou com o apoio de pastores que espalharam fake news contra o petista e chegaram a pedir votos para a reeleição do então presidente durante cultos — o que é proibido pela legislação. Lula precisou criar estratégias para tentar frear o desgaste junto ao eleitorado evangélico, mas é alvo de críticas de lideranças do segmento até hoje. Bolsonaro nos Estados Unidos (EUA) No caso da crença no risco de o Brasil virar um país comunista, há também uma discrepância regional: no Norte e Centro-Oeste, 47% admitem a existência da ameaça comunista, 12 pontos percentuais a mais do que no Nordeste, única região onde Lula foi o mais votado no segundo turno da eleição presidencial contra Bolsonaro. O Ipec mostra ainda que a hipótese de uma guinada ao comunismo é maior entre os brasileiros que avaliam mal o governo Lula: 81% dos que consideram a atual gestão ruim ou péssima concordam com a possibilidade. Esse percentual é de 19% entre os que dizem que a gestão Lula é ótima ou boa. Os segmentos menos crentes na mudança de regime são os moradores do Nordeste (53% rechaçam totalmente ou em parte na possibilidade) e os idosos (53%). *************************************************************************
*** domingo, 19 de março de 2023 Luiz Carlos Azedo - Macron vive dias de Thatcher com reforma na França Correio Braziliense Ao pretender aumentar por decreto a idade mínima para a aposentadoria 62 para 64 anos, o presidente francês viu o povo voltar às ruas para protestar contra a reforma da previdência Os franceses gostam de resolver suas contradições nas ruas, desde a Revolução de 1789, que acabou com o Antigo Regime os privilégios da aristocracia. A Queda da Bastilha, em 14 de julho de 1789, espalhou a revolução por toda a França e mudou a História do Ocidente. Mutualistas e coletivistas, os trabalhadores franceses voltariam às barricadas em 1871, na Comuna de Paris, tomando o poder sem estarem preparados para isso. Mesmo assim, o assalto aos céus passou a ser o objetivo dos trabalhadores europeus, que se dividiram em duas grandes correntes: a social-democrata e a comunista. Para a formação dos partidos operários contribuíram as teses do judeu-alemão Karl Marx, sustentadas na Conferência de Londres da I Internacional Socialista, em 1871: “Em sua luta contra o poder reunido das classes possuidoras, o proletariado só pode se apresentar como classe quando constitui a si mesmo num partido político particular, o qual se confronta com todos os partidos anteriores formados pelas classes possuidoras”. O Partido Trabalhista britânico surgiu fortemente influenciado por essas ideias. Chegou ao poder em 1924, como partido de base operária, reformista, liderado pelo primeiro-ministro Ramsay MacDonald. Após a Segunda Guerra Mundial, o “Estado de bem-estar social” britânico viria a se reproduzir por quase toda a Europa. Quando a conservadora Margareth Thatcher derrotou os trabalhistas e assumiu o poder, em 1979, a Europa estava em recessão econômica, com inflação alta, muito desemprego e crise energética. A seguridade social britânica foi posta em xeque: a reforma da previdência excluiu 15 milhões de segurados, que dela saíram para os fundos de pensão; restaram 6,5 milhões de trabalhadores de baixa renda. Primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro britânico, com mão de ferro, Thatcher realizou reformas liberais para reduzir os impostos e diminuir o poder dos sindicatos. Seu primeiro governo foi marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas, mas o desemprego minou a resistência dos grevistas. Apesar disso, sua intervenção nas Guerras das Malvinas (Guerra entre Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade. Thatcher conseguiu sua primeira reeleição em 1984, em decorrência desse fato. No segundo mandato, Thatcher promoveu um programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma radical os movimentos sindicais trabalhistas. O êxito de sua receita neoliberal se espalhou pelo mundo, principalmente depois de adotada por Ronald Reagan, o presidente dos Estados Unidos.. Viver a vida A reforma da Previdência de Emmanuel Macron nem de longe segue a receita de Margareth Thatcher, mas o seu enfrentamento com os sindicatos tem a mesma proporção. Ao pretender aumentar por decreto a idade mínima para a aposentadoria de 62 para 64 anos, o presidente francês viu o povo voltar às ruas como os antigos revolucionários, fazendo barricadas e ateando fogo ao que encontrasse pela frente. Na verdade, a França tem um sistema previdenciário que se tornou insustentável devido às mudanças demográficas. O gasto público chega a 55% do Produto Interno Bruno (PIB), dos quais 14,7% correspondem às aposentadorias. A redução da idade mínima para aposentadoria de 65 para 60 anos sempre foi uma bandeira da esquerda francesa, que alcançou esse objetivo no governo de François Mitterrand, do Partido Socialista. O sonho de consumo do francês comum é se aposentar para viver a vida e conhecer o mundo. Sem apoio na Assembleia francesa para fazer a reforma, o governo anunciou que pretende recorrer ao artigo 49.3 da Constituição e implantá-la por decreto. A principal crítica à reforma é não usar como referência o tempo de contribuição, mas o da idade. Isso prejudicaria muito mais os trabalhadores de baixa renda, que geralmente começaram a trabalhar muito mais cedo. A mobilização contra a reforma não é monopólio dos sindicatos e dos partidos de esquerda, que organizam as greves. Os partidos de ultradireita, como o Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, que foi derrotada por Macron no segundo turno da última eleição, também foram às ruas contra a reforma e mobilizam seus eleitores. Cerca de 57% dos votos dos assalariados e 67% dos votos dos trabalhadores braçais votaram na direita. Entretanto, a grande estrela dos protestos é um garoto de 15 anos, Manès Nadel, aluno do Liceu Buffon, em Montparnasse, Paris. Filho de um economista e de uma funcionária pública, único ativista de cinco irmãos, o líder secundarista construiu uma narrativa que surpreende os analistas: “Para nós, defender os serviços públicos, a segurança social e as pensões, é o nosso modelo social à proteção dos mais pobres”, disse à France Télévisions. “Especialmente quando houver o aquecimento global, que também os atingirá primeiro. Nesse momento, serviços públicos fortes serão necessários. E quando estamos lutando contra a regressão social, estamos lutando por isso também”, completou. Embora negue qualquer vínculo partidário, o jovem foi flagrado pela mesma emissora que o entrevistou assobiando A Internacional, a canção escrita em francês em 1871, por Eugène Pottier (1816-1887), um dos membros da Comuna de Paris, como paródia d’A Marselhesa. Só em 1888, Pierre De Geyter (1848-1932) transformou o poema em música, que se tornaria o hino da antiga União Soviética. ********************************************************* *** 12 - Paulinho da Viola - 14 anos *** 14 Anos Paulinho da Viola Cifra: Principal (violão e guitarra) Favoritar Cifra Ouça "14 Anos" no Amazon Music Unlimited (ad) Tom: C Intro: G G E A7 D7 G7+ D7 Tinha eu 14 anos de idade quando meu pai me chamou G7+ Dm7 G7 Perguntou-me se eu queria estudar filosofia C Medicina ou engenharia D7 G B7 Em Tinha eu que ser doutor B7 Em D7 G Mas a minha aspiração era ter um violão Gº Para me tornar sambista Am7 D7 G7+ Ele então me aconselhou: B7 Em A7 "Sambista não tem valor, nesta terra de doutor" Am7 D7 G B7 Em E seu doutor, o meu pai tinha razão F#7 B7 Em Vejo um samba ser vendido, o sambista esquecido C B7 O seu verdadeiro autor D7 G F#7 Eu estou necessitado, mas meu samba encabulado Bm D7 Eu não vendo não senhor! Composição de Paulinho da Viola **************************************************** *** Opiniões do Villa: Ataques no Rio Grande do Norte, Ibaneis de volta ao poder e mais | LIVE CNN *** CNN Brasil 18 de mar. de 2023 #CNNBrasil Ataques violentos no Rio Grande do Norte, a volta de Ibaneis Rocha ao governo no Distrito Federal, viagem de Michelle Bolsonaro aos Estados Unidos: confira a repercussão dos principais fatos e notícias da semana no Brasil com as opiniões de Marco Antonio Villa, comentarista da CNN. https://www.youtube.com/watch?v=cL3LQu_ajl4 *************************************************** *** WW ESPECIAL - 18/03/2023 *** CNN Brasil Transmitido ao vivo em 18 de mar. de 2023 #CNNBrasil Assista ao programa WW EDIÇÃO ESPECIAL deste sábado, 18 de março de 2023. #CNNBrasil

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